WORKSHOP ANUAL DE INOVAÇÃO E PARTILHA PEDAGÓGICA
A formação em Ética e
Deontologia em Psicologia
como experiência de
fruição da aprendizagem
Inês Nascimento ([email protected])
3 de fevereiro 2015 |ICBAS/FFUP
WORKSHOP ANUAL DE INOVAÇÃO E PARTILHA PEDAGÓGICA DA U.PORTO
ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Designação da UC:
Ética e Deontologia em Psicologia (EDP)
Código:
P404
Período de Aulas:
1.º Semestre
Ano:
1.º ano
Curso:
Mestrado Integrado em Psicologia
Tipo de UC:
Teórica – 2 horas/semana
Nº de Turmas:
2 Turmas
Nº de aulas
14 aulas
Nº inscritos
167 estudantes
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OBJETIVOS E FOCOS DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
1
2
Reconhecer e compreender a dimensão ética como central no exercício
profissional competente da Psicologia;
Interiorizar e mobilizar princípios/valores éticos e regras/normas
deontológicas (a) em situações e contextos específicos de desempenho do
futuro papel do psicólogo e (b) no contexto imediato da sua formação
académica enquanto estudantes universitários,
Ética Profissional
Ética Académica
Ética Pessoal
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MODELO PEDAGÓGICO DA UNIDADE CURRICULAR
Incorporação do paradigma da educação estética na formação em EDP
Compreender em que medida e de que forma é possível:
(1) Entender a relação professor-estudante à luz de uma perspetiva estética;
(2) Fruir da experiência estética no contexto do ensino-aprendizagem em domínios
de conhecimento académico não artísticos (e.g., ciências sociais e humanas).
Que benefícios?
Promover a orientação PARA a aprendizagem PELA aprendizagem
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MODELO PEDAGÓGICO DA UNIDADE CURRICULAR
Incorporação do paradigma da educação estética na formação em EDP
Eixos de análise:
1
Ensinar/educar como arte – o professor como artista, autor ou criador
2
Aprender como experiência de fruição – o estudante como fruidor e co-autor
Cruzamento dos eixos:
 Projeto pedagógico enquanto projeto relacional de natureza dialógica com
preocupações estéticas e éticas onde se negoceiam equilíbrios de poder (Bingham
& Sidorkin, 2001)
 Educar
o estudante
paraparaasdesenvolver
complexidades
da parecem
relação ser
através
As melhores
oportunidades
a empatia
criadasdo
pelomodo
modo de
como os
estruturação
própriamais
relação
pedagógica
conteúdos sãoda
ensinados
do que
pelos conteúdos em si mesmos (e.g., Hickman, 2013)
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MODELO PEDAGÓGICO DA UNIDADE CURRICULAR
1
Ensinar/educar como arte – o professor como artista, autor ou criador
Princípio da “back formation” da criação artística (Bingham & Sidorkin, 2001)
Pressupõe a capacidade e a disponibilidade do professor para:
(1) … tolerar uma certa perda de controlo sobre o que sabe para permitir que possa
ser aprendido mais do que o que é transmitido
(2) … se deixar surpreender por insights, questões ou realizações inesperadas por
parte dos estudantes
(3) … admitir a imprevisibilidade dos resultados da atividade pedagógica desenvolvida
(4) … imaginar criativamente quem é e o que interessa a cada estudante e em que
pessoa /profissional poderá ele/ela vir a tornar-se mediante a pedagogia desenhada
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MODELO PEDAGÓGICO DA UNIDADE CURRICULAR
1
Ensinar/educar como arte – o professor como artista, autor ou criador
Pressupõe a capacidade e a disponibilidade do professor para:
(5) … modelar/transformar o outro exercendo sobre ele o seu poder mas permitindo
que os estudantes possam desenvolver-se e afirmar-se na sua autonomia e
individualidade
