“Todo camburão tem um pouco de navio
negreiro”
(O Rappa)
“Quem não gosta de samba, bom sujeito não
é. É ruim da cabeça, ou doente do pé.”
(Anônimo)
“Toda vez que sonho, meu sonho é vermelho.
Aqui na África o mundo é preto e branco.
Mas só o preto é perseguido.”
(Steven Biko)
Universidade São Judas Tadeu
ARTUR BARROS
JÔNATAS CALDAS
JULIA UKAI
JULIAN GUILHERME
LETÍCIA ARACIL
PAULO HENRIQUE TAVARES
WILLIAN LIRA
2 ALEN
Porão de um navio negreiro
Gravura de Rugendas
Bantos
Cochilar
Dormitar
Insultar
Xingar
Nádegas
Bunda
UMBUNDO
A língua UMBUNDO estende-se por uma
região bastante vasta e povoada,
abrangendo a províncias do Bié, Huambo e
Benguela. A sua influência faz-se sentir
também nas províncias limítrofes do Cuando
Cubango.
As diferenças fonéticas encontradas
resultam da supressão, conversão ou
ditongação das vogais com impacto na
morfologia. Neste mapa podemos distinguir
a área da língua UMBUNDO e as zonas de
influência em Angola.
CHICA (TCHIKA) - Aquele que se habitua ou se
adapta com facilidade.
EPALANGA - Significa meu amigo e companheiro.
ELAVOKO - Significa esperança.
EKUMBI - Sol.
HOSSI - Deriva de “ohosi”. Significa leão.
KAPIÑGALA - Herdeiro, substituto, sucessor.
KALUNGA - Mar.
KAHOSI - Deriva de “ohosi”. Significa leão pequeno
ou pequeno leão.
KANDIMBA - Deriva de “ondimba”, coelho.
KUSUMWA - Deriva de “esumwo”, desgraça.
KUMOLA - Aquele que prevê, vidente.
KATCHIKUKUVANDA - Não sabe aonde vai,
indeciso, sem norte.
LUVINDA - Amarrador, trançador.
MOKO - Deriva de “omoko”, faca.
MUNGA - Celestial, anjo, justiceiro, testemunha.
NGEVE - Deriva de “ongeve”, hipopótamo. Nome 2o.
Gêmeo.
NJAMBA - Deriva de “onjamba”, elefante. Nome do
1o. gêmeo.
NGONGO - Deriva de “ongongo”, farol. Significa
orientador.
NDAVOKA - Deriva do verbo “okulavoka”, esperar.
Significa esperado.
NDUMBU - Deriva de “ondumbu”, leão. Sentido:
baluarte, protector.
NGONGA - Deriva de “ongonga”, falcão.
NASSOMA - Rainha.
SONEHÃ - Deriva do verbo “okusonehã”, escrever.
SINJEKUMBI - Aquele que espera pelo nascer do
sol.
SAMAHINA - Deriva de “omahini”, leite azedo.
SAPALO - Nome que se dá às crianças que nascem
no Sábado.
TCHILEPUE- Cauteloso, lento, vagaroso.
TCHIMUKU - Deriva de “omuku”, rato.
TCHIPENDA - Significa timoneiro, líder, condutor.
TCHIPILIKA - Significa perseverante, teimoso.
TCHITEKULO - Benfeitor. Pessoa bondosa e
prestável.
TCHIVINDA - Deriva de “otchivinda”, ferreiro.
VITI - Árvore, pau.
VITULO - Sorteado.
WELEMA - Deriva de “owelema”, escuridão.
QUIMBUNDO
A área linguística do grupo QUIMBUNDO
ocupa as províncias de Luanda, Bengo,
Malanje e Kuanza - norte.
Neste mapa podemos distinguir a área da
língua kimbundo e zonas de influência:
Província de Luanda, municípios de Malanje
e Quéssua (na província de Malanje);
Municípios de Ambaca, Cazengo, Golungo
Alto, Dondo, N'dalatando, Maua e Luinga (na
província de Cuanza - Norte).
Zwelenu ni tangenu,
zwelenueeh
Kimbundu kia akulu-andamba
An’a Ngola ku Luanda kuna
Kondekenu dimi dia ‘xi y’etu!
Dimi dyetu, kifa kyetu
Anga kifa kyetu, mwenyu
w’etu
Ki fwa o dimi, mwenyu u fwa
we!
Bwamoxi twondo banga ibaku
ya mbote
Kwaku ni kwaku u sukula
mukwa
Mayadi, ma sukula mu polo!
Ukwenze wa-la mu dimi dia
many’etu
Mutu kene dimi, kene
ukwenze
Anga mutu kene ukwenze,
kene mutu
Kiyama kia muxitu ngo!
Dimi dyetu, kifa kyetu
Anga kifa kyetu, mwenyu
w’etu
Ki fwa o dimi, mwenyu u
fwa we!
Zwelenu ni tangenu,
zwelenueeh
Kimbundu kia akulu-andamba
An’a Ngola ku Luanda
kuna
Kondekenu dimi dia ‘xi
y’etu!
Falai e lede, falaiiii!
