UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
CURSO DE ESPECIALlZAC;Ao
EM HISTORIA e CUL TURA
AFRICANA E AFROBRASILEIRA,
AFIRMATIVAS
EDUCAC;Ao e AC;OES
NO BRASIL
Ulissea Pinheiro
JUVENTUDE NEGRA E EXPECTATIVA DE ACESSO AO ENSINO
SUPERIOR: 0 QUE INFLUENCIA A NAo PERMANENCIA
JOVENS NEGROS
EM CURSO PRE-VESTIBULAR
EM CURITIBA - PARANA, NO PERioDO
A NOVEMBRO DE 2007.
CURITIBA
2008
DE
ESPECiFICO
DE MARC;O
Ulissea Pinheiro
JUVENTUDE NEGRA E EXPECTATIVA DE ACESSO AO ENSINO
SUPERIOR: 0 QUE INFLUENCIA A NAo PERMANENCIA
JOVENS NEGROS
EM CURSO PRE-VESTIBULAR
DE
ESPECIFICO
EM CURITIBA - PARANA, NO PERIODO DE MARCO
A NOVEMBRO DE 2007.
Trabalho de conclusao apresentado
Especializa~ao
Afrobrasileira,
Educa~ao e A~6es Afirmativas
Brasil, da Universidade
requisito
ao Curso de
em Hist6ria e Cultura Africana e
parcial
para
no
Tuiuti do Parana como
obten9ao
do Titulo
de
Especialista.
Orientadora: Profa.: Marcilene Garcia de Souza.
CURITIBA
2008
TERMO
DE APROVA<;Ao
Ulissea Pinheiro
JUVENTUDE NEGRA E EXPECTATIVA DE ACESSO AO ENSINO
SUPERIOR: 0 QUE INFLUENCIA A NAo PERMANENCIA
JOVENS NEGROS
EM CURSO PRE-VESTIBULAR
DE
ESPECIFICO
EM CURITIBA - PARANA, NO PERIODO DE MARC;O
A NOVEMBRO DE 2007.
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obten<;:ao do titulo de
Especialista no Curso de Hist6ria e Cultura Africana e Afrobrasileira, Educa<;:ao
e A<;:6esAfirmativas no Brasil, da Universidade Tuiuti do Parana.
Curitiba,
de
de 2008.
Curso de Hist6ria e Cultura Africana e Afrobrasileira, Educa<;:aoe A<;:6es
Afirmativas no Brasil. Universidade Tuiuti do Parana
Orientador:
Profa.: Marcilene Garcia de Souza.
Universidade Tuiuti do Parana
Profa.: Marcilene Garcia de Souza.
Universidade Tuiuti do Parana
Profa.: Marcilene Garcia de Souza.
Universidade Tuiuti do Parana
RESUMO
As politicas de a<;:oes afirmativas
surgem no combate
ao racismo e a
discrimina<;:ao que atingem particularmente
os negros. Acredita-se
que os
movimentos socia is sao espa<;:os educativos, considerando
que, a partir da
alfabetiza<;:ao e ensino fundamental, tem-se dificuldades
variadas, na busca de
igualdade e ausencia de discrimina<;:ao social; entende-se que somente pel a
educa<;:ao e que se alcan<;:a integra<;:ao na sociedade. 0 objetivo do estudo e 0
de conhecer alguns dos problemas e causas de exclusao, dos negros do Brasil,
que os impede de continuar os estudos e matricular-se
em curso de nivel
superior, considerando
que poucos iniciam esta etapa instrucional
e menos
ainda concluem os estudos. Sao pesquisadas publica<;:oes e sites, bem como
uma pesquisa junto a alunos cadastrados na ACNAP - Associa<;:ao Comunitaria
da Negritude e A<;:ao Popular, que desistiram de continuar seus estudos, a fim
de conhecer: dificuldades,
pontos de vista e posicionamentos
quanta aos
cursos ofertados.
Os resultados
nao sao animadores,
mas estimulam
a
continuidade da luta contra a discrimina<;:ao e a ausencia de oportunidades
educacionais para esta popula<;:ao. Enfatiza-se a necessidade de lutar por essa
parcela da popula<;:ao brasileira, que precisa receber incentivo e apoio rumo ao
crescimento educacional e conquista da real cidadania.
a
Palavras-chave:
educa<;:ao, negritude,
discriminina<;:ao.
integra<;:ao.
ABSTRACT
The politics of affirmative actions appear in the combat to racism and the
discrimination that reach particularly the blacks. It is given credit that the social
movements are educative spaces, considering that, from the basic education,
varied difficulties are had, in the search of equality and absence of social
discrimination; one understands that only for the education it is that integration
in the society is reached. The objective of the study is to know some of the
problems and exclusion causes, of the blacks of Brazil, hinders that them to
continue the studies and to register itself course of superior level, considering
that few initiate this instrucional stage less and still conclude the studies.
Publications and sites are searched, as well as a research next to pupils
registered in cadastre in the ACNAP - Communitarian
Association
of the
Negritude and Popular A<;:ao,that had given up to continue its studies, in order
to know: difficulties, points of view and positionings how much to the offered
courses. The results are not entertainers, but they stimulate the continuity of the
fight against the discrimination and the absence of educational chances for this
population. It is emphasized necessity to fight for this parcel of the Brazilian
population,
that it needs to receive incentive and support route to the
educational growth and the conquest from the real citizenship.
Word-key:
education,
negritude,
discriminina<;:ao. integration.
SUMARIO
ABSTRACT
RESUMO........................................................................................
4
5
INTRODUCAO
8
PRIMEIRO
CAPiTULO:
0 NEGRO
1.1 CONCEITUA<;:OES
1.2 A HIST6RIA DO BRASil
1.3
1.4
1.5
1.6
RACISMO
E A EDUCACAO.......................
E A ESCRAVIDAO............................
NO PARANA
VIOlENCIA
E EXClUS.A.O NO ENSINO MEDIO.......................
0 ENSINO SUPERIOR
NO BRASll..........................................
EXCLUS.A.O DO NEGRO NO ENSINO SUPERIOR....................
11
12
13
14
16
17
21
1.7 RELA<;:OES RACIAIS NO BRASIL..............................................
24
SEGUNDO
27
CAPiTULO:
2.1 POLITICAS.
0 NEGRO
POSSIBILIDADES
E A SOCIEDADE
E CONTRADI<;:OES
ACERCA
SOCIAL NO BRASIL
27
2.2 TEO RIA ACERCA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS.....................
2.30 MOVIMENTO NEGRO E OS DIREITOS HUMANOS
2.4 A MULHER NEGRA.................................................................
29
31
35
TERCEIRO
CAPiTULO - METODOlOGIA......................................
3.1 ClASSIFICA<;:.A.O DAS PESQUISAS........................................
38
38
3.2 METODOS..............................................................................
3.3 PESQUISA DE CAMPO...........................................................
3.3.1 ACNAP - ASSOCIA<;:.A.O CULTURAL DE NEGRITUDE
41
43
DA IGUALDADE
A<;:.A.OPOPULAR.....................................................................
3.3.2 Amostra
3.3.4 Entrevistas
3.4 RESULTADOS
E
43
50
51
OBTIDOS...........................................................
51
QUARTO
CAPiTULO
- CONSIDERAC;:OES
FINAIS............................
BIBLIOGRAFIA.....................................................................
53
55
8
TEMA:
JUVENTUDE
NEGRA E EXPECTATIVA
SUPERIOR:
0 QUE INFLUENCIA
JOVENS
EM
NEGROS
CURITIBA
DE ACESSO
A NAo
AO ENSINO
PERMANENCIA
EM CURSO PRE-VESTIBULAR
-
PARANA,
NO
DE
ESPECIFICO
PERIODO
DE
MARCO
A
DE 2007.
NOVEMBRO
INTRODUCAo
Nos dias atuais,
visao das sociedades
socia is hegemonicos,
mesmo,
social
oficial,
0 lugar
do Brasil e quase sempre
as quais apresentam
ou seja, daqueles
do indio e do negro,
brasileira,
que
a Hist6ria
ocidentais,
parece
optou
ainda
pelo
que detem
embora
0 poder
sejam
eurocentrico
sobre
com a
dos grupos
politico.
essenciais
nao ter sido encontrado
olhar
empanada
a perspectiva
Por isso
na forma!{ao
para a historiografia
as
nossas
matrizes
civilizat6rias.
Porem,
popula!{ao
aos
poucos,
negra aglutinar-se
ou seja, resultam
e debates
as transforma!{oes
em uma atmosfera
em torno dos direitos
o caminho
torno da inclusao
que estimula
a
permitem
com as quais se identifique,
a cria!{ao de novas entidades
a serem conquistados.
que vem sendo percorrido
racial e para a diversidade.
na sociedade
em torno de questoes
a democracia
se volta em dire!{ao
Resulta do debate ocorrido
do direito de todos e do respeito
nas ultimas
ao pluralismo
decadas
cultural
em
que se
vive no Brasil, e no Mundo.
Tambem
principalmente
movimento
decorre
a partir
o objetivo
ambiente,
futura,
comuns,
mediante
ao sentir-se
em conferencias
se constitui
que considera
a preserva!{ao
constante
do
internacionais
a partir de uma proposta
0 hist6rico
da identidade,
de consciencia
parte da constru!{ao
do saber.
critica,
da vida
na sua
com a busca de melhor qualidade
uma tomada
desenvolvidas
dentre outras instancias.
e social,
concomitante
afirmativas
XX, por demanda
assumidos
das a!{oes afirmativas
economica
trajet6rias
Brasileiro,
de a!{oes
do seculo
negro, dos compromissos
por parte do Estado
politica,
das politicas
do final
social,
rela!{ao
as
com
0
de vida presente
e
que e sempre
emergente
9
As politicas de a90es afirmativas, isto e, politicas de repara90es, de
reconhecimento, de valoriza9ao de sua historia, cultura e identidade, surgem
no anseio em combater 0 racismo e a discrimina9ao que atingem
particularmente os negros.
Eo importante salientar que tais movimentos tem como meta 0 direito dos
negros se reconhecerem na cultura nacional, expressarem visoes de mundo
proprias, manifestarem
com autonomia, individual e coletiva, seus
pensamentos, assim como 0 de todos os cidadao brasileiros.
Acredita-se que os movimentos sociais, par sua vez, se constituem em
espa90s essencialmente educativos, que orientam na e para as contradi90es
sociais, resultando em uma constru9ao e dissemina9ao do conhecimento que
tem como horizonte uma educa9ao voltada para uma forma9ao humana.
Assim, essa movimenta9ao leva a preocupa9ao com a educa9ao, alvo
deste trabalho, considerando que, a partir da propria alfabetiza9ao e ensino
fundamental, tem-se encontrado dificuldades das mais variadas, na busca de
igualdade e ausencia de discrimina9ao social; entende-se que somente pela
educa9ao e que se pode alcan9ar maior integra9ao na sociedade, e essa
educa9ao, tem suas raizes na prepara9ao indispensavel de professores e
mestres, 0 que justifica a realiza9ao deste texto.
o objetivo do estudo sera 0 de conhecer quais sao alguns dos
problemas e as principais causas de exclusao, dos jovens negros do Brasil,
que os impede de dar continuidade aos seus estudos e matricular-se em um
curso de nivel superior, concretizando seu ideal e concluindo um curso
universitario, considerando que poucos iniciam esta etapa instrucional e menos
ainda concluem os estudos.
Para concretizar este objetivo serao pesquisados textos em livros,
revistas, jornais e tambem publica90es em sites que tratam do tema, bem como
sera realizada uma pesquisa junto a jovens alunos cadastrados na ACNAP Associa9ao Comunitaria da Negritude e A9ao Popular, que desistiram de dar
continuidade dos seus estudos, a fim de conhecer as dificuldades praticas, seus
pontos de vista e posicionamentos quanta aos cursos ofertados pelas entidades
educacionais e universidades, aos negros.
o desenvolvimento deste trabalho, apresenta uma divisao em capitulos
onde no primeiro, acham-se apresentadas as conceitua<;:oes, alguns dados
acerca da historia do Brasil, e do Parana, e suas rela90es com
0
racismo.
Em seguida sao abordados temas como a juventude e a exclusao dos
negros, no ensino medio, nos cursos pre vestibulares,
no ensino superior,
10
considerando
brasileira
o
acerca
ainda
algumas
propostas
sem manifesta<;oes
segundo
da
representa<;oes
No
metodologia
capitulo
igualdade
tambem
de estimulo
Ao final,
afro-
e contradi<;oes
tambem
algumas
fundamentos
de campo
te6ricos
feita
da
junto
a
que ap6ia 0 desenvolvimento
de Curitiba.
parcela
animadores,
da luta contra
a necessidade
da popula<;ao
e a
pobre e negra.
de jamais
brasileira,
rumo ao crescimento
e que se conquistara
mas servem
a discrimina<;ao
para a popula<;ao
ter enfatizado
e apoio para caminhar
por este caminho
os
nao sao grandemente
educacionais
lutar pela causa dessa grande
receber incentivo
relatados
de uma pesquisa
para a continuidade
espera-se
possibilidades
discutindo
a ACNAP, entidade
obtidos
au sen cia de oportunidades
somente
sao
de afrodescendentes
Os resultados
brasileira,
e dados
alguns alunos que frequentam
educacional
a identidade
socia is.
capitulo
empregada
fortalecer
trata de politicas,
social
de movimentos
terceiro
para
discriminativas.
deixar
educacional,
a real cidadania.
de
a qual precisa
pois
11
PRIMEIRO CAPiTULO
o NEGRO E A EDUCAC;Ao
Na
lideranc;as
tentativa
de
negras
reconhecido
diminuir
formaram
em todo 0 territorio
racistas
e de conscientizac;ao
brancos
e negros no pais.
o novo
de diversas
movimento
naturezas.
negra na sociedade
estabelecidos
preconceito,
0
0 Movimento
nacional,
e de promoc;ao
0 aparecimento
0 movimento
sociedade,
muitas
movimento
este,
ac;oes anti-
de igualdade
de manifestac;oes
entre
negras
social de luta pel a inserc;ao da populac;ao
vem, entao, em constante
pel a
Negro,
que vem promovendo
da negritude
estimulou
historicamente,
Social
interlocuc;ao
buscando
com os mecanismos
influencia-Ia
e
sendo
por
ela
se constituem
no
influenciado.
A reinterpretac;ao
resultado
mais
principalmente,
dos movimentos
evidente
dessas
pela globalizac;ao,
sociais/culturais
novas
midia
configurac;oes,
e mercado
intermediadas,
de consumo
(SANTOS,
2005).
A pressao
desvalorizac;ao
sofrida
de
seu
pel a populac;ao
grupo
afrodescendentes
a alienac;ao
identidade
Entende-se
racial.
crianc;as e homens
negros.
racial
ao
negra,
longo
devido
do
de sua historia de resistencia
que falar
de direitos
ao
tempo,
e
de
muitos
a negac;ao
humanos
e falar da mudanc;a de imagem
processo
levou
da sua
das mulheres,
e de auto-imagem
racial.
As organizac;oes
populac;ao
a propria
negra
a
a tudo que e ruim e inferior,
midia que, historicamente,
beleza para toda a populac;ao
As teorias
preconizando
racistas
dos povos nao-europeus.
servem
grupos
humanos.
E atualmente,
para justificar
Trata-se
(RIBEIRO,
na Europa,
do povo europeu,
2008).
da
como padrao de
em meados
em contrapartida
do seculo
de um equivoco,
e dominac;ao
pois alem
rac;as superiores,
XIX,
a inferioridade
em varias partes do mundo,
a explorac;ao
definir uma rac;a pura, nao existem
diferentes
exalta os trac;os europeus
pejorativa
contrapondo-se
brasileira.
surgiram
superioridade
racistas
a associac;ao
negras tem se contraposto
marginalidade,
as teorias
de determinados
das dificuldades
e sim, culturas
de
e valores
12
1.1
CONCEITUA~OES.
