Sistema Adutor Pajeú
Pernambuco/Paraíba
Autores:
Enga. Elisa Monteiro Malafaia
Lic. Marcelo Ensinck
Eng. Marcelo Eustaquio de Carvalho
Eng. Silvio Domingos de Oliveira
Eng. Stanley Rodrigues Bastos
Eng. Valdir Juswiak
Documentos de Referência

Estudo de pré-viabilidade do projeto
Sistema Adutor Pajeú, elaborado para
atendimento de exigência do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão.
 Finalidade: Abastecer as populações de
uma extensa área do sertão de
Pernambuco e da Paraiba, no vale do rio
Pajeú
 Localidades abastecidas: 23 municípios
em Pernambuco e 7 municípios na
Paraíba
 Municípios abastecidos em Pernambuco:
Afogados da Ingazeira, Betânia, Remédio,
Brejinho, Calumbi, Carnaíba, Flores, Floresta,
Santa Paula, Carqueja, Iguaraci, Ingazeira,
Itapetim, Santa Cruz da Baixa Grande Verde,
Santa Terezinha, São José do Egito, Riacho do
Meio, Serra Talhada, Solidão, Tabira, Triunfo,
Canaã e Taparetama.
 Municípios abastecidos na Paraíba:
Princesa Isabel, Imaculada, Desterro, São José
dos Cordeiros, Taperoá e Teixeira.
Definição do Problema

Déficit de abastecimento de água
potável.
Árvore do Problema
I - Árvore de Causas
Déficit de
abasteciment
o de água
potável
Operação
acima da
capacidade
nominal
Índices de
perdas físicas
superiores a
55%
Redes de
distribuição
incompletas
Em algumas
localidades o
tratamento é
incompleto,
inexistente em
outras
Ausência de
proteção no
entorno dos
mananciais e
pontos de
captação de
água.
II - Árvore de Conseqüências
Problemas de
saúde da
população
Baixa qualidade
de vida
Limitação ao
crescimento
urbano
Déficit de
abastecimento
de água potável
Tendência
à migração
Limitação de
novas atividades
produtivas
Análise e Características da
População
 População de referência: 436.136 habitantes
 População potencial: 8.485.386 habitantes em
Pernambuco e 3.641.395 habitantes na Paraíba
 População alvo: 505.245 habitantes
 Não há explicitação dos pressupostos das
taxas de crescimento da população.
 São utilizadas taxas diferentes de acordo com
o Estado e com o ano.
Área de influência
I - Identificação:
I - Caracterização:
 A área objeto do estudo abrange a Bacia
do Pajeú, no Estado de Pernambuco,
além de municípios da região de alto
curso das bacias dos rios Piançó e
Espinharas, afluentes do rio Piranhas, e
do rio Taperoá, afluente do rio Paraíba,
no Estado da Paraíba.
Análise de Oferta e Demanda
I - Projeções da demanda:
Período de análise: 2006 – 2035 (30 anos)
Análise sem Projeto
 Consumo atual de ligados: 49,83 litros /
habitante /dia
 Consumo atual de usuários não ligados: 46,19
litros/habitante/dia
 Nível de atendimento: 45%
 Consumo de usuários não residenciais: 8% da
demanda residencial.
 Demanda sem projeto: 4.213.525 m3/ano
Observação:
 Apesar do estudo indicar crescimento
populacional, a demanda na situação sem
projeto permanece constante ao longo do
período de análise. Além do mais, em algumas
localidades a demanda apresentada dos
usuários ligados é menor do que dos não
ligados, parecendo contraditório.
Análise com Projeto
Localidades pequenas
 120 litros/habitantes/dia (brutos)
 30 litros/habitante/dia (perda)
 90 litros/habitante/dia (liquido)
Análise com Projeto
Localidades grandes






150 litros/habitante/dia (bruto)
112,5 litros/habitante/dia (liquido)
Nível de atendimento: 100%
Demanda Pernambuco: 19.477.520 m3/ano
Demanda Paraíba: 2.614.157 m3/ano
Total demanda com projeto: 22.091.677 m3/ano
II Projeções da Oferta
Situação sem projeto
 Para a situação sem projeto, a oferta foi calculada
considerando as populações ligadas e não ligadas à
rede. Para a população ligada, a oferta é igual á demanda
corrigida pelas perdas físicas atuais, isto é, as
observadas na situação sem projeto, estimadas pelas
operadoras (COPESA e CAGEPA), as quais foram
mantidas constantes durante todo o horizonte de
análise. Para os não ligados, considerou-se a oferta igual
á demanda.
