6º SEMESTRE DE ADMINISTRAÇÃO
Curso: Administração da Produção I
Professor: Robson Silva
Aula nº 04 – 25/08/2011
- Estudo de Tempos,
Movimentos e Métodos
Centro Universitário Padre Anchieta
Admistração - 6º Semestre
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Estudo de Tempos, Movimentos e Métodos
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Estudo de Tempos, Movimentos e Métodos
O estudo de tempos, movimentos e métodos aborda
técnicas que submetem a uma detalhada análise cada
operação de uma dada tarefa, com o objetivo de
eliminar qualquer elemento desnecessário à operação e
determinar o melhor e mais eficiente método para
executá-la.
Para se ter uma idéia sobre a abrangência, importância
e simplicidade do assunto, o destaque “Investigações
de Taylor sobre o uso da pá” mostra uma transcrição de
um trecho do clássico livro “Estudo de tempos e
movimentos, projeto e medida do trabalho”, escrito em
1937 por Ralf M. Barnes. Este estudo pioneiro de Taylor
também é freqüentemente mencionado na literatura
referente à Teoria Geral da Administração.
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INVESTIGAÇÕES DE TAYLOR SOBRE O USO DA PÁ
Em 1898, quando Taylor foi trabalhar na Bethlehem Steel Works, procurou melhorar os
métodos de trabalho em diversas seções da fábrica. Uma tarefa que chamou sua
atenção foi a movimentação de materiais com o auxilio de pás; 400 a 600 homens
empregavam a maior parte de seu tempo nesse trabalho. O material predominante era
o minério de ferro, seguido, em tonelagem, pelo carvão. Os bons operários preferiam
usar suas próprias pás às fornecidas pela indústria. Um mestre supervisionava de 50 a
60 homens, que movimentavam uma variedade de materiais no transcurso do dia. O
pátio tinha aproximadamente 3200 m de comprimento por 400m de largura, de forma
que o grupo se movimentava sobre uma área extensa.
Com breve investigação Taylor concluiu que os operários movimentavam 1,6 kg por pá,
quando trabalhavam com carvão, quantidade que aumentava para 17,2 kg, quando o
material era o minério de ferro. Seu problema era, então, determinar qual a carga por
pá que permitiria a um bom operário mover a quantidade máxima de material por dia.
Taylor escolheu dois dos melhores operários e colocou-os trabalhando em diferentes
partes do pátio, estudando suas atividades com o auxílio de dois cronometristas. De
início, usaram pás grandes, que acomodavam cargas maiores por pá. Cortadas as
pontas das pás, apenas cargas pequenas foram movimentadas e anotaram-se as
tonelagens deslocadas ao fim do dia com cada tipo de pá. Os resultados obtidos
mostraram que, com a carga de 9,75 kg na pá, um homem obteria, em um dia, a
tonelagem máxima de material deslocado.
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INVESTIGAÇÕES DE TAYLOR SOBRE O USO DA PÁ
Assim, uma pá pequena era fornecida ao operário que movimentava o minério de ferro,
e uma pá grande era usada pelo operário que deveria deslocar material mais leve,
como cinzas, de tal forma que, em ambos os casos, o peso de material por pá fosse de
9,75 kg.
Estabeleceu-se uma ferramentaria e compraram-se pás especiais, que eram entregues
aos operários quando necessárias. Além disso, Taylor criou um departamento de
planejamento que determinava antecipadamente o trabalho que seria feito no pátio.
Esse departamento emitia ordens aos mestres e aos trabalhadores, cada manhã,
indicando a natureza do trabalho a ser feito, sua localização no pátio e as ferramentas
que seriam necessárias. Em lugar de os operários trabalharem em grupos, o material
que cada homem movimentava foi pesado ou medido ao fim de cada dia. O operário
que executasse corretamente a tarefa que lhe tivesse sido especificada receberia um
prêmio de mais 60% do salário naquele dia. Quando o operário não conseguia obter o
prêmio, um instrutor lhe indicava a maneira correta de fazer o trabalho, de forma a
possibilitar-lhe a bonificação.Depois de três anos e meio em Bethlehem, Taylor obtinha
a mesma produção com 140 homens que, anteriormente, requeria de 400 a 600
homens.