O Kimbundu dos ancestrais
Filhos de Angola alí em
Luanda
Honrai a língua da nossa
terra
Nossa língua, nossa cultura
(costume)
E nossa cultura,(é) nossa
alma
Morre a língua, a alma morre
também!
Juntos faremos criações
boas
Uma mão lava a outra
As duas lavam a face
O vigor (fortidão) está na
língua da nossa mãe
Pessoa sem língua, não
tem vigor
E pessoa sem vigor, não é
pessoa
Somente bicho do mato !
Nossa língua, nossa
cultura
E nossa cultura, é nossa
alma
Morre a língua, a alma
morre também
Falai e lede, falaiiii!
O Kimbundu dos
ancestrais
Filhos de Angola alí em
Luanda
Honrai a língua da nossa
terra
QUICONGO
A comunidade étnica Cokwe cobre uma parte
significativa do País nas regiões do Leste. Com um
número superior a 357.693 falantes, é formado pelas
etnias Lunda Lwa-Cinde, Lunda Ndembu. A área de
difusão da língua Cokwe situa-se a Nordeste e Leste,
abrangendo a totalidade das províncias das Lunda
Norte e Sul, a província do Muxiku, com um
prolongamento profundo para a província do Kwandu
Kubangu.
O Cokwe é considerado como uma língua transnacional
pelo facto de a sua área de difusão se estender para
além das fronteiras nacionais. Ele é falado na
República Democrática do Congo e na República da
Zâmbia. Esta situação deve-se a factores históricos.
As línguas vizinhas do Cokwe são as seguintes: a
oeste: Kikongo e Kimbundu ; a sul: Ngangela ; a
sudoeste: Umbundu
AVE MARIA, CHEIA DE
GRAÇA,
O SENHOR É CONVOSCO;
BENDITA SOIS VÓS,
ENTRE AS MULHERES,
E BENDITO É O FRUTO DO
VOSSO VENTRE JESUS.
SANTA MARIA, MÃE DE
DEUS,
ROGAI POR NÓS
PECADORES,
AGORA E NA HORA DA
NOSSA MORTE.
AMÉM.
CHOCUÉ
Palavras africanas
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Berimbau
Budum
Bunda
Cachaça
Cafuné
Calango
Capeta
Maconha
Banguela
• Abadá
• Xangô
• Caxumba
• Oxalá
• Farofa
• Mandinga
• Samba
• Iansã
• Axé
• Ere
• Despacho
• Capoeira
• Vatapá
• Dendê
Oeste-Sudaneses
Evé-Fon
Evé-Fon
O grupo Evé-Fon é formado por outros
grupos etno-lingüísticos dentre os quais se
destacam os Evés, os Fons, os Guns, os
Mahins e os Minas.
Os Evés-Fons se localizam na região de
Gana, Togo e Benim
Aqui no Brasil
• No Brasil os Evé-Fons foram direcionados
para a região de Salvador, Minas Gerais e
Recôncavo Baiano. Ficaram mais
conhecidos aqui no Brasil por Jejes ou
Minas.
Influência na Língua
Portuguesa
• Os evés-fons tiveram maior participação
formação da língua usada nas religiões de
Tambor de Mina (Maranhão) e no
Candomblé (Bahia)
Chegada dos escravos iorubás
Glossário iorubá
ASSENTAMENTO – Objetos ou elementos da natureza
(pedra, árvore, etc.) cuja substância e configuração
abrigam a força dinâmica de uma divindade. Consagrados,
são depositados em recintos apropriados de uma casa-desanto. A centralidade do conjunto é dada por um òta,
pedra-fetiche do òriìsà (vd.).
ATABAQUES – Trio de instrumentos de percussão
semelhantes a tambores que orquestram os ritos de
candomblé. Apresentam-se em registro grave, médio e
agudo, sendo chamados respectivamente Rum, Rumpi e
Lé (ou Runlé). Nos candomblés angola são chamados de
Angombas. Sua utilização no âmbito das cerimonias, cabe
a especialistas rituais (vd. Alabê e Ogã).
BARCO – Termo que designa o grupo dos que se iniciam em
conjunto. Suas dimensões são variáveis. Há barcos de mais
de vinte neófitos e "barcos-de-um-só". Através do barco se
consegue a primeira hierarquização dos seus membros na
carreira iniciática. Como unidade de iniciação gera
obrigações e precedências imperativas entre os irmãos-debarco ou irmãos-de-esteira.
BARRACÃO – vd. Casa-de-santo.
BATUCAJÉ – Com este termo costumava designar-se a
percussão que acompanha as danças nos terreiros; por
extensão designa também as danças.
BATUQUES – vd. Batucajé. vd. Candomblés.
BÚZIOS – Tipos de conchas de uso recorrente na vida
cerimonial dos candomblés. Especialmente servem às
práticas do dilogun – sistema divinatório onde são
empregados geralmente dezesseis búzios.
CABAÇA – Fruto do cabaceiro. Sua carcaça é freqüentemente
utilizada nos cultos afro-brasileiros como utensílio, instrumento
musical" insígnia de òriìsà ou mesmo para representar a união
de Obàtálá e Odùduwà (o Céu e a Terra).
