CASO CLÍNICO
ICTERÍCIA NEONATAL
Felipe Bozi Soares
Glenda G. S. Oliveira
Orientador: Paulo R. Margotto
Escola Superior de Ciências da Saúde
(ESCS/SES/DF)
Hospital Regional da Asa
Sul/Hospital Materno Infantil de
Brasília Brasília/DF
19 de junho de 2013
IDENTIFICAÇÃO:
Filho de Ana Caroline Moreira Cavalcanti,
feminino, natural de Brasília/DF.
 Nascido em 29/05/2013 na Maternidade do
Hospital Materno Infantil de Brasília.

ADMISSÃO NA SALA DE PARTO
DADOS MATERNOS:
29 anos, Residente em Riacho Fundo I, G2 P1 C0 A0.
TSRh: O+
Pré- natal: 8 consultas de Pré- natal, com início no 3 ° mês de
gestação.
Idade Gestacional: 40s + 2d (pela DUM)
Tempo de bolsa rota: 01 hora
Intercorrências na gestação: “Refere ganho de peso aumento,
corrimento em terceiro trimestre não tratado, nega outras
intercorrências. Ao ser avaliada no CO e em feto em USG notou-se
feto com peso aumentado e suspeita de diabetes gestacional, sem
tratamento.”
Vacinas: Dupla do Adulto; Hepatite B (falta uma dose)
Medicações: Fez uso de Sulfato ferroso e ácido fólico
SOROLOGIAS: HIV NR (1ºT) // VDRL NR (1ºT) // Hep B NR (1ºT) //
Hep C NR (1ºT) // Toxo IgM negativo (1ºT).
DADOS DO PARTO:
Tipo de Parto: Espontâneo
Data: 29/05/2013
Hora: 21:40h
“Assisti RN de parto espontâneo, com presença de duas
circulares de cordão, líquido amniótico claro .
Recebido em campos estéreis, chorou forte logo ao
nascer, colocado em berço aquecido, secado, retirados
campos úmidos, aspirado boca e vias aéreas superiores.
Clampeado cordão. Apresentou desconforto
respiratório ao nascimento sendo necessário uso de
máscara em CPAP facial por hora.”
DADOS DO RN:
Sexo: Feminino
APGAR: 8/9
IG Capurro: 40s
Reanimação: () sim (x) não
EXAME FÍSICO:
- BEG, ativo, reativo, corado, hidratado, acianótico, anictérico,
taquidispneico leve/moderado.
- Clavículas, palato e coluna vertebral íntegros.
- ACV: Ritmo cardíaco regular em 2 tempos, não auscultei sopros.
- AR: Murmúrio vesicular fisiológico simétrico, sem ruídos adventícios.
- ABD: Ruídos hidroaéreos presentes, semigloboso, depressível, sem massas
ou visceromegalias.
- Coto umbilical: 2 artérias e 1 veia
- Ortolani (x) negativo ()positivo
- Genitália externa tipicamente feminina, sem alterações aparentes.
- Diurese () sim (x) não
- Mecônio () sim (x) não
- Moro completo.
- Peso: 3600g.
- Estatura: 53cm.
- Perímetro Cefálico: 34.5cm.
- Teste do olhinho:não realizado - olhos edemaciados
CLASSIFICAÇÃO: RNT / AIG
EVOLUÇÃO

30/05/2013 às 12:09
 14 horas de vida
Sugando bem ao seio, mãe com colostro, eliminações presentes.
EXAME FÍSICO:
BEG, ativo, reativo, corado, hidratado, acianótico, ictérico zona III
Clavículas, palato e coluna vertebral íntegros.
ACV: Ritmo cardíaco regular em 2 tempos, não auscultei sopros. Pulsos
simétricos
AR: Murmúrio vesicular fisiológico simétrico, sem ruídos adventícios.
ABD: Ruídos hidroaéreos presentes, semigloboso, depressível, sem
massas ou visceromegalias.
Ortolani negativo
HD: Icterícia Neonatal Precoce
Conduta: foto dupla, colho BB e albumina,
resgatar TSRN.