Fonte: Barnes (1999).
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Estudo de Tempos, Movimentos e Métodos
O estudo de tempos, movimentos e métodos teve seu
inicio em 1881, na usina da Midvale Stell Company.
Frederick Taylor foi seu introdutor. Atualmente, é um
dos métodos mais amplamente utilizados para o
planejamento e padronização do trabalho.
O estudo de tempos, movimentos e métodos mantém
estreito vínculo com três importantes definições do
vocabulário empresarial: A engenharia de métodos,
projeto de trabalho e ergonomia.
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Engenharia de métodos:
Atividade dedicada à melhoria e desenvolvimento de
equipamentos de conformação e processos de
produção para suportar a fabricação. Preocupa-se em
estabelecer o método de trabalho mais eficiente, ou
seja, procura otimizar o local de trabalho com relação a
ajuste de máquinas, manuseio e movimentação de
materiais, leiaute, ferramentas e dispositivos
específicos, medição de tempos e racionalização de
movimentos.
Também é chamada de engenharia industrial,
engenharia de processo ou engenharia de manufatura.
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Projeto de trabalho:
O projeto de trabalho define a forma pela qual as
pessoas agem em relação a seu trabalho.
O projeto de trabalho leva em consideração as
atividades que influenciam o relacionamento entre
pessoas, a tecnologia que elas usam e os métodos de
trabalho empregados pela produção.
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Ergonomia:
A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao
homem e vice-versa. A ergonomia parte do
conhecimento do homem para fazer o projeto do
trabalho, ajustando-o às capacidades e limitações
humanas. O instituto Ergonomics Research Society, da
Inglaterra, define ergonomia como o estudo do
relacionamento entre o homem e o seu trabalho,
equipamento e ambiente, e particularmente da
aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e
psicologia na solução dos problemas surgidos desse
relacionamento.
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ESTUDO DE TEMPOS:
É a determinação, com o uso de um cronômetro, do
tempo necessário para se realizar uma tarefa.
O termo “cronoanálise” é bastante utilizado nas
empresas brasileiras para designar o processo de
estudo, mensuração e determinação dos tempos
padrão em uma organização.
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Finalidade do estudo de tempos:
O estudo de tempos não tem apenas a finalidade de
estabelecer a melhor forma de trabalho.
O estudo de tempos procura encontrar um padrão de
referência que servirá para:
- Determinação da capacidade produtiva da empresa;
- Elaboração dos programas de produção;
- Determinação do valor da mão-de-obra direta no
cálculo do custo do produto vendido (CPV);
- Estimativa do custo de um novo produto durante seu
projeto e criação;
- Balanceamento das linhas de produção e montagem.
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Equipamentos para o estudo de tempos:
- Cronômetro de hora centesima
- Filmadora
- Prancheta
- Folha de observação
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Divisão da operação em elementos:
Em primeiro lugar, a operação total cujo tempo padrão
se deseja determinar deve ser dividida em partes para
que o método de trabalho possa ter uma medida
precisa, deve-se tomar o cuidado de não dividir a
operação em exageradamente muitos ou
demasiadamente poucos elementos.
Exemplo: uma indústria de confecções deseja cronometrar o
tempo de costura de uma camiseta. Em que elementos esta
operação pode ser dividida?
Elemento 1 – Costura dos ombros (frente com as costas unindo os ombros)
Elemento 2 – Costura das mangas (costura fechando as mangas independentes)
Elemento 3 – Costura das mangas nos conjunto frente e costas
Elemento 4 – Fechamento de frente e costas nas laterais (abaixo das mangas)
Elemento 5 – Costura da barra das mangas
Elemento 6 – Costura da barra inferior do corpo
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Coeficientes estatísticos
Na prática costuma-se utilizar probabilidades para o grau
de confiabilidade da medida entre 90% e 95%, e erro
relativo aceitável variando entre 5% e 10%.