 Oferta total sem projeto: 7.375.248 m3/ano
 Erro metodológico, para os não ligados à oferta deve-ser
zero em lugar de que à oferta seja igual à demanda.
Situação com projeto
 Para a situação com projeto, a situação com
projeto foi calculada considerando a demanda
com projeto e perdas físicas do sistema de
25%, nível considerado aceitável para as
condições
operacionais
das
empresas
estaduais de saneamento e recomendado pelo
PROÁGUA.
 Oferta com projeto: 29.455.569 m3/ano.
 Demanda com projeto e perdas físicas de 25%
III Déficit
Superávit situação sem Projeto
 Demanda sem projeto: 4.213.525 m3/ano
 Oferta sem projeto: 7.375.248 m3/ano
 Superávit sem projeto: 3.161.723 m3/ano
Superávit situação com projeto
 Demanda com projeto: 22.091.677 m3/ano
 Oferta com projeto: 29.455.569 m3/ano
 Superávit com projeto: 7.363.892 m3/ano
OBSERVAÇÃO
Com respeito à estimativa dos déficits, na
situação sem projeto foram cometidos erros
metodológicos. Em princípio se houver um
superávit na situação atual, não seria
necessário fazer o projeto e isso é
contraditório com a descrição da situação
atual. Além do mais, para os não-ligados a
oferta deve ser zero em vez de ser considerada
igual à demanda.
Identificação de Ações
 Objetivo: Suprir o déficit de abastecimento de
água potável da população.
 Meios e ações
 - Redução das perdas físicas: i) manutenção
em toda a rede; ii) ações de repressão ao
vandalismo; iii) operação mais eficiente dos
equipamentos.
 - Incremento da capacidade nominal do
sistema: i) ampliação das estruturas de
abastecimento; ii) busca de novas fontes
hídricas.
 - Incorporar a população não atendida ao
sistema: i) ampliação da rede de distribuição.
 - Melhoria da qualidade da água fornecida: i)
implementação de um sistema de tratamento
eficiente incluindo laboratórios para
monitoramento da qualidade da água a ser
distribuída.
 - Revitalização das fontes hídricas: i)
recuperação das áreas degradadas e das
matas ciliares no entorno e ao longo dos
mananciais; ii) tratamento de efluentes
sanitários nas localidades atendidas com o
abastecimento e nas localidades a montantes
das captações.
Análise de alternativas
Alternativa
1
2
3
4
5
6
Sedes /
Povoados
18 sedes
e 5
povoados
(PE)
? em (PE)
7 sedes
(PA)
? em (PE)
7 sedes
(PA)
23 sedes
(PE) e 7
(PA)
23 sedes
(PE) e 7
(PA)
23 sedes
(PE) e 7
(PA)
Captação
Barragem
Itaparica
Barragem
Itaparica
Eixo Leste
PISF /
Barragem
Itaparica
Eixo Leste
PISF /
Barragem
Itaparica
Eixo
Leste /
Floresta
Eixo
Leste em
dois
pontos
Vazão (l/s)
1.300
788,4
788,4
788,4
788,4
788,44
População
atendida
421.064
505.245
625.552
505.245
505.245
505.245
Final plano
2022
2035
2035
2037
2037
2037
Extensão
rede
----
----
----
557 km
----
----
Custo do
Investimento
----
----
----
R$ 484,77
milhões
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----
Custos de
operação e
manutenção
----
----
----
----
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----
Alternativa Selecionada
A captação será feita em dois pontos distintos, dando
origem a dois sistemas adutores, que serão
interligados entre si:
 Sistema Floresta, com captação, no lago da Barragem
Itaparica, no município de Floresta, em Pernambuco,
de onde é previsto, em final do plano (ano 2035), a
adução de 337,0 l/s.
 Sistema Sertânia, com captação no canal do Eixo
Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco
com o Nordeste Setentrional, na altura do município de
Sertânia em Pernambuco, de onde é previsto a
captação de uma vazão da ordem de 451,4 l/s
Vantagens da alternativa
selecionada
 possibilidade de implantação na fase
inicial de uma única captação, no caso
da a Barragem de Itaparica.
 possibilidade de não implantação na fase
inicial, do trecho de adução que vai da
Captação 02, em Sertânia, até o ponto de
derivação para Ingazeira, cuja extensão é
de 29,61 km de diâmetro de 700 mm.