30/05/2013 às 12:10
TSRh (RN): B+
TSRh (mãe): O+
Coobs Direto: positivo.
Conduta: Prescrita
Imunoglobulina.

30/05/2013 às 16:59 (19 horas de vida / 1º dia de Fototerapia + 1
dose de Ig)
 Albumina: 3,9 g/dL (3,4 - 5,0)
 Bilirrubinas total e frações:
Bilirrubina Total : 10,97 mg/dL (0,20 - 1,00)
Bilirrubina Direta : 0,59 mg/dL (0,00 - 0,20)
Bilirrubina Indireta: 10,38 mg/dL (0,20 - 0,80)
Conduta:
 mantenho fototerapia tripla, coleta de controles laboratoriais as 20h
hoje.
 Prescrevo complemento.

30/05/2013 às 23:03
 Bilirrubinas Total e Frações:
Bilirrubina Total : 12,08 mg/dL (0,20 - 1,00)
Bilirrubina Direta : 0,62 mg/dL (0,00 - 0,20)
Bilirrubina Indireta: 11,46 mg/dL (0,20 - 0,80)
Conduta: mantida.
Fonte: PEDIATRICS Vol. 114 No. 1 July 1, 2004, pp. 297-316.


31/05/2013 (2º dia de Fototerapia + 1 dose de Ig):
Mantinha quadro inalterado. Conduta mantida.
01/06/2013 às 08:17 (60 horas de vida / 3º dia de
Fototerapia + 1 dose de Ig)

Mantinha icterícia até zona III.

Conduta: Colhidas Bilirrubinas

02/06/2013 às 09:52 (4º dia de vida; 4º dia de fototerapia;
1 dose de Ig). Icterícia mantida (difícil definir zona).
Bilirrubinas Total e Frações:
Bilirrubina Total : 20,61 mg/dL (0,20 - 1,00) Bilirrubina
Direta : 2,04 mg/dL (0,00 - 0,20) Bilirrubina Indireta: 18,57
mg/dL (0,20 - 0,80)
Conduta:
Otimização da Fototerapia.
Colhidas bilirrubinas: BT 23; BD2,1; BI 20,9
Controle laboratorial em 6 horas: BT 22,76; BD 2,36; BI
20,4
•
Conduta: Solitado acesso central para CIPE.
Solicitado sangue para “EST”.
Fonte: PEDIATRICS Vol. 114 No. 1 July 1, 2004, pp. 297-316.



02/06/2013 às 22:31
 Dissecada Veia Jugular Interna Esquerda sem
intercorrências.
02/06/2013 às 23:27
 Admissão na UCIN para Exsanguineotransfusão. À
admissão, ictérica até zona V.
03/06/2013 às 03:03 (5º dia de vida / 5º dia de
Fototerapia + 1 dose de Ig)
 Cateter em VJIE refluindo mal. Realizada cateterização de
veia umbilical. Trocado aproximadamente 120mL no total.
 Conduta:
Iniciado Ampicilina + Sulbactam (Devido ao manuseio excessivo);
 Solicitado Bilirrubinas Total e Frações + Hemocultura;
 Fototerapia Intensiva.


03/06/2013 às 07:29 (5º dia de vida / 5º dia de Fototerapia +
1 dose de Ig + EST)
 BT19,34 / BD: 0,70 / BI: 18,64
 HC: 18700 leucócitos (61seg / 0 bastões / 2eos / 9mono /
28linf)
HTC: 44,6% / Hb: 16 / Plaq: 232000
Conduta:
 Mantida
fototerapia intensiva;
 Colher controle
Mais tarde.