Em outras palavras, supondo que seja encontrada uma
média de cronometragens no valor de 10 segundos para
um grau de confiabilidade de 95% e um erro de 5% isto
significa que, estatisticamente, existe 95% de certeza que
o tempo da atividade está entre 9,5 segundos e 10,5
segundos.
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Determinação da velocidade
Talvez a parte mais importante e mais difícil do estudo de
tempos consiste na avaliação da velocidade ou ritmo
com o qual o operador trabalha, durante a execução da
cronoanálise.
A velocidade do operador é determinada subjetivamente
pelo cronoanalista. Para a velocidade de operação
normal do operador é atribuída uma taxa de velocidade,
ou ritmo, de 100%. Velocidades acima do normal
apresentam valores superiores a 100% e velocidades
abaixo do normal apresentam valores inferiores a 100%.
V = 100%  Velocidade Normal
V > 100%  Velocidade Acelerada
V < 100%  Velocidade Lenta
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Avaliação da velocidade do operador:
É o processo por meio do qual o cronoanalista compara
o ritmo do operador em observação com o seu próprio
conceito de ritmo normal.
Velocidade acima do normal: o operador que está
sendo avaliado pode estar trabalhando acima da
velocidade normal. Isto pode acontecer por vários
motivos, como por exemplo:
- Tratar-se do início de expediente na segunda-feira;
- O operador ter acabado de ser repreendido por seu superior;
- O operador estar buscando um prêmio de produtividade;
- O operador possuir uma destreza para aquela tarefa que pouca gente
possui (neste caso a velocidade de trabalho pode ser normal para aquele
- Operador específico, porém não servirá para um operador “normal”);
- Simplesmente, por estar sendo observado pelo cronoanalista.
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Determinação do Tempo Padrão
Uma vez obtidas as n cronometragens válidas, deve-se:
 Calcular a média da “n” cronometragens,
obtendo-se Tempo Cronometrado (TC);
 Calcular o Tempo Normal (TN):
TN = TC x V
 Calcular o Tempo Padrão (TP)
TP = TN x FT
V = velocidade (%)
FT = (Fator de Tolerância) é geralmente dado por: FT = 1/(1-p)
Onde p é a relação entre o total de tempo parado devido às
permissões e a jornada de trabalho.
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No cotidiano das empresas, especialmente nas
organizações industriais, é necessário criar um
procedimento de cunho mais prático. Não convém
deixar que um analista de processos dispense muito
tempo fazendo todas as contas e calculos teóricos.
No mundo prático das empresas, é comum elaborar-se
procedimentos simplificados para a realização da
atividade de cronoanálise.
Convém ressaltar que não é raro encontrar tempos
desatualizados na organização.
Em alguns casos, o produto ou o processo já foi
mudado a longa data e a área industrial, sob a alegação
de falta de tempo ou de pessoal, ainda não procedeu à
atualização dos tempos de produção no sistema.
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ERGONOMIA
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Ergonomia (estudos ergonomicos)
A ergonomia, ou fatores humanos (human factors), é a
disciplina científica relacionada ao entendimento das
interações entre seres humanos e outros elementos de
um sistema, e também é a profissão que aplica teoria,
princípios, dados e métodos para projetar a fim de
otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral de
um sistema.
Os ergonomistas contribuem para o projeto e avaliação
de tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e sistemas, a
fim de torná-los compatíveis com as necessidades,
habilidades e limitações das pessoas.
