 Gil Vicente, poeta e dramaturgo do sec. XV nasceu incertamente
entre os anos 1465/70. Pensa-se que esta figura incontornável da
nossa sociedade; segundo genealogista D. António de Lima; seria
natural de Guimarães e que terá falecido entre 1536 e o ano de
1540, casado por duas vezes, sendo que do primeiro casamento
com Branca Bezerra, teve dois filhos, Gaspar e Belchior Vicente e
do segundo casamento com Melícia Rodrigues terá tido três
filhos, Paula e Luís Vicente, e também Valeria Borges.
 A vida de Gil Vicente confunde se muitas vezes com a de Gil
Vicente mas este ourives este também muito conhecido na época
e que também se encontraria ao serviço da Rainha D. Leonor
sendo este também o criador da também muito famosa Custódia
de Belém.
 Gil Vicente na sua longa carreira escreveu mais de 50 pecas de teatro,
durante o inicio do sec. XVI.
 Entre as mais famosas obras do autor encontramos por exemplo: o Auto
da Índia (1509); Auto da Fé (1510); Auto da Barca do Inferno (1517);
Farsa de Inês Pereira (1523); Auto da Feira (1526) e também o Auto da
Lusitânia (1532)
 A primeira obra conhecida de Gil Vicente e datada de 1502 e
dava se pelo nome de Monólogo do Vaqueiro e foi apresentado a
rainha D. Maria e a sua corte, na sua câmara na terça feira dia 7
de Junho do mesmo ano, pelo nascimento do príncipe D. João,
futuro rei D. João III.
 A obra de Gil Vicente foi escrita para ocasiões especiais,
acontecimentos importantes e acontecimentos religiosos, era
representada para corte sendo representadas quer em Lisboa
quer nas varias residências Reais.
 O Auto da Barca do Inferno e considerado uma moralidade pois ele tem
uma componente didáctica onde cria uma ideia de bem /mal e assim
denuncia vícios de todas as camadas sociais, nem escapando sequer o
clero utilizando para isso a caricatura das classes tendo como máxima
latina “ridendo castigat mores”(a rir se castigam os costumes) para
criticar a crescente crise de valores de então. Utilizando para isso o
Auto termo denominado de teatro tradicional.
 O Auto da Barca do Inferno e composto por varias personagens, sendo
que para alem das personagens principais que são o Anjo e o Diabo temos
também as personagens secundarias que são o Companheiro, Fidalgo,
Pajem, Onzeneiro, Joane (o Parvo), Sapateiro, Frade, Alcoviteira
(Brísida), Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado e os quatro
cavaleiros.
Fidalgo: um manto e pajem
(criado) que transporta uma
cadeira de espaldas. Estes
elementos
simbolizam
a
opressão dos mais fracos, a
tirania e a presunção do
Fidalgo.
Onzeneiro:
balsão.
Este
elemento
simboliza o apego ao dinheiro, a ambição,
a ganância e a usura.
Sapateiro: avental e formas de
sapateiro. Estes elementos simbolizam a
exploração interesseira, da classe
burguesa comercial.
Parvo: não traz símbolos
cénicos, pois tudo o que
fez na vida não foi por
maldade.
Esta
personagem representa
a
inocência
e
a
ingenuidade.
Frade: Uma Moça (Florença), uma espada,
um escudo, um capacete e o seu hábito.
Estes elementos representam a vida
mundana do Clero, e a dissolução dos seus
costumes.
Alcoviteira: Virgo postiços, arcas de
feitiços, armários de mentir, jóias de
vestir, guarda-roupa, casa movediça,
estrado de cortiça, coxins e moças. Estes
elementos representam a exploração
interesseira dos outros, para seu próprio
lucro e a sua actividade de alcoviteira
ligada à prostituição.
Judeu: bode. Este elemento simboliza
a rejeição à fé cristã, pois o bode é o
símbolo do Judaísmo.
Corregedor
e
Procurador:
processos, vara da Justiça e
livros.
Estes
elementos
simbolizam a magistratura.
Enforcado: não traz elementos cénicos,
mas em todas as ilustrações ele carrega
a corda com que fora enforcado, que
significa a sua vida terrena vil e
corruptível.
Quatro Cavaleiros: cruz de Cristo, que
simboliza a fé dos cavaleiros pela religião
católica.
É uma personagem que representa as qualidades, defeitos de uma classe
social, profissão.
Quase sempre, entra em palco acompanhada(o) de elementos cénicos
(objectos, pessoas, animais…) que ajudam a caracterizá-la, conseguindo
perceber melhor os defeitos que são criticados. Por vezes a linguagem
também ajuda a identificar a personagem e a sua classe/profissão.
Esperamos que
tenham gostado
do nosso pequeno
trabalho!
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Gil Vicente