PERTURBAÇÃO AGUDA DE STRESS
Apresentação
Clara Leitão e João Martins
Grupo de Estudos do Trauma
PERTURBAÇÃO AGUDA DE STRESS (PAS)
O diagnóstico da PAS foi introduzido em 1994 no DSM-IV para
descrever reacções de stress pós-traumático que ocorrem no primeiro
mês após um acontecimento traumático, manifestando-se durante,
pelo menos, 2 dias, e, no máximo, durante 4 semanas.
Considera-se que a PAS está presente quando uma pessoa reage com
uma resposta baseada no medo ao experienciar ou testemunhar um
acontecimento ameaçador, durante esse período de tempo,
evidenciando:
1. sintomas dissociativos - 3, pelo menos, de uma lista de 5: reduzida
consciência do que a rodeia; entorpecimento ou desinteresse;
sentimento de falta de realização; despersonalização; amnésia
dissociativa
2. reexperiência
3. evitamento persistente
4. ansiedade acentuada
5. resposta de alarme exagerada e hipervigilância.
TRATAMENTO DA PAS (de acordo com o autor do artigo)
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O tratamento psicológico por excelência para a PAS é a Terapia Cognitiva
Comportamental (TCC) que compreende:
Psico-educação: proporciona informação sobre os sintomas que geralmente se seguem
a um acontecimento traumático, legitimiza as reacções traumáticas e estabelece uma
base para o tratamento;
Controlo da ansiedade: as suas técnicas, que incluem treino da respiração, exercícios de
relaxamento e afirmações positivas, habilitam os indivíduos a serem capazes de
controlar os seus medos e reduzir os níveis de activação, e dá apoio aos indivíduos
empenhados em expor-se às memórias traumáticas;
Reestruturação cognitiva: envolve ensinar os pacientes a identificar e avaliar os
pensamentos negativos automáticos e avaliar as suas crenças acerca do trauma, de si
próprios, do mundo e do futuro, baseando-se nas evidências;
Exposição in vivo: requer que o indivíduo imagine vividamente o trauma (geralmente
durante 50 minutos, pelo menos) e normalmente é complementado com trabalho de
casa diário. Pode também incluir a exposição gradual aos estímulos relacionados com o
trauma, tais como voltar ao local físico onde ocorreu;
Prevenção de recaídas
O tratamento da PAS ocupa geralmente 5 sessões.
PREDIÇÃO DA PPST
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O diagnóstico da PAS também ajuda a identificar, perto do momento do trauma, as pessoas
que provavelmente virão a sofrer de PPST (Perturbação Pós-Stress Traumático), mas os
resultados a que se chegou não permitem predições seguras, pois verificou-se que:
cerca de 3/4 dos sobreviventes de traumas que evidenciaram PAS, desenvolveram PPST.
Mas muitas pessoas que desenvolveram PPST não apresentaram inicialmente sintomas de
PAS.
FUTURO DA PAS
Não parece provável que sobreviva à publicação do DSM-V porque:
1. O papel principal do seu diagnóstico é predizer outro diagnóstico;
2. Distinguir entre dois diagnósticos que têm sintomas semelhantes só na base da duração dos
sintomas não se justifica;
3. Há evidência insuficiente para suportar o seu papel como preditor de confiança da PPST.
No entanto, o diagnóstico da PAS teve vantagens:
1. Estimulou muita pesquisa e aumentou a compreensão de reacções de stress agudo;
2. Aumentou a possibilidade de prevenção secundária da PPST ao providenciar uma intervenção
precoce relativamente àqueles que estão em sério risco de a desenvolver, pois provou-se que
80% das pessoas que completam o tratamento da PAS não desenvolvem PPST.
Perturbação Aguda de Stress
Referência Bibliográfica:
Bryant, R. A. (2008). Acute Stress Disorder. In G. Reyes, J. D. Elhai, J. D.
Ford, The Encyclopedia of Psychological Trauma (pp. 012-014). New
Jersey: Wiley
Apresentação:
Clara Leitão – [email protected]
João Martins – [email protected]
Grupo de Estudos do Trauma
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Perturbação Aguda de Stress(PAS).