A atitude preconceituosa
uma pessoa
com
base
negativas, desfavoraveis
Eo caracterizado
e um julgamento
em estere6tipos
previo ou pre-julgamento
e estigma.
Trata-se
para com um grupo ou seus componentes
por crenyas
estereotipadas
construidas
de
de atitudes
individuais.
socialmente
ja que
ninguem nasce com preconceitos.
As orientayoes
e ayoes para a educayao
elaboradas
pelo Ministerio
preconceito
e primeiramente,
partir de informayoes
infundadas
da Educayao
uma opiniao
acerca
ou baseadas
das relayoes
etnico-raciais,
(2006, p. 221), estabelecem
de pessoas,
em estere6tipos,
que: "0
que se emite antecipadamente,
grupos
e sociedades,
que se transformam
a
em geral
em julgamento
previo, negativ~".
Nos mesmos termos,
0 Instituto
Interamericano
de Direitos
Humanos
(1995, p. 17), afirma que
Os preconceitos sao opinioes levianas e arbitn3rias, mas que nao
surgem do nada. Nem, ao contrario do que se possa pensar, sao
opinioes individuais. Em geral, nascem da repeti~ao irrefletida de
prejulgamentos
que ja ouvimos antes mais de uma fez. Finalmente,
a for~a de tanta repeti~ao, terminamos
por ace ita-los como
verdadeiros. E os repetimos sem sequer nos preocuparmos em verificar
quae certos sao.
Trata-se
apreciayao
de
uma
conclusao
ou contextualizayao
discriminayao
etnico/racial
pre-estabelecida
aliceryada
observayoes
empiricas,
caracteristica
de generalizayao
em falsos valores
sem fundamentayao
cientifica.
reais do grupo. Localiza-se
morais
advindos
Ou ainda,
internos do portador
bom senso e da afetividade,
Conforme
"Orientayoes
0 preconceito
nao implica,
Isto porque ninguem e obrigado
todos sao obrigados
a respeitar
a
publicayao
e ayoes para
de
e uma
afirmam:
e nao do teste
na esfera da consciencia
e, por si s6, nao fere direitos. Alias, embora violando
violayao de direitos.
lucida
a atitude de
burra", "os negros sao violentos ... " .
Essa atitude resulta de processos
individuos
uma
erronea, onde os que nao conhecem,
"todos os indios sao preguiyosos","'loura
dos tributos
sem
dos fatos. Diz-se preconceituosa,
afetiva dos
as normas do
necessariamente,
em
a gostar de alguem,
mas,
os seus direitos.
do
Ministerio
a educayao
da
das relayoes
Educayao,
quanto
etnico-raciais"
as
(2006),
13
estereotipo
e uma "opiniao
coletividade;
conceito
preconcebida,
muito proximo
difundida
entre os elementos
Ou seja, sao constru<;:6es mentais falsas, imagens
alogico,
que
baseiam-se
estabelecem
em
atribuidas
criterios
caracteristicas
a pessoas,
socialmente
nao
a coisas
de uma
do preconceito".
e ideias de conteudo
falsificados.
comprovadas
e
e a situa<;:6es sociais,
nao
Os
criterios
demonstradas,
mas que, na realidade,
nao existem.
Ja
rotulo
0 estigma,
conforme
que se atribui
determinadas
com
classes ou categorias
desqualifica<;:ao
(2008), "e uma marca,
Rangel
certos
atributos
diversas,
que
porem comuns
um
se incluem
em
na perspectiva
de
social."
Ou seja,
preconceitos,
do tempo
descreve
a pessoas
os rotulos
emitidas,
que sobrevivem
como
de ideias pre-concebidas,
e se consolidam
no pensamento,
estigmas
decorrem
que se cristalizam
dos
ao longo
nas cren<;:as, e nas expectativas
socioindividuais.
1.2
A HIST6RIA
A Historia
DO BRASIL
do Brasil
com a vi sao das sociedades
grupos
e quase
Normalmente
empanada
afrodescendentes
que detem
nao gostam
em sala de aula. Ficam
um assunto
indigesto
para eles, isso porque
assunto
e abordado
de forma
inadequada
Conforme
enaltece
0 citado
0 bandido
senhordos
0 escravizado
e racismo
2007) ..
a vitima
que penaliza
vira 0 culpado.
e ele continua
sendo
na historia
com caracteristicas
como e vista a escravidao.
a escravidao
das vezes 0
a
A historia
tratado
de
do Brasil por
humanas,
como
social.
crime contra a humanidade,
vez que
sobre 0
e acanhados,
na maioria
nao e tratado
como um ser pensante,
sujeito de uma historia
A maneira
sofrido;
dos
politico.
de falar
as aulas tem um discurso
que foi 0 escravizador
escravizados.
alguns professores
autor,
pelo escravismo
0 poder
e cheio de preconceitos
a popula<;:ao negra (CUNHA,
popula<;:ao negra
a perspectiva
envergonhados
trata-se
que inferiorizam
no meio educacional
as quais apresentam
ou seja, daqueles
os estudantes
criminoso
sempre
ocidentais,
socia is hegemonicos,
escravismo
E A ESCRAVIDAO
inserido
no sistema
para os negros,
resultou
no Brasil
chega
a banalizar
de prOdUl{80 escravista,
0
uma
de uma forma ou de outra, na
14
sua exclusao social, ainda hoje observada
nas periferias
e favelas dos grandes
centros urbanos no pais.
Segundo
mercadoria,
escriturado
Ferrarini
(1971,
p. 123), "0 escravo,
como se procede com os im6veis".
sempre construiram
os beneficiados
it
da posse devia ser
Os tratamentos
dados ao tema
ideias que levam os leitores a absolverem
os culpados
e
pelo escravismo.
As informa<;:oes sobre 0 continente
que inexistem.
Dada it carencia
dessas apresenta<;:oes
detestar
que era igualado
sujeito a troca, compra e venda, para legalidade
de origem dos escravizados
de informa<;:ao e aos enganos
nao e de se estranhar
as aulas que falam de escravidao.
que os estudantes
passem
Ou seja, nao adianta
devemos tudo ao negro, se este tudo nao e exemplificado
quase
nos enfoque
a
dizer que
e esclarecido
em
detalhes.
1.3
RACISMO
o
Grupo
NO PARANA
de Trabalho
CI6vis
Moura
criado
dentro
da estrutura
Governo do Parana mapeou no ana de 2006 mais de 80 comunidades
existentes
no Estado assim como a sua situa<;:ao de vulnerabilidade
economica.
(QUEIR6Z,
do
negras
social e
2007).
Para Souza (2003), alem dos efeitos da "moderniza<;:ao" da cidade de
Curitiba,
que, do ponto
de vista dos ideais
popula<;:ao, fundamentaram
(curitibana),
discursos
desta
embasada
em Curitiba
"moderniza<;:ao",
na decada
que possibilitou
comunica<;:ao, inclusive
Tais ideais corroboraram
racial" firmada
segundo 0 qual existiria
caracteristicas
brasileira.
somente
raramente,
participam
as "etnias"
racial"
num discurso
uma harmonia
singulares
pelos
como a "cidade
(SOUZA,
da
que os
influencia
meios
de
que deu certo"
2003, p. 44).
para a constru<;:ao de uma ideia assentada
aquelas
as "teorias
europeias,
desta "democracia
plurirracial
pelo "poder local",
racial entre todos os individuos,
dentre
Ou seja, no que concerne
curitibano,
fatia
paranaense
de 1990 sofreram
0 reconhecimento
internacionalmente,
tambem do ponto de vista da "harmonia
com
cultural
tambem no "meio fisico" e na "ra<;:a", verifica-se
consolidados
numa "democracia
de uma determinada
a constru<;:ao da identidade
construidas
na
do branqueamento",
majoritariamente,
racial" (SOUZA,
mas
vertente
no caso
e as asiaticas,
2003).
15
Refere
portanto,
a mesma
a existencia
na arquitetura,
parques,
nas escolas.
Assim,
do ponto
observarmos
algumas
no que concerne
bosques,
para pensar
europeizada
as teorias
autora
de vista
discuss6es
a construc;:ao
para
este
fen6meno
de "invisibilizac;:ao"
portais,
meios de comunicac;:ao
0 Parana
social,
considera-se,
da populac;:ao negra
econ6mico
nacionais
e educac;:ao
e a construc;:ao de uma identidade
e racial,
que permeavam
foi
necessario
no pais, sobretudo
da ideia de nac;:ao, tendo 0 imigrante
do "branqueamento"
(SOUZA,
que,
de um processo
como caracteristicas
europeu
e
do progresso
brasileiro.
por Marcilene
Garcia de
2003).
No caso de Curitiba,
segundo
Pereira,
citado
Souza (2003, p. 14).
No periodo da Proclama~ao da Republica e em especial nas duas
primeiras decadas do seculo XX, a moderniza~ao da cidade de Curitiba
teria determinado profundas altera~6es no espa~o urbano local,
auxiliando
a compreensao
da identidade
cultural
forjada
pela
intelectualidade local, que "inventou" tradi~6es e construiu a ideia apoiada nas teorias raciais do seculo XIX e nas no~6es de progresso e
ciencia, assim como a ideia de meio fisico com clima mais amenD
(supostamente mais propenso a civilidade) e de uma mistura racial que
privilegiou 0 imigrante europeu - de melhoria da ra~a.
Ainda
paranaense
concerne
se verificou
identificava
que, no final do seculo
um quadro
ao seu desenvolvimento
apresentava
indefinic;:ao
heterogenea
sem identidade
imigrantes,
desafio
(SOUZA,
migrantes
era "construir
do XX, a elite
no Estado
do Parana,
no que
econ6mico
e politico.
Alem disso,
a regiao
geogrilfica,
cultural
de partes
XIX e inicio
caotico
sem
variadas
uma identidade
identidade,
propria.
com
uma
populac;:ao
Ou seja, era uma populac;:ao de
do pais e do planeta.
cultural
propria
de inventar
Portanto,
0
tradic;:6es"
2003, p. 15).
o
movimento cultural que surgiu para constru~ao da identidade levara
em conta "exatamente 0 xadrez etnico que marcou 0 Estado, tendo 0
imigrante europeu como pe~a chave". Neste sentido, 0 ponto de partida
foram os estudos sobre 0 Movimento Paranista, considerando-o a fonte
para explicar 0 idea rio "europeu de identidade". contribuindo para
explicar a constru~ao da identidade paranaense e formulando uma nova
"ideia de na~ao" e na cria~ao de um "mito de sociedade" que, no Parana,
"con tara tambem com certas caracteristicas especificas em term os de
imaginario". (SOUZA, 2003, p. 15).
Ou seja,
descreve
Souza
pelos republicanos
considerando
(2003,
os argumentos
p. 15), houve
paranaenses
uma "crenc;:a em uma sociedade
de Pereira
um "positivismo
assim como pelos literatos
superior"
entre
seus
(2002),
exacerbado
conforme
defendido
do Estado, gerando
habitantes,
fortalecida
16
pel a educa<;:ao nas escolas."
Evidenciava-se
do ponto de vista da tecnica
e da ra<;:aem torno do elemento
0
conceito
de sociedade
superior
branco.
A constru980 da irnagern europeizada e branca da cidade de Curitiba,
projetada para 0 futuro, produziu urna realidade "a-hist6rica", que neg a
o passado escravocrata,
privilegiando
urn perfil de urbaniza980 que
atenda a certos estratos sociais e de cor, transforrnando
os outros
estratos em "espectadores de urn grande teatro dos espa90s publicos"
(PEREIRA, 2002, p. 217, apud SOUZA, 2003, p. 24).
A imagem
de todas
da cidade
as gentes",
hegemonica
racial mente,
terrestre
eliminar
a presen<;:a negra
1.4
a imagem
0 que
"paraiso
(SOUZA,
que "deu certo", da "cidade
e tambem
brasileiro",
nos possibilitaria
imaginado
interpretar
pela elite
do pais, conforme
VIOLENCIA
o
Brasil
E EXCLUSAO
e a segunda
informam
NO ENSINO
como
sendo
que
intentava
0
do branqueamento
na<;:ao negra
que atualmente
MEDIO
do mundo,
48% dos brasileiros
Somam quase 90 milhoes
preferenciais
as
de
discrimina<;:ao
trabalho,
todas
ao acesso
entre outros
a bens
E comum,
de habitantes
pobreza,
basicos
Conforme
a insistencia
no Brasil,
sobretudo
do "racismo"
por exemplo,
autora,
"lodos
saude,
"pacto de silencio"
perpetuado
nas
de uma "democracia
as pessoas
"pobre"
afirmarem
que
0
ou que a pobreza
ainda que ja tenha
sabem
como
na cren<;:a da democracia
que afeta diretamente
de
exclusao
das formas
em que
e garante
da
os pretos",
racial e na perpetua<;:ao
presente
mais vantagens
como brancos.
(SOUZA,
popula<;:ao
0 Eslado
sido comprovado
se tratam
do grupo branco sobre 0 racismo
os negros
sejam social mente reconhecidos
A situa<;:ao
violencia,
educa<;:ao,
2006).
a mencionada
que
e sao vitimas
miseria,
como
no Brasil e ser somente
no Brasil "e tudo igual". (SOUZA,
sobreludo,
pais:
sociais
sao resultantes,
da desigualdade
historicamente
do
junta mente com a cren<;:a na existencia
entre os grupos.
problema
mazelas
uma vez que dados
(PNAD, 2004) sao de
qualificativos.
Estas mazelas
rela<;:oes sociais
possivel
(nacional)
a ideologia
negros (pretos e pardos).
comum
e da "cidade
de uma popula<;:ao
2003, p. 24).
estatisticos
racial"
modelo",
de uma cidade
lratou
negra
e
de um
no Brasil,
para aqueles
que
2006).
se
da,
historicamente,
em
fun<;:ao,
e trata
a
17
popula9ao negra na educa9ao,
no mercado de trabalho,
na seguran9a, e em outros contextos.
considera-se
a existencia
Destaca-se
serem inseridos
na saude, na moradia,
Neste sentido, segundo diversos autores,
de um "racismo institucionalizado".
aqui a importancia
na sociedade
e 0 direito
que os individuos
tem de
do ponto de vista social, economico,
politico
e
cultural.
Dados do PNUD (2005) e IBGE (2006), IPEA (2007), entre outros,
comprovam a existencia do racismo em todos os segmentos sociais. As
analises revelam que os negros sao mais pobres e discriminados, "nao
porque nasceram
pobres", mas porque nasceram
negros numa
sociedade
racista,
e que
este
componente
racial
interfere
significativamente
no aumento dos seus obstaculos, e na sua inser9ao
na sociedade. (SOUZA, 2006)
Segundo
0 IPEA (2007), quando
uma pessoa
mas nasce branca, ela tem tres vezes mais chances
mas se nasce pobre e negra,
nasce pobre no Brasil,
de nao continuar
pobre;
ten~ tres vezes mais chances de continuar
pobre.
De cad a 10 pobres no Brasil apenas dois sao brancos.
1.5
0 ENSINO SUPERIOR
Na educa9ao
NO BRASIL
a grande
mudan9a
de foco
dos
movimentos
ocorreu na decada de 70. No final dessa decada de 70, retomando
e rica trajetoria
de lutas,
0 movimento
racismo e lutar pel a melhoria
negros
uma longa
negro sai as ruas para denunciar
da condi9ao
0
de vida do povo negro brasileiro.
