INCLUSÃO: o privilégio de
conviver com as diferenças
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sociedade.
O objetivo foi o de integrar a teoria e a prática, abordando o compromisso
e a solidariedade no trabalho em rede.
“A Educação Inclusiva precisa de pessoas que se comprometam com o
trabalho, tenham dedicação e persistência para levar a diante os desafios que esta atividade impõe. Todo educador deve desenvolver um olhar
de potencialidade sobre o aluno, e não de limite”, explica a professora
Audrei Leticia Rissi.
indivíduos, muitas vezes, passa até despercebida, diante do grau
mínimo de conflito e decisões a que eles devem ser submetidos, tratando-se de meio social de pouca complexidade(ARAUJO, 1997, p. 20-21).
AS PESSOAS SÃO MAIS SEMELHANTES DO QUE DIFERENTES
A educação especial já estava contemplada no Brasil, desde o tempo
do Império, porém, o movimento da Educação Inclusiva teve início
após representantes brasileiros levarem o país a tornar-se signatário
da Declaração Mundial de Educação para Todos, elaborada em Jontien
(na Tailândia, em 1990) e participarem, em seguida, da Conferência
Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, realizada em
Salamanca na Espanha, em 1994.
Por fazerem parte de um contingente expressivo, as pessoas com
deficiência não podem e nem devem ficar alheias à sociedade no que
diz respeito à sua relação com o trabalho e à sua valorização como
pessoas humanas, já que
as pessoas são mais semelhantes do que diferentes, independente de
suas variações quanto ao físico, às capacidades sensoriais ou às habilidades intelectuais. Como ilustração, diz-se que uma pessoa portadora
de deficiência experimenta uma sensação de perda com relação às
habilidades funcionais que uma doença ou um acidente tenham
destruído. Da mesma forma, uma pessoa não portadora de deficiência
pode experimentar uma sensação de perda com relação a alguma coisa
que anteriormente possuía e perdeu. O estímulo é diferente, mas a
sensação de perda, o medo de que a vida será dolorosa ou sem sentido
na ausência do elemento perdido são virtualmente os mesmos. (VASH,
1988, p. 17).
Um importante divisor de águas para o estudo da proteção das pessoas
com deficiência foi a ocorrência das duas Guerras Mundiais, o que
aumentou o número de portadores de deficiência de locomoção, de
audição e de visão. Esse problema social fez com que a situação ficasse
exposta de forma mais incisiva, exigindo do Estado uma posição de
agente protetor. No Brasil, o número elevado de pessoas deficientes não
tem a mesma causa dos países da Europa e dos Estados Unidos. Nosso
índice assustador se deve aos acidentes de trânsito e trabalho, à carência
alimentar e à falta de condições de higiene.
O que define a pessoa portadora de deficiência não é a falta de um
membro, nem a visão ou audição reduzidas. O que caracteriza a pessoa
portadora de deficiência é a dificuldade de se relacionar, de se integrar
na sociedade. O grau de dificuldade para integração social é que definirá
quem é ou não portador de deficiência(...) A deficiência de certos
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
Estes dois documentos, de Jontien e de Salamanca, enfatizam muito o
binômio acesso e qualidade, ou seja, a questão da importância de,
além da matrícula ou acesso do aluno com necessidades educacionais
especiais na escola regular, deve-se atentar também para a garantia
de uma educação de qualidade para essas crianças.
Depois disso,
disso aqui no Brasil,
Brasil foi escrita a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação no Brasil, LDB nº 9394/96, que em seu artigo 58º fala da
Educação Especial:
Art.58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com necessidades especiais - LDB nº
9394/96.
INCLUSÃO É O PRIVILÉGIO DE CONVIVER COM AS DIFERENÇAS –
MANTOAN
Este artigo é bastante abrangente, mas, basicamente, quer dizer o
seguinte: a educação especial é uma proposta pedagógica que se realiza
transversalmente em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino,
para garantir ao aluno com necessidades especiais o acesso à escola,
bem como, sua permanência para o desenvolvimento de suas potencialidades com sucesso.
A Educação Inclusiva é muito mais ampla do que muitos pensam. Ela
pressupõe uma educação que desenvolve-se em torno da igualdade de
oportunidades, em que todos os indivíduos tenham acesso a uma
educação com qualidade, capaz de responder a todas as suas necessidades. Isto significa que sempre teremos alunos para serem incluídos
em nossas salas de aula.