(6) … criar acontecimentos pedagógicos que favoreçam a expressão idiossincrática
dos estudantes – o contexto de ensino como “polyphonic space” (Bingham &
Sidorkin, 2001)
(7) … questionar, desafiar, argumentar de forma sensível às condições de poder dos
estudantes
(8) … garantir que o projeto pedagógico, enquanto projeto criativo e de autor se
reveste de uma preocupação responsável com os seus efeitos no desenvolvimento
dos estudantes
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MODELO PEDAGÓGICO DA UNIDADE CURRICULAR
1
Ensinar/educar como arte – o professor como artista, autor ou criador
Pressupõe pensar o projeto pedagógico como uma obra de arte
Vygotsky (1971; 1998)
 A arte como “técnica social das emoções” com uma função prospetiva
relativamente à resposta a ativar
 A obra de arte enquanto sistema de estímulos organizados de forma consciente e
As aulas
foramestética
das mais interessantes
deliberada com o objetivo de desencadear uma#26dada
resposta
 A resolução do conflito entre forma e
subjacente à criação de uma obra de arte
e
motivadoras. Não sei se é pela matéria em si ou
pela forma
a professora
nos cativa a
conteúdo
comocomo
o principal
mecanismo
entender tudo o que diz.
#40 A interação e participação dos alunos, e
 A resposta estética do fruidor pode ser compreendida
através
da análise
das
flexibilidade na ordem
da matéria
dada. A matéria
relações complexas entre as emoções que ela
emergir
e os significados
que
emfaz
si é muito
passionante
também.
evoca.
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1
Ensinar/educar como arte – o professor como artista, autor ou criador
Pressupõe pensar o projeto pedagógico como uma obra de arte
Chen (2013): Interatividade, Dinamicidade & Multiplicidade enquanto fontes da
experiência estética holística
Elementos da experiência estética holística
• Abertura da mente
• Interesse e atenção
• Inspiração imaginativa
• Exploração e descoberta
“ (…) holistic aesthetic experience serves the crucial nexus
connecting theoretical knowledge and practical knowledge.”
(p. 137)
“[aesthetic experience] guides students to see through the
ordinaries and appreciate the extra-ordinaires of knowledge
culminating in holism of beauty.” (p.138)
• Criação de e por insights
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MODELO PEDAGÓGICO DA UNIDADE CURRICULAR
1
Ensinar/educar como arte – o professor como artista, autor ou criador
Pressupõe pensar o projeto pedagógico como uma obra de arte
Interatividade, Dinamicidade & Multiplicidade em EDP
(1) OReflexão
acerca
daaulas
relação
com a Psicologia
com mas
a Ética;
#16
que mais escrita
me agradou
nestas
nem pessoal
foram os debates
de que gostoetanto,
sim a necessidade de
(2) Exercícios
de nós.
significação
de para
imagens
; obriga-me a pensar! Obriga-me a desenvolver as minhas
termos
de pensar por
(…) Eu pensei
mim: "Isto
capacidades
não só cognitivas,
mas também
criativas!"
(3) Participação
em palestra
e discussão/integração
dos temas mais significativos;
(4)Foram
Abordagem
dialogada
dos conteúdos
#17
aulas bastante
interessantes
daquelas que programáticos;
dá gosto frequentar. Há muita comunicação entre professora e
alunos
e isso facilita
processo
de aprendizagem.
um prazer realmente estar presente.
(5) Debates
emmuito
sala ode
aula (planeados
ou Éespontâneos);
(6) Gostei
Fóruns
discussão
assíncrona
na plataforma
Moodle;
#22
quede
fossem
aulas em
que eram discutidos
problemas,
ao invés de ser "despejada matéria". Acho que
(7) Conceção
e implementação
de umabsorvidos,
projeto ede
no alunos,
âmbitofiquemos
da Integridade
desta
maneira os conteúdos
são mais facilmente
istocampanha
permite que nós,
muito mais
entusiasmados
nas aulas.