(PROUNI,2007).
o
movimento
toma novas for9as,
e, em Curitiba,
come90u
a tomar
corpo na decada de 80, vindo a ganhar for9as por volta de 1990. Os militantes
continuaram
a lutar,
conscientiza9ao,
e se preocupar
ampliando
prom09ao da cidadania
com
as denuncias
seu espa90 e passando
e 0 incentivo
a
a atuar cada vez mais na
e da inclusao social. Desde entao, a educa9ao tem side
o principal tema abordado
pelas ONGs negras. Exemplo
destas atividades,
se
mostram na inclusao de negros no ensino superior,
no Projeto Adebori,
pelo Instituto de Pesquisas
(IPAD), 0 qual, desde 2003,
conseguiu
contribuir
universitarios
(GAZETA
negros,
de Afro-descendencia
com ajuda de custos em apoio a infra-estrutura
que tambem
DO POVO, 2008).
receberam
bolsas em faculdades
mantido
de vinte
privadas
18
A barreira da educa~ao e, possivelmente,
o Brasil de hoje, com seus problemas
sociais,
sub-emprego
mais maduro,
estabilidade
e marginaliza~ao
com
maior
e integra~ao
A educa~ao
essas quest6es,
territorio
e uma condi~ao
e conduzir
intelectuais
indicando
uma logica nao inclusiva,
deve
buscar
tambem
carregar
de todas
tem
apontado
brasileiras
brasileiro,
processos
expressivas
e um espa~o de
Romildo da Silva Souza (2007).
foi responsavel
apesar
raciais no ensino superior de todo
que as universidades
da diversidade
reverter
para a somatoria
2006).
construido
0 processo de
e aperfei~oado
pelo recrutamento
de um unico contingente
A valoriza~ao
e maior
talvez seja a politica social mais
e pesquisadores
no ensino superior
que exclusivamente,
de renda
a curto e medio prazo, estas barreiras,
(BUONICORE,
branco, confirma
seletividade
necessaria
existentes entre os segmentos
nacional,
predominio
social, de um pais economicamente
social.
de todas as dificuldades
Inumeros
que separa
de desigualdades
de oportunidades,
e, 0 que e mais interessante,
facil de equacionar
desigualdades
igualdade
0 maior obstaculo
ainda persistentes
segundo
de alunos, quase
socio-racial.
e da pluralidade
historicos
racial, na universidade,
de discrimina~ao,
em si algo com 0 qual toda
uma
assim
sociedade
como
possa
se
beneficiar.
Levando em conta a complexidade
elas podem interferir
obter uma politica
na realidade
das rela~6es sociais e a forma como
social dos individuos
publica que se preocupasse
deveria
-se procurar
com a discrimina~ao
racial na
educa~ao superior.
Segundo
Jocelio Telles dos Santos (2002. p. 09), na pesquisa
da Bahia" " ... ao contrario
constituem
valores
do que muitos imaginam,
as universidades
em ilhas isoladas, mas elas encarnam e reproduzem
e sentimentos
raciais, portanto,
o ensino
se constituem
socio-raciais.
em um mal-estar
um sistema de
As desigualdades
sempre presente ... "
superior brasileiro necessita de um processo de modifica~6es
que apresentem
universidades
das desigualdades
"A Cor
nao se
metodos
se tornariam
e programas
de pesquisa,
centros de estudos
gra~as
aos quais,
para os professores
as
e para os
educandos.
Cumprindo
profundos
sua missao
e avan~ados,
de universidade
colaborando
ainda
nacional e fazenda marchar 0 conhecimento
pel a reforma da educa~ao
de pesquisa,
com a constru~ao
de estudos
da cultura
humano. No entanto 0 movimento
brasileira ainda nao adquiriu 0 impeto e a velocidade
19
que seriam necessarios,
oportunidades
mobilidade
como por exemplo,
educacionais,
e os resultados
concretas
que seriam
promover
e melhorar
igualdade
como base de um pais democrata
integrayao
a estrutura
dos integrantes
os seus
contribuir,
grupos
da sociedade
passem
Para alcanyar
Souza
maiores
seriam a
e, portanto,
a participar
de
a
de
e
Ou seja, de que
da sociedade
e
da mesma .
que, conforme
realizadas
ideia
com interayao
efetivamente
para a transformayao
p. 8), sejam
com 0 intuito
. Em relayao
como um direito.
este alvo, e necessario
(2007,
concebidas
da sociedade
de maneira democratica,
de Silva
aos negros
social deste grupo.
Estas medidas
todos
assegurar
dessas oportunidades
ayoes
declara
Romildo
afirmativas
e bem
direcionadas.
As a~5es afirmativas vem, entao, exercendo um papel estrategico em
todo 0 processo de repara~ao social para as fam ilias e estudantes
negros, possibilitando uma real condi~ao de reduzir as nao escolhas p~r
determinada
trajet6ria educacional
e cursos de prestigio social,
dando-Ihe um motivo para estudar, dando-I he esperan~a para uma
hist6ria social e familiar diferente. 0 papel das A~5es Afirmativas tem
sido 0 de reparar as injusti~as hist6ricas. afirmar identidades, criar
expectativas,
possibilitar a constru~ao de carreiras e modificar e
valorizar trajet6rias de estudantes com 0 destino tra~ado, pelo lugar que
a sociedade Ihe reservou como jovem, negro e pobre.
A entrada
adoyao
das
potencial
de estudantes
mais
mudanya,
variadas
professores
esperanyas,
ou pesquisadores,
como declara
Estas possibilidades
mas 0 faz
de
novos
induzem
sociais, politicos,
parcela de sua populayao.
de canais
anseios, esperanyas,
o
a
medida
olhares,
a
produzir
economicos,
de reconhecer
Importa,
portanto,
para a expressao
uma
a contingentes
ate
de estudantes,
que traz para dentro
diferentes
anseios,
da
novas
novos conhecimentos
e abrir
culturais,
de um
em beneficio
a humanidade
investigar
democratica
de uma enorme
as possibilidades
de novos olhares,
da
seus
saberes e duvidas.
vestibular,
atualmente,
Acreditando
que 0 merito
elaborayao
de
Entretanto,
nao apenas
a
grayas
introduz
Romildo da Silva Souza (2007).
pais que ate hoje tem dificuldade
construyao
brasileira,
afirmativas,
de povoarem aquele espayo na condiyao
a possibilidade
novos horizontes
de ayoes
abre novas possibilidades
agora impossibilitados
academia
negros na universidade
medidas
perguntas
nao existem
deve
e
apresenta
nortear
sua
seleyao
fragmentada.
0 processo
seletivo
equivalente
responde-las.
meios magicos
Equivocadamente
na identificayao
automatica
a
acreditam.
dos que
20
podem ser aceitos, com base em qualidades
intrinsecas
que os distinguam
uns
dos outros.
Os escores de testes e as notas sao medidas
realizar um bom trabalho,
distantes
mas, na pratica,
de ser indicadores
consideradas
intrinsecas,
academico.
Essas
questionamentos
candidatos
infaliveis
como
medidas
contribuirao
Tanto que os pr6prios
que poderiam
ser
de um alto aproveitamento
nao
sao
uteis
ao processo de admissao,
mais para suas profiss6es
meios educacionais
de
essa meta. Estao
de outras qualidades
a capacidade
quantitativas
referentes
uteis da capacidade
nao ultrapassam
para
responder
nem como preyer que
e comunidades
estao procurando
no futuro.
novas formas de
avaliac;:ao do conhecimento.
Observa-se
candidatos.
A
contudo que seu principal objetivo e eliminar 0 excesso de
reprovac;:ao
necessariamente,
Segundo
ou
a
nao-cJassificac;:ao
nao
representam
falta de merito.
Delcelene
Mascarenhas
Queiroz (2002, p. 54),
Isso indica que para se apreender a efeliva dimensao da selelividade
que se opera no acesso dos segmenlos raciais ao ensino superior, islo
e, para se saber qual a propor<;:ao da desigualdade racial no aces so ao
ensino superior no Brasil,
imporlanle conhecer 0 que se passa com
esses segmentos no exame vestibular, investigando qual a composi~ao
racial do contingente que
excluido do ensino superior ...
e
e
As explanac;:6es realizadas
politicas de ac;:6es afirmativas
fundamentais
grupos
para garantir
nas universidades.
universidades
campus
somente
maior
Indicam tambem
e
que
produc;:ao cientifico-academica,
mapeamento
que a universidade
Nela, e a partir dela, os estudantes
problemas
que acometem
na universidade
brasileira,
0
brasileira.
social,
da
a
tanto
publicas.
locus da pluralidade
e de consolidac;:ao
negros e nao negros poderao
a sociedade
e as
em seus
interessa,
de politicas
e, por excelencia,
para a construc;:ao de propostas
Alem disso, e fundamental
brasileira
exclusao
sao
e outros
etnico-racial
da
a formulac;:ao
de formac;:ao, de produc;:ao de conhecimentos
modo decisivo
indigenas
racial no ensino superior,
quanta
mostram que as
e a permanencia
que a sociedade
com a diversidade
0
discriminac;:ao e da desigualdade
0 acesso
presenc;:a de negros,
ganharao
universitarios,
Acredita-se
nesta produc;:ao intelectual
que contemplam
de direitos.
contribuir
de
e soluc;:6es para os variados
(FREITAS
NETO, 2005).
refletir ace rca dessa nova presenc;:a negra
e seu potencial
de transformar
um campo que, ate
21
agora,
constituiu
um espac;:o de formac;:ao de profissionais
maioria nao negra, em uma sociedade
que, historicamente,
um unico
simultaneamente,
componente
heterossexual.
(BUONICORE,
Assim,
educacionais
discriminar
civilizat6rio,
ainda
heteronormativo.
contribui
profissionais,
todos aqueles
um s6 tempo,
para
nao
que nao correspondam
e BRAGA,
reificar,
racista,
tambem
se
de aceder
configurou
institucionalizac;:ao
estruturac;:ao,
pois
do racismo.
socioculturais
1.6
um
discriminat6rio,
numero
espac;:o
DO NEGRO
Conforme
Marcilene
Garcia
que, assim,
ampliac;:ao
e um importante
elemento
se constitui
ambiente
que,
ora
os obstaculos
no combate
e
na
populac;:ao negra
como
sociais
esteve
a universidade
e BRAGA,
2004).
SUPERIOR
(2006),
a ideia de democracia
realidade
ao racismo,
social de promover
sempre
sociais,
de disposic;:oes
que
da populac;:ao brasileira,
a percepc;:ao de que 0 Estado brasileiro
a sua responsabilidade
e cravado
(LOPES
de Souza
num
politicas
que esteve alijado
reproduc;:ao,
lembrar
NO ENSINO
no imaginario
contingente
de
superfluo
racial ainda muito presente
segmentos
e
a universidade,
hierarquizado,
E
tal papel isoladamente.
EXCLUsAo
especial,
(a
hom6fico
social e do significado
populacional
Por conseguinte,
desumanizantes.
nao cumpre
maximizar
do arsenal
sexista,
preservac;:ao e atualizac;:ao do padrao de relac;:oes socia is iniquo,
excludente,
brasileira
em grande
como
trajet6rias
2004).
cad a vez maior de um contingente
da possibilidade
e
e ulteriormente,
as disposic;:oes
variada)
Desse modo, e preciso refletir ace rca do impacto
da entrada
masculino
s6 configurar
mas, sobretudo,
que de maneira
(LOPES
em valorizar
branco,
2006).
tal valorizac;:ao
e escolhas
de esmagadora
insistiu
se fertiliza
contribuindo
que pressupoe,
historicamente,
a igualdade,
sempre
na medida
em situac;:ao de desvantagem
dispensaram
um tratamento
especifico
negou
em que a
em todos
especial mente na educac;:ao e s6 recentemente,
timidas
para
de forma
os
algumas
para este
populacional.
No mesmo
sentido,
Backes
(2008),
afirma:
Apesar dessas dificuldades, as classes populares, por meio de muita
luta, organiza~ao e resistencia subvertem a 16gica da exclusao do
Ensino Superior e ao ocuparem este espa~o, afirmam sua identidade
cultural/racial, contribuindo positivamente para que mais sujeitos deste
grupo cultural e de outros grupos culturais em situa~ao de desvantagem
22
sintam-se encorajados para lutar e ocupar lugares tradicionalmente
frequentados pelos grupos dominantes.
Considera-se
consiste
que uma das formas
no tratamento
sociedade
desigual
e na promoyao
promoyao
de igualdade
de igualdade
Os estudos
rendimento
A
publicas com finalidade
Isto revela,
tem tido um
que as universidades
de cotas raciais estao impossibilitando
que nao
a entrada de
de forma mais eficaz na produyao de
do acesso
ao ensino superior
Federal do Parana, com a introduyao
um novo cenario
A oportunidade
num mesmo
educandos
de
a ideia
2006).
Na Universidade
pobres
na
em relayao aos alunos brancos sem cotas,
que poderiam contribuir
cotas ja se percebe
participantes.
social
criterios
em considerayao
das politicas
assim como na democratizayao
do pais. (SADER,
que utilize
no Brasil, que os negros cotistas
de sua graduayao.
conhecimento,
levando
na efetivayao
de destaque,
adotaram ainda programas
alunos talentosos
de justiya
desigualmente
entre brancos e negros.
detectaram
academico
no decorrer
de inclusao
de oportunidade
a igualdade
de promoyao
que sao tratados
de politicas
de condiyoes
de promover
aqueles
hist6rico
sendo
dos alunos brancos,
espayo
publico,
0 qual,
do sistema
vivenciado
de conviver
antes
era quase
de
por seus
com negros e
privativ~
dos
brancos.
diversidade
educacional,
qualquer
espayo
faz-se presente provendo, inclusive uma nova percepyao
que
e
rica
e fundamental
em
de nossa
realidade social.
A politica
ousado
de cotas
e revolucionario,
paranaense
na UFPR
se apresenta
que produzirao
tanto do ponto de vista do crescimento
na promoyao
de mudanyas
negra e a sua importancia
que 0 Parana
e 0 Estado
sendo vivenciado
na sociedade
social e economico,
e psicol6gico
na hist6ria do Parana,
mais negro da Regiao
quanta
acerca
considerando
SuI. Tem cerca de 22% de
entre pretos e pardos (SOUZA, 2006).
Comemora-se
estabelecimento
um experimento
efetivos
do ponto de vista pedag6gico
da populayao
negros, distribuidos
como
resultados
pois,
intelectual
a democratizayao
do ensino
- a UFPR -, percebe-se
por seus participantes.
superior.
um novo cenario
A oportunidade
Nesse
hist6rico
dos alunos brancos,
de conviver com negros e pobres num mesmo espayo publico, 0 qual, antes era
quase privativ~ dos educandos
A diversidade
educacional,
que erica,
brancos.
e tambem fundamental
quando se faz presente,
prova, inclusive
em qualquer
espac;:o
uma nova percepyao
de
23
social. (SOUZA, apiade LOPES e BRAGA, 2007). Para Souza
nossa realidade
(2005),
historicamente
negros
nas universidades
vigilantes
possam
sempre
houve,
brasileiras.
a todos os sinais racistas
ser contrarios
em media,
apenas
de possiveis
de 2% de
estar
individuos
ao avanc;;o da sociedade
democratizac;;ao e da diversidade
cerca
E por isso deve-se
atentos
e
que, na UFPR,
paranaense
a partir
da
na educac;;ao.
Os universilarios negros hoje fazem parle de uma gera~ao que
consolida a esperan~a e luta Iravada pel a popula~ao negra que foi
escravizada por 350 anos, e da luta construida pelo Movimento Negro
Nacional para que 0 Brasil seja justo. Espera-se que se promova
"igualdade de oporlunidades" levando em considera~ao crilerios de
"igualdade de condi~6es". Assim, colas raciais na educa~ao, porlanto,
nao e um privilegio, e um direilo de lodos os grupos que sao
discriminados. E por isso, os alunos negros poderao se orgulhar de
neste momenlo eslarem fazendo parle da constru~ao de um pais mais
justo e sem racismo. (SOUZA, 2005)
Tomando
como base a Universidade
redutos de exercicio
perspectiva
do pensamento
brasileira
como um dos
critico no pais, ao se analisar
da justic;;a racial, impressiona
desconhecimento
publica
a partir da
a indiferenc;;a, a insensibilidade
da classe universitaria
a respeito da exclusao
e 0
racial com que,
desde sua origem, convive.
Na Regiao Sui do Brasil, por exemplo,
frequentando
os mais variados
ha 865.735
niveis de ensino,
individuos
e 115.160
brancos
de negros.
