Deixo o trabalho na íntegra para vocês se tiverem tempo dar uma olhada
O que me interessa realmente é que vocês saibam o que vem a ser as UPP
Teremos em breve Copa do mundo e Olimpíadas.
Força, Rio! A reação dos cariocas: a população dá apoio às ações do governo, que
enfrentou com força e inteligência os ataques do tráfico. O crime organizado
não se conforma com o sucesso das Unidades de Polícia Pacificadora
TERÇA-FEIRA,
23 de novembro Carro incendiado em avenida no centro da cidade.
Bombeiros combatem o fogo
O carioca foi pego de surpresa, mas, ao contrário do que ocorre há décadas, desta
vez o governo estava preparado. Tinha a sua disposição um serviço de inteligência
capaz de se antecipar e uma política de enfrentamento estrategicamente definida,
em que não cabe negociação com o tráfico. “Já esperávamos que os criminosos
reagissem às UPPs e isso é a prova de que estamos no caminho certo”, diz o
secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Um dos primeiros sinais
captados pelo Estado de que o tráfico partiria para ações terroristas veio com a
informação de que estava se consumando a união entre duas facções criminosas:
Comando Vermelho (CV) e Amigo dos Amigos (ADA). Dias antes do início dos
atentados, o Serviço de Inteligência instalado no terceiro andar do edifício da
Secretaria de Segurança havia detectado que uma leva de marginais da facção
Amigo dos Amigos se deslocara até o Complexo do Alemão, base do Comando
Vermelho. Antes numa relação de gato e rato, agora essas duas facções se
tornavam carne e unha para sangrar a população. O Serviço de Inteligência
descobriu que os visitantes pernoitaram no novo endereço, ou seja, uma aliança
estava se formando. Claro que ela iria agir militarmente para forçar o governo a
uma negociação política que restringisse a presença de UPPs nos morros. Não
funcionou.
O estado responde ao crime
QUINTA-FEIRA,
25 de novembro Blindados da Marinha se unem à PM para garantir a retomada da Vila
Cruzeiro
Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, projeto de policiamento
comunitário que já resgatou nos últimos dois anos mais de 300 mil favelados
do mundo de terror instaurado historicamente pelos traficantes de drogas.
O inimigo que foi gravemente ferido é o crime organizado. Ao instalar as
UPPs em favelas, o governador Sérgio Cabral rompeu com a ordem até
então vigente nas comunidades carentes: a violência dos bandidos é que
determinava o que podia ou não ser feito.
As armas eram a lei e o crime organizado detinha o controle territorial. Isso
acabou nas 12 comunidades pacificadas até agora, atingindo diretamente a
receita do narcotráfico. Na semana passada, a reação veio forte e
orquestrada. Do domingo 21 até a quinta-feira 25, o Rio viveu dias de
pânico. Através de arrastões e atentados que atingiram sobretudo o
patrimônio privado e público, com carros particulares e ônibus urbanos
queimados (cerca de 100), cabines da Polícia Militar metralhadas (três PMs
feridos até a tarde da sexta-feira 26) e falsas ameaças de bombas, os
criminosos impuseram um onda de terror sobre toda a população, no
momento em que a Cidade Maravilhosa se prepara para eventos como a
Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
IMPORTANTÍSSIMO
traficantes fogem em debandada para o
Complexo do Alemão
ISOLADOS
Na sexta-feira 26, dois traficantes tentam intimidar
na favela da Grota, no Complexo do Alemão
Daniele teve seu carro queimado pelos criminosos na frente de casa,
no bairro da Tijuca
Força, Rio!
A reação dos cariocas: a população dá apoio às ações do governo, que enfrentou
com força e inteligência os ataques do tráfico. O crime organizado não se conforma
com o sucesso das Unidades de Polícia Pacificadora
BALAS PERDIDAS
Moradores se desesperam e policial toma posição no Jacarezinho
Da mesma forma, também era aguardado que eles começassem a demonstrar
certo grau de desarticulação. A socióloga e ex-diretora da Secretaria Nacional de
Segurança Pública Jacqueline Muniz acredita que as ações do governo são
corretas na medida em que ele conta com a capacidade de saber o que o inimigo
está planejando. “Os atos de terrorismo se beneficiam da surpresa e
aleatoriedade. O poder público tem de reagir com previsibilidade e regularidade
de ações”, diz ela. A rigor, o Estado antecipar-se às ações do terror ou “fingir
taticamente” que não sabe que elas vão acontecer para trazer a seu favor o “fator
surpresa” é vital para a eficácia da repressão. O governo está fazendo a sua parte
e a população o aplaude.
Tem, no entanto, de ir além do bater palmas. Não é nada raro que pessoas de
classe média e classe média alta consumam drogas e considerem que o dinheiro
que dão em troca seja diferente, por exemplo, do dinheiro que o favelado ou o
bandidos usam para se drogar. Ilusão. Ou seja: é como se falassem, valendo-se
simbolicamente de uma redoma de assepsia social, “eu uso drogas de forma
recreativa e nada tenho a ver com o financiamento do narcotráfico”. Tem a ver,
sim. Vale, portanto, refletir no que diz taxativamente o secretário Beltrame:
“Quem consome drogas financia o tráfico e joga
contra os nossos objetivos.”
TERRITÓRIO
O secretário de Segurança,
José Mariano Beltrame,
diz que a polícia não sairá
mais das zonas atacadas
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