Trabalho Infantil:
Análise dos dados da PNAD 2005
Ana Lúcia Kassouf
Dados e Definição do Trabalho Infantil
• Omissão de informação
• Definição de trabalho infantil
Trabalha na semana ou no ano
Atividades domésticas
Procurando emprego
Trabalha 1 hora ou mais na semana
• Falta de focalização
atividades ilícitas
moradores de rua
quem responde o questionário
Número e porcentagem de crianças trabalhando no Brasil.
Crianças de 5 a 15 anos
Trabalhando 14 horas ou mais na semana
Número
1.897.877
%
5,0
Trabalhando 1 hora ou mais na semana
2.934.724
7,8
Trabalhando 1 hora ou mais na semana em
qualquer trabalho que tenha tido no ano
3.495.870
9,3
Trabalhando no ano e procurando emprego
3.625.490
9,6
Trabalhando ou exercendo atividades domésticas 4.713.439
por 14 horas ou mais na semana
12,5
Trabalhando ou exercendo atividades domésticas 18.059.327
por 1 hora ou mais na semana
48,0
Fonte: PNAD, 2005.
Idade média em que começou a
trabalhar
Idade média em que começou a trabalhar, por faixa etária atual
dos trabalhadores.
16
15
14.9
14.1
14
13.7
13
13
12
11.9
11.3
11
10
21 - 30
31 - 40
41 - 50
51 - 60
f aixa etária atual dos trabalhadores
Fonte: PNAD, 2005.
61 - 70
71 - 80
Porcentagem de crianças de 5 a 15 anos trabalhando no Brasil.
% 5 a 15 anos trabalhando
17.00
15.00
13.00
11.00
9.00
7.00
5.00
1992
1995
1998
2001
anos
Fonte: PNADs.
2003
2004
2005
Total de crianças de 5 a 15 anos trabalhando e recebendo
pagamento no Brasil em 2004 e 2005.
Total
2004
2005
37.908.684
37.646.991
156.591
Trabalhando
Recebendo pagamento
Fonte: PNAD, 2004 e 2005.
2.778.133
7,3%
2.934.724
7,8%
969.091
34,9%
943.315
32,1%
Porcentagem de crianças de 5 a 15 anos trabalhando por região em 2005.
RO – 12,4%
MA-16,2%
PI-17,1%
PB-13,3%
9,4%
11,9%
5,5%
4,3%
DF-1,6%
RJ-2,3%
SP- 2,9%
8,5%
Crianças de 5 a 15 anos trabalhando de acordo com a posição na ocupação
7
6.1 0.06
22.3
64.6
Trabalhador não remunerado
Fonte: PNAD, 2005.
Empregado
Conta-própria
Trabalhador doméstico
empregador
Crianças de 5 a 15 anos trabalhando por setor de atividade.
2.3 1.4
9.9
15.7
54
16.7
Agropecuária
Fonte: PNAD, 2005.
Comércio
Serviços
Indústria
Construção civil
Outros
Principais Ocupações:
• Trabalhador na agropecuária
• Balconista
• Comércio Ambulante, engraxate, flanelinha e entregador
de panfletos
• Serviço doméstico e babá
• Fabricação de farinha
• Ajudante de bar e garçom
• Ajudante de pedreiro e de carga e descarga
• Ajudante de mecânico
Porcentagem de crianças de 7 a 15 anos
2.6
8.4
1.0
só estuda
estuda e trabalha
não estuda nem trabalha
só trabalha
88.1
Fonte: PNAD, 2005.
Porcentagem de crianças que não trabalham e freqüentam escola.
98,2
100
95
2004 - 94,6%
90
2005 - 95,2%
85
80
75
7
8
9
10
11
2004
12
13
14
15
idade
2005
Porcentagem de crianças que trabalham e freqüentam escola.
100
97,9
95
2004 - 88,3%
90
2005 - 88,9%
85
80
75
7
8
9
10
11
12
13
14
15
idade
2004
2005
% crianças trabalhando
Porcentagem de crianças de 7 a 15 anos trabalhando mais de 40
horas por semana em 2004 e 2005.
50
45
40
35
30
45.7
44.1
x  31,8
25
20
15
10
5
0
x  32,0
só trabalha
9.7
x  20,5
x  19,1
estuda e trabalha
2004
Fonte: PNAD, 2004 e 2005.
11.4
2005
Contribuição % dos rendimentos das crianças de 5 a 15 anos
trabalhando na renda familiar
45
40.3
40
35
29.8
%
30
25
20
14.6
15
10
7.4
8
(30 - 40]
(40 - 100]
5
0
(0 - 10]
Fonte: PNAD, 2005.
