IMPAIRMENT – VALOR
RECUPERÁVEL DOS ATIVOS
Impairment significa deterioração.
 Na gestão patrimonial é denominado como a
desvalorização do ativo, ou mesmo, a
depreciação deste.
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
Implicações de impairment sobre ativos de
longa duração
retração devido a fatores diversos;
 relevância diante os processos do BP;
 custo de compra amortizado, não evidencia ao longo
do tempo o mesmo valor constatado de geração de
benefício quando foi adquirido.
 redução ao valor recuperável do ativo: ocorre quando
evidências que um determinado ativo está
contabilizado com valor muito superior ao seu valor
de mercado


Verificação da ocorrência ou não de Impairment
em um determinado ativo patrimonial :
 É efetuado uma série de avaliações no
determinado ativo, onde há uma desconfiança de
implicações de impairment, afim de determinar
seu valor, verificando todos os dados contábeis do
mesmo, além de seu valor de mercado, e as
expectativas futuras deste.
Caso o valor recuperável do ativo for menor que o
seu valor de registro contábil, é calculado assim o
fair value deste. Assim, a perda efetiva entre o
valor contábil e o fair value é o valor de perda
por impairment.

Registrar das perdas por impairment no balanço
da empresa de forma correta:
 Após verificado a ocorrência por impairment em
determinado ativo, e as sucessivas análises de
valor de mercado e de registro, pela execução do
teste de impairment, é então, necessário
atualizar as demonstrações contábeis notificando
a ocorrência de uma perda por impairment.

Teste de Impairment:
 Partindo da premissa que a empresa possui um
bom controle do seu ativo imobilizado, isto é, bens
emplaquetados com registros individuais em
algum sistema informatizado com os valores de
aquisição, depreciação acumulada, etc, o primeiro
passo é determinar qual abordagem (método)
será utilizado para a realização do teste (Valor
em uso ou valor justo líquido de despesa de
venda).

1) Determinação do Método para Realização do
Teste
 Valor em Uso
 O valor em uso é o valor presente de fluxos de
caixas futuros esperados de um ativo ou de uma
unidade geradora de caixa. Isto é, uma avaliação
econômica através do método de fluxo de caixa
descontado onde se estima as futuras entradas e
saídas de caixa decorrentes do uso do bem por um
período futuro (geralmente 5 anos) e aplica-se
uma taxa de desconto adequada para trazer esse
fluxo a valor presente.

Valor justo líquido de despesa de venda
 O valor justo líquido de despesa de venda é o
montante a ser obtido pela venda de um ativo ou
unidade geradora de caixa em transações em
bases comutativas, entre partes conhecedoras e
interessadas, menos as despesas estimadas de
venda. Isto é, o valor líquido de venda reflete
quanto a empresa conseguiria receber pela venda
do bem em uma negociação normal.
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
Valor em uso x Valor líquido de venda
A determinação do método para a realização do teste
de impairment é uma escolha da empresa, inclusive
podendo optar por fazer os dois métodos e escolhendo
o melhor resultado, porém por questões óbvias de
economia de tempo e custo não faz sentido aplicar as
duas metodologias caso o resultado da primeira já
apresente o resultado esperado. (resolução do CFC
1.292/2010 item 19)
Porém caso por exemplo uma empresa faça o teste
pelo método do valor justo líquido de despesa de
venda e o resultado apresente uma perda, nada
impede que a empresa refaça o teste pelo método do
valor em uso escolhendo então o outro caso apresente
um resultado melhor.
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Bens tangíveis : o método mais utilizado pela maioria
das empresas é o valor justo líquido de despesa de
venda, por ser uma avaliação “mais fácil” de se
realizar, de compreender sua metodologia.
Por exemplo: é muito mais fácil avaliar o preço de
venda de um carro do que seu fluxo de caixa.
Outros obstáculos na avaliação pelo valor em uso
podem ser: a preparação/separação das informações,
subjetividade das premissas e até mesmo a
preocupação com relação ao sigilo das informações
sobre receita.
Bens Intangíveis ( softwares): o método do valor em
uso pode ser o mais adequado.
2) Execução: Realização do Teste de Impairment
 Determinado o método, o próximo passo é a sua
execução. A empresa pode tanto fazer
internamente (desde que tenha os profissionais
adequados e habilitados) como contratar
empresas especializadas, para a realização do
teste de impairment.

Realizado o teste, deve-se então comparar o valor
contábil e o valor recuperável do bem.
 Se o valor recuperável do ativo for maior do que
seu valor contábil, não será necessário nenhum
registro. Porém, se o valor recuperável for menor
que o valor contábil, a empresa deverá efetuar o
ajuste, debitando-se a conta de “Despesa de perda
por desvalorização de ativos” e creditando-se uma
conta redutora do ativo.

