Goiânia, quarta-feira, 15 de abril de 2015
Mais uma categoria em greve
Professores se juntam a trabalhadores da saúde e guardas civis em protesto por melhores
condições salariais
Uma terceira categoria de servidores municipais de Goiânia entrou em greve. Os professores e
funcionários administrativos da rede de ensino se juntaram ontem aos trabalhadores da saúde,
parados desde segunda-feira, e aos guardas municipais, que cruzaram os braços no dia 9. As
categorias seguem com paralisação por tempo indeterminado e as principais reivindicações incluem
pagamento do retroativo da data-base e melhores condições de trabalho (veja quadro).
O número de escolas fechadas varia conforme a fonte: para a Secretaria Municipal de Educação
(SME), são 40% das 360 unidades de ensino estão fechadas; para o Sindicato Municipal dos
Servidores da Educação do município de Goiânia (Simsed), são 75%.
“Só quando se toma uma atitude radical o pessoal chama para dialogar e negociar. É isso o que
queremos, mas até agora não nos chamaram para conversar e estamos abertos à negociação.
Enquanto isso, os filhos da sociedade estão desamparados”, afirma o coordenador do Simsed,
Renato Régis.
A paralisação pegou de surpresa várias mães de alunos das escolas municipais de Goiânia que
tiveram que se virar para encontrar alternativas para deixar os filhos. A saída, para muitas delas, foi
levar as crianças para o trabalho. “Não sabia da greve e não sei ainda o que fazer. Acho que vou ter
que levar a minha filha para o trabalho. É o jeito. Mas amanhã terei que deixar na casa de algum
parente”, relata a doméstica Adriana Calbos.
Para o caso dos profissionais da educação, a Secretaria Municipal de Educação (SME) se defende e
afirma que o Paço já aplica 87% dos recursos totais destinados à educação para o pagamento de
pessoal. A secretaria argumentou também que, “em janeiro, a Prefeitura reajustou o piso salarial dos
professores em 13 % e o auxílio locomoção em 26,5%, bem como concedeu aumento da data-base
de 6,28% para os servidores administrativos e aumentou em 30% a gratificação dos secretários de
escolas”.
Protesto na Câmara
Ontem, as três categorias se concentraram na galeria do plenário da Câmara de Goiânia e também
no pátio para pressionar os vereadores durante a sessão de ontem. Cerca de dez manifestantes
chegaram a ocupar o plenário, mas saíram após promessa do presidente da Casa, Anselmo Pereira
(PSDB), de colocar imediatamente em votação a emenda proposta pelo legislativo, garantindo a
retroatividade da data-base de 2014.
Apesar do clamor dos servidores, a proposta foi rejeitada por 14 votos contra 10. Em seguida, o
projeto da data-base de 2015 (de autoria do Executivo), que prevê pagamento parcelado do reajuste,
foi colocado em pauta e aprovado em segunda votação com 19 votos.
A oposicionista Cristina Lopes (PSDB) acredita que a votação contrária à emenda foi uma
declaração “de quem não está com o servidor”. O líder do prefeito, Carlos Soares (PT), chamou de
“golpe” a colocação em plenário, para votação, da emenda que pedia retroatividade, já que havia
sido derrubada em primeira votação.
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