Prof. Victor Creti Bruzadelli
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Conceitos:
“aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as
crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os
outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como
membro da sociedade” (Tylor).
“A cultura consiste em padrões de comportamento
adquiridos por meio de símbolos, e que constituem as
realizações características de grupos humanos, inclusive
em suas materializações em artefatos” (Kluckhohn).
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Cultura:
 Também chamada de herança social
 Conjunto de símbolos e costumes de um povo,
aprendidos com a convivência;
 Tudo aquilo que é humano, mas não é biológico;
 Linguagem → Expressão e difusão cultural.
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Como aprendemos a
cultura:
 Forma Assistemática:
aprende-se com a
própria convivência
 Forma Sistemática:
aprende-se a partir de
instituições organizadas
com este objetivo
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Elementos da Cultura:
 Traços Culturais: Menores elementos da cultura; não
podem ser compreendidos separadamente
 Complexos Culturais: Conjunto de traços culturais e
suas relações; tornam a cultura inteligível
 Área Cultural: Local onde se realiza determinada
cultura
 Padrão Cultural: Comportamentos compartilhados
por um mesmo grupo de indivíduos
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As duas faces da
cultura:
 Cultura Material: Aquela
que é tangível
Ex: Santos católicos,
cocar indígena, relógio...
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As duas faces da
cultura:
 Cultura Imaterial:
Aquela que é intangível
Ex: Passos de dança,
festas, língua...
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Subculturas:
Fragmentações dentro da cultura
 Tipos de subcultura:
a) Regionais: diferentes subculturas de país de
acordo com suas características regionais
b) Comportamentais: subculturas que habitam o
mesmo espaço e se diferenciam pelo
comportamento → “Tribos Urbanas”
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Processos Culturais:
 Aculturação: Total assimilação de elementos de
uma cultura por outra, inviabilizando a existência
da primeira
 Transculturação: Troca de elementos culturais
entre duas ou mais culturas gerando um novo
fenômeno cultural
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Culturas híbridas:
 Conceito: Culturas que não pertencem a apenas
uma área cultural, mas à cultura mundial.
▪ Característica típica do fim do século XIX e XX;
▪ Proporcionada pelos avanços tecnológicos em
telecomunicações e transporte que facilitaram as
Transculturações;
 OBS.: Hibridação não significa a morte das
demais culturas, apenas convivência!!!
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Identidade cultural:
 Aquilo que gera unidade e sentimento de pertencimento
ao grupo cultural
 “Identidade cultural na pós-modernidade”, Stuart Hall
↓
Fluidez de identidades
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Etnocentrismo:
 Problema de alteridade (Oposto de identidade)
 Crença na superioridade da sua cultura sobre as
outras
↓
Postura que deve ser evitada, já que as culturas são
apenas diferentes e não hierarquizadas
Etnocentrismo
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Controle Social:
“é o conjunto dos meios e processos pelos quais
um grupo ou uma unidade social leva os seus
membros a adotarem comportamentos,
normas, regras de conduta, até mesmo
costumes, conformes aos que o grupo
considera bom” (Alain Birou)
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Tipos de arte:
 Arte/cultura Erudita:
▪
▪
▪
▪
▪
▪
Própria dos intelectuais
Grande sofisticação ;
Academias;
Arte feita para as elites;
Criação individual: “Gênio”
Ex.: Pintura, música
erudita, literatura e etc.
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Tipos de arte:
 Arte/cultura Popular:
▪ Criação coletiva de um
povo;
▪ Tradição cultural:
“Autenticidade”
▪ Criação das classes mais
baixas;
▪ Técnicas simples;
▪ Ex.: Folclore, cordel, cantos
de trabalho e etc.
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Indústria Cultural:
Theodor W. Adorno:
“A indústria cultural se caracteriza pela produção de
arte voltada para o mercado, visando apenas o
lucro e não a qualidade artística da obra”.
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Indústria Cultural:
 Indústria travestida em arte;
 Busca de Lucro: ↓ Qualidade;
 Valor de Uso → Valor de Troca;
 Passividade e alienação frente o





mundo;
Fabricação em série;
Ideologia: consumismo;
Criação: Produtor;
Modismo;
Categoria “Gosto”.
Pop Song,
John Lajoie
Como fazer um
sertanejo
universitário, Hugo
César
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Outras visões a Indústria Cultural:
 Marshall McLuhan:
▪ Aldeia Global → Mundo como um único lugar
↓
Proporcionado pela Globalização e pela Indústria Cultural
Prisioneiros
filipinos dançam
Thriller (Michael
Jackson)
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Outras visões a Indústria Cultural:
 Alfredo Bosi:
▪ Nova divisão da cultura:
1. Cultura universitária
2. Cultura popular
3. Cultura de massas
4. Cultura criadora individualizada: àquela produzida por
“intelectuais que não vivem dentro da Universidade, e que,
agrupados ou não, formariam, para quem olha de fora, um
sistema cultural alto, independente dos motivos ideológicos
particulares que animam este ou aquele escritor, este ou
aquele artista” (BOSI, 1993, p. 309, grifo do autor)
Todos Juntos
(Chico Buarque, Luiz
Todos juntos somos fortes
Enriquez, Sergio Bardotti - Somos flecha e somos arco
1977)
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
Uma gata, o que é que tem?