No
en sino fundamental,
estao 7,6% dos brancos para 21 ,9% dos negros. No ensino
medio, representam
34,1% dos brancos e 48,3% dos negros.
se considera
quando
0 ensino
comparados
fundamental
superior
aos
(incluindo
brancos,
mestrado
estiio
mais
Porem, quando
e doutorado),
concentrados
Contudo,
em 2005,
com 0 Programa
a aprovac;;ao de 573 alunos
1.364%.
Ou ainda,
poderiamos
negros.
imaginar
de Inclusao
Ou seja,
Social
quase
14 anos
para ter
quantidade
de tempo
Comemorar
a democratizac;;ao
A oportunidade
ja teriam
negros e pobres convivendo
brancos!
de cotas para
matriculados.
Nesta
pela UFPR mais de 58 mil alunos.
brancos,
(SOUZA,
agora,
2005)
teriio
de ter colegas
num espac;;o publico que antes era quase privativ~
Comemorar
qualquer espac;;o educacional.
negros
do en sino superior
que os alunos
de
que, com uma media de 42 alunos
573 alunos
passado
e Racial,
foi um aumento
negros por ano, como em 2000, a UFPR levaria sem 0 programa
os alunos
ensino
e medio. (IBGE, 2006)
tivemos
negros,
os negros,
no
a diversidade
(SOUZA, 2005).
que e rica e fundamental
em
24
Existem
varios
pressupostos
de
desvantagens
educacionais
relacionadas a popula<;:ao afrobrasileira. No entanto pode-se observar,
analisando a pesquisa realizada com os educandos do Terceiro ana do Ensino
Medio Regular do Parana, pela SECAD-2006, com 0 apoio do Ministerio da
Educa<;:ao,que se faz presente a necessidade emergencial de programas de
politicas publicas especificas aos jovens negros (pretos e pardos).
Em praticamente toda a explana<;:aodeste estudo, os negros (pretos e
pardos) estao numa situa<;:aode maior vulnerabilidade social, economica e
educacional, alem da percep<;:aodas expectativas diferenciadas em rela<;:aoao
mundo do trabalho e em fazer uma faculdade.
A popula<;:ao negra tem a percep<;:ao que, no decorrer de sua vida
cotidiana, muitas humilha<;:oes aconteceram em fun<;:ao serem negros. Na
escola, p~r exemplo, historicamente, tem sido um espa<;:o de constantes
situa<;:oesde humilha<;:oes,e tratamento desigual, mas, tambem no mercado de
trabalho, e no tratamento dispensado na area da saude da popula<;:aonegra.
Cabe aqui tambem chamar aten<;:aopara os estere6tipos criados em
rela<;:aoaos negros no Brasil que corroboram para a perpetua<;:ao de uma
imagem pejorativa deste grupo, tanto para os individuos nao negros, quanto
para os negros. Estas estrategias de representa<;:aoda imagem dos individuos
brancos como tem se dado na estrutura da sociedade brasileira seja na escola
ou nos meios de comunica<;:ao, fortalece 0 perfil de sociedade segregada
racialmente (PNUD,2005; IBGE, 2006; IPEA, 2007).
1.7
RELA~6ES RACIAIS NO BRASIL
Chama-se a aten<;:aopara os estere6tipos construidos sobre os negros
no Brasil, que corroboram para 0 fortalecimento de uma imagem pejorativa
deste grupo, tanto para os individuos brancos quanto para os negros. Estas
estrategias de representa<;:aoda imagem dos individuos brancos, como tem se
dado na estrutura da sociedade brasileira, seja na escola ou nos meios de
comunica<;:ao,fortalece 0 perfil de sociedade segregada racialmente.
Ao mesmo tempo exige pouco que a popula<;:ao que e a principal
beneficiada como racismo na sociedade brasileira necessite romper com 0
"pacto de silencio" por constatarmos que
0
Brasil e a segunda na<;:aonegra do
mundo, mas nos espa<;:osde poder, pode ser traduzido numa especie de pais
25
europeu de brancos
dada a quase absoluta
eo casos das Universidades
°
Brasil,
estabelecidas
parametros
na atualidade,
que
0 desafio
de superar
para
para
na sociedade
nos curriculos
a sociedade,
maior
universal,
material
brasileira,
e
oriundas
integrar,
das varias
deve ser 0 objetivo
"Pluralidade
pela sua abrangencia
proximidade
entre
a
vivenciada.
respeitar
culturas,
do tema transversal
problematizar
assim como buscar tambem
entender,
das diversas
as exclusoes
contudo,
da igualdade;
da lei e a igualdade
Conhecer
contribuic;:oes
interesse
tem
na perspectiva
garantam,
formal
presentes
da populac;:ao negra como
diante da sua populac;:ao. Eo necessario,
as relac;:oes raciais,
igualdade
exclusao
brasileiras.
aceitando
matrizes
especifico
Cultural
as
culturais
da introduc;:ao
e Educac;:ao", que e de
e importancia
social
(ABRAMO,
2005).
Contudo,
oriundas
torna-se
dos grupos
necessario
subordinados
consideradas
como
invisibilizadas
e minimizadas
investigac;:ao
tradic;:ao
passado
da
que
ponto
as culturas
cujas contribuic;:oes
significativ~
nos curriculos,
alvo
dessas
meios de comunicac;:ao
culturas
e,
poderao
pratica
por
nao sao
isso,
sao
vir a ser objeto
educativa
A invisibilidade
estere6tipos,
pedag6gicos,
de humanidade
e 0 recalque
a inferiorizac;:ao
conduz
comportamentos
valores
sao representados,
e materiais
despossuidas
povo, bem como
seus
ate
dos
de
professores.
2005).
Os sujeitos
caricaturais,
e
e constituir-se
(MUNANGA,
refletir
na sociedade,
esse
de auto-rejeic;:ao,
culturais,
e cidadania
dos valores
na
maioria
resultando
diante
dos
das
parte, nos
estereotipadas
(MINAYO,
hist6ricos
dos seus atributos
povo,
em grande
sob formas
e culturais
adscritivos,
vezes,
e
1999).
de um
atraves
de
a desenvolver
em rejeic;:ao real, e negac;:ao dos
grupos
socia is
valorizados
nas
representac;:oes.
Por outro
lado, os mecanismos
diferenc;:as adscritivas
saturados
tornados
atraves
e culturais
da sua frequencia
hegemonicos,
passam
de invisibilizac;:ao
dos segmentos
e de recalque
socia is subordinados,
nos veiculos
de reproduc;:ao
a ser 0 senso comum
de todos,
das
uma vez
ideol6gica
e
indiferente
de
no imaginario
da
rac;:a/etnia e classe social.
A ideia de democracia
populac;:ao brasileira,
realidade,
contribuindo
que pressupoe,
se fertiliza
racial ainda
para maximizar
de forma
muito
num ambiente
especial,
presente
que,
os obstaculos
a percepc;:ao
ora se constitui
no combate
como
ao racismo,
de que 0 Estado
brasileiro
26
historicamente
igualdade,
sempre
na medida
de desvantagem
sejam
alguns politicas
para este contingente
Dentro
construyoes
a sua responsabilidade
em todos os segmentos
e, s6 recentemente,
especifico
negou
em que as populay80
desta
identificados
como
mais justa.
a
socia is, especial mente na educay80
um tratamento
sociais timidas dispensaram
esse texto pretende
e atitudes
na sociedade
um dos seus principais
racial, especial mente entre brancos
sociedade
de promover
esteve em situay80
populacional.
perspectiva,
de conhecimentos
social
negra sempre
e negros,
promover
e despertar
brasileira,
desafios
a
para que
desigualdade
e assim abrir caminho
para uma
27
SEGUNDO
a NEGRO
2.1
CAPiTULO
E A SOCIEDADE
POLITICAS,
POSSIBILIDADES
IGUALDADE
SOCIAL
NO BRASIL
em construir
contatos
No anseio
os individuos
sao levados
entre a questao
relevante,
reflexoes
alcangar
DA
humanos
e coletivos,
que norteiem
as relagoes
A percepgao
em que se deseja
ACERCA
deste
melhores
debate
torna-se
perspectivas
de
socia is igualitarias.
No entanto,
integrados
socia is justos,
a estabelecer
do negro e a educagao.
na medida
construgoes
E CONTRADI<;OES
conforme
ao processo
e educagao
descreve
da educagao
passa despercebido.
ideologica
"quase
Rocha (2006),
escolar,
No ambiente
impercebivel"
para a grande
parte dos
a relagao entre preconceito
escolar apresenta-se
de sustentagao
racial
uma nevoa
ao mito de inferioridade
do
negro.
Por
isso,
compreens6es
torna-se
individuais,
fundamental
0
para se alcangar
uma vez que, todo e qualquer
fenomeno
avango
das
sensa goes
e das
uma visao mais ampla e coletiva,
social
precisa
ser entendido
na sua
totalidade.
Nas possiveis
das politicas
contradigoes
de agoes afirmativas
em que medida
essas
politicas
favorecem,
desiqualdades
sociais.
possibilidades
da Lei 10.639/03,
preconceito
a partir
dominante,
com a finalidade
dominagao
parcela
de um conjunto
movimentos
estruturante
de justificar
perceber
a luta contra
as contradigoes
da superagao
ideologico
racial justificaria
da sociedade
criadas
0 cativo
aqui
pela
brasileira,
elite
e a constituigao
2006). Esse conjunto
ideologicos,
as
e as
do
de novas
de ideias formam,
chamados
de
foi
economica
"ideologia
por
de
racial".
que naturaliza
molda-se de acordo com as determinagoes
de dominagao
detectar
a intervengao
de ideias
racial" e "mito da democracia
o discurso
ou obstaculizam
em relagao
relagoes socia is no Brasil (ROCHA,
dois
da implementagao
busca-se
social.
racial,
constituido
sua vez,
no debate
Sendo assim, pretende-se
atual modo de organizagao
o
existentes
para 0 negro brasileiro,
as desigualdades
hist6ricas
a escravidao,
raciais no pais,
e economicas.
A ideologia
a partir da ideia de inferioridade
28
do negro; e
0
mito da democracia seria oculto, omitindo-se a questao racial
brasileira. Esses discursos sao parte estruturante da ideologia de domina<;ao
de classe no Brasil.
A ideologia de domina<;ao racial deu guarida e alicerce para a
constitui<;ao do mito da democracia racial, tendo em vista a tentativa da elite
brasileira de esconder, ou minimizar, os efeitos da escravidao e da inser<;ao do
negro no capitalismo brasileiro.(CARNEIRO, 2003, p. 117).
A supera<;ao da ideologia de domina<;ao racial e um estagio necessario
para 0 conjunto dos trabalhadores comprometidos com a supera<;ao do modo
atual de produ<;ao; nao ha como negar que esse e um dos mecanismos
ideologicos que da sustentabilidade a atual estrutura social da sociedade
brasileira.
Os mitos da inferioridade do negro e da democracia racial, sem sombra
de dOvida, sao mitos fundadores da cultura da propria sociedade brasileira.
Desta maneira, a luta pela altera<;ao do modo capitalista de organiza<;ao social
deve levar em conta a importancia desse fator: um fenomeno concreto e
estruturante da sociedade nacional.
Sendo assim, a supera<;ao da ideologia de domina<;ao racial torna-se
um estagio extremamente necessario na luta pela supera<;ao do atual sistema
de organiza<;ao da sociedade brasileira. Este entendimento e fundamental,
como informa Rufino (2003).
A Lei 10.639/03, que institui a obrigatoriedade do ensino da Historia e
Cultura Afro-Brasileira no Brasil, pode-se configurar como uma possibilidade de
supera<;ao desses mecanismos ideologicos
desigualdades raciais e sociais no Brasil.
que
dao
sustenta<;ao
as
°
desafio, a partir do cenario apresentado ate aqui, sera 0 de averiguar
outras determina<;oes e outros movimentos presentes no debate da chegada da
nova legisla<;ao no Estado brasileiro, a fim de conferir em que propor<;ao esta
e, por consequencia, ate que ponto as politicas afirmativas para 0 negro
brasileiro contribuem ou obstaculizam a luta pela supera<;ao das desigualdades
sociais.
Considera-se que uma das formas de promo<;ao de justi<;a social
consiste no tratamento desigual aqueles que sao tratados desigualmente na
sociedade, e na promo<;ao de politicas de inclusao que utilize criterios de
promo<;ao de igualdade de oportunidade, levando em considera<;ao a ideia de
igualdade de condi<;oes na efetiva<;:3odas politicas publicas, com finalidade de
promover a igualdade entre brancos e negros (PENTEADO, 1998).
29
Dentre os varios desafios, encontrados na sociedade brasileira no que
diz respeito a caracteristica do seu racismo salienta-se a necessidade da
compreensao da importancia da "diversidade" como uma estrategia de
promoc;:ao de impactos sociais positivos, do ponto de vista pedag6gico,
psicol6gico e hist6rico de uma dada realidade social como a do Brasil, que
podem influenciar mudanc;:asda vida social e na vida social das populac;:oes
negras e brancas; partindo da ideia do "principio da igualdade" como essencia
basica de nossa "democracia" (PENTEADO, 1998).
2.2
TEORIA ACERCA DOS MOVIMENTOS SOCIAlS
Uma coisa e certa: a sociedade brasileira caracteriza-se por uma
pluralidade etnica, sendo esta, produto de um processo hist6rico que inseriu
num mesmo cenario tres grupos distintos: portugueses, indios e negros de
origem africana. Esse contato favoreceu
0
intercurso dessas culturas, levando
a
construc;:aode um pais inegavelmente miscigenado, multifacetado, ou seja,
uma unicidade marcada pelo antagonismo e pela imprevisibilidade.
Apesardo intercurso cultural descrito acima, esse contato desencadeou
alguns desencontros. As diferenc;:asse acentuaram, levando a formac;:aode uma
hierarquia de classes que deixava evidente a distancia e 0 prestigio social entre
especificas camadas da sociedade. Os indios e, em especial, os negros
permaneceram em situac;:aode desigualdade situando-se na marginalidade e
exclusao social, sendo esta ultima compreendida por uma relac;:aoassimetrica
em dimensoes multiplas - economica, politica, cultural.
Sem a assistencia devida dos 6rgaos responsaveis, os sujeitos tornamse alheios ao exercicio da cidadania (ABRAMO e BRANCO, 2005).
Atualmente,
no cenario cotidiano apresentam-se
instituic;:oes,
organizac;:oese inumeros outros instrumentos que tem 0 objetivo de possibilitar
a cidadania plena dos afrodescendentes, combater a discriminac;:ao racial,
social e cultural, valorizando a cultura afro-brasileira e promovendo ac;:oes
afirmativas que visam alcanc;:ar a igualdade de oportunidade de direitos,
atraves principal mente da atuac;:aono campo da educac;:ao e do mercado de
trabalho.
Dentre
estabelecimentos,
as
diversas
atividades
desempenhadas,
par
tais
esta a de procura abordar assuntos para nao somente
30
conscientizar
africana,
a popula<;:ao sobre
mas como tambem
Entre
culturais
os varios
temas
e mitol6gicos
umbanda,
dos
orixas
que discutam
para descortinar
essas
determinados
estao
africana,
e quilombos.
pesquisadores
Entretanto,
hist6ricos
abordados
da cultura
conhecimento
consigo
os erros
relacionados
a cultura
revisar essa hist6ria.
Tem
0 assunto
por
e juntos
0 preconceito
organiza<;:6es
obstaculos,
grandes
her6is,
como a hist6ria
inten<;:ao
possam
da
reunir
de
ou institutos
grupos
ser multiplicadores
racial (MUNANGA,
como por exemplo,
elementos
do candomble,
do
2005).
de pesquisas
trazem
0 desconhecimento
de
alguns negros que fazem parte da popula<;:ao, quanto as suas a<;:6es realizadas
e tambem
(CARONE
a nao
percep<;:ao
e BENTO,
da existencia
do movimento
Esses fatos terao que ser superados
Institui<;:6es tenham
atendimento
amplitude
a diversas
efetivos
Quando
pessoas,
necessitando
que possuam
se menciona
desigual
politica
de poder.