Desvantagem da alternativa
selecionada
 Maior gasto com energia elétrica para
atendimento nos quatro primeiros anos
de toda a população com a captação
apenas em Floresta
Comentários sobre análise de
alternativas
 Os custos de investimento, operação e manutenção
não foram estimados para cada alternativa. Nesse
sentido, não há uma base quantitativa para avaliar as
alternativas e não foi explicitado o critério de escolha.
Além disso, não foram descritas as extensões de
adutoras de cada alternativa.
 Foi estimada a população atendida para cada
alternativa. Porém, o horizonte de análise não foi
comum a todas as alternativas e, portanto, não são
diretamente comparáveis as populações atendidas.
Avaliação Financeira
Estimativa dos benefícios
 Os benefícios foram estimados pelas receitas
incrementais nas situações com e sem projeto.
 As estimativas foram feitas através da média
ponderada, considerando as tarifas médias e as
demandas de cada grupo de usuários.
 No cálculo, considerou-se que o atual nível de perdas
financeiras de 6,65% para Pernambuco e 9,65% para
Paraíba seria reduzido para o nível de 3% ao ano,
sugerido pelo PROÁGUA, para a situação com o
projeto.
 No entanto, não foram explicitadas quais seriam as
melhorias de gestão adotadas para redução da
inadimplência.
Avaliação Financeira
Estimativa dos custos do projeto
 Foram considerados os custos de investimento do
projeto estimados em aproximadamente R$ 484,77
milhões a preços de mercado.
 Além disso, foram considerados os custos
incrementais de manutenção e operação para as
situações com e sem projeto. Esses foram
desagregados em mão-de-obra qualificada, nãoqualificada, material administrativo, aluguel, energia e
produtos químicos, sendo tomados como base os
valores praticados pelas empresas de saneamento
atuantes na região.
 A respeito dos custos do investimento não há
objeções.
Avaliação Financeira
Indicadores financeiros do projeto
 Foram apresentados os seguintes indicadores de
viabilidade financeira do projeto supondo uma taxa de
desconto de 12%:
 Taxa Interna de Retorno (TIR): -0,9629%
 Valor Presente Líquido (VPL): R$ -302,48 milhões
 Investimento por Habitante (R$/habitante): 856,99
 Índice Cobertura Investimentos: 31,091%
 Relação subsidio / investimento: 59,68%
 Subsidio por Habitante (US$) 227,50
Análise dos indicadores de rentabilidade
financeira apresentados no estudo de
viabilidade
 A taxa interna de retorno financeira, estimada -0,96%
apresenta-se num nível aceitável, quando se considera
que se trata de um projeto de cunho eminentemente,
social e superior ao limite aceitável pelo PROÁGUA (5%).
 O índice de cobertura dos investimentos, após
pagamento dos custos de operação e manutenção,
considerando as tarifas cobradas, é de 31,09%,
superior ao limite (inferior) proposto pelo PROÁGUA
(25%).
Análise dos indicadores de rentabilidade
financeira apresentados no estudo de
viabilidade
 Haverá necessidade de subsídios governamentais
para o projeto. A tarifa necessária para que a TIR
financeira seja igual a 12% é de R$ 4,3315/m3. A
relação subsídio/investimento, estimada em 0,5968,
indica que o nível de subsídio corresponde a 59,68%
do valor dos investimentos, percentual inferior ao
limite (superior) aceitável pelo PROÁGUA (75%). O
nível de subsídio por habitante é de US$ 227,50, um
pouco superior ao limite aceitável pelo PROÁGUA, que
é de US$ 200,00 por habitante.
Análise dos indicadores de rentabilidade
financeira apresentados no estudo de
viabilidade
 Comentários:
 De acordo com os indicadores apresentados, o projeto
seria inviável de ponto de vista financeiro, mas
aceitável se considerados os parâmetros sugeridos
pelo BIRD. No entanto, os indicadores deveriam ser
refeitos após as correções dos erros metodológicos
das estimativas de demanda e de oferta de água
potável.
Avaliação social
Estimativa dos benefícios
Abastecimento Humano Incremental: aprox. 30% dos
benefícios
 foi calculada a diferença entre as receitas do sistema
implantado e as receitas do sistema atual.
