Filosofia contemporânea
Profª Karina Oliveira Bezerra
Unidade 1: capítulo 5
Unidada 8: capítulo 5
 A Filosofia contemporânea vai dos meados do século XIX até nossos dias.
 E por estar próxima de nós, é mais difícil de ser vista em sua generalidade, pois os
problemas e as diferentes respostas dadas a eles parecem impossibilitar uma
visão de conjunto.
 Em outras palavras, não temos distância suficiente para perceber os traços mais
gerais e marcantes deste período da Filosofia.
 Apesar disso, é possível assinalar quais têm sido as principais questões e os
principais temas que interessaram à Filosofia neste século e meio.
 Somos, diz Hegel, seres históricos e culturais. Isso significa que, além de nossa
vontade individual subjetiva (que Rousseau chamou de coração e Kant de razão
prática), existe uma outra vontade, muito mais poderosa, que determina a nossa: a
vontade objetiva, inscrita nas instituições ou na Cultura.
 A vontade objetiva – impessoal, coletiva, social, pública – cria as instituições e a
moralidade como sistema regulador da vida coletiva por meio de mores, isto é,
dos costumes e dos valores de uma sociedade, numa época determinada.
 A moralidade é uma totalidade formada pelas instituições (família, religião, artes,
técnicas, ciências, relações de trabalho, organização política, etc.), que obedecem,
todas, aos mesmos valores e aos mesmos costumes, educando os indivíduos para
interiorizarem a vontade objetiva de sua sociedade e de sua cultura.
 Hegel critica Rousseau e Kant por terem dado atenção à relação sujeito humano-
Natureza (a relação entre razão e paixões), esquecendo a relação sujeito humanoCultura e História.
 A vida ética é o acordo e a harmonia entre a vontade subjetiva individual e a vontade
objetiva cultural . Realiza-se plenamente quando interiorizamos nossa Cultura, de tal
maneira que praticamos espontânea e livremente seus costumes e valores, sem
neles pensarmos, sem os discutirmos, sem deles duvidarmos, porque são como
nossa própria vontade os deseja. O que é, então, o dever? O acordo pleno entre
nossa vontade subjetiva individual e a totalidade ética ou moralidade.
 Como consequência, o imperativo categórico não poderá ser uma forma universal
desprovida de conteúdo determinado, como afirmara Kant, mas terá, em cada época,
em cada sociedade e para cada Cultura, conteúdos determinados, válidos apenas
para aquela formação histórica e cultural.
 Ser ético e livre será, portanto, pôr-se de acordo com as regras morais de nossa
sociedade, interiorizando-as.
 Hegel afirma que podemos perceber ou reconhecer o momento em que uma
sociedade e uma Cultura entram em declínio. Esse momento é aquele no qual os
membros daquela sociedade e daquela Cultura contestam os valores vigentes.É o
momento no qual o antigo acordo entre as vontades subjetivas e a vontade objetiva
rompem-se inexoravelmente, anunciando um novo período histórico.
 A respeito do conceito de dialética, Hegel
faz a seguinte afirmação:
 O interesse particular da paixão é,
portanto, inseparável da participação do
universal, pois é também da atividade do
particular e de sua negação que resulta o
universal.
 Ou seja, o particular da paixão é a ação
dos indivíduos, sempre em oposição à
finalidade da História, isto é, do universal
da Razão que governa o mundo, mas esta
depende da ação dos indivíduos, sem os
quais ela não se manifesta.
 O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta;
do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se
como sua verdade em lugar da flor: essas formas não só se distinguem, mas
também se repelem como incompatíveis entre si [...].
 HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988.
 Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a
alternativa correta segundo a filosofia de Hegel.
 a) A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque permanente dos
contrários.
 b) As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se
contradizerem, todos são igualmente necessários.
 c) O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por isso, a
possibilidade de uma vida ética.
 d) Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer finalidade
benevolente.
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