MOMENTO CIENTÍFICO
R4 Sibelle Tierno
Orientação didática: Marcos Saraiva
Orientação científica: Alexandre Busse
Editorial: Cristiane Comelato
São Paulo, 05 de junho 2014
INTRODUÇÃO
QUEDAS
1 ou > vezes
por ano
30% > 65 anos
PERDA DE FUNCIONALIDADE
DEPENDÊNCIA
AUMENTO DE MORTALIDADE
MEDO DE CAIR
DIMINUIÇÃO DA INTERAÇÃO SOCIAL
ALTO CUSTO : 19 BILHÕES DE DÓLARES/ ANO
50% > 80 anos
INTRODUÇÃO
1999
INIBIDORES
SELETIVOS DA
COX 2
2004
• Inibidores seletivos da COX-2
• Avanço significativo no tratamento da dor
•  excelente efeito analgésico
• Sem a toxicidade gastrointestinal dos AINES não seletivos
• Sem toxicidade em sistema nervoso central dos opióides
• associados com um aumento significativo das doenças
cardiovasculares
RETIRADA DO
MERCADO
A PARTIR DE
2004
• American Heart Association  período curto de opióide como
primeiro passo na manejo para alivio da dor.
• American Geriatrics Sociaty  AINES, inclusive COX-2 devem
raramente ser usados e com precaução.
•
dor moderada a severa, redução da funcionalidade pela dor
ou diminuição da qualidade de vida, pode ser considerado o uso de
opióide
INTRODUÇÃO
Este trabalho estuda a relação entre prescrição de opióides no manejo da dor na
OA e a incidência de quedas e fraturas em idosos.
Hipótese  desde 2004 mais opióides foram prescritos para o manejo da dor e
incidência de quedas e fratura aumentou.
MÉTODOS
Revisão de prontuário eletrônico GHS - sistema integrado que atende 2,6 milhões
de indivíduos/ 41 ambulatorios / 31 municípios  Pensilvânia.
Foram selecionados 13354 pacientes , com idade entre 65 e 89 anos,que
apresentam entre as hipóteses diagnósticas, osteoartrose de joelho
Durante 9 anos , 3830 quedas e fraturas foram documentadas em 2462
pacientes.
Quedas e fraturas foram identificadas através do CID 9
Foram excluídas quedas ocorridas no intra hospitalar , fraturas espontâneas e
fraturas de coluna
MÉTODOS
Queda e fratura num mesmo indivíduo foram contabilizadas apenas 1 vez num
período de 6 meses para o acompanhamento ambulatorial não fosse contado como
novo evento.
Prescrição de analgésicos foi dividida em 3 categorias:
grupo opióides
grupo COX-2
 grupo AINE
Co-variáveis incluídas: idade, sexo e comorbidades (escore de Charlson)
ESTATÍSTICA
• Controles e casos foram pareados de acordo com o sexo, idade, escore de
Charlson, calculados especificamente no momento em que a queda ocorreu.
• Variações nas características da amostra, uso de analgésicos e incidência de
quedas foram examinadas no período de 9 anos e dividido em 2 períodos:
2001
2004
2009
• Para comparar o efeito de diferentes analgésicos no risco de quedas em 2
períodos diferentes, foi usado o Modelo condicional de regressão logística.
• Este modelo permite seleção de casos inúmeras vezes
• Versão SAS, 9.2 para realizar a análise de pareamento.
RESULTADOS
Limitações do estudo
Falta de informação sobre a relação entre o tempo de uso do analgésico e o evento( queda ou
fratura).
Falta de informação sobre o uso de outros medicamentos que se associam quedas ou que
alteram o sensório.
Não há informação sobre se outras prescrições foram fornecidas em outro sistema de saúde.
Alguns opióides, como tramadol por exemplo, não foram incluídos na análise.
A efetividade do manejo da dor não foi avaliada no estudo.
O número de quedas pode ter sido subestimada, pois muitos idosos não procuram atendimento
médico quando caem.
Limitações do estudo
Não foram avaliados: marcha, visão, suporte social e condições de domicílio
Não foram mensurados : funcionalidade, presença de doenças neurológicas (
como Parkinson, por exemplo), obesidade, uso de outros medicamentos
como antidepressivos, fraturas por outras causas como acidente de carro.
Ao longo desta década- mudança significativa no tratamento da dor na OA
DISCUSSÃO
↑ de idosos com OA com prescrição de opióide  ↑ número de
quedas ou fraturas.
Idosos que caíram ou fraturaram apresentavam mais comorbidades,
mesmo após controle de váriáveis como idade e comorbidades , uso
de opióides permaneceu sendo fator de risco significativo.
Escore de Charlson  para não haver diferença entre os participantes
usando opióides, inibidores da COX-2 e AINES
DISCUSSÃO
Associação entre opióides e quedas em idosos  efeito no sistema nervoso central. Menor
massa muscular, pior equilíbrio e presença de osteoporose quando comparados a jovens.
Prescrição de opióide por curto período de tempo parece levar a outras formas de
morbidade e mortalidade.
Estes resultados preliminares são resultado de uma mudança de conduta na manejo da dor
na OA ao longo dos anos que não levou em conta os efeitos colaterais potenciais dos
opióides.
Os guidelines de manejo da dor que incluem como primeira linha de tratamento os opióides
devem ser revistos.
EDITORIAL
1- O estudo não faz menção do uso de opióides fracos como codeína e tramadol
que são muito utilizados para manejo da dor em osteoartrose na prática diária. O
risco de quedas desses medicamentos poderia ser considerado semelhante ao
encontrado no estudo?
2- Neste artigo , vimos que o uso de opióides está relacionado com quedas e
fraturas em pacientes com osteoartrose. O artigo não cita o uso de outras
medicações com potencial efeito analgésico como diacereína e glucosamina, além
de medidas não farmacológicas. Qual a atual evidência dessas medidas no
controle da dor na OA?
3- Quais as indicações atuais para artroplastia? A indicação mais precoce de
artrosplastia poderia diminuir a prescrição de opióides?
4- Diante da evidência desse estudo e da sua experiência no Ambulatório do
Sistema Locomotor, ainda cabe a prescrição de opióides para o manejo de dor em
pacientes idosos com osteoartrose?
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Residente - Geriatria Cientifica