GÊNEROS NO
JORNALISMO
Fabiano Ormaneze
O que é um gênero?

Conceito baseado na “função social” do texto.

Gênero textual x tipo textual

Gênero – “a semelhança na diferença”.

Gêneros e mudanças históricas

Gêneros e grupos sociais

Gêneros e trabalho escolar
Gênero – Conceito de Bakhtin



Gêneros são formas relativamente estáveis de enunciados
presentes em cada esfera de troca: eles possuem uma forma
de composição, um plano composicional;
Além do plano composicional, eles se distinguem pelo
conteúdo temático e pelo estilo;
Trata-se de entidades escolhidas, tendo em vista as esferas
de necessidade temática, o conjunto dos participantes e a
vontade enunciativa ou a intenção do locutor, sujeito
responsável por enunciados, unidades reais e concretas da
comunicação verbal.
(KOCH, Ingedore; ELIAS, Vanda. Ler e compreender os
sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2008, 106-107).
Tipos textuais


Marcuschi (2002, p. 23): “os tipos textuais
constituem sequências linguísticas ou sequências de
enunciados”.
Tipos: narrativo, descritivo, argumentativo,
persuasivo etc.
(MARCUSCHI, Luiz A. Gêneros textuais: definição e
funcionalidade. In: DIONÍSIO, Angela; MACHADO, Anna
Raquel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (orgs.). Gêneros textuais
e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002)
Gêneros no Jornalismo

Jornalismo Informativo: notícia, nota.

Jornalismo Interpretativo: reportagem.

Jornalismo opinativo (Constituem a editoria de
Opinião): editorial, carta do leitor, artigo, crônica,
resenha, charge.
Editorial







Texto que tem como premissa transmitir a visão da
empresa jornalística sobre o principal assunto tratado
no dia ou nos dias anteriores;
Não tem assinatura;
É um texto dissertativo, argumentativo, portanto, segue
o esquema “tese”, “argumentos” e “conclusão”;
Faz referência temática a notícias e reportagens;
Está sempre no mesmo lugar, com destaque. No caso do
Correio, na pág. 3, desde a última reforma gráfica.
Importante: nem todo jornal tem editorial. Nas revistas,
o conceito mais utilizado é o de “carta ao leitor”.
Nos sites e portais noticiosos, é raro haver editorial.
Carta do Leitor





Espaço de democratização da opinião;
Colaborações dos leitores, que chegam por e-mail,
fax ou mesmo correio tradicional;
Curta, no máximo, 20 linhas, traz comentários,
críticas ou sugestões em relação a assuntos
trabalhados pelo jornal nos últimos dias.
Corresponde ao espaço de “comentários” dos sites.
Será que os assuntos mais comentados no jornal são
os mesmos que mereceram mais comentários nos
sites?
Artigo





Texto com função argumentativa, embora não tenha
um formato tão claramente definido como o
editorial;
Variedade de opiniões – espaço de discussão;
O autor escreve defendendo seu ponto de vista
sobre algum assunto, como bullying, por exemplo;
Discurso especializado;
Nos jornais digitais, esse papel é desenvolvido,
quase sempre, pelos blogs.
Crônica







Gênero híbrido entre o jornalismo e a literatura;
Texto menos compromissado com a argumentação e mais
relacionado à narração de fatos cotidianos e à reflexão do
autor;
Experiência própria, como observador ou como
protagonista, não raro, é o início de uma crônica;
Usa elementos literários;
Gênero que acaba, muita vezes, se tornando coletânea, em
livro. Ex: Rubem Braga, Stanislaw Ponte Preta.
Ganha espaço nos blogs.
Artigos e crônicas, quando habituais, podem se transformar
em coluna fixa do jornal.
Resenha



