A implantação de um banco de dados para a seleção
de um doador NK alorreativo no transplante de células
tronco hematopoiéticas
Amanda Lameck Pinho
Iniciação Científica PIBIQ/CNPQ
Maria da Graça Bicalho
Introdução/ Objetivos
O transplante de células tronco hematopoiéticas é uma
alternativa de tratamento para várias doenças,
principalmente leucemias, mas pode trazer riscos como
a doença do enxerto versus hospedeiro, mesmo quando
o transplante é com doador HLA idêntico. O presente
estudo tem como objetivo refletir sobre as implicações
imunológicas da seleção doador receptor, fundamentado
no potencial alorreativo das células NK e seus ligantes
HLA
associados ao efeito enxerto contra leucemia.
Além
disso,
esse
modelo
admite
doadores
haploidênticos, o que aumentaria a probabilidade de
encontrar o doador ideal.
Métodos
Foram analisados dados da genotipagem KIR e HLA-C
de pacientes transplantados e familiares atendidos no
Hospital Erasto Gaertner. Nesse sentido, o objetivo foi
avaliar o genótipo KIR-ligante Cw doador/paciente
buscando-se as incompatibilidades (mismatches)
desejáveis associadas a um cenário imunológico que
proporcionasse o efeito enxerto contra leucemia para
combater as rejeições ao transplante.
Referências
OLIVEIRA A. A., DIAMOND H. R. 2008 A relevância das
células natural killer (NK) e killer immunoglobulin-like
receptors (KIR) no transplante de células tronco
hematopoiéticas (TCTH).
Resultados/Discussão
• Em apenas 5 das famílias estudadas foram observados
genótipos KIR-HLA entre doador e paciente que apresentavam
condições ideais para o transplante beneficiando-se do efeito
enxerto contra leucemia;
• Em 83% dos pacientes, o efeito enxerto contra leucemia
poderia ser atingido via Bw4. Esta via é ativada quando os
epítopos Bw4 presentes em moléculas HLA-B e algumas HLA-A
do paciente se ligam aos receptores KIR3DS1 das células NK do
doador. Neste momento, dependendo do balanço entre sinais de
inibição e ativação, estabelece-se um cenário imunológico
favorável à atividade citolítica das células NK tendo como alvo as
células tumorais, e como consequência, o efeito enxerto contra
leucemia;
• Outra via possível, encontrada em 42% dos pacientes, ocorre
por meio da interação com epítopos presentes nos alotipos HLAC2, ligantes dos receptores ativadores KIR2DS1. Neste mesmo
contexto, a ausência de interações com os receptores inibidores
favoreceria a prevalência de sinais de ativação das células NK.
Conclusões
A decisão de selecionar um doador NK alorreativo deve ser
precedida por uma criteriosa análise dos genótipos KIR e ligantes
HLA-Cw do paciente e do doador, para que se possa usufruir do
potencial alorreativo das células NK como alternativa para
pacientes que aguardam por um transplante de medula óssea.
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Amanda Lameck Pinho