A PERSPECTIVA DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: O relato de uma
experiência em um curso de formação inicial
Mestrando Claudio Rejane da Silva Dantas
[email protected]
Dr. Marcelo Gomes Germano
[email protected]
Dr. Filomena Mª. Gonçalves da Silva Cordeiro Moita
[email protected]
UEPB
URCA
SEDUC CE
A apresentação
1. PROBLEMÁTICA/ JUSTIFICATIVAS
- Considerações sobre as tecnologias na sociedade
- Vídeo: Tecnologia ou Metodologia (5 min)
- Nativos digitais x Imigrantes digitais
- Considerações do educador Paulo Freire sobre o uso das
Tecnologias no ensino
2. A INSERÇÃO DO COMPUTADOR NO ENSNO:
- Aspectos Históricos
- Dificuldades de integração do computador no ensino
- Possibilidades no ensino de ciências
3. OBJETIVO E ESPAÇO DE INVESTIGAÇÃO
4. CAMINHOS METODOLÓGICOS
Concepções dos licenciandos com relação ao uso da simulação
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
PROBLEMÁTICA/ JUSTIFICATIVA
Considerações sobre as tecnologias na sociedade
• Há sociedade sem tecnologias?
• É possível pensar em educação sem tecnologias?
• Que tecnologias fazem parte do meu cotidiano? Da minha
escola? Da minha universidade?
• Todas essas mudanças provocam
alterações no modo de se adquirir a
informação, o que exige dos indivíduos
estratégias de seleção dos saberes que
são necessários.
Pereira e Moita (2007, p.84) enfatizam que o mundo está globalizado e
interconectado por redes digitais, possibilitando que esse novo modelo
comunicacional e informacional interligue tudo e todos, num espaço de
tempo cada vez menor e em ritmos de velocidade crescente.
“Por ser relativamente nova, a relação entre a
tecnologia e a escola ainda é bastante confusa”,
surge perguntas como “quando usar a tecnologia
em sala de aula? Como utilizar esses novos
recursos?” (POLATO, 2009, p.51)
vídeo
Tecnologia ou Metodologia
Só vale levar a tecnologia para a classe se ela estiver a serviço dos
conteúdos. Do ponto de vista do aprendizado, essas ferramentas devem
colaborar para trabalhar conteúdos que muitas vezes nem poderiam ser
ensinados sem elas. (POLATO, 2009, p.52)
•Também Pereira e Moita (2007, p.87) salienta que para maioria da
população brasileira é utopia a inclusão digital, considerando que apenas
um grupo seleto de 16% de brasileiros e brasileiras tem acesso a rede
mundial de computadores. Diante desta realidade quais os desafios da
educação para incluir o cidadão/ã brasileiro/a nesta nova sociedade do
conhecimento e da informação?
Para que a inclusão digital possa ser efetivada faz-se
necessário não só a democratização das novas
tecnologias da informação, a ela antecede uma educação
de qualidade que preparem os alunos para este novo
contexto. (Pereira e Moita,2007)
Terrazan (2003) Defende que os alunos de
Licenciatura deverão ser estimulados e solicitados a
vivenciar aspectos práticos de sua futura profissão,
desde os primeiros anos de seu curso de formação.
Nativos digitais x Imigrantes digitais
Um menino pergunta ao avô:
- "É verdade que quando o senhor era
pequeno não havia televisão?"
O avô responde que sim, e o menino
devolve:
- "Então onde é que você jogava
videogame?"
Paulo Freire :
Pedagogia da Autonomia (1996)
“Não tenho dúvida nenhuma do enorme potencial de estímulos e
desafios à curiosidade que a tecnologia põe a serviço das crianças e
dos adolescentes das classes sociais chamadas favorecidas. Não foi
por outra razão que, enquanto secretário de educação da cidade de
São Paulo, fiz chegar à rede das escolas municipais o computador.
Ninguém melhor do que meus netos e minhas netas para me falar de
sua curiosidade instigada pelos computadores com os quais
convivem.”
Paulo Freire :
Pedagogia da Autonomia (1996)
“ A promoção da ingenuidade para criticidade não se dá
automaticamente, uma das tarefas precípuas da prática educativaprogressista é exatamente o desenvolvimento da curiosidade crítica,
insatisfeita, indócio. Curiosidade com que podemos nos defender de
´irracionalismos` decorrentes do ou produzidos por certo excesso de
´racionalidade´ de nosso tempo altamente tecnologizado...