Académica;
(8)(…)
Construção,
exploração
e discussão
problemas/dilemas
da a intervenção
da
#43
as aulas decorreram
de uma forma
muito naturalde
e intimista,
(…) o que nos motiva
querer e procuraresaber
mais sobre
os assuntos.
investigação
psicológicas e do saber estar e comportar-se em meio académico;
(9)ORecriação
de situações
e cenários
hipotéticos
deaula
base
#50
dinamismo eimaginada
o diálogo permitiram
uma discussão
em cada
aula, que no de
finalação
de cada
nosnarrativa…
deixava a saber
um pouco mais sobre a Ética e Deontologia em Psicologia, e às vezes nos levava a mais tarde, em casa, refletir sobre
o que se tinha dito.
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2
Aprender como experiência de fruição – o estudante como fruidor e co-autor
Princípio da “obra aberta” (Eco, 1989)
Pressupõe reconhecer que o estudante…
(1) … pode usar a sua sensibilidade e subjetividade estética para otimizar de forma
autónoma a sua própria experiência de aprendizagem;
(2) … participa ativamente, na construção e no refinamento fenomenológico e
hermenêutico da obra pedagógica do professor;
(3) … é protagonista e espectador de si próprio no processo de organização e
apropriação cognitiva e emocional dos (novos) saberes tendo a possibilidade de apreciar
de que forma opera nesse processo;
(4) … tendo a oportunidade de usufruir do contexto de formação enquanto espaço de
construção de sentidos individuais e coletivos para o conhecimento pode modificar a
sua relação com o aprender.
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RESULTADOS DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Bom nível de investimento e desempenho na UC
Discurso dos estudantes…
N.º de avaliados: 162 estudantes
N.º de aprovados: 100% (época normal)
Média das classificações: 15,55 valores
… sobre os significados construídos para a UC:
#7 (…) Este formato de aulas é o ideal, porque faz com que os alunos estejam sempre atentos e capta da melhor
maneira a sua atenção. Foi mesmo isto que aconteceu: a participação por parte dos alunos foi sempre incentivada
e estes corresponderam e acabaram por ficar a perceber melhor o assunto que se estava a tratar, pois estavam
definitivamente interessados naquilo que se falava.
# 19 (…) Foram aulas de debate, de livre expressão de pontos de vista, de aprendizagem a ouvir e dar espaço ao
outro. Foram aulas em que, mais do que pesquisas externas (reservadas aos trabalhos exteriores ao tempo de
aula), se realizaram várias pesquisas internas, no que toca, em particular, à nossa capacidade de lidar com
diferentes pontos de vista, à nossa capacidade analítica perante situações do dia-a-dia, ao desmontar de certos
mitos e soluções reflexas e intuitivas e, finalmente, aos nossos valores, princípios e afectividade.
#39 (…) o debate e os aliciantes dilemas concretos chamados à colação propiciaram raciocínio problematizador e
reflexão importantíssimos por parte dos estudantes, promovendo o seu desenvolvimento inteletual, "psicológico" e,
gosto de acreditar, maturidade e consciencialização ética.
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BIBLIOGRAFIA
Bingham, C., & Sidorkin, A. (2001). Aesthetics and the Paradox of Educational Relation. Journal of
Philosophy of Education, 35, 1, 21-30.
Chen, Ling-Jan (2013). An Exploratory Study of the Implications of Holistic Aesthetic Experience for
Teaching. Research in Arts Education, 25, 137-139.
Eco, U. (1989). Obra aberta. Lisboa: Difel
Hickman, R. (2013). Empathy and Art Education. In B. White & T. Constantino (Eds.) Aesthetics,
Empathy and Education (Cap. 14). New York: Peter Lang.
Vygotsky, L. (1998). Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes.
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como experiência de
fruição da aprendizagem
Inês Nascimento ([email protected])
GRATA PELA V. ATENÇÃO!
3 de fevereiro 2015 |ICBAS/FFUP
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