Encontro de dois autores que se inscrevem no texto
Sedução, desejo e literatura!
O poeta é um fingidor, finge tão
completamente que ...
Sedução é a capacidade de seduzir, de
encantar o outro com fins de atingir
determinados objetivos.
Apontamentos para reflexão
A sedução pode estar no terreno
interpessoal ou no terreno dos objetos.
Assim como as pessoas procuram no seu
dia-a-dia seduzir seus interlocutores em
busca de melhor vivência e de melhor
qualidade de vida, assim também, por
exemplo, a propaganda utiliza-se muito
desta arma para induzir ao consumo.
Encantar o cliente no terreno da propaganda
é seduzir o cliente!
Sedução é um estudo moderno hoje em
dia. Através de anos de pesquisa e testes se
desenvolvem vários métodos para homens e
mulheres, para vender e também para mover
as relações inter pessoais.
Em um estudo social da questão, não só a
sedução é uma das formas mais
dissimuladas do poder, como uma tentativa
de escravizar o outro através de todo tipo de
artifício, seja de natureza sexual ou não. O
único objetivo é a satisfação narcisista do
sedutor, sempre ocultando sua verdadeira
personalidade.
Adler , primeiro colega de S. Freud,
costumava usar a palavra “arranjo” para
definir a busca de determinada vantagem ou
facilidade através de um mecanismo
neurótico, e é exatamente esse o padrão do
sedutor. Sua meta básica é exclusivamente a
de seu profundo egoísmo pessoal. Se
pensarmos até na questão da depressão
acharemos na mesma a sedução, no sentido
do deprimido sempre almejar a solução de
fora, se acostumando e tirando prazer na
tentativa dos outros melhorarem seu estado
de espírito.
Desejo
O que une o desejo à palavra. Se o sujeito
realiza-se na palavra, ao mesmo tempo
aliena-se nela, pois para além ou aquém
dela, o simbólico não alcança o Real do
sujeito, o seu ser (Lacan, 1964). Por isso o
discurso nunca é unívoco em sua
significação e o corte pode operar na cadeia
significante não somente por meio do ato
falho, como também por uma quebra no
discurso comum, que é o que caracteriza o
discurso literário.
Para Jakobson, enquanto a poesia estaria na
ordem da metáfora, na qual o sentido aparece
de forma quase imediata ou instantânea, a
prosa estaria na ordem da metonímia, em que o
sentido aparece sempre ao final da história ou
remetido para mais adiante. Não que a
metáfora esteja ausente na prosa. O texto
completo, a obra pode ser considerada como
uma metáfora do desejo do autor. Outras
metáforas aparecem no desenvolvimento do
texto. Mas é isso mesmo o que marca a prosa, o
texto, e é no desenrolar dele que metáforas são
criadas, e o sentido/desejo desliza de um
significante a outro.
Para Freud o desejo não se manifesta
diretamente, ele só pode manifestar-se por
vias indiretas, por seus substitutos
metafórico/ metonímicos
 À parte as diferenciações que faz entre os
autores que escolhem temas já dados, como
os épicos ou trágicos, e aqueles que os
escolhem livremente; entre aqueles que
escrevem contos ou novelas, e aqueles que
escrevem romances reconhecidos pela
crítica, Freud encontra em todos o mesmo
motivo: a satisfação egoísta dos desejos de
quem escreve.
 Obs: condição de ser vivo, imperfeito, desejante...
 Como se desenha o estilo do
escritor, o que faz dele sua marca,
seu saber fazer a arte da escrita que
nos seduz por seu apelo estético, o
prazer preliminar de um gozo
íntimo?

Dizer que alguém como Victor Hugo
tem um estilo marcado pelo uso de
muitas e belas metáforas, não nos leva
muito longe, já que o uso de metáforas
não é privilégio desse autor, embora ele
as use em profusão.
*Significado da palavra Estilo...
Retornamos a palavra sedução para
dizer que:
A sedução de um leitor pelo livro que
está lendo é decorrente do encontro de
dois desejos – O do autor e o do leitor.
 Citar conto de Clarice.
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O desejo pelo livro de literatura