É por isso que transformar a experiência educativa em um puro
treinamento técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente
humano no exercício educativa: o seu caráter formador. Se se respeita
a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se
alheio á formação moral do educando. Educar é substantivamente
formar. Divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a ciência é uma forma
altamente negativa e perigosa de pensar errado”
A INSERÇÃO
NO ENSINO
DO COMPUTADOR
ASPECTOS HISTÓRICOS
• A IBM introduziu no mercado, em 1981, o seu computador pessoal, o IBM-PC,
que imediatamente se tornou popular. O impacto causado por esta máquina foi
tão grande que, em 1982, a revista time a considerou máquina do ano.
• Em 1984, a Apple lançou o computador Mascintosh, uma máquina
revolucionária pela facilidade de utilização que era oferecida pela sua interface
gráfica.
• O ano de 1980 ficou marcado na história dos computadores no ensino,
Seymourt Papert, proessor de Matemática no Massachusetts Institute of
Technology, em Boston, nos EUA, criou a linguagem Logo.
• Nos anos 80, o desenvolvimento da Internet, criada a World Wide Web que só
nos anos 90 se popularizou. Os computadores tornaram-se também mais
baratos, o que permitiu a sua proliferação por escolas e lares.
A INSERÇÃO DO COMPUTADOR NO ENSINO
Fig01: Computador pessoal IBM-PC
Fig02: Computador Macintosh
“Apertando os botões do mouse (clicando), podia-se efetuar diversas
operações sobre os objetos selecionados. “Em vez de ser obrigado a
digitar, no teclado, código de comandos que precisavam ser decorados,
bastava que o usuário consultasse os ´menus´ e selecionasse, através do
mouse, as ações desejadas.” (LEVY, 1993, p.49)
• Se antes se exigia o conhecimento
de programação para que pudesse
desenvolver alguma tarefa no
computador, conforme afirma que a
informática ainda era tida como
uma arte de automatizar cálculos, e
não como tecnologia intelectual, o
aparecimento do Apple Macintosh
integrou o mundo da informática ao
mundo da comunicação.
(LEVY, 1993)
A INSERÇÃO DO COMPUTADOR NO ENSINO
Dificuldades de integração do computador no ensino
Problema de natureza material (FIOLHAIS e TRINDADE: 2003)
• O fato de o hardware se tornar rapidamente obsoleto;
• A disponibilidade de hardware (por exemplo, na maioria dos estabelecimento
escolares não existe ainda um computador por cada aluno nas aulas)
• As ligações de hardware (problemas de conexão, tomadas, etc) e a manutenção
dos equipamentos.
Problema de natureza pedagógica (FIOLHAIS e TRINDADE: 2003)
• A avaliação dos programas é difícil, dado o número crescente destes.
• Dificuldades na obtenção de software de boa qualidade. Muitas vezes o resultado da
apresentação pelo professor de software na sala de aula é monótona para os alunos;
• Falta a formação dos docentes para utilizarem as novas tecnologias. De fato, de nada
serve utilizar o melhor hardware e software na sala de aula se o professor não estiver
profundamente envolvido.
Computador no ensino de ciências:
aquisição de dados; a modelização e simulação; multimídia; realidade virtual e
o uso da internet.
Fig01: dados pelo computador
Fig02: Simuladores
Fig03: Realidade virtual
“Como a luneta astronômica, o microscópio ou os raios X, a interface digital alarga o campo
do visível. Ela permite ver modelos abstratos de fenômenos físicos ou outros, visualizar
dados numéricos que, sem isso, permaneceriam soterrados em toneladas de listagens. A
imagem digital também é complemento indispensável da simulação, e sabemos o papel que
esta última tem hoje na pesquisa científica.” (LEVY, 1993, p.106)
Multimídia
- Significa que um programa pode incluir uma variedade de
elementos, como textos, sons, imagens, simulações e vídeos;
-Um módulo de hipertexto possui muitos links internos e seu
utilizador não necessita seguir um caminha linear;
- As características essenciais da multimídia são a interatividade e a
flexibilidade na escolha do caminho o a seguir
OBJETIVOS E ESPAÇO DE
INVESTIGAÇÃO
O presente estudo tem como objetivo mostrar a necessidade de levar
a discussão sobre a temática das novas tecnologias da informação e
comunicação (TIC) nos cursos de formação de professores.
Espaço de investigação e
Sujeitos da pesquisa
CAMINHOS METODOLÓGICOS
CONTEÚDO
1) o estudo da carga elétrica, 2) Força elétrica, 3) Campo elétrico, 4) Fluxo
elétrico, 5) A lei de Gauss (HALLIDAY & RESNICK, 1973).