 03/06/2013
às 11:24
Ao exame físico: “boca seca”; Diurese 2mL/Kg/h. Icterícia
de difícil visualização.
 Conduta:

Seio materno + complemento;
Imunoglobulina agora;
Fase rapida 20ml/kg;
Controle de BTF



04/06/2013 às 09:21 (6º dia de vida / 6º dia de Fototerapia / EST / 2
doses de Ig)
 Anictérico ao exame clínico (mascarado pela foto). Colhido novo
controle de bilirrubinas.
04/06/2013 às 16:27
 BT:12,71 / BD: 0,60 / BI: 12,11
Conduta:
 Mantida foto única/
 Ao ALCON

05/06/2013 às 11:47 (7º dia de vida / 7º dia de Fototerapia / EST / 2
doses de Ig)
 Anictérico sob fototerapia.

Conduta:
 Suspensa Fototerapia – observar rebote.


06/06/2013 às 11:06
RN segue em berço aquecido. Sugando bem ao seio, mãe com colostro e
RN ainda com complemento. Sem intercorrências, diurese e fezes
normais. Com dissecção de jugular E
Ao exame:
RN anictérico sob fototerapia, corado, afebril, eupnéico, ativo e
reativo, hidratado.
AR: MVF, sem RA. FR= 44irpm
ACV:RCR 2T BNF sem sopros
Abd: Semigloboso, flácido, sem VCM
Extremidades: aquecidas, bem perfundidas sem edemas
Conduta:
- Retirar acesso profundo
- Mantenho complemento e observar ganho ponderal.


07/06/2013 às 10:57
Criança evoluindo bem, sem intercorrências, anictérico ao exame.
Conduta: Alta hospitalar.
DISCUSSÃO
HIPERBILIRRUBINEMIA

AUMENTO DA PRODUÇÃO

Isoimunização Rh, ABO e subgrupos;
Esferocitose hereditária;
 Deficiência enzimática do eritrócito: G-6
PD; piruvatoquinase e outras;
 Hematomas;
 Policitemia;
 Drogas (Vitamina K 3)

HIPERBILIRRUBINEMIA

AUMENTO DA CIRCULAÇÃO ÊNTEROHEPÁTICA





Jejum prolongado
Sangue deglutido
Obstrução intestinal
Íleo paralítico (induzido por drogas)
DIMINUIÇÃO DA CONJUGAÇÃO
Deficiência congênita da glucoronil-transferase;
Hipotireoidismo congênito;
 Inibição enzimática;
Drogas e hormônios
(novobiocina e pregnanediol);
 Galactosemia (inicial);
Síndrome de Lucey-Driscol;
Leite humano;
 Recém-nascido (RN) de diabética;
Prematuridade;
Síndrome de Down.


ICTERÍCIA FISIOLÓGICA

Inicia-se após as 24 h de vida.

Nx RN a termo :
níveis séricos até 13mg%
 pico entre 3º e 5º
 duração de 1 semana.


RN pré-termo
níveis séricos até 15 mg%
 pico entre o 5º e 7º dia de vida
 duração até 2 semanas.

HEMOLÍTICA


Inicia-se antes de 24 horas de vida, com valores de
bilirrubina que ultrapassam 13 mg% nos RN a termo e
15mg% nxs RN pré-termo e com formas eritrocitárias
jovens (reticulócitos) e anormais (eliptócitos e
esferócitos).
incompatibilidade ABO

incompatibilidade Rh:
Há risco menor de sensibilização
materna
se
houver
incompatibilidade
ABO concomitante: passa de 16% para
2%.



DIAGNÓSTICO
Dosagem de bilirrubinas (total e frações);
Determinação de grupo sanguíneo e Rh maternos e dx
RN;
 Teste de Coombs direto do sangue dx RN;
 Determinação do hematócrito;
 Contagem de reticulócitos (caso hematócrito normal ou
baixo).


CONTROLE LABORATORIAL
Nos casos de icterícia precoce e hemólise acentuada:
dosagem de bilirrubinas e hematócrito de 6 em 6 horas.
 Nos casos de icterícia tardia, controlar de 12/12 horas
ou de 24/24h conforme a gravidade do caso


CUIDADOS COM X RN





RN totalmente despido;
Usar protetor ocular;
Aumentar a ingesta, se possível, oral;
Temperatura deverá ser medida de 4/4h;
Proteção da genitália é discutível.
TRATAMENTO

A indicação de fototerapia dependerá:
dos níveis séricos de bilirrubina
 do tipo de icterícia (hemolítica ou não)
 das características do RN (idade gestacional peso de
nascimento e fatores de risco para Kernicterus).