Avaliação social
Estimativa dos benefícios
Melhorias Associadas (aprox. 70% dos benefícios):
têm três componentes, fontes alternativas de água,
custos com saúde, emprego e renda
 Fontes alternativas de água (aprox. 40% dos
benefícios totais):
 Economia de custos com saúde (aprox. 14% dos
benefícios totais)
 Incremento de Empregos e Renda ( aprox. 16% dos
benefícios totais)
Avaliação social
Estimativa dos benefícios
Encontrou-se os seguintes erros metodológicos:
 As receitas incrementais são valoradas a preços de
mercado incluindo impostos e subsídios na avaliação
social.
 Duplicação no cálculo dos benefícios com os que
surgem das melhorias associadas.
 Deve-se- calcular o excedente incremental do
consumidor como conseqüência da melhoria na
prestação do serviço de água.
Avaliação social
Estimativa dos custos do projeto
 Foram considerados os custos de investimento do
projeto estimados em aproximadamente R$ 455,68
milhões a preços sociais. O coeficiente padrão de
ajuste para levar os preços de mercado aos preços
sociais foi estimado em 0,94.
 Os fatores de conversão utilizados na transformação
dos preços financeiros em preços econômicos são os
mesmos utilizados nos estudos realizados no âmbito
do Programa de Modernização do Setor de
Saneamento – PMSS II, financiado pelo BIRD,
sugeridos pelo PROÁGUA
Avaliação social
Estimativa dos custos do projeto
 Além disso, foram considerados os custos de
manutenção e operação do projeto da análise
financeira ajustados a preços sociais.
 A respeito dos custos sociais do projeto, dever-se-ia
incluir como custo social adicional do projeto a
construção e manutenção de fossas sépticas para
gerenciar o volume adicional de água residual gerado
pelo projeto.
Preços Sociais







Mão de Obra Qualificada
Mão de Obra Não Qualificada
Materiais Nacionais e Importados
Equipamentos Nacionais e Importados
Produtos Químicos
Energia Elétrica
Fator de Conversão Padrão
0,81
0,46
0,88
0,80
0,83
0,97
0,94
Avaliação social
Indicadores de rentabilidade social do projeto




Valor Presente Líquido (VPL): R$ 135,58 milhões
Taxa Interna de Retorno (TIR): 16,97%
Relação Benefício / Custo (B/C): 1,32
Tempo de Recuperação dos custos: 11,78 anos.
Observações
 A respeito dos custos sociais do projeto,
dever-se-ia incluir como custo social
adicional do projeto a construção e
manutenção de fossas sépticas para
gerenciar o volume adicional de água
residual gerado pelo projeto.
 Além do mais se deveriam recalcular os
indicadores do benefício social tendo em
conta os erros metodológicos incorridos.
SENSIBILIDADE DO PROJETO
Socioeconômica do Projeto, Adutor Pajeú
 O projeto ainda seria viável com um aumento de 15%
nos custos e, simultaneamente, redução de 10% dos
benefícios, pois a taxa interna de retorno seria da
ordem de 12,52%, levemente superior ao limite de 12%
requerido pelo PROÁGUA, por exemplo.
 No entanto, dadas as imprecisões e os erros
metodológicos nas estimativas, acha-se que as
mesmas não conferem certeza nos cálculos da
rentabilidade socioeconômica, nem segurança ao
projeto em análise
Conclusões e sugestões para melhorar a
análise de viabilidade econômica de
projetos de água potável
 Dadas as características dos projetos de fornecimento
de água potável, e o acesso a todos os cidadãos
garantido pela Constituição Brasileira, em quase todos
os casos não há duvidas de que esses são viáveis do
ponto de vista social.
 O objetivo principal da análise deve ser apontar a
alternativa com melhor relação custo-eficiência e
custo-efetividade.
Conclusões e sugestões para melhorar a
análise de viabilidade econômica de
projetos de água potável
 Dessa forma, a principal ênfase nos estudos de
viabilidade deve ser dada ao estudo e análise
comparativa das diferentes alternativas, o que no caso
em questão não foi feito de forma satisfatória.
 A conclusão é que o estudo de viabilidade do projeto
deveria ser refeito aplicando a metodologia do custoeficiência e custo-efetividade de modo a focalizar a
avaliação na escolha da melhor alternativa.
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Projeto Sistema Adutor Pajeú Pernambuco/Paraíba