Seguindo na LDB, o artigo 59 preconiza que os sistemas de ensino
devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização
específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade
específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão
do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências; e assegura a
aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa
escolar.
Atualmente, temos no Brasil a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva, que foi sancionada em, 2008, a qual
tem os seguintes objetivos:
Alguns educadores ainda resistem a este novo paradigma, que exige
uma formação mais ampla e uma atuação profissional diferente da que
estavam acostumados, porém, a inclusão é um processo mundial
irreversível. Então, é melhor nos abrirmos a este paradigma e aprender
a trabalhar com ele!
Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a
educação superior;
Atendimento educacional especializado;
Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;
Formação de professores para o atendimento educacional especializado
e demais profissionais da educação para a inclusão escolar;
Participação da família e da comunidade;
Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e
Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.
“Na escola inclusiva, professores e alunos aprendem uma lição que a
vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro passo
para construir uma sociedade mais justa”
(Mantoan apud Cavalcante, 2005. p.24)
PR
PRINCÍPIOS
QUE DEVEM NORTEAR UMA ESCOLA INCLUSIVA:
1º princípio – todas as diferenças humanas são normais. A principal
ca
característica
que a humanidade tem em comum é a diferença.
Di
Diferenças
que podem ser genéticas ou que foram adquiridas através do
me Não existe uma sala de aula homogênea.
meio.
QUEM SÃO OS ALUNOS QUE DEVEM SER INCLUÍDOS?
As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de
suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou
outras;
Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas;
Crianças que vivem nas ruas e que trabalham;
Crianças de populações distantes ou nômades;
Crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e
Crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados.
(Declaração de Salamanca, 1994, p.17-18)
2º princípio – o processo de aprendizagem deve ajustar-se às necessida de cada aluno e não o contrário. Não é o aluno que dever se
dades
aj
ajustar
à escola. Neste princípio é que entram as adaptações curriculares
qu devem acontecer em todos os níveis;
que
3º princípio – deve-se primar pela construção de uma sociedade centrada nas pessoas. O ser humano, tal como é, com todas as suas peculiaridades, deve ser visto como o centro da sociedade. Todas as ciências,
inclusive a Educacional, devem trabalhar para o pleno desenvolvimento
do ser humano.
EXISTEM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS QUE SÃO ESSENCIAIS PARA QUE A
ESCOLA POSSA DESENVOLVER SEU PAPEL INCLUSIVO COM SUCESSO.
ENTRE ELAS, PODEMOS CITAR:
A flexibilidade;
A funcionalidade;
Participação no planejamento educativo;
Comunicação objetiva.
A flexibilidade – a escola deve possibilitar opções diferenciadas para
que seja possível escolher a que mais se ajusta às necessidades e
características de cada aluno.
A funcionalidade – todos os membros da comunidade educativa devem
estar envolvidos na atenção à diversidade, cada um com as suas
responsabilidades e tarefas adequadas.
Participação no planejamento educativo – todos os profissionais que
atuam na escola devem participar da elaboração de currículo,
programação de aulas e elaboração de estratégias específicas para
atender o aluno com necessidades especiais.
Comunicação objetiva – a escola deve ter canais de comunicação que
proporcionem e favoreçam a estabilidade, a fluidez e os relacionamentos abertos entre todos os componentes da escola.
“As necessidades dos alunos não constituem um quadro único, não são
iguais, mas algumas sugestões podem ser úteis para conhecer melhor o
seu aluno e verificar quais são as potencialidades dele”, lembra a professora Rissi. Confira abaixo!
SUGESTÕES PARA CONHECER MELHOR O SEU ALUNO
O ambiente escolar deve ser alegre e motivador;
As regras devem ser bem definidas, sempre expostas em quadros ou
cartazes;
Realizar alongamentos durante as aulas para renovar a capacidade de
atenção;
Tenha estilos diferentes de dar aula, crie, mude, atualize;
Utilize músicas, dança, teatro, materiais diversificados.
DICAS PARA TRANSFORMAR A SALA DE AULA EM UM LUGAR ACOLHEDOR
As expectativas devem ser bem explicadas;
Deve ser permitida a movimentação durante o período de aula, porém,
o professor deve estar atento para perceber quando elas são
necessárias.
As tarefas não devem ser muito longas;
Intercalar tarefas passivas com outras mais ativas;
Ser flexível em relação ao tempo para completar um trabalho;
Acredite no potencial do aluno com necessidades especiais;
Encoraje, elogie e ajude a criar vínculos positivos;
Mantenha contato com a família.