Texto que tem como função apresentar,
criticamente, um espetáculo teatral, um CD, um
filme, uma exposição (sem, claro, contar o final...)
Compõem-se de breve apresentação de aspectos
como nomes dos atores, autores, duração,
quantidade de páginas etc.
Elemento essencial é apontar pontos positivos e
negativos do que está sendo resenhado.
O Discurso do Rei, com direito a Oscar
George VI foi um rei fora dos padrões. Filho de George V, não era o primeiro
da linha sucessória, já que era o caçula, mas acabou herdando a coroa de
seu irmão Edward que renunciou e não tinha herdeiros. Daí, Albert Frederick
Arthur George assumiu o trono da Grã Bretanha, mas isso acarretou alguns
problemas. Albert não tinha sido preparado para governar, era tímido,
inseguro e ainda por cima gago, o que lhe trouxe uma série de situações
embaraçosas.
A família Real britânica sempre rendeu filmes, desde Henrique VIII até
a Rainha Elizabeth II (A Rainha, de 2007), e O Discurso do Rei (The King’s
Speech E.U.A/ Austrália/ GB 2010) é a mais recente transposição para as
telas de um episódio pitoresco da realeza britânica. Dirigido pelo britânico
Tom Hooper, o longa, que é o campeão de indicações ao Oscar desse ano,
enfoca o drama trazido pela dificuldade fonológica do rei, que já o
incomodava seriamente antes mesmo de assumir o trono.
O filme é baseado no livro homônimo escrito por Mark Logue, neto de
Lionel Logue, o fonoaudiólogo australiano incumbido da árdua tarefa de
amenizar a gagueira do rei para discursos públicos. Por ter guardado todos
os diários e fichas médicas do avô, Mark teve a sua disposição um rico
material de pesquisa para a composição do livro.
Colin Firth, indicado para o Oscar de melhor ator, encarna George VI
com maestria. No tom exato, ele reproduz a personalidade insegurança e ao
mesmo tempo temperamental de Bertie (como era chamado em família),
passa para o espectador a agonia causada pelo sério problema de
gagueira, fazendo com que muitas vezes nos sintamos na pele do monarca.
O roteiro de David Seidler (que escreveu animações como O rei e Eu e
Quest for Camelot) é enxuto, não se notam aquelas gordurinhas que muitas
vezes atrapalham as adaptações de livros para as telas, sobretudo quando
se trata de personagens reais.
Geoffrey Rush é a grata surpresa do filme. Depois de receber o Oscar
por Shine em 1997, Rush passou por um período irregular na carreira, mas
fez as pazes com a atuação de alto nível com seu Lionel Logue magistral. Em
cada cena em que está presente dá um verdadeiro show de atuação, não
seria absurdo se a mais que merecida indicação ao prêmio de melhor ator
se revertesse em vitória.
A imponente fotografia de Danny Cohen, que também
filmou o ao vivo no Apollo Theater do Artic Monkeys dá
contornos ainda mais expressivos às atuações e com uma
temperatura de cor quase neutra dá um tom documental
histórico à película e aliado à direção de arte igualmente
primorosa, forma um dos grandes trunfos do filme.
O Discurso do Rei é sem dúvida um filme de Oscar, no
bom sentido, é aquele filme que traz ao espectador o deleite
de apreciar um elenco de peso em boas atuações, roteiro bem
desenvolvido, direção precisa e parte técnica irretocável. Para
sorte dos cinéfilos a briga pelo prêmio da Academia desse
ano está em um nível muito acima do ano passado, dos dez
que concorrem pelo menos sete merecem estar ali e O Discurso
do Rei configura entre eles com louvor.
JORNAL ESCOLAR
Como fazer?
ETAPAS







Apresentar a proposta de forma contextualizada;
Explicar como funciona um jornal grafica e editorialmente e,
então, dividir as tarefas: editores, diagramadores,
repórteres, publicitários, articulistas, chargistas. Tente
encontrar os talentos na turma!
Produzir textos e imagens;
Organizar graficamente as páginas, pensando cada
espaço e o que deve entrar;
Fazer o trabalho de diagramação (usando os programas
disponíveis ou à mão);
Impressão do jornal, de acordo com os recursos.
No caso de jornal mural, as etapas são as mesmas!
Download

Gêneros do discurso e Gêneros opinativos no jornalismo