Exemplo:
 Uma máquina de uma linha de produção cujo
valor ao final de um exercício apresente o
seguintes valores:
 Máquina

Valor Original( custo aquisição
$ 100.000,00
(-) Depreciação Acumulada
$ 41.666,67
= Valor Contábil
$ 58.333,33

Ao fazer o teste pelo valor líquido de venda,
verificou que o valor de mercado dessa máquina
diminuiu mais do que o esperado (fim de
produção desse modelo pelo fabricante e
substituição por um novo modelo com tecnologia
mais avançada), assim a equipe de peritos
avaliou o valor justo líquido de despesa de venda
desse bem em por exemplo: R$ 45.000,00.
Como o valor recuperável é menor do que o valor
contábil (perda), essa mesma empresa efetua a
avaliação pelo valor em uso.
 O economista responsável então analisa o
faturamento obtido por essa máquina e seu
histórico e política de manutenção, montando
então a tabela:

ANO
ENTRADA CX SAIDA CX
FCF
1
$ 30.000,00
$ 5.000,00
$ 25.000,00
2
$ 28.000,00
$ 4.800,00
$ 23.200,00
3
$ 25.000,00
$ 4.500,00
$ 20.500,00
4
$ 20.000,00
$ 4.000,00
$ 16.000,00
5
$ 15.000,00
$ 3.500,00
$ 11.500,00
TOTAL
$ 118.000,00
$ 21.800,00
$ 96.200,00
Considerando uma taxa de desconto (r) = 25%
 Trazendo a valor presente o valor recuperável
dessa máquina seria dado pela fórmula:
Valor Recuperável = FCF1/(1+r) + FCF2/(1+r)2
+ … + FCF5/(1+r)5

ANO
ENT.CX
SAID.CX
1
$ 30.000,
$ 5.000,
$ 25.000,
$ 20.000,
2
$ 28.000,
$ 4.800,
$ 23.200,
$ 14.848,
3
$ 25.000,
$ 4.500,
$ 20.500,
$ 10.496,
4
$ 20.000,
$ 4.000,
$ 16.000,
$ 6.553,60
5
$ 15.000,
$ 3.500,
$ 11.500,
$ 3.768,32
$118.000,
$ 21.800,
$ 96.200,
$ 55.665,92
TOTAL
FCF
VP
Valor recuperável (valor em uso) = R$
55.665,92
Valor recuperável (valor líquido de venda) =
R$ 45.000,00
 Portanto, escolhendo o maior valor (R$
55.665,92), devemos comparar esse valor ao valor
contábil do bem (R$ 58.333,33).
 Impairment = Valor recuperável – Valor
contábil
 Conclusão: Como o valor recuperável é menor do
que o valor contábil, nesse exemplo a perda seria
de R$ 2.667,41.

Aspectos Fiscais:
 Fiscalmente, por determinação da Lei
11.941/2009 (art. 15) essa despesa não terá
reflexo fiscal para fins de determinação do lucro
real e da base de cálculo da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido, isto é, a despesa por
perda de desvalorização (impairment) de
um ativo imobilizado não será dedutível
para IRPJ e CSLL, pelas empresas submetidas
à tributação do lucro real.
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Divulgação das Informações:
A empresa deve divulgar em notas explicativas no mínimo
as seguintes informações sobre o teste de impairment:
O valor da perda (reversão da perda) com desvalorizações
reconhecidas no período e eventuais reflexos em reservas
de reavaliações;
A relação dos itens que compõe a unidade geradora de caixa
e uma descrição das razões que justifiquem como foi
composta;
Se o valor recuperável é o valor líquido de venda, divulgar a
base usada para determinar esse valor (por exemplo, se o
valor justo foi determinado tendo como referência um
mercado ativo);
Se o valor recuperável é o valor em uso, divulgar e explicar
a taxa de desconto usada na estimativa;
Os eventos e circunstâncias que levaram ao
reconhecimento ou reversão da desvalorização;
Obrigatoriedade da realização do Teste de
Impairment
 A resolução CFC nr. 1292/2010 itens 9 e 10:
A entidade deve avaliar ao fim de cada período
se há alguma indicação de que um ativo possa ter
sofrido desvalorização. Se houver alguma
indicação, a entidade deve estimar o valor
recuperável do ativo.




Independentemente de existir, ou não, qualquer
indicação de redução ao valor recuperável, a
entidade deve:
(a) testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor
recuperável de um ativo intangível com vida útil
indefinida ou de um ativo intangível ainda não
disponível para uso, comparando o seu valor contábil
com seu valor recuperável.
Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser
executado a qualquer momento no período de um ano,
desde que seja executado, todo ano, no mesmo período.
Ativos intangíveis diferentes podem ter o valor
recuperável testado em períodos diferentes.
Entretanto, se tais ativos intangíveis foram
inicialmente reconhecidos durante o ano corrente,
devem ter a redução ao valor recuperável testada antes
do fim do ano corrente;
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IMPAIRMENT * VALOR RECUPERÁVEL DOS ATIVOS