Escorpionismo na Região de Caetité, Bahia
Laíse Carvalho Ribeiro, Diego Sales de Argollo, Rejâne Maria Lira-da-Silva
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
[email protected], [email protected], [email protected]
Introdução
O reino animal engloba milhões de espécies e a maioria delas tem um traço em comum: o sentido da visão. Mas o fato de
compartilharmos o mesmo sentido com outros animais não significa que interpretamos o meio ambiente da mesma forma. O crescimento
desordenado das cidades cria condições para a proliferação de animais peçonhentos, em especial escorpiões como o Tityus serrulatus
(Figura 1), que apresentam grande plasticidade ecológica. O escorpionismo é um importante problema de saúde pública devido à
crescente incidência no Nordeste do Brasil (HICKMAN et al, 2004). Por esse motivo, este trabalho objetiva construir um cladograma que
apresente o desenvolvimento do sentido da visão numa escala evolutiva.
Objetivo
O presente trabalho pretendeu realizar estudo clínico-epidemiológico descritivo dos acidentes escorpiônicos em Caetité (BA)
Metodologia
Foram utilizadas informações dos prontuários médicos da Fundação Hospitalar Senhora Santana, concedidos mediante aprovação da
Instituição e apresentação da aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa (052-06/CEP-ISC). Na maioria dos prontuários médicos não
havia especificação do grau de estadiamento dos pacientes, então foram classificados a posteriori (Manual de Diagnóstico e Tratamento
de Acidentes por Animais Peçonhentos, BRASIL, 2001). Cálculos epidemiológicos foram realizados utilizando o SPSS® (versão 17.0) e
Windows Excel®.
Resultados e Discussão
Figura 1: Tityus serrulatus
Foto: Jorge Lucio Dores
Figura 2: Sexo dos pacientes
escorpionismo em Caetité, Bahia
vítimas
do
Considerações Finais
O perfil clínico e epidemiológico do escorpionismo em Caetité
segue o padrão nacional. O estudo clínico-epidemiológico do
escorpionismo é importante ferramenta para atuar como
diagnóstico da distribuição dos acidentes e do tratamento
dispensado às vítimas e para subsidiar previsões e auxiliar no
planejamento de ações que contribuam para o controle deste
agravo.
Investigamos 116 casos, cujos agentes etiológicos não
foram identificados. Os acidentes acometeram mais mulheres
(57,9%, n=67), com idades entre 0-15 anos (53,4%, n=62)
(Figura 2).
O atendimento médico foi precoce (até 1h pós-picada) em
27,0% (n=31) dos acidentes, e 1-3 horas, em 27,8% (n=32) dos
casos. A maioria dos casos foi benigno, sendo que destes,
67,02% (n=78) foram leves, 30,2% (n=35) moderados e 1,7%
(n=2) graves.
Em 2009, um óbito foi registrado para o município, cuja
vítima, menor de 8 anos, deu entrada na unidade de saúde duas
horas pós-picada, com sintomatologia compatível a acidente
moderado. Com este registro, a letalidade em 2009 foi de 3,85%
(1 óbito), muito acima da média nacional (0,23%), e a
mortalidade de 2,08 mortes/100.000hab (FUNDAÇÃO
NACIONAL DE SAÚDE, 2001). O ano de 2008 apresentou a
maior
incidência
dentro
do
período
com
81,63
casos/100.000hab.
O envenenamento caracterizou-se principalmente pelos
efeitos locais: dor (72,4%, n=84), parestesia (12,9%, n=15) e
edema (9,5%, n=11). Dentre as alterações sistêmicas
observaram-se manifestações gastrointestinais: vômitos (19%,
n=22;), náuseas (8,6%, n=10;) e dor abdominal (1,7%, n=2;).
A soroterapia específica foi utilizada em 88 casos (75,9%) e
constatou-se que em 55 casos leves foram administradas 1-6
ampolas, procedimento não preconizado pelo Ministério da
Saúde, cuja recomendação é observação (6-12h) e tratamento
sintomático.
Referências
Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Manual de diagnóstico
e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed.
Brasília: Funasa, 2001.
HICKMAN, C.P. Jr, & ROBERTS, L.S. & LARSON, A.
Princípios Integrados de Zoologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.
Download

Slide 1 - WordPress.com