(ESTUDOS
o
e competitiva
0 mesmo
problema
explicitamente
da para formular
Mas
tambem
personalidade
Insiste-se,
contra
0 racismo,
manifesta
Ele aparece
como
racial €I uma tecnica
fabrica,
da
forma<;:ao
de
Santos
e Silva (2005).
estruturado
a nivel
internacional,
(2000,
na luta
e se
nos dias de hoje.
mais importantes
de se apresentar
do seculo XXI. Estas quest6es
sociais negros no pais (SANTOS
uma
que tenha uma vi sao comunitaria
como ensinam
se houver real preocupa<;:ao com 0 aumento
nao
Assim,
€I uma fabrica de intolerancias.
e nada faz sup~r que deixara
Bento
alusivo,
que se requer muita for<;:a e determina<;:ao
que €I um sistema
dos temas mais importantes
Segundo
€I tao
uma tecnica
mais surpreendente.
a possibilidade
de um individuo
socialista,
portanto,
da maneira
de forma cad a vez mais agressiva
passado,
de como
da domina<;:ao.
no Brasil €I um preconceito
Nao h8 duvida de que 0 racismo foi uma das quest6es
do seculo
2003, p. 67).
trata-se
0 outro. A sociedade
0 preconceito
de que a sociedade
nessa
democratica,
e etica, ate mesmo
para
a presen<;:a
2004).
a hip6tese
esta
das
um perfil de
suficientes
ideal (MOREIRA,
racial, na verdade
que produz
do preconceito
revelado.
de recursos
continuamente
No limite, 0 preconceito
AVAN<;ADOS,
apresentam
por isso, se faz indispensavel
0 preconceito
as rela<;:6es socia is estao fabricando
injusta,
regional.
para que os planejamentos
total. Estes institutos
darem sustenta<;:ao aos seus projetos,
de parceiros
negro
2003).
da eficacia
como um
devem ser refletidas
politica
dos movimentos
e SILVA, 2005).
p. 99), "a inercia
e a omissao
da sociedade
31
brasileira
ante a discrimina«ao
caracterizam
espera".
um silencio
0
que
contundentes
principais
dizer
da falta
do racismo
Constata-se
de res posta
no Brasil,
de uma popula«ao
onde menos se
consistente,
diante
os quais vem ganhando
que 0 Brasil e a segunda
de poder,
brancos
pode
ser traduzido
dada a quase absoluta
das universidades
de dados
manchetes
nos
0 MOVIMENTO
constru«ao
e dissemina«ao
voltada
o caminho
por
Estado
decadas
ao pluralismo
decorre
a partir
nas ultimas
das politicas
do final
uma
cultural
em que se
XX, por demanda
assumidos
Brasileiro,
racial
em torno
de a«oes afirmativas
do seculo
negro, dos compromissos
do
em uma
horizonte
a democracia
e em dire«ao
de todos e do respeito
parte
essencialmente
resultando
humana.
ate 0 momenta
principalmente
sociais,
que tem como
Resulta do debate ocorrido
do movimento
(ROCHA,
de
negra como e 0 caso
em espa«os
do conhecimento
percorrido
do direito
internacionais
mas nos
europeu
HUMANOS
na e para as contradi«oes
vive no Brasil e no mundo. Tambem
constante
de pais
da popula«ao
E OS DIREITOS
para uma forma«ao
e para a diversidade.
desenvolvidas
especie
socia is se constituem
que educam
da inclusao
exclusao
NEGRO
Os movimentos
educa«ao
na«ao negra do mundo,
numa
brasileiras.
educativos,
dentre
em conferencias
outras
instancias.
2006).
o objetivo
politica,
das a«oes afirmativas
economica
trajet6rias
comuns,
ambiente,
futura,
metade
que pode ser constatado
jornais?
espa«os
2.3
racial que atinge
eloqOente,
e social,
a preserva«ao
concomitante
mediante
ao sentir-se
o mencionado
discrimina«ao
autor,
surgem
que atingem
no
anseio
particularmente
salientar
as
com
0
de vida presente
e
emergente
2008)
de repara«oes,
cultura e identidade,
em
social,
rela«ao
que e sempre
isto e, politicas
de sua hist6ria,
da vida
na sua
do saber. (MARCON,
de a«oes afirmativas,
de valoriza«ao
Eo importante
da identidade,
de cOnSCiElncia critica,
parte da constru«ao
reconhecimento,
a partir de uma proposta
0 hist6rico
com a busca de melhor qualidade
uma tomada
As politicas
se constitui
que considera
combater
0
de
conforme
racismo
e a
os negros.
que tais movimentos
tem como meta 0 direito,
32
nao somente dos negros se reconhecerem na cultura nacional, expressarem
vis6es de mundo proprias, manifestarem com autonomia, individual e coletiva,
seus pensamentos, mas tambem de outros segmentos e minorias, assim como
todos cidadao brasileiros.
Ao falar de direitos humanos, uma obra que merece menc;:ao entre
escritores brasileiros, e a obra de Gilberto Dimenstein, "Democracia em
pedac;:os"(1996), que sob a otica dos direitos humanos no Brasil, enfoca relatos
de fatos reais que tratam de casos de exterminio, preconceito contra mulheres,
negros e indios, torturas, pris6es, violencia no campo, abandono e explorac;:ao
de menores.
Sao temas onde sao analisadas condicionantes que ocorrem diante da
sociedade brasileira, que, embora tenha uma Constituic;:ao que trata de direitos
individuais e coletivos das mais abrangente entre as nac;:6es,ve esss direitos
serem ignorados, em todo 0 tempo.
Eo um retrato da violencia
inerente na sociedade brasileira, que e
oriunda de incontaveis arbitrariedades e repress6es que se manifestaram nas
autoridades no passado, nos governos militares e na sociedade de hoje. As
desigualdades socia is sao vistas e estao arraigadas sob a forma de diversos
preconceitos contra a populac;:aonao-branca, pobres e mendigos, individuos de
orientac;:aosexual diversa, e outras minorias.
Embora 0 governo atual, seja democratico, nao tem conseguido
assegurar 0 controle da viol encia no pais, pois ve a impunidade e se comporta
em geral com ineficiencia e mesmo, omissao.
0
analfabetismo na populac;:ao,
ainda e de alto indice, 0 que impede a melhor estrutura e desenvolvimento
cultural da grande maioria da populac;:ao.Com isso, os direitos civis, politicos
e sociais nao sao determinantes para 0 exercicio de cidadania mais adequada.
Eo 0 que 0 autor procura retratar
Ha necessidade de se caminhar sempre em defesa dos direitos
humanos, da transparencia, da concretizac;:ao dos mandamentos destacados
nos pactos internacionais e referendados pelas autoridades, mostrando como
a defesa dos direitos sociais e econ6micos vem deixando a desejar, diante da
viol encia generalizada no Brasil, que esta cercada da impunidade e da
passividade das politicas praticadas. Ate hoje, embora ten ham side descritos
por Dimenstein em 1006, as ac;:6es do crime organizado,
a violencia dos
marginais com armas e poder maior do que a propria policia, a discriminac;:ao
de negros, pobres e mulheres, estao arraigadas da estrutura social brasileira.
o
Ministerio Publico se ve enredado em leis e normas que, na pratica,
33
sao vencidas pel a corrup<;ao e poder econ6mico. As prisoes sao entidades
onde se faz presente a propria viola<;ao dos direitos humanos, com prisoes
ilegais, falta de assistencia judiciaria e superpopula<;ao carceraria.
As
atividades das Organiza<;oes Nao Governamentais - as ONGs, se mobilizaram
na elabora<;ao de a<;oes e relatorios em defesa dos direitos humanos e civis,
em um pais onde a conscientiza<;ao coletiva dos direitos ainda nao esta
enraizada.
Gilberto Dimenstein apresenta ao leitor a reaJidade brasileira, onde
Marina Silva, como senadora, denuncia e ergue sua voz contra a violencia nos
campos, 0 trabalho infantil e escravo; Marcos Terena, indio que lutou contra a
propria discrimina<;ao; Benedita da Silva que lutando como favelada e negra se
posicionou representando no Senado a defesa dessa popula<;ao.
o autor descreve a<;oes e a impunidade refletidas nos crimes e
relatados nos inqueritos e julgamentos mal instruidos e mal realizados.
Caracteriza a escravidao como uma violencia que ocorre no campo, nas usinas
de alcool e a<;ucar, a qual ainda nao foi debelada entre os trabalhadores
brasileiros escravos e a impunidade deste crime e evidente.
Desde seu descobrimento, 0 Brasil e a sua popula<;ao sofre com a
discrimina<;ao. Desde
0
come<;o com os indios, seguidos dos negros escravos
e ate os dias atuais, com a discrimina<;ao dos pobres, deficientes fisicos,
homossexuais, mulheres, crian<;as, adolescentes entre outros. Porem, conforme
define Dropa (2000, p. 2), "de todos os excluidos, os negros, com toda a
certeza, foram os que mais sofreram com 0 preconceito. Junto com os
indigenas, foram as grandes vitimas no Novo Mundo, sofrendo terriveis agonias
e sofrimentos, participando de lutas, morte e martirio, em busca da liberta<;ao
da horrivel escravidao que Ihes foi imposta".
Isto porque, nos tres primeiros seculos de historia brasileira, cerca de
tres milhoes de africanos, ajudaram
0
pais a acumular riquezas que deram
0
alicerce a economia brasileira, porem, somente nos ultimos anos que 0 Estado
se propoe a pensar e elaborar politicas publicas para valoriza<;ao dos
descendentes de africanos escravizados no Brasil.
o
Brasil e um pais de dimensoes continentais, com recursos dos mais
diversos, e com uma forma<;ao populacional heterogenea, como nenhuma outra
na<;ao, mas esta heteregeneidade tambem abriga uma realidade nacional
significativa, representada pelo racismo.
Ha necessidade
de se contemplar com novos olhares
mulheres,
34
crian<;:as e homens
imagem
negros,
direcionando-os
e de auto-imagem
a associa<;:ao pejorativa
da cor negra
inferior,
a propria
contrapondo-se
para a conquista
racial. As organiza<;:oes
a marginalidade,
midia,
da mudan<;:a de
negras tem se contraposto
a tudo
que e ruim e
que exalta os tra<;:os europeus
como
padrao de beleza para toda a popula<;:ao brasileira.
Assim
na tentativa
e exercicio
dos direitos
Movimento
Negro.
de diminuir
humanos,
Movimento
que vem promovendo
0 preconceito,
as popula<;:oes
este, reconhecido
a conscientiza<;:ao,
o Movimento
procurando
Negro vem constantemente
em todo 0 territorio
anseio por atendimento
Eo importante
salientar
racial
nunca
Ou seja,
do mesmo
como branca,
publicas
contribuem
e racista que corrobora
autonomia,
que educam
brasileiros
inclusive
e sobretudo,
se constituem
e coletiva,
(BENEVIDES,
2004).
de
mundo
a
na constru<;:ao e
os grupos
de uma estrutura
desigual
de discriminac;:ao
2000)
em espa<;:os essencialmente
na e para as contradi<;:oes sociais,
visoes
historia,
isto sem focalizar
resultando
que tem como
Eo importante
tem como meta 0 direito dos negros
expressarem
da
para a popula<;:ao
de uma especie
do conhecimento
as
e coletiva,
do ponto de vista
momenta
dispensado
para 0 fortalecimento
sociais
tem como meta
expressarem
brasileira
universalistas;
para uma formac;:ao humana.
individual
no
brasileiros.
nenhum
para a permanencia
constru<;:ao e dissemina<;:ao
nacional,
de todas
individual
em rela<;:ao a popula<;:ao negra. (DROPA,
Os movimentos
movimentos
em
tratamento
consolida<;:ao de politicas
educac;:ao voltada
de
a sociedade
nacional,
com autonomia,
a democracia
social mente reconhecida
educativos,
presente
movimentos
na cultura
assim como todos cidadao
que historicamente
popula<;:ao negra gozou
institucionalizada
se fazendo
que este e outros
manifestarem
se efetivou.
mais vulneraveis
um sentimento
e simpatizantes.
vem pressionando
reconhecidos
visoes de mundo proprias,
Sabe-se
incutir
0
nacional,
as suas reivindica<;:oes.
o direito dos negros serem
seus pensamentos,
nacional,
da pratica
formaram
em todo 0 territorio
identifica<;:ao e de aproxima<;:ao entre os membros
as maneiras
na conquista
de cor negra
seus pensamentos,
salientar
se reconhecerem
proprias,
em uma
horizonte
uma
que tais
na cultura
manifestarem
com
assim como todos cidadao
35
2.4
A MULHER NEGRA
Desde
0
seu descobrimento,
0
Brasil nao se viu livre da discrimina,<ao.
Come,<ou com os indios, alcan,<ou os negros escravos e chegou aos dias
atuais, ampliando a discrimina,<ao dos pobres, dos deficientes, homossexuais,
mulheres, crian,<as e adolescentes e outros segmentos sociais.
Porem, entre todos os excluidos, os negros, sao os que vem ha mais
tempo sofrendo com 0 preconceito, sendo as grandes vitimas que caminham
em busca da liberta,<ao desse tipo de escravidao.
Com 0 advento do capitalismo 0 individuo negro, viu-se diante da
ausencia de qualificac;ao, desempregado, e passou a ser utilizado em
atividades de mao-de-obra pesada. De negro escravo a negro convivendo no
universo capitalista, 0 negro passou a ser assalariado, de baixo poder
aquisitivo, em um mercado de trabalho seletivo, onde ocupa 0 ultimo lugar na
ordem de preferencia.
o povo brasileiro,
apesar de sua grande diversifica,<ao, e um povo s6,
uma ra,<aresultado de inumeras outras ra,<as,mas que nao consegue esconder
uma outra realidade nacional, que e 0 racismo.
Dropa (2000), afirma que,
Apesar do negro ter aican9ando a iguaJdade juridica
a partir da
aboli9ao, a desiguaJdade s6cio-economica com reia9ao aos brancos se
mantinha a mesma, e a ideoiogia de 400 anos de escravidao se
mantinha forte, definindo a diferen9a entre os dois, sendo 0 negro
eternamente visto como um individuo submisso e inferior aos brancos.
o mercado de trabalho concorrido, a baixa escolaridade, 0 preconceito
racial, sao caracteristicas que despertam a discrimina,<ao que manifesta-se em
maior ou menor grau, em todas as classes socia is. A escolaridade e a condi,<ao
financeira hoje tem pouca influencia sobre as manifesta,<oes de violencia social
que se comete.
Segundo dados do UNICEF, relatados por Dropa (2000), de 2000
menores carentes, 1600 sao negros. Os negros e mulatos constituem um setor
desproporcionalmente alto entre os pobres, uma vez que estes representam
42,5% da popula,<ao total, mas 62,4% da popula,<ao pobre.
Ao se analisar a posi,<aoda mulher negra perante a sociedade nacional,
chama a aten,<ao um estudo divulgado pela Funda,<ao SEADE (1997) revelam
que, em 1996, havia
0
seguinte quadro de desemprego,
s6 na regiao
36
metropolitana
de Sao Paulo:
(20%); mulheres
A
inserc;:ao
marcantes
ocupacional
segundo
13% das brancas.
pardas.
o pais
causa
luta
que ados
por
mulheres
trabalho,
pelos
apresentava
diferenc;:as
negras e 29%
forma de ocupac;:ao de apenas
ocupadas
hoje,
negros,
brancos
(15,6%).
ate
estao
43% das negras e 36%
postos
de
em acirrada
subemprego
disputa
pelo
de desempregados.
e campeao
vivendo
de desigualdades,
tendo grande
em condic;:oes de subemprego,
do preconceito,
domesticos
77% maior
nos servic;:os domesticos,
ocupados
numero
de trabalho
das
No setor servic;:os estavam
E na
tradicionalmente
crescente
negros
a cor. Pouco mais de um terc;:o das mulheres
das pardas trabalham
das
homens
negras 20% em relac;:ao as brancas
a mao-de-obra
e pesados,
negra
parte de sua forc;:a
ou desemprego.
e direcionada
para
sendo a sua cor fator determinante,
E, por
trabalhos
independente
de
sua qualificac;:ao e formac;:ao.