(10 - 20]
(20 - 30]
Causas do Trabalho Infantil
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Pobreza
Escolaridade dos pais
Composição da família
Sexo da pessoa responsável pela família
Local de residência (urbano x rural)
Idade e sexo da criança
Idade em que os pais começaram a trabalhar
Outros (custos e qualidade da escola, infraestrutura
comunidade, salário e idade dos pais).
Causas do Trabalho Infantil
1. Pobreza
40
30
20
0
10
children in labor force 2000
50
Vários estudos mostram que o aumento da renda familiar reduz
a probabilidade de a criança trabalhar e aumenta a de ela
estudar.
0
5000
10000
GDP per capita 1990-1995
15000
20000
Vietnam, de 1993 a 1998:
PIB pc cresce 6,5% ao ano e o trabalho infantil cai 26%.
Causas do Trabalho Infantil
2. Escolaridade dos pais
Crianças que têm pais mais educados são menos propensos
a trabalhar.
Mantendo-se a renda constante, o efeito da escolaridade dos
pais reflete aspiração para o futuro da criança e grau de
subjetividade para a preferência na alocação do tempo.
Causas do Trabalho Infantil
3. Composição da família
Crianças trabalham mais quanto maior é o número de irmãos,
principalmente mais novos.
Emerson e Souza (2002) mostram que o último a nascer teve
menor probabilidade de trabalhar do que seu irmão mais
velho, isto é, algumas crianças trabalham para permitir que
outras estudem.
Causas do Trabalho Infantil
4. Sexo da pessoa responsável pela família
Crianças de família chefiada por mulher têm maior
probabilidade de trabalhar.
Mostra a vulnerabilidade da família que não está sendo
captada pela renda,
a falta de habilidade para emprestar dinheiro,
a dificuldade de lidar com crises e
a falta de percepção quanto à disponibilidade de
diferentes alternativas de trabalho.
Causas do Trabalho Infantil
5. Local de residência (urbano x rural)
Crianças da área rural têm maior probabilidade de trabalhar.
A infra-estrutura escolar mais fraca e menor taxa de inovação
tecnológica na área rural que podem desencorajar a freqüência
escolar, além da maior facilidade de a criança ser absorvida
em atividades informais e a prevalência de trabalhos agrícolas
familiares e que exigem menor qualificação.
Causas do Trabalho Infantil
6. Idade e sexo da criança
Meninos trabalham mais do que as meninas.
Probabilidade de trabalhar aumenta com a idade.
O término do ensino compulsório e a maior oferta de trabalho
disponível às crianças maiores contribuem para o aumento do
trabalho numa faixa etária mais avançada.
Causas do Trabalho Infantil
7. Idade em que os pais começaram a trabalhar
Crianças de pais que foram trabalhadores na infância têm
maior probabilidade de trabalhar – ciclo da pobreza.
Normas sociais, isto é, pais que trabalharam quando
crianças enxergam com mais naturalidade o trabalho
infantil e são mais propensos a colocar os filhos para
trabalhar.
Probabilidade de a criança trabalhar
Idade da criança
Menino
Criança na escola
No. de pessoas na família
Escolaridade da mãe
Mãe chefe da família
Idade da mãe
Renda pc da família
Norte
Nordeste
Sul
Centro-oeste
Rural
Branco
Amarelo
Preto
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
Probabilidade prevista de a criança trabalhar.
Fonte: PNAD 2005.
probabilidade de trabalhar
Probabilidade prevista de a criança trabalhar.
30.0%
25.0%
20.0%
15.0%
10.0%
5.0%
0.0%
5
6
7
8
9
10
11
12
13
idade
mãe sem estudo
Fonte: PNAD 2005.
mãe com 8 anos de estudo
14
15
probabilidade de trabalhar
Probabilidade prevista de a criança trabalhar.
45.0%
40.0%
35.0%
30.0%
25.0%
20.0%
15.0%
10.0%
5.0%
0.0%
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
idade
rural
Fonte: PNAD 2005.
urbano
Conseqüências do Trabalho Infantil
1. Redução da escolaridade e do salário
2. Redução do desempenho escolar.
3. Danos à saúde.
Políticas para Reduzir o Trabalho Infantil
 Investimentos na qualidade e disponibilidade de escolas
 Programas sociais: Bolsa Família e Programa de Erradicação
do Trabalho Infantil (PETI). Melhor avaliação da eficiência.
Diferenciação do valor pago?
 Conscientização da população (mídia e sociedade).
 Importância da família e principalmente da mãe para
manter a criança na escola e para retirá-la do trabalho.
 Fiscalização - Mercado Informal e atividades ilícitas.
 Atenção às crianças que não estudam nem trabalham
Download

Trabalho Infantil: Análise dos dados da PNAD 2005