Fototerapia X exsanguíneotransfusão?
Na indicação do tratamento, fototerapia
e/ou exsanguineotransfusão, considerar a
bilirrubina total.

FOTOTERAPIA PROFILÁTICA


Fototerapia é eficaz na modificação de moléculas de
bilirrubina acumuladas no subcutâneo, o que ocorre com
níveis de BI >5-6mg%. Qual seria o sentido da
fototerapia antes de atingir esses níveis?
FOTOTERAPIA PRECOCE

Indicada em RN com peso de nascimento < 1000g e
níveis séricos de bilirrubina indireta de 5-6 mg%.
INDICAÇÕES DE FOTOTERAPIA (RN A
TERMO SAUDÁVEIS
SEM DOENÇA HEMOLÍTICA)

Para RN ictéricxs com peso de nascimento < 2500 g e <
24 h de vida não são considerados saudáveis,
considerar tabela específica de peso x BT.
INDICAÇÃO DE FOTOTERAPIA EM RECÉM
NASCIDXS COM PESO DE NASCIMENTO
INFERIOR A 2500 GRAMAS (bilirrubina total)
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO

Exsanguíneotransfusão (ET) é recomendada
imediatamente se x recém-nascido mostra sinais de
encefalopatia bilirrubínica (hipertonia, opistótono,
febre e choro agudo).

Fatores de risco: doença hemolítica isoimune,
deficiência de glicose 6-fosfato desidrogenase (G6PD),
letargia
significante,
sepses,
acidose,
asfixia,
instabilidade da temperatura, albumina menor que 3g%

INDICAÇÃO

A indicação de exsanguineotransfusão (ET) está sendo
mundialmente reconsiderada para aqueles RN
saudáveis (a termo, peso de nascimento > 2500 g, sem
doença hemolítica): bilirrubina total ≥ 22 mg%. Com
hemólise ou doente: 20 mg%

Menor chance de desenvolver desenvolver kernicterus,
pois a sua instalação depende do aumento da
permeabilidade da barreira hematoencefálica, o que
geralmente não ocorre nesse grupo.
RELAÇÃO BILIRRUBINA
TOTAL/ALBUMINA (B/A)


um RN a termo que apresente uma concentração
sérica de albumina de 3 a 3,5g% deve poder
combinar aproximadamente 25 a 28mg% de
bilirrubina.
O uso da relação B/A é uma opção clínica,
não em substituição ao nível de BT, mas
como um fator adicional na determinação
da necessidade de exsanguineotransfusão.
Imunoglobulina


O seu uso diminuiu significativamente a indicação
de exsanguineotransfusão e de fototerapia, tanto na
incompatibilidade Rh como ABO.
A gamaglobulina reduz a taxa de hemólise pelo
bloqueio de receptores Fc dos macrófagos do
sistema retículo-endotelial neonatal, sítio de
destruição dos eritrócitos.
INDICAÇÃO


O uso da globulina hiperimune pode estar indicado
tanto como profilático (nas primeiras horas de vida,
antes da ocorrência da hiperbilirrubinemia), como nos
casos
de
icterícia
precoce/
anemia
por
incompatibilidade ABO/Rh com Coombs Direto.

Relato de enterocolite ncrosante – administrar em 4
horas.

Observou-se que quanto mais tardio o uso da globulina mais
tempo de fototerapia foi necessário.
DOSE: 0,5-1 g / kg EV por 4-5 horas. repetir a dose
24-48 horas após ( a dose de 1g/kg mostrou-se mais
eficaz
na
redução
da
indicação
da
exsanguineotransfusão).
COMPLICAÇÕES

Hidropsia fetal

Kernicterus

A bilirrubina atua prejudicando a homeostase do cálcio
intracelular, que é o principal mecanismo da morte
celular em modelos de isquemia
Fase I: hipotonia, letargia e reflexo de sucção débil nos
primeiros 2 a 3 dias;
 Fase II: espasticidade, opistótono e febre;
 Fase III: aparente melhora, instalando-se, geralmente, no fim
da primeira semana, com diminuição da espasticidade;
 Fase IV: incide, geralmente, aos 2 a 3 meses de vida, com sinais
sugestivos de paralisia cerebral.