“Esperamos que, com este tema, vocês reflitam sobre a importância da
inclusão, tendo o privilégio de conviver com as diferenças”, finaliza Rissi.
A FAEL acredita que a educação é um direito de todos. Com a inclusão, as
diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade.
WORKSHOPS FAEL
“O tema foi muito importante e bastante discutido em sala de aula.
Além de todo o material e atividades já propostos no tutorial, trouxemos para a turma um pouco do conteúdo do livro que trata sobre
inclusão da editora da FAEL, que faz parte do acervo da nossa biblioteca. Com a videoaula da professora, o assunto foi complementado e
muitas experiências foram divididas. Tivemos como exemplo uma de
nossas alunas que está trabalhando como voluntária em uma escola
especial para autistas, de nossa cidade. Com o debate, foi possível
entender a importância de refletirmos sobre a inclusão como uma
proposta de trabalho que traga para o aluno o sentido real sobre
respeitar as diferenças. ”
Cintia Pereira, assistente acadêmica de Araçatuba
(SP)
“Para que ocorra a inclusão é necessário se desvencilhar do preconceito. Quebrando essa barreira, a inclusão acontecerá de forma
espontânea e natural. Escola, comunidades, professores, gestores e
diretores precisam trabalhar em conjunto para que se possa reconstruir uma sociedade mais inclusiva. As fichas do jogo confeccionadas pelas
alunas durante o encontro foram feitas com carinho e capricho e a
aplicação da atividade mostrou a diversidade de temas e a ludicidade
que o jogo permite. ”
Ana Maria Lopes, assistente acadêmica de Joinville
(SC)
“O evento trabalhou a noção de compromisso em relação à
Educação Especial, oportunizando aos alunos o compartilhamento de experiências a respeito do que seja a inclusão de
alunos com necessidades educacionais especiais; apresentando,
de forma breve, a contextualização histórica da Educação
Inclusiva no Brasil e propondo a confecção de materiais para uso
em sala de aula, com alunos com e sem necessidades educacionais especiais”.
Angélica Furtado, assistente acadêmica de
Macapá (AP)
“Os acadêmicos fizeram a reflexão do tema expondo a dificuldade que muitos têm de trabalhar com crianças especiais. Para
incluir, é necessário ter compromisso e a força de vontade de
todos: família, escola, secretaria de educação, professor e governo. Muitos acadêmicos contaram que são professores e têm
alunos especiais, porém, a escola não dispõe de estrutura e nem
os professores têm conhecimento para lidar com algumas
deficiências, sendo que há turmas com até cinco crianças que
apresentam deficiência intelectual. O tema foi muito bom, pois
possibilitou uma maior reflexão sobre a importância da inclusão,
com conhecimentos teóricos e práticos na confecção do jogo
com fichas. “
Rosa Maria Silva, assistente acadêmica de Alagoinhas (BA)
“Foi abordado na discussão que, na maioria dos casos, as escolas
recebem alunos com deficiências sem nenhuma estrutura física e
material. Os professores são praticamente obrigados a lecionar
sem apoio e esclarecimento. Também comentamos a satisfação
quando, quase sem recurso, os docentes conseguem que esses
alunos avancem durante o ano letivo, ressaltando que o carinho
é essencial para tal evolução. Reforcei o quanto é importante o
lúdico na aprendizagem dos alunos e que temos os jogos e
brinquedos que podem auxiliar bastante no processo de ensino e aprendizagem, se inseridos no planejamento de maneira contextualizada.”
“O workshop é um dos momentos de enriquecimento da prática
nas atividades das alunas, tanto para os estágios como também
para aquelas que já atuam em escolas (professoras). O tema
proporcionou que elas discutissem e falassem de suas experiências. A importância do trabalho em rede foi amplamente discutida. Várias alunas contribuíram com o encontro, compartilhando
dificuldades encontradas nessa tarefa de “Inclusão”. Uma das
alunas trabalha na APAE, e as demais, que já atuam como
assistentes ou professoras, fizeram relatos importantes. Com
certeza foi mais um momento de aproveitamento e aprendizagem. ”
Ana Cláudia da Silva, assistente acadêmica
de Caruaru (PE)
Gecy de Lourdes Vieira, assistente acadêmica de
Passo Fundo (RS)
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INCLUSÃO: o privilégio de conviver com as diferenças