Moreira (2001, pg. 29) descreve que o princípio de diferenciação progressiva
deve ser levado em conta ao se programar o conteúdo, quer dizer, as idéias
mais gerais e mais inclusivas da disciplina devem ser apresentadas, em
termos de detalhe e especificidade.
mapa conceitual : Campo Elétrico
Fig04: Simulador Phet da Universidade do Colorado
Fig.05: http://www.sc.ehu.es/sbweb/fisica/elecmagnet/thomson/Thomson.html, 25 de junho de 2009
Concepções dos licenciandos com relação ao
uso da simulação
1) Descrevesse sua experiência com o uso de simuladores
para o estudo da eletrostática e indague se o simulador
ajudou na aprendizagem deste conteúdo.
“È uma experiência fabulosa, visto que demonstra de forma magnífica a
influência de todas as propriedades eletromagnéticas de forma simples e
divertida” (C.H)
“Levando em consideração que este tópico é de difícil visualização
quando estudado, o simulador ajuda bastante no aprendizado, pois
podemos criar situações diferentes com as simulações” (J.S)
“O simulador ajuda a entender os conceitos de campo, carga de prova e
força, pois a partir de um jogo a física começa a ser interpretada de
maneira a ser melhor entendida por parte da eletrostática” (C.F)
“Sim, pois, com a simulação da carga fonte repelindo ou atraindo a carga
que estava negativa (carga de prova), podemos entender algumas
afirmações literárias a respeito da eletrostática” (C.F)
2) Descrevesse as dificuldades encontradas (se
existiram) por eles com relação ao manuseio do
simulador para a aprendizagens de conceitos
introdutórios sobre eletrostática.
“Só no começo, pois nunca tinha visto antes, porém o programa
que foi utilizado é muito simples” (D.A)
“No início sim, mas foi ficando claro com as repetições, e com as
orientações do professor que sempre inova nas aulas” (C.M)
“A respeito das dificuldades, o simulador ajuda a entender, mas
não basta só o simulador. Deve também existir alguém no qual
explique, relatando os conceitos, dando como exemplo o
simulador” (C.F)
3) como professor de física do ensino básico ou superior
usaria este recurso tecnológico para auxiliar em sua
prática de ensino? Se sim como fariam. Se não
argumente as razões.
“Sim, pois alguns movimentos em cinemática são bastante
complexos, como também alguns tipos de ondas e outros fenômenos
que só são vistos em laboratório modernos. Com o uso de
simuladores podemos visualizar esses fenômenos” (D.A)
“Claro que sim, eu vou usar nas próximas aulas no ensino médio
com os projetores (data show), para que os alunos visualizem os
fenômenos estudados. Com isso procuro estimular nos alunos a
curiosidade para o ensino da física” (C.M)
“Sim, tentaria pelo menos levar os alunos uma vez por semana ao
laboratório para usar o simulador” (J.A)
“Mas é claro que sim, pois como já falei, a visualização é muito
importante no que se refere à aprendizagem” (J.S)
Considerações finais
• Foi bastante surpreso o grau de interesse despertado pelos licenciandos
para o trabalho com simuladores, apontando como sendo essencial esta
abordagem em sua formação.
• Despertou a necessidade de criação de uma disciplina que tivesse o
enfoque das novas tecnologias no ensino, tais como INFORMÁTICA
EDUCATIVA, TICs.
• A partir dos argumentos descritos pelos estudantes de física,
compreendemos a importância da seleção de softwares de qualidade.
• A simulação não deve substituir por completo a realidade que representam,
elas são bastante úteis para abordar experiências difíceis ou impossíveis de
realizar na prática por serem caras ou muitos perigosas.
• Discutindo o uso de tecnologias com estudantes de licenciatura em física,
em seu momento de formação inicial, estaremos provocando debates sobre
as possibilidades de uso como ferramenta que venha enriquecer o processo
de ensino-aprendizagem de ciências dos professores do ensino básico. Pois
diante deste quadro alarmante no que tange a exclusão digital dos alunos
neste mundo cada vez mais complexo acreditamos que os futuros
professores são os principais agentes que podem contribuir para minimizar
os índices de exclusão digital dos estudantes ao mundo das novas
tecnologias.
Referências
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PEREIRA, Maria Zuleide da Costas. MOITA, Filomena Ma. Gonçalves da Silva Cordeiro.
Educação, Tecnologia e Comunicação: Os jogos eletrônicos e as implicações curriculares. In
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POLATO, Amanda. Tecnologia + conteúdos = oportunidades de ensino, Nova Escola, v.
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SERWAY, Raymond A. JEWETT, John W. Princípio de física. São Paulo: Pioneira Thomson
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unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2006.
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