Bilirrubina e visão:


possível lesão da via neural entre a retina e o córtex
visua
Bilirrubina e audição:

Neuropatia auditiva que leva à distonia e atetose por
predileção da bilirribuna às células dessa via
MÉTODOS NÃO INVASIVOS PARA
MENSURAÇÃO DA BILIRRUBINA
ICTERÔMETRO TRANSCUTÂNEO
Fonte: Maisels, 2006.
 Descrito
em 1960, por Gosset
 Compara a coloração da pele do RN com
uma escala de cor.
 Régua com 05 faixas com diferentes tons
de amarelo.
 Pontuação associada a cada faixa.
 Para cada pontuação o icterômetro fornece
um valor de BT e depois desvios padrão
acima da média.
ICTERÔMETRO
Bilgen H et al, 1998
r=0,83
(bilirrubinômetro)
r=0,78
(icterômetro)
Paula Cristina Margotto
BILIRRUBINÔMETRO TRANSCUTÂNEO
 Equipamento
emite um feixe de luz em
direção a pele e capta a sua reflexão.
 Analisa a luz refletida pela pele através
de um espectro de múltiplos
comprimentos de onda.
 Determina a densidade óptica atribuída a
bilirrubina e outras substâncias (colágeno,
hemoglobina e melanina).
Uso do bilirrubinômetro transcutâneo em recém-nascidos pré-termos e a termo
durante a fototerapia





Zecca E(2009)-Itália
(364 RN, média de IG 34,6 semanas.Bilirrubinômetro usado;
BiliCheckR)
Medidas da Bilirrubina sérica (TSB), Bilirrubina Transcutânea
(BcT) em pele coberta (PC) e em pele exposta (PE) antes e
durante a fototerapia.
Antes da fototerapia, as medidas eram equivalentes, porém a
correlação entre PE e TSB foi pobre após foto-exposição.
PC tende a superestimar os valores de TSB para níveis altos de
bilirrubina.
PC subestima os valores de bilirrubina apenas após 96h de
terapia.
A diferença entre PE e PC foi menor entre os pré-termos (devido a
imaturidade da epiderme, falta de gordura subcutânea no
prematuro).
CONCLUSÃO: O bilirrubinômetro em PELE COBERTA pode
ser usado com segurança para avaliar os níveis de
bilirrubina durante a fototerapia.
Correlação entre bilirrubina transcutânea
(TcB) e bilirrubina sérica total (TSB) em RN sob
fototerapia
TcB pele coberta
Observem a melhor correlação entre
TSB e TcB com a pele coberta
Zecca E, 2009
TcB pele exposta
Uso do bilirrubinômetro transcutâneo em recém-nascidos pré-termos e a termo
durante a fototerapia
Fonseca R,2012 (Estados Unidos)
(39 recém nascidos a termo, saudáveis, submetidos a
fototerapia)
 Dosagem da bilirrubina sérica; aferição transcutânea
em pele coberta (TcB-C) e em pele exposta (TcB-E),
antes, 12h após o início e 6h após o fim da
fototerapia(uso do BiliCheckR)
 Inicialmente, os três métodos tiveram resultados
equivalentes.
 Nas duas aferições subsequentes, medida TcB-E
subestimou a bilirrubina sérica, significativamente.
 Bilirrubina sérica e medida TcB-C mostraram
resultados equivalentes nos três momentos.
 Conclusão: o Bilicheck pode ser usado com
segurança para avaliar a regressão da
bilirrubina em RN termo, saudáveis, em
Uso do bilirrubinômetro transcutâneo em recém-nascidos pré-termos e a termo
durante a fototerapia
Vejam a diferença significativa entre a bilirrubina
sérica total (TSB) e a bilirrubina transcutânea
(TcB) em pele exposta
Para cobrir a pele
(BiliCheckR)
Fonseca r, 2012
CONCLUSÃO:
O bilirrubinômetro pode ser usado para
estimar os valores de bilirrubina sérica
com segurança, em RN a termo e pré
termo, saudáveis ou não, inclusive aqueles
em Fototerapia( desde que a dosagem
seja feita em um pedaço de pele não
exposta a radiação)
Uso do bilirrubinômetro transcutâneo em recém-nascidos pré-termos 34sem
Badiee Z, 2012 (Irã)
(Avaliaram 63 RNpré-termos, incluindo 13 RN que
necessitaram de ventilação mecânica [VM])
 Aferiram a bilirrubina transcutânea (BiliCheckR)
pouco antes ou 10 minutos após a coleta de sangue
para dosagem sérica da bilirrubina. RN sem
fototerapia.
 A média dos valores obtidos com a aferição
transcutânea foi ligeiramente maior do que a média
dos valores séricos.
 r = 0,82 (p < 0,01), para RN saudáveis; r = 0,75 (p
< 0,01) para RN que precisaram de VM.
 Os valores não foram influenciados pela idade
gestacional, idade pós natal ou hematócrito.
Uso do bilirrubinômetro transcutâneo em recém-nascidos pré-termos 34sem
A correlação (r) entre TSB e TcB em estudos
anteriores com RN a termo foi de 0,87 e no
presente estudo, incluindo os RN pré-termos, a
correlação (r) foi de 0,82
 Em pré-termos esta correlação tem variado entre
0,69 a 0,92, sendo a explicação por estas
diferenças devido a diferentes bilirrubinômetros
usados
 No presente estudo, o coeficiente de determinação
(r2) foi de 67%, significando que por volta de 67%
da variabilidade das concentrações de bilirrubina
sérica pode ser antecipada pela medida da
bilirrubina transcutânea