- Ao meu lado há um amigo
- As unhas
Que é preciso proteger
E a galinha, o que é que tem? Todos juntos somos fortes
- O bico
Não há nada pra temer
Dito assim, parece até ridículo
Um bichinho se assanhar
Uma gata, o que é que é?
E o jumento, o que é que tem? - Esperta
- As patas
E o jumento, o que é que é?
E o cachorro, o que é que
- Paciente
tem?
Não é grande coisa realmente
- Os dentes
Prum bichinho se assanhar
Ponha tudo junto e de repente E o cachorro, o que é que é?
vamos ver o que é que dá
- Leal
E a galinha, o que é que é?
Junte um bico com dez unhas - Teimosa
Quatro patas, trinta dentes
Não parece mesmo grande
E o valente dos valentes
coisa
Ainda vai te respeitar
Vamos ver no que é que dá
Esperteza, Paciência
Lealdade, Teimosia
E mais dia menos dia
A lei da selva vai mudar
Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer
E no mundo dizem que são
tantos
Saltimbancos como somos
nós.
A voz do dono e o dono da voz
(Chico Buarque - 1989)
Até quem sabe a voz do dono
Gostava do dono da voz
Casal igual a nós, de entrega e de abandono
De guerra e paz, contras e prós
Fizeram bodas de acetato - de fato
Assim como os nossos avós
O dono prensa a voz,
A voz resulta um prato
Que gira para todos nós
O dono andava com outras doses
A voz era de um dono só
Deus deu ao dono os dentes
Deus deu ao dono as nozes
Às vozes Deus só deu seu dó
Porém, a voz ficou cansada após
Cem anos fazendo a santa
Sonhou se desatar de tantos nós
Nas cordas de outra garganta
A louca escorregava nos lençóis
Chegou a sonhar amantes
E, rouca, regalar os seus bemóis
Em troca de alguns brilhantes
Enfim a voz firmou contrato
E foi morar com novo algoz
Queria se prensar,
Queria ser um prato
Girar e se esquecer, veloz
Foi revelada na assembléia – atéia
Aquela situação atroz
A voz foi infiel, trocando de traquéia
E o dono foi perdendo a voz
E o dono foi perdendo a linha - que tinha
E foi perdendo a luz e além
E disse: "Minha voz, se vós não sereis minha
Vós não sereis de mais ninguém"
(O que é bom para o dono é bom para a voz
O que é bom para o dono é bom para vós
O que é bom para o dono é bom para nós)
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Outras visões a Indústria Cultural:
 Andy Warhol:
▪ Pop’Art;
▪ Aproximação da arte com o cotidiano;
▪ Temas retirados dos meios de
comunicação de massa e produtos;
▪ Valorização da arte comercial;
▪ Crítica e celebração da sociedade
capitalista.
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Contracultura:
 Movimentos artístico e
ideológicos de contestação
à cultura dominante.
 Surgem dentro da cultura
para criticá-la, debatê-la e
questioná-la.
 Busca de ruptura com
alguns “padrões culturais”.
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Características da Contracultura:
 Vida comunitária;
 Luta pela paz (contra as guerras, conflitos e qualquer tipo

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
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de repressão);
Respeito às minorias raciais e culturais;
Experiência com drogas (maconha e LSD);
Liberdade nos relacionamentos sexuais e amorosos;
Anticonsumismo;
Crítica aos meios de comunicação de massa;
Forma despojada e livre de expressão artística;
Discordância com os princípios do capitalismo.
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Movimentos contraculturais:
 Beatniks (década de 1950):
Crítica ao consumismo do pósguerra, ao American way of life,
ao anticounismo e à falta de
pensamento crítico.
Easy Rider, 1969
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Movimentos contraculturais:
 Hippies (década de 1960 e
1970): Crítica à sociedade
industrial, à competição
desenfreada, acumulação de
riquezas, a luta pela ascensão
social a qualquer preço, a
estrutura familiar tradicional, a
sociedade de consumo, a
hábitos alimentares
industrailizados e à Guerra do
Vietnã.
Mistério do
Planeta, Novos
Baianos (1972)
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Movimentos contraculturais:
 Punks (fim da década de 1970):
Integrado geralmente por
jovens marginalizados –
desempregados ou pobres.
Criticavam a sociedade de
consumo, a hipocrisia, os
privilégios, a sociedade
conformista, as desigualdades
sociais. Defendiam o
Anarquismo e a liberdade
individual.
I don’t wanna
grow up, The
Ramones (1995)
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Movimentos
contraculturais:
 Tropicália (1967-1968):
Movimento estético
brasileiro que criticava a
“caretice” da arte brasileira
do período e buscava
mesclar elementos da
cultura nacional com a
estrangeira na produção de
suas obras de arte.
2.001, Os
Mutantes (1967)
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