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A Página da Educação
Autor do Artigo
Ariana Cosme
Fac. de Psicologia e Ciências da
Educação, Univ. de Porto
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Último jornal
Uma cadeira de rodas
Rui Trindade
ERA
TETRAPLÉGICO
E
VIVIA
COM
A
AVÓ.
ENTRAVA-LHES TODOS OS DIAS PELA PORTA
Faculde de Psicologia e
Ciências da Educação da
Universidade do Porto
[email protected]
DENTRO AO COLO DE UM BOMBEIRO.
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Nº 184
Dezembro 2008
Nº 184 em Formato
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Dos LEITORES
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Tinha um olhar ávido e brilhante. Oito anos de vida,
dois de escola e uma cadeira de rodas por
companhia. Era tetraplégico e vivia com a avó.
Entrava-lhes todos os dias pela porta dentro ao colo
de um bombeiro, enquanto a cadeira ficava lá em
baixo, no átrio, esperando que um dos colegas a
fosse buscar.
Numa turma já constituída há dois anos, aquele
desconhecido fora para todos eles e durante algum
tempo um acontecimento insólito. Às perguntas
iniciais dos colegas respondia com a timidez de um
sorriso que, apesar da simpatia que irradiava, pouco
caminho conseguia desbravar. No recreio, esse
lugar de encontros, o seu estatuto de observador
atento, se bem que divertido, também pouco
ajudava a entabular relações. Na sala de aula
iniciava, mais uma vez, a aprendizagem da leitura.
Uma máquina de escrever fora o melhor que a
professora arranjara para o apoiar na escrita dos
textos. Os pedidos de ajuda constantes, sempre que
os dedos lhe ficavam entalados entre as teclas,
depressa lhe demonstraram que não era aquele o
caminho a seguir, enquanto a falta de pontaria das
mãos trémulas e desajeitadas do miúdo, levando-o
constantemente a imprimir o Z em vez do A, a
faziam pensar se havia mesmo um caminho a
seguir.
Uma máquina de escrever eléctrica foi a solução
encontrada. Permitia toques rápidos e precisos, não
tinha frinchas onde os dedos ficassem presos e,
sobretudo, possibilitava o uso de um mecanismo de
correcção que o autonomizava face à professora ou
aos colegas mobilizados para o ajudar. As dúvidas
que sentia face à possibilidade de ser útil para
aquele rapazinho só a assaltavam, agora, nos dias
em que não havia máquina de escrever que
resistisse, calculador multibásico que ajudasse ou
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Jornal "a Página"
Nº 125
Ano 12 | Julho 2003
Pag. 20
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11-02-2009
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INQUÉRITOS
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CONTACTOS
e cartas à redacção
tesoura de canhoto que cortasse o que havia para
cortar com a perfeição necessária e suficiente.
Até no recreio as coisas tinham melhorado de forma
quase milagrosa. Por isso, é que, por vezes, fazia
vista grossa àquelas brincadeiras com a cadeira de
rodas. Via-o rir nas escadas, enquanto a cadeira
emprestada levava o feliz contemplado para onde
ele supostamente não pretendia ir. E mesmo quando
se sentia na obrigação de parar com a balbúrdia,
ouvia invariavelmente a mesma resposta. Ó
professora, olhe que ele não se importa nada. Pois
não, Alfredo ? E o Alfredo, sorrindo, lá lhe dizia
que não. E ela, ingénua, explicava-lhes com
bonomia porque é que não podiam fazer o que
andavam a fazer com a cadeira, ainda sem saber que
lhe estava a estragar o negócio. É que cada voltinha
na cadeira valia, pelo menos, cinco paus ao seu
dono, coisa que viria a descobrir, um dia, quando se
preparava para se zangar com um matulão da
Escola Profissional com quem repartiam o edifício
e o recreio. Ó senhora professora mas pergunte-lhe
lá se eu paguei ou não a volta que andei a dar ?
Bendita cadeira aquela que, nesse Carnaval, se
transformara na garrida cabeça do longo dragão
chinês a serpentear, perante a incredulidade dos
transeuntes, por entre os bancos e as árvores do
Jardim da Cordoaria.
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