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Ergonomia (estudos ergonomicos)
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Ergonomia
A ergonomia é a qualidade da adaptação de um
dispositivo a seu operador e à tarefa que ele realiza. A
usabilidade se revela quando os usuários empregam o
sistema para alcançar seus objetivos em um
determinado contexto de operação. Pode-se dizer que a
ergonomia está na origem da usabilidade, pois quanto
mais adaptado for o sistema interativo, maiores serão
os níveis de eficácia, eficiência e satisfação alcançado
pelo usuário durante o uso do sistema.
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Ergonomia
De fato, a norma ISO 9241, em sua parte 11, define
usabilidade a partir destas três medidas de base:
- Eficácia: a capacidade que os sistemas conferem a
diferentes tipos de usuários para alcançar seus
objetivos em número e com a qualidade necessária.
- Eficiência: a quantidade de recursos (por exemplo,
tempo, esforço físico e cognitivo) que os sistemas
solicitam aos usuários para a obtenção de seus
objetivos com o sistema.
- Satisfação: a emoção que os sistemas proporcionam
aos usuários em face dos resultados obtidos e dos
recursos necessários para alcançar tais objetivos.
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LER - DORT
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Distúrbios relacionados ao trabalho: LER – DORT
Os movimentos manuais repetitivos a que são
submetidos os operários são responsáveis por um
grave distúrbio conhecido no Brasil como LER e, mais
recentemente, como DORT.
A prevenção ainda é a melhor opção para evitar a
instalação dos Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho – DORT. O destaque
“Ginástica no trabalho, estilo de vida” demonstra que
esta estratégia vem sendo cada vez mais utilizada nas
organizações de todo o mundo, como forma de
prevenção destes distúrbios pós-revolução industrial.
L.E.R. - é a abreviatura de Lesão por Esforço Repetitivo
D.O.R.T. ? Distúrbio Osteo-muscular Relacionado ao Trabalho
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GINÁSTICA NO TRABALHO, ESTILO DE VIDA
A ginástica laboral consiste em práticas diárias elaboradas para serem
realizadas no próprio posto de trabalho, sem que haja a locomoção dos
trabalhadores para um outro espaço físico e sem que haja interferência na
produção. A idéia de ginástica laboral vem sendo aplicada como inserção
educativa, palestras e eventos para que o participante se sinta preparado
para receber e absorver informações que lhes são transmitidas.
Em empresas, dos mais diversos portes e ramos de atividade, a ginástica
laboral é realizada em setores administrativos e linha de produção com a
própria roupa ou uniforme de trabalho, já que não provoca sudorese e
cansaço físico excessivo, por ser de baixa intensidade.
São sessões de exercícios físicos e educativos de alongamento, respiração,
reeducação postural, controle corporal, percepção corporal, fortalecimento
das estruturas não trabalhadas durante a tarefa na fábrica ou no escritório e
compensação dos grupos musculares envolvidos nas tarefas operacionais,
respeitando o limite fisiológico e vestimenta de cada colaborador.
A duração ideal das sessões varia de 10 a 15 minutos diários para se ter um
resultado significante na musculatura (flexibilidade e força).
Fonte: disponível em www.mesp.com.br. Acesso em 01.11.05.
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Síntese
Nesta aula, vimos o que são Estudo de Tempos,
Movimentos e Métodos, seu significado, função e
conceituações. Vimos também os critérios de
cálculo dos tempos cronometrados e padrão.
Ergonomia, estudos ergonômicos e seus impactos.
Na próxima aula, vamos ver detalhes de:
- Tipos de Processos de Produção
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ATIVIDADE EM SALA: (atividade em dupla ou trio)
1) Assistir ao video de um processo de produção de
prensagem, analisar e responder:
a) Dividir a operação em elementos.
b) Determinar o numero de ciclos a serem cronometrados
c) Determinar a velocidade do operador (em %)
d) Cronometrar e calcular qual é o tempo normal (TN)
desta operação.
e) Analisar e sugerir melhoria no processo do ponto de
vista “ergonomico”.
Prensa chinesa.wmv
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6º semestre - aula4 - 25.08.11