IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE DERIVA LONGITUDINAL
LITORÂNEA, NAS PRAIAS DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO
DO SUL (SC).
Ana Paula de Martini de Souza
Bolsa voluntária / PIBIC/CNPq Edital 2012 - 2013.
Marcelo Renato Lamour
Introdução
Praias são definidas como um acúmulo
de depósitos sedimentares onde atuam
processos de abrasão, transporte seletivo e
deposição de modo a gerar variações nos
parâmetros
granulométricos
(diâmetro
médio, grau de seleção e assimetria) e
consequentemente respostas sobre a
dinâmica sedimentar local. Seções destes
ambientes, que apresentam compartimentos
discretos de predominância erosiva e/ou
deposicional de sedimentos, podem ser
entendidos como células de deriva litorânea.
O encontro entre células, caracterizados em
divergentes e convergentes, podem refletir
em padrões sedimentares deposicionais ou
erosivos, respectivamente.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho
foi identificar as células de deriva litorânea
nas praias da Ilha de São Francisco do Sul SC, relacionando as tendências de
transporte sedimentar aos níveis energéticos
e o aspecto de desgaste das partículas.
Resultados e Discussão
Na praia Grande, representada com um
mapa de interpretação dos dados abaixo (figura
1), ocorre o encontro de duas células de deriva
longitudinal, uma com característica convergente
a nordeste da ilha, enquanto que a sudoeste foi
identificada o encontro divergente entre duas
células. A média do Grau de arredondamento e
esfericidade nas amostras da praia Grande são
65% e 71%, respectivamente, havendo variação
nos pontos de convergência e divergência de
células.
Método
Os trabalhos de campo consistiram na
amostragem de sedimentos superficiais
espaçados em 500m ao longo das linhas de
costa de duas praias (Enseada e Praia
Grande). As amostras levadas para
laboratório
foram
analisadas
pelo
granulômetro laser (bluewave S3500) para a
determinação dos parâmetros, assim como
de dados estatísticos de esfericidade e
arredondamento das partículas por meio do
software analisador de imagens, SIA.
Por fim, tendo como base científica o
método de identificação de células de deriva
proposto por McLaren (1981), foi realizada a
geração de vetores pelo software GSTA
(Gao,1996), sendo construído mapas de
interpretação dos dados brutos para a
correlação com os níveis energéticos e
desgaste das partículas.
Referências
Gao S. 1996. A Fortran program for grain-size
trend analysis to define net sediment
transport pathways. Computers and
Geosciences, 22:449-452.
MCLAREN, P., 1981, An interpretation of
trends in grain size measures: Jour.
Sed. Petrology, v. 51, p. 611-624.
Figura 1- Mapas das praias com a direção dos
transportes inferidos.
A praia de Enseada, representada acima,
possui a convergência de células de deriva
litorânea em sua porção média, com menor
variação dos graus de arredondamento e
esfericidade médios (65% e 64%).
Em ambas as praias os pontos de
convergência de células podem representar a
retirada de partículas da praia, enquanto que a
divergência na praia Grande ocorre a deposição
de sedimentos. Nota-se também que a variação
do grau de arredondamento e esfericidade é
maior em praias de maior energia (praia
Grande), diferente da enseada,
onde a
granulometria é menor assim como a energia, o
que leva a acreditar que o desgaste das
partículas acabe sendo mais parecido.
Conclusões
Variações na linha de costa são processos
naturais do ambiente que por meio de suas
forçantes físicas acabam modelando o terreno,
no entanto cada terreno refletirá a intensidade
dessas forças de formas distintas como pôde ser
analisado na maior variação de grau de
arredondamento e esfericidade na praia de maior
energia.
Visto a importância do conhecimento sobre
a dinâmica e evolução costeira, estudos deste
enfoque são necessários e usados como
ferramenta para uma adequada gestão costeira.
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