Uso do bilirrubinômetro transcutâneo em recém-nascidos pré-termos 34sem
Correlação entre bilirrubina transcutânea(TcB) e bilirrubina sérica total (TSB) em RN
Pré-termos
Observem a correlação positiva e forte!
Badiee Z, 2012
Uso do bilirrubinômetro transcutâneo em recém-nascidos com 5-14 dias de vida



Kitsommart R, 2013 (Tailândia)
Foram avaliadas a bilirrubina transcutânea (TcB) e bilirrubina
sérica total (TSB) em 405 RN prematuros tardios (30sem36sem6d assiáticos) a termo asiáticos entre 5-14 dias.
Bilirrubinômetro usado: JM-103R
Os autores relataram uma correlação(r) de 0,80 (para 3
medidas) e 0,76 (para uma medida)
Para detectar um nível de TSB de 15mg% utilizando o nível de
corte TcB de 12mg% proporciona uma sensibilidade de 96% com
uma especificidade de 58%.
Conclusão: A TcB usando um nível de corte específico pode
ser
confiavelmente utilizado como ferramenta de triagem
para detecção de icterícia em recém-nascidos mais velhos,
recém-nascidos pós-alta, incluindo a população
asiática.Valores de corte mais baixas pode ser configurado para
capturar todas as crianças que merecem
maior vigilância
Uso do bilirrubinômetro transcutâneo em recém-nascidos com 5-14 dias de vida
Observem a correlação positiva e forte entre a TSB e a TcB em RN de 5-14
dias de vida (ACIMA DE 2 SEMANAS DE VIDA!