A situac;:ao da mulher
descaso
negra
na atualidade,
de 500 anos. Na realidade,
e vista como
todas as mulheres
uma ou outra forma, porem, a mulher negra recebe urn enfoque
sua situac;:ao e 0 reflexo
acrescimo
do preconceito
Ao serem
direcionados
engenhos,
trazidos
as mais
economico
filhos,
diversas
Por isso,
fazendo-as
praticavam
represalias
atividades
0
neg6cio
possuem
trabalho,
melhores
com
0
0 aborto,
dados
e mulheres
eram
trabalhadores
dos
preciosas,
dos
foi vista como um bem
porque
escravos,
e escrava
era muitas
pel as mais diversas
quanto na sociedade,
vezes
razoes,
0 periodo
do que
a
ignorada,
Porem, algumas
nem como mulher,
informam
gerar
reduzir
inclusive
as
as mulheres
0 preconceito
mulheres
negras,
na escola e em outros ambientes.
negras sao em geral, vistas como ladras, prostitutas,
a sua
nem como mae.
escravocrata,
que
destas
0 medo de
Eram condic;:oes que espezinhavam
estatisticos
oportunidades
elas podiam
podendo
alto.
que nunca foram reconhecidos.
Hoje, apesar de ter-se encerrado
pois
sempre
negro,
cujo custo era relativamente
que nunca fui reconhecida,
permanece,
homens
economicas:
a negra escrava
por parte das patroas.
dignidade,
mulheres,
das minas de ouro e pedras
ao do homem
a relac;:ao senhor
gerarfilhos
outras
de
porque
do dia a dia.
quadro,
muito
importac;:ao de negros,
com
os negros,
da pecuaria,
de valor superior
e viabilizava
escravas
da Africa
domesticas
Diante deste
acontece
principal
de cor, como urn peso a mais.
da agricultura,
alem das tarefas
do que
um alvo de
sao discriminadas,
ou pessoas
brancas
tanto
no
As mulheres
de ma indole
37
e os servi<;:os domesticos,
e 0 que Ihes cabe em sua maior
parte - reflexo
da
heran<;:a escravocrata.
Um relat6rio
realizada
em 1990
analfabetismo
Nacional
por Dropa
entre as mulheres
da taxa verificada
maiores
da Pesquisa
e divulgado
negras,
para as mulheres
brancas
A mesma
brancas.
atividades
trabalho
esse percentual
pesquisa
manuais
domestico
lavadeiras.
informou
perfaziam
em
encontravam-se
7,4%
administrativas,
o que
Do total
como
negras.
Ja
visivelmente
excluidas
Entende-se
sin6nimos
que e preciso
faxineiras,
ocupadas
em
com
serventes
e
recep<;:ao e vendas,
em
fun<;:oes
tecnicas,
oportunidades
e que a popula<;:ao negra
As mulheres
de trabalho
negras
sao
e estao fora da
social no pais.
ou representantes
moda, religiao,
negras
No caso
51 % envolvidas
cozinheiras,
diante destes indices
de melhores
de
ao dobro
entre 5,3 e 10%.
a 48% de toda a popula<;:ao brasileira.
de igualdade
chegava
negras
sendo
corresponde
possibilidade
(PNAD),
a taxa
de mulheres
ao secretariado,
mulheres
e de se lamentar
que
era de 18,5%.
e 28,4%
artisticas
periodo,
que as mulheres
referentes
das
cientificas,
de Domicilio
informa
na condi<;:ao de analfabetas.
um total de 79,4%,
geral,
As atividades
(2000),
naquele
de cinco anos, 33,1 % estavam
das mulheres
por Amostra
acabar
de escolha
servente,
com a no<;:ao de que os negros
para a criminalidade,
e contribuir
ao maximo,
samba,
sao
pagode,
para 0 incentivo
e
preserva<;:ao de sua cultura.
Para alcan<;:ar este alvo e preciso,
o racismo
no Brasil,
auxiliares
direto.
Neste
educa<;:ao exercen
Pode-se
combatido
contando
sentido,
afirmar
reduzir
com os meios
a escola,
papel de fundamental
e retroceder
inicalmente,
para tanco
dos meios
importancia
que, assim como racismo
ate acabar com
educacionais
de comunica<;:ao
no combate
que se infiltrou,
como
e da
ao racismo.
ele pode ser
diante de uma participa<;:ao clara e ativa da popula<;:ao.
38
CAPiTULO
TERCEIRO
METODOlOGIA
Neste t6pico sao apresentados os procedimentos metodol6gicos
utilizados para 0 desenvolvimento deste trabalho, desde as pesquisas iniciais.
As pesquisas podem caracterizar-se segundo os objetivos, seus
procedimentos, ou ainda, segundo as fontes utilizadas.
Segundo Silva (2000, p. 22), a pesquisa cientifica e a "realizaCfao
concreta de uma investigaCfao planejada e desenvolvida de acordo com as
normas consagradas pela metodologia cientifica".
3.1
CLASSIFICA<;Ao DAS PESQUISAS
Segundo Santos (2000, p. 21), as pesquisas podem ser caracterizadas
como: explorat6rias, descritivas ou explicativas. 0 mesmo autor coloca que
"pesquisa explorat6ria e quase sempre feita como levantamento bibliogratico,
entrevistas, com profissionais que estudam ou atuam na area, visitas a web
sites etc".
As pesquisas descritivas ocorrem quando 0 pesquisador a descreve
como um fato ou um fenomeno, ou problema, alvo da pesquisa.
Nas explicativas, 0 pesquisador cria uma teoria a respeito de
determinado assunto. Os autores afirmam que as informaCfoes mais
importantes, componentes de varias ciencias, surgiram atraves dessa pesquisa.
Segundo Silva (2000, p. 20), do ponto de vista da natureza, as
pesquisas podem ser classificadas como basicas e aplicadas.
A pesquisa basica tem por objetivo gerar novos conhecimentos para 0
avanCfoda ciencia, sem aplicaCfao prevista. A pesquisa aplicada "objetiva gerar
conhecimentos
para aplicaCfao pratica, dirigida
a
soluCfao de problemas
especificos" (SILVA, 2000, p. 20).
Afirma ainda Antonio Raimundo Santos (2000, p. 28), as pesquisas
podem ser classificadas segundo os procedimentos de coleta que sao metodos
utilizados para reunir informaCfoes necessarias a construCfaodos raciocinios em
torno de um fato, fenomeno ou problema. Segundo
mais comuns para a coleta de informaCfoes sao:
0
mesmo autor, as formas
39
Pesquisa
e reproduzido
"Eo quando um fato ou fenomeno
experimental.
de forma controlada,
o produzem,
ou porque
Pesquisa
com 0 objetivo
eles sao produzidos".
poe-se naturalmente
o fa to
0 pesquisador
Pesquisa
vai explica-Io
com uma ayao ou com a resoluyao
do problema
ou participativo,
Pesquisa
materiais
documental.
Levantamento.
coletivo.
envolvidos
no trabalho
tratamento
Eo 0 procedimento
e
associayao
Os pesquisadores
de modo cooperativo
de pesquisa.
e efetuada
a partir de
analftico.
utilizado
especial mente em pesquisas
e descritivas.
Estudo de caso. Ocorre quando a pesquisa
de um ou poucos fatos, de modo que se conheya
caso, segundo
intelectual
Santos,
(2000,
e capacidade
generalizayao
envolve
um estudo profundo
p. 29), "exige do pesquisador
de
observayao,
0 estudo de
detalhadamente.
alem
de
grande
equilibrio
parcimonia
a
quanta
dos resultados".
Para Pedro Demo, (2000),
Pesquisa
para aprimorar
te6rica:
procedimentos
pode-se
a que reconstr6i
fundamentos
Pesquisa
Pesquisa
produz
quatro tipos de pesquisa:
ideias e ideologias
te6ricos.
metodol6gica:
a serviyo
distinguir
teorias, conceitos,
e aquela
da cientificidade,
a
dedicada
polemicas
abusos, tanto em um ambito mais epistemol6gico
realidade;
A diferenya
ao pesquisador.
e feita sob estreita
Ocorre quando a pesquisa
que nao receberam
explorat6rias
experimental.
de um problema
tambem
que
e entende-Io.
quando
encontram-se
envolvendo-se
da realidade
os fatores
2000, p. 30).
anterior ou em contraste
de ayao. Acontece
e os participantes
(SANTOS,
Eo uma pesquisa
ex port-facto.
que 0 fenomeno
ja existe;
de descobrir
inquirir
metodos
e paradigmas,
quanto de controle
e
usos e
empirico.
empirica:
a que e dedicada
a tratar
a face
e analisa
dados,
sempre
pel a via de controle
procedendo
empirica
da
empirico.
Pesquisa
pratica:
reconstr6i
conhecimento
a serviyo de certa ideologia,
sem perder de vista 0 rigor metodol6gico.
As pesquisas
pesquisas
tambem
quantitativas
analise.
"Tudo
opinioes
e informayoes
A pesquisa
podem
ser quantitativas
0 usa de tecnicas
pode ser quantificavel,
qualitativa
mas tem futuro
requerem
0 que
para classifica-Ias
significa
e analisa-Ias".
tem sofrido reveses continuos
brilhante
pel a frente,
segundo
e qualitativas.
estatisticas
e resumos
As
para
traduzir
em numeros
(SILVA,
2000, p. 20).
por conta de seus abusos
diz Pedro Demo (2000,
p. 159).
40
Esse tipo de pesquisa
rejeitando-se
toda
aprofundamento
res posta
por analise,
por familiaridade,
se caracteriza
fechada,
a pesquisa
convivencia
numeros."
mais
do
que
0
busca 0 aprofundamento
considera que existe vinculo indissociavel
e a subjetividade
(SILVA,
dicot6mica;
qualitativa
das perguntas,
e comunicayao.
"A pesquisa qualitativa
o mundo objetivo
pela abertura
entre
do sujeito, que nao pode ser traduzido
em
2000, p. 33).
Na pesquisa
qualitativa
tecnicas estatisticas.
nao e exigida
Os dados sao coletados
a utilizayao
naturalmente
de metodos
ou
e 0 pesquisador
e
o elemento chave da pesquisa.
Taylor
humanistica
e Bogdan
indutiva,
forma holistica,
(1984)
focalizada
afirmam
que
nas pessoas,
a pesquisa
nos cenarios
ou como um todo e compreendem
qualitativa
e
e em grupos, de
as pessoas
considerando
suas referencias.
As caracteristicas
Utilizayao
pesquisa
essenciais
do ambiente
da pesquisa qualitativa
sao:
natural como fonte direta de dados e da
como instrumento.
Natureza descritiva
Preocupayao
dos dados coletados.
com 0 processo
e nao apenas com 0 resultado
e 0
produto.
Uso de forma indutiva de analise de dados.
Utilizayao
do "significado"
dado pelas pessoas,
Alem disso os metodos qualitativos
que descrevem
os significados
envolvem
as coisas.
tecnicas
e nao as frequencias
interpretativas
de fen6menos
que
ocorrem no mundo social.
No desenvolvimento
deste texto foram considerados
os seguintes tipos
de pesquisas:
Pesquisa
elaborada
explorat6ria,
descritiva,
por meio de procedimentos
e tambem ilustrada
de natureza
te6rica
de coleta de informay6es
por meio de um estudo de caso, com quest6es
e aplicada,
bibliograticas
qualitativas.
41
3.2
METODOS
Metodo
cientifico
que se empregam
processo
pode ser conceituado
para a investigayao.
como 0 conjunto
E a linha
de processos
de raciocinio
adotada
no
de pesquisa.
Para Gil (1999),
Lakatos
e Marconi
(1993),
os metod os sao:
dedutivo;
indutivo;
hipotetico-ded
utivo;
dialetico;
fenomenologico.
Metodo
dedutivo.
conhecimento
conteudo
o metodo
1999;
racionalistas
levando
sobre determinado
formuladas
empiricas
No
Metodo
logica para
iniciais.
proposto
Locke,
deriva de observayoes
1993).
Consiste
na adoyao
surgem
deduzem-se
enquanto
a
pelos
Hobbes
e
nao
0 que
de
linha
se conhece
urn fenomeno.
Sao
no problema
e, a
expressa
consequencias
procura-se
de casos
elaborayao
de determinada
quando
para explicar
a dificuldade
a hipotese,
origem
0
na experiencia,
e MARCONI,
dedutivo
dialetico.
dando
Hume,
levam
hipotetico
a hipotese.
foi
particulares
sao insuficientes
levantadas,
para derrubar
se em confirmar
transcendem
a generalizayao
para explicar
metodo
0
premissas
metodo
e fundamentado
As conotayoes
assunto
partir das hipoteses
testadas.
Este
que os problemas
hipoteses
de
e da construyao
pelos empiristas
hipotetico-dedutivo.
e afirma
levar
de explicar
e Leibniz.
(GIL, 1999; LAKATOS
Metodo
de raciocinio
e capaz
tern 0 objetivo
pre-estabelecidos.
indutivo
concreta.
generalizayoes
1993).
Proposto
em conta principios
da realidade
do silogismo
que 0 conhecimento
No raciocinio
a razao
a partir de duas outras
e Marconi,
indutivo.
considera
utiliza-se
Spinoza
so
dedutivo
2000, p. 41).
ou conclusao,
Descartes,
Metodo
Bacon,
(SILVA,
dedutivo
Lakatos
que
"0 raciocinio
das premissas"
retirar essa premissa
(Gil,
Defende
verdadeiro.
que devem
buscar
ser
evidencias
que 0 metodo dedutivo
preocupa-
(GIL, 1999).
Proposto
a novas
por
Hegel
contradiyoes
"onde
as
contradiyoes
que passam
a requerer
se
a
42
E
soluyao.
um metodo
de interpretayao
dinamica
e totalizante
da realidade"
(SILVA,2000).
Segundo
empregado
Gil (1999) e Lakatos
na pesquisa
o
metodo fenomenologico
como indutivo.
Procura
analise dos problemas
Segundo
e elaborar.
integrante
Demo
(2000),
A pesquisa
e entendida
quanto
como
de todo 0 processo
0 levantamento
uma posiyao
Nessa
embasamento
Na
pesquisa
mais
Quando
se
de
da
do
pesquisar
de fabricayao
de aprendizagem,
sendo
do
parte
do conhecimento.
deste trabalho,
num primeiro
momenta
0 que permitiu
conhecer
.
consultados
fase
caracteristico
significa
tanto como procedimento
reconstrutivo
quest6es
e solicitando
contexto
2000).
as possibilidades
conhecimento
procedimento
sobre a questao
segunda
metodo
0
de dados em documentos,
fase foram
em
nem
do jeito que ela e
capaz de dar conta do
(SILVA,
ampliam-se
Construir
para a fundamentayao
fundamentadas
de raciocinio
cientificas".
No intuito de atingir os objetivos
e assumir
e
a serem estudados.
Pedro
e a analise.
foi efetuado
dialetico
nem como dedutivo
a experiencia,
em uma pesquisa,
cientifico
conhecimento,
0 metodo
social mente.
uma maneira
das investigay6es
utiliza mais de um metodo
procedimento
diretamente
e construida
"Nao existe apenas
mundo
(1993),
nao e classificado
descrever
e sup6e que a realidade
complexo
e Marconi
qualitativa.
textos
teorica
da literatura,
pesquisa,
foram
pre-elaboradas,
um posicionamento
que serviram
de
apresentada.
realizadas
relatando-se
do entrevistado
entrevistas
0 objetivo
em relayao
da
ao seu
de vida.
