Espaço de Práticas em Sustentabilidade
Casos Práticos / PHILIPS / ECO VISION
Uma ideia brilhante
Lâmpada EcoMaster: produtos ”verdes” já equivalem a 20% do total das vendas
A sustentabilidade é uma questão estratégica para a holandesa Philips, uma das principais fabricantes
mundiais de produtos de consumo, iluminação e saúde. Em 2007, a empresa faturou US$ 6,9 bilhões com
produtos “verdes”, um aumento de 33% em relação a 2006 e o equivalente a 20% do total das vendas. Até
2012, a multinacional quer aumentar o percentual para 30% do faturamento global. Para isso, a empresa
pretende dobrar seus investimentos em inovações com foco no meio ambiente para US$ 1 bilhão até 2012.
Tais metas fazem parte do EcoVision, programa nascido em 1994 com a missão de colocar a empresa na
liderança global em eficiência energética. Quando decidiu criar o EcoVision, a Philips já tinha um longo
histórico de preocupação ecológica e social. Em 1971, por exemplo, estabeleceu um cargo corporativo
de gerência ambiental décadas antes de o aquecimento global entrar na agenda dos líderes mundiais.
Com o EcoVision, entretanto, essas preocupações passaram a fazer parte do centro de negócios da Philips,
com objetivos mensuráveis e revistos a cada quatro anos. “A questão da sustentabilidade é discutida pela
empresa desde a criação do produto até o relacionamento com as comunidades dos locais onde tem
presença física”, afirma Flávia de Moraes, da FCM Consultoria em Sustentabilidade, que atende a Philips.
Redução e inovação
A empresa desenvolveu um sistema de monitoramento on-line, que acompanha o progresso das
divisões de produtos em todo o mundo. Desde o início, a Philips se focou em dois aspectos: reduzir
o consumo de recursos naturais e criar produtos ambientalmente corretos.
De 2008 a 2012, as operações da companhia deverão ser 25% mais eficientes em termos energéticos.
A empresa já vem obtendo grandes avanços nesse sentido nos últimos anos. Entre 2001 e 2005,
por exemplo, a Philips elevou a sua eficiência energética em 25%. Mas, agora, obter o mesmo
percentual é um desafio bem maior. “No princípio, por mais ambiciosa que fosse a meta, era possível
atingi-la, pois a empresa estava partindo do zero. Agora, não dá para fazer do mesmo jeito, porque
inviabilizaria a operação. É preciso inovar”, diz Moraes.
Ela cita o exemplo de uma fábrica de reatores para iluminação localizada na cidade mineira de
Varginha. Para atingir as metas de redução no gasto com energia, a fábrica já não conseguia mais
mexer no seu processo de produção. A solução foi encontrar uma fonte mais barata de fornecimento
de energia. Além do tradicional abastecimento de Minas Gerais, a Philips passou a comprar energia
do Mato Grosso. “Medidas como essa reduzem os gastos da empresa e ajudam no desenvolvimento
social de outras regiões do Brasil”, avalia Moraes.
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Fazer as coisas de forma diferente significa, ainda, criar produtos jamais vistos. Surgido no âmbito
do programa EcoVision em 1994, o EcoDesign tem o objetivo de lançar produtos mais eficientes do
ponto de vista energético e menos danosos para o meio ambiente. Cinco fatores são levados em
consideração: peso, uso de substâncias tóxicas, consumo de energia, reciclagem/descarte final e
embalagem. Para a produção de lâmpadas, há um foco extra: tempo de vida útil. Os produtos que
alcançam bons índices em pelo menos dois desses itens (comparados a gerações anteriores ou a
similares da concorrência) podem se tornar Green Flagships.
A Philips já lançou mais de 200 produtos com o selo Green Flagship, que vêm conquistando cada
vez mais consumidores pelo mundo. A venda de lâmpadas mais eficientes cresceu 17% em 2007, a
de produtos “verdes” para saúde e hospitais aumentou em mais de 30% e a de eletroeletrônicos, em
91%. Um dos hits de venda foi um home theater 70% mais eficiente no consumo de energia.
Produto brasileiro
Em 2005, a lâmpada EcoMaster, desenvolvida no Brasil, tornou-se a primeira criação da América
Latina a atingir o status de Green Flagship, por sua eficiência luminosa e vida útil. A EcoMaster não
utiliza chumbo no vidro, nem solventes para sua cobertura de pó fluorescente e possui menor
quantidade de mercúrio do que lâmpadas similares. Com produtos como a EcoMaster, a Philips
percebeu que pode ganhar dinheiro e ajudar o planeta – afinal, de todo o gasto de energia do
mundo, 17% vão para iluminação. No entanto, no Brasil, a demanda ainda é maior por lâmpadas
menos eficientes. Flávia de Moraes e sua equipe têm um grande desafio na área de educação. Uma
lâmpada incandescente custa 1 real, enquanto o preço da fluorescente é de 17 reais. “O brasileiro só
vê a diferença de preço. Mas a lâmpada fluorescente é muito mais eficiente. Consome um quarto da
energia e dura oito vezes mais”, compara a consultora em sustentabilidade da Philips.
A empresa vem fazendo esforços para mostrar a conta, por meio de promotoras em supermercados,
blogs, parcerias com ONGs e o projeto “Aprendendo com a Natureza”, criado em 2002, que leva,
todos os anos, informações sobre eficiência energética a 25 mil crianças de escolas públicas.
Uma pesquisa realizada com mais de 6,5 mil alunos e dois mil pais mostrou que o projeto tem
influenciado significativamente a formação de valores ambientais entre os alunos, estimulando a
responsabilidade cidadã e promovendo a difusão do conhecimento ambiental. A Philips também
procura envolver seus funcionários nas ações socioambientais. Na América Latina, o trabalho
voluntário conta com a participação de 12% dos empregados da empresa.
Ficha da Prática
Empresa:
Philips
O que faz:
É uma das principais fabricantes de produtos de consumo, iluminação e saúde do mundo
Prática:
Criação de produtos ecoeficientes, que proporcionam economia e já significam 20% do
faturamento da empresa.
*Este case foi produzido no ano de 2008 e conta a história de uma iniciativa realizada antes da integração dos
bancos Real e Santander. Para preservação do histórico, seu conteúdo não foi alterado.
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