Maior atenção:

Bilirrubina entre 6-8 mg%: 20 – 40% não vêem icterícia

(o olho é relativamente insensível ao amarelo)

TcB (Bil transcutânea):
-BiliChek (menor acurácia >15mg%e <35sem);
-JM 103: sobrestima; menor acurácia <35sem)

Estimativa Bilirrubina: Extensão Caudal

Face: 5mg%

Tórax: 10 mg%

Abdômen: 12mg%

Palmar e Solar: > 15 mg%
Maisels (2002), Gartner (2001),
Poland (2002), Porter (2002),Stevenson,2004
PREVISÃO DE
HIPERBILIRRUBINEMIA
GRAVE EM RN TERMO OU
PRÓXIMO AO TERMO
 Normograma
de Bhutani e col - percentis 40,
75 e 95 da primeira BT sérica (entre 18 e 72
horas de vida) de 13.000 RN norteamericanos com idade gestacional de 35
semanas ou mais e peso ao nascer superior a
2.000g
 Primeira BT é identificada como fator de risco
para hiperbilirrubinemia significante na
primeira semana de vida.
 Permite individualizar o manejo do RN com
hiperbilirrubinemia e ajuda na avaliação do
risco benefício da alta hospitalar, visando a
não reinternação.
Fonte: Atenção à Saúde do Recém Nascido, volume 2. Brasília-DF, 2011.
No caso do uso do bilirrubinômetro transcutâneo,
qual nomogragma deveríamos ausar para a predicção
de hiperbilirrubinemia?
Devemos usar o Bilimapa (Bhutani et al) ou um nomograma a
partir da bilirrubimetria transcutânea?
O nomograma de Bhutani et al é baseado nos valores específicos por hora da
bilirrubina sérica total(TCB),obtidos a partir de 6 horas de vida. É usado na
predição da probabilidade de subsequente hiperbilirrubinemia e está incluido no
Guideline de Hiperbilirrubinemia da Academia Americana de Pediatria.
 No entanto, segundo Maisels e Kring (2006):
-este nomograma não representa a história natural da bilirrubinemia nos recémnascidos
-os níveis TSB usados para criar o nomograma de Bhutani et al incluiu medições
realizadas para crianças antes e depois da alta, até à idade de 6 dias.
-crianças com os resultados do teste de Coombs direto positivo e aqueles que
necessitam de fototerapia antes da idade de 60 horas
foram excluídos
-os níveis TSB para o percentil 40 após 48 horas, são muito mais elevados
que os níveis médios de TSB relatados em qualquer estudo anterior, incluindo
valores para população japonesa com aleitamento materno exclusivo.
O uso do nomograma de Bhutani et al associa-se com o aumento da taxa de falso
negativo na previsão crianças em risco de hiperbilirrubinemia significativa
(Mohamed I et al, PAS, 6/5/2013)


Jeffrey Maisels (comunicação pessoal), nos enviou
o seguinte nomograma-TcB que usa atualmente
em seu Serviço, após correção em cerca de 1mg
devido à mudança do algoritmo do
bilirrubinômetro transcutâneo usado (JM-103)
originalmente na confecção do nomograma
publicado em 2006 (Pediatrics 2006;117:11691174). Foram obtidas 3 medidas
independentemente, sendo tomado o maior valor
das 3, com o objetivo de evitar falsos negativos.
Se algum valor estiver acima do percentil
95, deverá ser obtida a bilirrubina sérica.
(Oakland University William Beaumont
School of Medicine -19/6/2013)
Beaumont Children's Hospital
Transcutaneous Bilirubin Levels in 505 Newborns >35 weeks
Níveis de bilirrubina transcutânea em RN ≥35 semanas
14
13
Bilirrubina
Transcutânea
(mg%)
Transcutaneous Bilirubin (mg/dL)
12
95th Percentile
11
75th Percentile
10
9
50th Percentile
8
7
25th Percentile
6
5
4
3
2
1
0
1-4
12
24
36
48
60
72
Age hours
Horas
de vida
Jeffrey Maisels
(comunicação pessoal, 2013)
84
96
Referência - Consultem
Hiperbilirrubinemia Neonatal-2012 (Incluindo Tabela
para RN <35 semanas)
Autor(es): Paulo R. Margotto, Liu Campelo Porto, Ana Maria
C. Paula
OBRIGADX!
Ddos Felipe Bozi Soares e Glenda G. S. Oliveira
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Caso Clínico: Hiperbilirrubinemia neonatal