Na elaborayao
quest6es
da estruturayao
apresentadas
Nelas os entrevistados
manifestar-se,
o conhecimento
se verdadeiras
de pesquisas
ser falivel,
de tecnicas
cientifico
existentes,
ou falsas,
exaustivas,
Tambem
conferencia
tiveram oportunidades,
de forma conjunta
fatos comprovados,
das entrevistas,
foram contempladas
as
em Anexo.
e tambem
atraves
0 conhecimento
e, em sua essencia,
real, fundamentado
de forma sistematica,
de estudos
cientifico
em
proporciona
atraves
a possibilidade
e comprovayao,
da exatidao
a reformulayao
ordenada,
logicos.
da constatayao
busca a maior proximidade
de conferencia,
e espayo para
tem propostas das quais podem serconstatadas
e adquirido
de suas afirmay6es,
liberdade
emitir 0 seu proprio julgamento.
e tambem,
ou alterayao
de
e, apesar de
permite
das teorias
atraves
estudadas.
43
3.3
PESQUISA
DE CAMPO
3.3.1
ACNAP - Associar;:ao Cultural de Negritude
Em Curitiba
no ensino
e Ar;:ao Popular
os jovens negros e pobres brancos que tentam
superior
de inserr;:ao no
mesmo, em todas as areas, em funr;:ao de das condicionantes
que surgem na
nos vestibulares,
por inumeras
ingressar
dificuldades
concorrencia
tem passado
principalmente
das universidades
publicas do
pais.
Neste contexto
aliados
na conquista
Negritude
e que estes jovens acabam encontrando
dos seus sonhos:
e Ar;:ao Popular,
0 Curso
Cursao da Vila, 0 Consciencia
a ACNAP-
Preparat6rio
cinco fortes
Associar;:ao
do Colegio
Cultural
Luiza
de
Ross, 0
e a ONG Em Ar;:ao e 0 Projeto Akeko Dudu do
IPAD BRASIL- Instituto de Pesquisa da Afrodescendencia.
Os cursos
da ACNAP
jovens negros. Todos os
e do IPAD BRASIL
atendem
projetos ficam espalhados
especificamente
pel a cidade de Curitiba.
No caso do IPAD BRASIL h8 um diferencial
porque 0 esta entidade firmou uma
parceria com 0 Curso Positivo.
negros recebem
Os jovens
para 100% no curso que e considerado
cidade.
Portanto
esta experiencia
uma dos melhores
nao se caracteriza
bolsa de estudos
e mais caros da
como sendo um curso
popular.
As
experiencias
vestibulares,
de
sao ofertados
pelas organizar;:6es sociais.
aos materiais didaticos
Muitos
conseguem
dos
passar
empreendimento,
interesse
pre-vestibulares
gratuitamente
os
cursos
pre-
Os jovens s6 arcam com as despesas
referentes
e inscrir;:ao, a prer;:os bem acessiveis.
jovens
negros,
alunos
na UFPR. A empresa
pois fornece
em prestar
populares,
para os jovens que sao selecionados
as apostilas
vestibular
que
privada
freqOentam
Eletrolux,
para os jovens
na Universidade
Federal
a
ACNAP,
colabora
negros
nesse
que tem
do Parana
pelo
Programa de Inclusao Racial, 0 qual destina 20% das vagas em todos os cursos
de
graduar;:ao
afrodescendentes,
para
candidatos
com 0 tipo negro que e individuo
Para
dificultam
que
se preto ou pardo,
Romildo
da Silva
0 acesso do estudante
se
auto-declarem
e apresentar
mais discriminado
Souza
negro
(2007),
como
caracteristicas
na sociedade
sao varios
a graduagao
sendo
fenotipicas
brasileira.
os fatores
e p6s-graduagao,
que
porem,
44
o fator ligado
a sua condi~ao
um obstaculo
ao progresso
"Sabe-se
que
racial, tem um peso especial,
alguns
a pos-gradua~ao,
estudante
e de elementos
ligados
aspectos
sao
negro,
a
diretamente
sonhar
improbabilidade,
diante
fundamentais
no acesso
como as condi~6es de vida, a influencia
sua trajetoria
Romildo Silva Souza (2007), considerando
estudante
pois se configura em
e ao sistema de ensino.
a
do
sua
educacional",
afirma
que, na maioria dos casos, para 0
gradua~ao
reduzido
do
da familia
ja
numero
e trabalhar
de estudantes
com
uma
negros
que
alcan~am uma vaga nas universidades.
Em Curitiba,
Movimento
a ACNAP
Social e apresenta,
aulas de apoio
escolar,
eventos de mobiliza~ao
o 20 de novembro
vestibulares
e uma organiza~ao
dentro da sociedade
oficinas
de resgates
feijoadas,
da cultura
celebra~6es
- Dia Nacional
negra
curitibana,
misticas,
da Consciencia
que comp6e
negra,
forma~ao,
comemora~6es
Projeto
crian~as, adolescentes
e adultos conhecem
de aulas e palestras,
Casa Brasil, Projeto
e onde estudam
visando melhorar a auto-estima
como
Negra, alem de curso pre-
para alunos negros, grupo de dan~a afro-KA-NAOMBO,
de A~6es Afirmativas,
0
a~6es como:
melhor a cultura africana
aspectos
Politicas
Educa-ka-naombo,
culturais
onde
por meio
de seus ancestrais,
dos negros, conforme divulga a Gazeta do Povo
(2004).
Existem
universidade,
adotaram
ainda em Curitiba,
projeto
para manuten~ao
que conta com 0 apoio de duas universidades
politicas
Universidade
afirmativas
para inclusao de negros
de negros
na
do Estado, que ja
no ensino superior:
a
Federal do Parana e a Unibrasil.
A Unibrasil-
Faculdades
do Brasil e uma Instituir;:ao do Ensino Superior
privada enos anos de 2002, 2003 e 2004 disponibilizou
negros em varios cursos da Instituir;:ao. Se configurou
bolsas de estudo para
como sendo a primeira
iniciativa com este perfil no Estado.
Sobre
resultados
melhorias,
a situar;:ao dos alunos
e a situar;:ao dos
principalmente
diretorfinanceiro
que atua
Para
financiando
projeto
ve-se
que "ainda
ainda
e grave,
de 15 anos
em Curitiba
para negros que funciona
garantir
bolsas
Adebori,
a formar;:ao
de estudo
mantido
nao temos
mas
estao
muitos
surgindo
na area de educar;:ao", afirma Jaime Tadeu da Silva,
da ACNAP - Ar;:ao Cultural de Negritude
ha mais
pre-vestibular
negros
dos
e que,
em 2002
criou
um
ate hoje.
negros,
um
para alunos de ensino
pelo Instituto
e Ar;:ao Popular, ONG
de Pesquisa
projeto
tambem
superior
do estado.
vem
de Afrodescendencia
0
45
(IPAD), que entre 2003 e 2005 conseguiu
tambem
receberam
o objetivo
Souza (2008),
racial,
mais de 20 alunos,
de instituic;:6es
e em especial
segundo
assim,
das reivindicac;:6es
0 resgate
Garcia de
articular
'CiElncia e
da auto-estima,
da consciencia
negro:
combate
a
de direitos;
inclusao
e valorizac;:ao
do movimento
luta por igualdade
os quais
particulares.
Marcilene
"um espac;:o que tem conseguido
possibilitando,
ao racismo;
financiar
nas mensalidades
destes projetos
evidenciar
consciencia',
politica
desconto
discriminac;:ao
da
cultura negra e da educac;:ao."
o
empenho
desenvolvimento
relat6rio
sobre
Americanos
da ACNAP
da educac;:ao
Direitos
e outras
Humanos
e divulgado
entidades
da populac;:ao
realizado
que
negra,
se voltam
se justifica
pela Organizac;:ao
por Dropa (2000, p. 9), revelou
para
diante
0
do
dos Estados
que:
Em 1992 0 analfabetismo
entre os negros
dos Estados Americanos
revelou que, em 1992 0 analfabetismo entre os negros chegava a casa
dos 30% e se elevava a 36,4% no Nordeste do Brasil. 0 relat6rio
concluiu que problema do analfabetismo guarda rela9ao com a falta de
acesso da popula9ao negra a educa9ao formal e 0 problema da
absten9ao escolar das crian9as de ra9a negra e muito freqOente, ja que
estas sao obrigadas a deixar a escola para ajudar no sustento familiar.
Neste contexto, a "cor", alem da "escolaridade
dos pais e a renda
familiar" sao fatores determinantes do acesso das crian9as
escola. Em
rela9ao aDs avan90s nos niveis de escolaridade,
4% dos negros
conseguem ingressar na universidade, em compara9ao com 13% entre
os brancos. Um exemplo da margem diferencial de acesso e dado pel as
cifras referentes a Universidade
de Sao Paulo, de cujos 50 000
estudantes em 1994, apenas 2% eram negros. A situa9ao repete-se em
diferentes universidades do pais, mesmo em cidades como Salvador,
com maioria populacional afro-brasileira.
E quem nao tem condi90es de
adquirir uma boa forma9ao escolar ve reduzidas as possibilidades
de
encontrar trabalho digno no mercado.
a
A escolha
abandonam
da ACNAP
os estudos,
vem apoiando
como entidade
de pesquisa
e por ser a organizac;:ao
sistematicamente
junto aos alunos que
mais antiga
0 negro no desenvolvimento
Para a elaborac;:ao deste trabalho,
foram pesquisados
da cidade,
e que
de sua educac;:ao.
alunos ao longo dos anos
de 2002 ate a 2007.
o funcionamento
turma
em 2002;
do cursinho
seguidas
turma;
em 2005 a quarta
turma,
acerca
ACNAP
da qual
contabiliza
afrodescendentes
Em 2007,
Negras"
em 2003,
turma;
oferta
pela ACNAP,
turma;
em 2006, a quinta
houve algumas
a
ofertado
da segunda
de
pesquisas.
vagas
turma
teve sua primeira
em 2004,
No decorrer
para
a terceira
e em 2007,
mais
desses
de
820
a sexta
anos a
alunos
e de baixa renda.
a sexta
da Associac;:ao
ediC;80 do cursinho
Cultural
de Negritude
"Pre-Vestibular
Para Negros
e Ac;:ao Popular
- ACNAP,
e
46
alcanyou
cerca de 180 alunos participantes
da APP-Sindicato,
Universidade
tambem
As aulas acontecem
Federal
e parceira
Segundo
ja foram
do Parana
- UFPR,
na Praya
Santos
privadas.
reservadas
60 alunos que freqOentaram
na UFPR,
enquanto
outros
Neste ano, a instituiyao
suas vagas para alunos
aquelas
que conta com 0 apoio
nao negros,
a estudantes
Assim, constata-se
Politicas
Estadual
foi coordenado
o curso
do Rio de Janeiro,
100% gratuito
e Regiao
pelas cotas sociais,
ou seja,
publica.
da ACNAP,
de negros
ana de 2002 contou
Parana;
Grupo
Publica
outras entidades
ja se juntaram
0
da pastoral
e tirar diretrizes
discutir
comeyou
acontecesse.
tal objetivo.
Agentes
negros de inumeras
da UFPR
dos
Trabalhadores
dos Advogados
sendo
da
e
no
Federal
do
em
ACNAP
esta
Educayao
e hoje,
relacionado
no Rio de Janeiro
do desemprego.
ocasiao
uma
em 1.985,
do Brasil
que
para discutir
Nessa assembleia,
presentes.
Elas decidiram
algumas
em reuniao,
junto a CNBB que, em 1.988, em funyao
na qual a Igreja Cat61ica adotou
"Ouvi 0 Clamor
mobilizayao
Na abertura
de acesso
0 projeto
a tematica
da Fraternidade.
Em Curitiba,
da Pastoral
regioes
do Brasil/PR,
de todos os Estados
de reivindicar
uma
projetos
- Universidade
a Igreja Cat61ica estabeleceu-se
como
ele
e Ayao Popular.
do pais. Em Curitiba
ocorrida
negro estavam
da aboliyao,
do negro na Campanha
negro
surgimento
para 0 problema
Em 1.988,
da UERJ-
No Parana,
ao empreendimento.
e Iideranyas
a possibilidade
Fraternidade
FORD.
a mais outros
superior
Ordem
operaria
do movimento
do centenario
organizado
Publicas
Cultural de Negritude
APP-Sindicato
e OAB/PR-
reuniu trabalhadores
lideranyas
e Fundayao
somou-se
com as parcerias
Historicamente
assembleia
de um projeto
de Politicas
para 100 jovens
no ensino
Positivo;
do Parana
Trata-se
para negros em
- Curso Pre-Vestibular
Metropolitana.
Este projeto
permanencia
de Curitiba.
da Cor, do Laborat6rio
em
20% das
curso pre-vestibular
pela ACNAP - Associayao
foi ofertado
de Curitiba
admitidos
tambem
da escola
que 0 primeiro
para Jovens Afrodescendentes
Universidade
da
que
as aulas do curso
foram
disponibilizou
que optaram
oriundos
200
Curitiba ocorreu em 2002 atraves do Projeto Ka-Naombo
pelo Programa
Andrade,
do projeto.
a Associayao,
aprovados
universidades
da iniciativa,
em uma das salas do pri§dio central
nacional
iniciaram-se
da Campanha
foram distribuidos
desse
0 slogan
Povo".
para
que
as primeiras
da Fraternidade,
da Campanha
Entao
a campanha
reunioes
da
0 movimento
de fato
de negros
com
em maryo de 1.988, os
pelas igrejas e Diocese
do Parana.
47
Ap6s varias
necessidade
a90es do movimento
de criar uma entidade
negro de Curitiba,
que pudesse
agregar
percebeu-se
outros setores
niio fossem apenas da igreja catolica fazendo surgir a Associa9iio
Negritude
e A9iio Popular dos Agentes de pastoral
entiio fundada,
com negros e negras considera
no contexte
oportunidades.
fortalecer
Cultural de
Negros - ACNAP,
que foi
em 28 de janeiro de 1.990.
o trabalho
inserido
a
que
historico-cultural,
A ACNAP
a auto-estima
busca
Em rela9iio
na constru9iio
como sujeito
e igualdade
a pessoa
de sua visibilidade.
negra
de
para
Ou seja: estimular
saude, mercado de trabalho,
e inser9iio
socia is, culturais e outros.
a esta primeira
vestibular especifico
a vida
dar oportunidade
a inclusiio social atraves da educa9iio,
nos meios de comunica90es
a negritude
com direito
turma
de jovens
negros
pra negros, A ACNAP - Associa9iio
no curso
pre-
Cultural de Negritude
e A9iio Popular dos Agentes de Pastoral de Negros - que tern sua sede a Rua
Francisco Jose Lobo, 214, no bairro do Sitio Cercado,
UFPR
conseguiu
Universidade
Em
que
as aulas
urn
primeiro
momento,
do Jardim Botanico,
Saude como Odontologia,
Regiiio
diariamente
a UFPR liberou
rna is Central
0
curso
aconteceu
area em que concentra
da
no
da
uma sala no Campus
e facilitaria
a economia
da Reitoria
dos alunos
a sexta-feira
das 19:00h as 22:45h,
em fun9iio da
da UFPR que e
em transporte.
no predio central historico
Federal do Parana - UFPR, na Pra9a Santos Andrade,
Campus
os curso da area da
Nutri9iio, entre outros. Posteriormente,
ultimos anos as aulas acontecem
segunda
na estrutura
Federal do Parana.
Universidade
distancia
acontecem
atraves da parceria com
no periodo
com encontros
Nos
da Universidade
noturno, de
de estudos
nos
finais de semana.
o
cursinhos
corpo
docente
pre-vestibulares.
foi
composto
suas vagas, hoje, para estudantes
o
por
profissionais
eo curso pre-vestibular
curso pre-vestibular
niio negros.
informes
passam
conhecimentos
de cotas
negros cursando
nos ultimos anos subiu de menos de 1% para 10%, segundo
da propria
candidatos
do programa
Federal do Parana, cuja media de estudantes
o ensino superior
em
da ACNAP nasceu em 2002, como uma forma
de estimulo aos alunos e serviu de apoio na fomenta9iio
da Universidade
experientes
da ACNAP abre 20% das
ACNAP.