CABOCLOS – Espíritos ancestrais cultuados nos candomblésde-angola, de caboclos e na umbanda. São representados,
geralmente, como índios do Brasil ou de terreiros da África
mítica.
CANDOMBLÉS – Designação genérica dos cultos afrobrasileiros. Costumam, no entanto, distinguir-se pelas suas
designações regionais: candomblés,xangôs, tambores,
candomblés-de-caboclo, catimbós, batuques ou parás,
batuques e babaçuês, macumba.
CASA-DE-SANTO – Designação do espaço circunscrito que
constitui a sede de um grupo de culto. Costuma chamar-se
também de ilé (kétu), roga e terreiro (angola) e, em alguns
casos, barracão. Este ultimo termo serve também para
designar o recinto onde ocorrem as festas públicas.
Quem cede a vez não
quer vitória
Somos herança da
memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa
história
Identidade – Jorge Aragão
Se o preto de alma
branca pra você
É o exemplo da
dignidade
Não nos ajuda, só
nos faz sofrer
Nem resgata nossa
identidade
A antropologia da
alimentação brasileira
Ao longo da historiografia da alimentação pelo
mundo, a maneira de preparar os alimentos
diferem, de um povo para outro, ou mesmo
diferenciam-se em seu próprio ambiente, em
função da variação tecnológica, econômica e
social.
A antropologia da alimentação no Brasil
tem como referencial, as obras de Gilberto
Freyre.
CULINÁRIA
CULINÁRIA
A cozinha africana
firmou suas
características e
elaborou suas
técnicas, depois do
Brasil ter sido
povoado, na segunda
metade do século
XVI. Foi o período em
que as espécies
nativas brasileiras
foram transladadas ao
continente africano ,
tais como a mandioca,
a macaxeira-aipim, o
milho, o amendoim,
ente outros.
CULINÁRIA
As sabedorias do plantar, a prática do colher,
as técnicas de conservar, a arte de preparar,
o ritual do servir, o prazer de comer e
degustar revelam a marcha da formação do
povo brasileiro. O desbravamento do nosso
país pode ser lido através do multiculturalismo
alimentar. Grupos étnicos diversos, aqui
fixaram-se, formando um ladrilho cultural, reelaborados em cada região, nas combinações
das sobrevivências dos hábitos e costumes,
instaurando-se como indicadores das nossas
raízes e da nossa identidade.
DANÇA
A capoeira baiana é um processo dinamico,
coreografico desenvolvido por dois parceiros
caracterizado pela associação de movimentos
rituais, executados em sintonia com o ritmo regido
pelo toque do berimbal, simulando intenções de
ataque, defesa e esquiva.
A sua origem está na fusão de fatores:
-Dos africanos herdamos os movimentos rituais,
fundamentais do candomblé;
-Dos iorubás recebemosn o ritmo ijexá e a rima
tonal a cada três estrofes;
-Dos bantos o berimbal, pandeiro e viola
DANÇA
DANÇA
Dança já popular em Portugal no séc. XVI, citada
deste 1780 como "dança licenciosa e indecente", o
lundu apareceu em fins do séc. XVIII, como canção
acompanhada de viola, tanto no Brasil como em
Portugal.
Por volta de 1830, com harmonização erudita, invadiu
os salões da elite carioca na forma de canção ou
dança. A moda, que teve seu apogeu em fins do séc.
XIX, durou até a década de 1920, quando o lundu,
fundido com outras danças, como o tango e a polca,
deu origem ao maxixe.
DANÇA
Religiões
Afro-Brasileiras
Babaçuê- Pará
Batuque – Rio Grande Sul
Cabula – E.S/MG/RJ/SC
Candomblé – Em todo o Brasil
Culto ao Egugun – BA/RJ/SP
Culto ao Ifã – BA
Quimbanda – RJ/SP
Macumba – RJ
Omoloko – RJ/Mg/SP
Tambor de Mina – Ma
Terecô – MA
Umbanda – Em todo o Brasil
Xangô do Nordeste – PE
Xambá – AL/PE
CANDOMBLÉ
Morrer
Para
Nascer
Novamente
UMBANDA
MACUMBA
OMOLOKO
MÚSICA
MÚSICA
África... misteriosa África/ Magia, no rufar dos tambores se
fez reinar/ Raiz que se alastrou por este imenso Brasil/ Terra
dos santos que ela não viu... (“Os santos que a África não
viu”, Grande Rio, 1996 – Mais Velho, Rocco Filho, Roxidiê,
Helinho 107, Marquinhos e Pipoca);
África encanto e magia/ Berço da sabedoria/ Razão do
meu cantar/ Nasceu a liberdade a ferro e fogo/ A Mãe
Negra abriu o jogo/ Fez o povo delirar... (“Quando o samba
era samba”, Portela, 1996 – Wilson Cruz, Cláudio Russo,
Zé Luiz);
MÚSICA
MÚSICA
‘’Todo BRASILEIRO
traz no seu corpo,
quando não no corpo
e na alma, os traços
do negro e do índio.”
(Gilberto Freyre)
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