Para
ingressar
por uma avalia9iio
no curso
composta
pre-vestibular,
de urn teste
seletivo
os
de
gerais e uma entrevista.
Na sede da ACNAP, a comunidade
em geral pode contar, ainda, com
48
aulas
de apoio
debates
e de projetos
federal
escolar,
e palestras,
de resgate
educativo-culturais
e organiza<;:6es
Assim
como
movimentos
entidades
oficinas
da cultura
negra,
do grupo de dan<;:a afro Ka-naonbo,
0 curso
populares,
inseridas
desenvolvidos
da sociedade
da ACNAP,
em parceria
com 0 governo
existem
tambem,
comunitarios
curitibana
na esfera
desenvolvidos
que possuem
nos ultimos
anos, para ampliar
ensino superior
das escolas
publicas.
Como ja mencionado,
com Institui<;:6es
ampliar
ainda
universitario.
a ACNAP
de Ensino
mais
Superior,
as chances
Os jovens
Durante
publicas
alunos
vocacional,
envolvendo
curso
devem
seletivo
oferece
orienta<;:ao
no
e parcerias
e a Unibrasil,
de seus
beneficiarios
visando
ao curso
e com 0 Sindicato
dos
possuir
determinados
requisitos,
em sua situa<;:ao socio/economica,
as vagas ofertadas
os candidatos
atividades
individual
dos
a reda<;:ao.
disciplinas
alunos
de
pelo curso pre-vestibular.
realizaram
como:
tais como:
oriundos
do vestibular;
e evrntos
teste
extra-curriculares
arte e educa<;:ao.
Em tempos
modernos
popula<;:ao negra aglutinar-se
as transforma<;:6es
em torno de quest6es
ou seja, resulta em uma atmosfera
torno dos direitos
Segundo
ofertado
convenios
a UFPR
com a OAB do Parana
para ocuparem
0 processo
o
0 ingresso
em Educa<;:ao do Parana entre outros.
serem negros, com dificuldades
escolas
de acesso
Alem de parcerias
Trabalhadores
estabeleceu
como
dos
p~r outras
a mesma finalidade.
Essas a<;:6es vem contribuindo,
dos estudantes
de
civil.
os trabalhos
na sociedade
participar
de a<;:6es afirmativas
que estimula
na sociedade
permitem
a
com as quais se identifique,
a cria<;:ao de novas atitudes
em
a serem conquistados.
0 senhor
pel a ACNAP,
Jaime Tadeu,
os educandos
Coordenador
participantes
do curso pre-vestibular
do curso pre-vestibular
em
sua maioria sao mulheres,
casad as ou nao, com ou sem filhos,
domesticas,
do comercio ... E de um modo geral com baixa auto-
trabalhadores
donas de casa,
estima.
Ainda Ihes falta 0 conhecimento
desconhecimento
depositarios
identidade
de resistencia
racial,
devido
a questao
a toda
popula<;:ao negra nao branca
da inscrilfao
sobre as rela<;:6es raciais no Brasil, tem
sobre seu pertencimento
ideologia
inserida
do processo
na sociedade
eles se ten ham se auto-declarado
como negros a sua posi<;:ao social.
racial negro e identidade
racial, ou seja, pertencimento
racial,
de invisibilidade
brasileira,
sao
a negritude,
embora
da
no ato
como sendo negros e assumirem
49
De acordo com 0 depoimento
chegam
ao curso nao conhecem
brasileira
atual, a Historia
sociedades
ocidentais,
hegemonicos,
as quais apresentam
Por isso mesmo,
historiografia
matrizes
pois na sociedade
a perspectiva
0 lugar do indio e do negro,
que
com a vi sao das
dos grupos
sociais
que detem 0 poder politico.
brasileira,
oficial,
a maioria dos jovens que
verdadeira,
do Brasil e quase sempre explanada
ou seja, daqueles
na formac;:ao social
da coordenac;:ao,
a sua historia
parece
optou
ainda
pelo
embora
sejam essen cia is
nao ter side encontrado
olhar
eurocentrico
sobre
para a
as nossas
civilizatorias.
A ACNAP,
pobres
para sanar as defasagens
e a falta
de
a
conscientizac;:ao
incentivo
respeito
ao
escolares
estudo
dos jovens
procura
do pertencimento
racial
realizar
negros
toda
com palestras,
e
uma
teatro,
e
danc;:a.
Os jovens
acordo
com
entendem
negros e pobres
os depoimentos
bem a importancia
que eles tem de modificar
estao:
vestibulares
precaria,
dos estudos,
obstaculos
0 despreparo
como
jovens e adultos,
ensino
os alunos,
exigem.
a distancia,
para estudar.
muitos
e nao reconhecem
encontra-se
a oportunidade
pelos alunos
e pelo
em relac;:ao aos conteudos
que os
Po is a maioria
publica
e de escola
como 0 proprio
SEBJA
- ensino
Os alunos sao esforc;:ados, mas sofrem com 0 cansac;:o dos alunos,
lanche
a
comprometidos
0 dia inteiro,
supletivo
base necessaria
participarem
noite,
alem
a fome, considerando
daqueles
dificuldade
ou 0 ensino
que
sao
e encontrada
a distancia,
para que os alunos
dos exames
A grande
maioria
em tempo
empregadas
arrimo
de familia
por aqueles
alcancem
pois
para
e estao
para
0
nao fornecem
a
minima
para
vestibula res.
assistirem
sao negros que estao fora
sao alunos que perderam
as aulas,
no comercio
ou
ainda,
em mao de obra brac;:al, que e muito cansativa;
domesticas
que receberam
vezes
0 conhecimento
dos alunos destes cursos,
anos de estudo. Alem do mais, muitos trabalham
pedreiros,
que nao tem dinheiro
que muitas
da faixa eta ria em relac;:ao a serie que cursam;
chegar
de
com 0 seu sustento.
Outra grande
ensino
nao
entre outros da mesma natureza.
a maioria trabalha
fazer
De
ainda
nos estudos.
a serem superados
dos alunos
a da UFPR
supletivos,
de incentivo
entre
a sua realidade,
Entre os principais
curso
necessitam,
colhidos
cuja patroa
nao deixa sair a tempo
muitos
e nao conseguem
trabalham
ou tambem
como
sao
para alcanc;:arem
50
o horario
do inicio
das aulas,
raz6es
pelas quais
muitos
alunos
feita junto
a alunos
desistem
de
seus estudos.
3.3.2
Amostra
Como
curso
resultado
pre-vestibular,
jovens
negros
especifico
da pesquisa
ao se analisar
integrantes/desistentes
para negros em Curitiba,
pode-se notar algumas
das dificuldades
semelhanr;:as
fazer
algumas
trajet6ria
de suas vidas.
principais
dificuldades
alem de problemas
Os jovens
precaria,
negros,
destacam-se
nas profiss6es
ou estavam
mais incidente
sentiam
atravessavam.
para negros
das
raciais
e emprego,
no futuro
com a
deles e de suas familias.
a situar;:ao de
de familias
numerosas,
dos seus pais, que sao na grande maioria,
"desempregados".
foi a de "domestica",
na
que, suas
de moradia
0 desemprego,
a incidencia
que
na cidade de
relar;:6es
esperanr;:as
de trabalho
de 2007,
como os relatos
com os educandos
com problemas
Contudo
dos
pre-vestibular
no periodo
negros do curso demonstraram
a baixa renda familiar,
e grande semelhanr;:a
feitas
a respeito
e no mercado
Entre estas dificuldades,
curso
nos discursos,
especifico
eram financeiras,
familiares.
do
0
nos relatos
em que a suas familias
constatar;:6es
inserr;:ao na universidade
turma
analises
do curso pre-vestibular
Curitiba,
que frequentam
contidos
Ka-naombo,
presentes
a partir de algumas
foram integrantes
"pedreiros"
da
0 projeto
socia is e economicas
Pode-se,
moradia
os discursos
No caso das suas maes a profissao
"faxineira",
ou estavam
"desempregadas".
As maes, na maio ria das vezes foram as mais destacadas
pelos jovens
como mulheres
ao estudo,
fortes e responsaveis
e para quem, em muitos casos, os jovens
Apenas
faculdade
dois
alunos
particular
mensalidade.
necessidade
mercado
e
Muitos
relatos
que tiveram
de trabalho
Porem,
um
ja haviam
desistiram,
pelo seu incentivo
negros dedicam
tentado
porque
um curso
nao
falam de seus hist6ricos
em ingressar
e
seu esforr;:o.
superior
conseguiram
de evasao
em uma
pagar
escolar
muito cedo ou ainda quando
a
e da
crianr;:as no
para ajudar a familia.
percentual
vida,
sociedade,
em funr;:ao do seu pertencimento
do discurso
constituiu
em verdade
seus
de alunos
de
conteudo
aos
menor
trajet6rias
problemas
dos jovens
negros,
nas suas realidades
deu
destaque,
e dificuldades
racial negro.
a democracia
sociais.
nas suas
enfrentadas
Notou-se
racial
na
que, pelo
nunca
se
Ou seja, os muitos jovens
51
negros sabem muito bem 0 significado
sociedade
do pertencimento
como a de Curitiba, e paranaense;
vezes, numa trajet6ria
racial negro, numa
ou seja, tratos-se
de vida cheia de humilha90es,
na maioria das
sofrimentos
e injusti9as
hist6ricas.
A escola
traumatico,
foi
muito
de sofrimento
destacada
como
um
espa90
de certa
forma
no cotidiano escolar. Como pode se observar,
alunas, assim como as suas maes trabalhavam
como domesticas
muitas
ou estavam
a procura de emprego.
3.3.3
Entrevistas
Para integrar esta pesquisa junto aos alunos da ACNAP, foi realizada
uma apura9ao junto ao cadastro
de alunos da entidade,
com tres alunas que desistiram
da continuidade
conhecer seus pontos de vista e posicionamentos
pelas entidades
educacionais
somente
mesmos, entendeu-se
relacionam-se
3.4
aos negros.
RESULTADOS
nao
suas dificuldades
exposto a seguir. Do que foi mencionado
que as principais
aos criterios
visando
(por email eportelefone).relataram
alguns dos seus pontos de vista mas tambem
vivencias no dia a dia, conforme
0 contato
quanto aos cursos ofertados
e universidades,
Os que foram entrevistados
e efetivado
dos seus estudos,
dificuldades
sofridas
e
pelos
pelos mesmos,
de racismo e desigualdade.
OBTIDOS
Embora tenha sido feita de maneira singela, esta pesquisa, justifica-se
pela oportunidade
construidas
apresentando
presentes
da identidade
organiza90es
encontrados
melhor compreensao,
nos espa90s
sociais
entidades
acerca de como sao
em territ6rio
0 da sociedade
como a ACNAP
da popula9ao
que contribui
negra 0 Movimento
nacional,
curitibana,
na
para a
Negro fruto
das
populacionais;
A seguir
popula9ao
raciais
como espa90 regional e especifico
qual se fazem
forma9ao
de se conseguir
as rela90es
enfocamos
negra que usufrui
nas entrevistas
quando declara:
alguns
projetos
do trabalho
confirmam
de grande
dessa
importancia
organiza9ao.
para a
Os achados
0 que afirma Romildo da Silva Souza,
52
Sao varios os fatores que interferem no desempenho dos estudantes
negros. Alem de problemas de ordem social, historica, cultural e
economica, esses estudantes enfrentam dificuldades psicologicas, que
interferem motivacionalmente
na persistencia, autoconfian<;a e na
determina<;ao de seus objetivos e escolhas por certos cursos,
influenciando em qualquer modalidade de avalia<;ao, principal mente em
situa<;oes de elevada cobran<;a social e psiquica, como 0 trabalho e 0
vestibular. (SOUZA, 2007, p. 2).
Pode-se concluir
proporcionar
a
discriminay80
racial,
visando
igualar
educacional.
que
cidadania
e grande
plena
do
social e cultural,
as oportunidades
a importancia
da ACNAP
afro-descendentes,
valorizando
de direitos,
a cultura
por objetivar
combatendo
a
afro-brasileira
e
principalmente
na atuay80
53
QUARTO
CAPiTULO
CONSIDERACOES
De acordo
com a sociologa
tantos relatos que traduzem
90 mil hoes de pessoas
para a necessidade
Marcilene
certa obviedade
Garcia
historica
no Brasil que sao negras,
intera<;:ao entre a popula<;:ao brasileira
soma praticamente
de Souza
(2005),
e pertinente
concretas
que promova
inclusao,
que e multirracial.
mas tambem
que valorize
sua
privada
atentar
de promo<;:ao da
integra<;:ao e
A popula<;:ao negra
metade da popula<;:ao do pais e vive segregada
de poder, de saber,
de
e atual que e a de quase
(48%)
da constru<;:ao de estrategias
vida e da promo<;:ao de uma sociedade
auto-estima,
FINAlS
de espa<;:os
de uma educa<;:ao que Ihe promova
historia,
sua
cultura,
sua
religiao,
e outras
caracteristicas.
Para a citada autora,
a situa<;:ao de exclusao
da popula<;:ao negra que
ocorre no Brasil hoje, se da, principal mente devido as formas
tratou historicamente
trabalho,
na saude,
e reconhecido
discriminado.
na moradia,
tambem
direito essencial,
diariamente
e encontrada
encontradas
entre
por uma sociedade
Ao se entender
sobre
e
contra
os
pobres,
e SilVA,
como um processo
observa-se
no
a partir das evidencias
os
negros,
os
e a segrega<;:ao sao fatos comuns
racista (SANTOS
0 racismo
outro,
que nao ha rea<;:oes de racismo
a todo 0 momento,
contra quem a discrimina<;:ao
por um grupo
tem outro
que e 0 direito de nao ser
2005).
Brasil, essa evidencia
praticados
de
No entanto,
que alem do proprio direito a vida, as pessoas
(SOUZA,
analfabetos,
e em todos os outros segmentos.
que e 0 de ser aceito em plenitude,
Embora seja alardeado
discriminativas
em que 0 Estado
e trata a popula<;:ao negra na educa<;:ao, no mercado
tambem
e
2005).
de domina<;:ao praticado
os criterios
distribui<;:ao dos bens socia is e na propria a<;:ao das politicas
relativizados
publicas
de
(CUNHA
JUNIOR,2007).
Diante desta pesquisa
e sua fundamenta<;:ao
o fato que esse quadro somente
educa<;:ao, da necessidade
primordial
pode ser revertido
de acrescentar
para se alcan<;:ar os melhores
entao, buscar a propria
igualdade
social.
bibliogratica,
a aprendizagem
niveis
evidencia-se
a partir da dissemina<;:ao
de igualdade
como
da
imposi<;:ao
educacional
e
54
Na realidade,
enfrentados
nao se trata
dos problema
referentes
um fato que precisa
ao emprego,
ser vencido
diante de uma populagao
o
cristalizado
racismo
em si mesmo,
tem
cobrando
a moradia, a educagao,
e a manifestac;:ao
de um fa to social
e que e preciso
crescimento
e enobrecimento
Alem
discriminados,
em construir
a responsabilidade
social
a sociedade
negra na sociedade
e das grandes
estrategias
do Estado,
civil, voltando-a
conquistas
povo brasileiro.
que
do proprio
de ragas insofismavel,
busca de sensibilizar
esse povo que se chama
que sao
existe tambem
por um basta,
se encontra
a fim de se
povo que traz
incontestavel.
como uma gota de agua no oceano,
se dedicado
sociais,
negra brasileira.
que e 0 fato de serem negros,
um caldeamento
Para tanto,
de problemas
e pela populagao
racista.
na nac;:ao brasileira,
alcanc;:ar 0 verdadeiro
Negro
apenas
pelos alunos pesquisados,
0 Movimento
de combate
e tambem
Social
ao racismo,
se movendo
para a inclusao
em
da populagao
que podem ser alcanc;:adas para
55
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juventude negra e espectativa