Psicologia e Psicoterapia Cognitivo-comportamental II
Aula 10
Terapia Focada em
Esquemas
Analise Vivan
Introdução

Formulada por Jeffrey Young;
2/47
Introdução

É direcionada para tratar transtornos de
personalidade;

Pressupõe a existência de esquemas ou crenças
disfuncionais crônicos que se formam na infância;

Maior ênfase na relação terapêutica, no
funcionamento interpessoal e nas emoções;

Maior importância aos acontecimentos da infância;

Baseada na noção de Esquemas Iniciais
Desadaptativos (EID).
3/47
Esquemas Iniciais Desadaptativos

Um tema ou padrão amplo;

Formado por memórias, emoções e sensações
corporais

Relacionado a si próprio ou aos relacionamentos
com outras pessoas;

Desenvolvido durante a infância ou adolescência;

Elaborado ao longo da vida do indivíduo;

Disfuncional em nível significativo
4/47
Origem dos esquemas
Necessidades emocionais
fundamentais
Primeiras experiências de
vida
EIDs
Temperamento emocional
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Necessidades emocionais
fundamentais





Ligação segura com outros (segurança,
estabilidade, apoio e aceitação);
Autonomia, competência e senso de identidade;
Liberdade para expressar necessidades e
emoções;
Espontaneidade e brincadeira;
Limites realísticos e auto-controle.
6/47
Primeiras experiências de vida

Frustração excessiva de necessidades;

Superproteção/permissividade excessiva;

Traumatização ou vitimização;
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Temperamento emocional
Lábil
 Não Reativo
Pessimista  Otimista
Ansioso
 Calmo
Obsessivo  Distraído
Passivo
 Agressivo
Tímido
 Sociável
8/47
EID e Domínios de Esquemas

18 Esquemas iniciais desadaptativos
Agrupados em 5 domínios:
1.
2.
3.
4.
5.
Desconexão e rejeição
Autonomia e desempenho prejudicados
Limites prejudicados
Direcionamento para o outro
Supervigilância e Inibição
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DOMÍNIOS
ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS
Desconexão e
rejeição
1. Abandono/instabilidade
2. Desconfiaça/abuso
3. Privação emocional
4. Defectividade/vergonha
5. Isolamento social/alienação
Autonomia e
desempenho
prejudicados
6. Dependência/incompetência
7. Vulnerabilidade
8. Emaranhamento/self subdesenvolvido
Limites prejudicados
10. Merecimento/grandiosidade
11. Autocontrole/autodisciplina insuficientes
Orientação para o
outro
12. Subjugação
13. Auto-sacrifício
14. Busca de aprovação/reconhecimento
Supervigilância e
inibição
15. Negativismo/pessimismo
18. Caráter punitivo
16. Inibição emocional
17. Padrões inflexíveis/crítica exagerada
9. Fracasso
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Desconexão e rejeição

Expectativa de que as necessidades de
segurança, estabilidade, aceitação, empatia não
serão satisfeitas;

Características da família de origem:
 fria,
desligada, rejeitadora, isoladora,
imprevisível ou abusadora.
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Desconexão e rejeição
1. Abandono/instabilidade:

Percepção de instabilidade ou
indisponibilidade das outras pessoas;

As pessoas significativas podem a
qualquer momento abandonar, e não
estarem presentes quando se precisa
delas.
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Desconexão e rejeição
2. Desconfiança/abuso:

Expectativa de que os outros irão
magoar, abusar humilhar, etc.;

O mal sempre é intencional ou resultado
de uma negligência extrema.
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Desconexão e rejeição
3. Privação emocional:

Expectativas de que não se satisfarão em
grau normal os desejos de suporte
emocional:
a) privação de carinho
b) privação de empatia
c) privação de proteção
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Desconexão e rejeição
4. Defectividade/vergonha:

Sentimento de que se é mau, indesejado,
inferior;

Expectativa de que não seria amado por
pessoas significativas caso se expusesse.
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Desconexão e rejeição
5. Isolamento social/alienação:

Sentimento de que se está isolado do
mundo, de que se é diferente dos outros
e de que não faz parte de nenhum grupo.
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Autonomia e desempenho prejudicados


Expectativa de pouca capacidade de sobreviver,
funcionar independentemente e agir com
sucesso;
Características da família de origem:
 superprotetora, emaranhada, destruidora da
confiança da criança; não consegue reforçar a
criança a ter um desempenho competente
fora da família.
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Autonomia e desempenho prejudicados
6. Dependência/incompetência:

Crença de que se é incapaz de exercer as
responsabilidades do dia a dia de uma
maneira competente, sem a ajuda dos
outros;
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Autonomia e desempenho prejudicados
7. Vulnerabilidade:

Medo exagerado de que uma catástrofe
inevitável aconteça e de ser incapaz de
evitar isso.
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Autonomia e desempenho prejudicados
8. Emaranhamento/self subdesenvolvido:


Envolvimento emocional excessivo com
pessoas significativas comprometendo
uma individualização;
Crença de que pelo menos uma das
pessoas emaranhadas não pode viver ou
ser feliz sem o constante apoio dos
outros.
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Autonomia e desempenho prejudicados
9. Fracasso:


Crença de que se fracassou, se irá
inevitavelmente fracassar ou se é
fundamentalmente inadequado face aos
seus pares, em áreas de realização
pessoal;
Envolve a crença de que se é burro,
inapto, sem talento, ignorante, menos
bem sucedido, etc.
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Limites Prejudicados

Deficiência nos limites internos;

Dificuldades em respeitar os direitos dos outros;

Características da família de origem:
 Permissividade,
falta de direção; senso de
permissividade; excesso de indulgência
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Limites prejudicados
10. Merecimento/grandiosidade:

Crença de que se é superior aos outros, e
de que não se está subjugado às regras
de reciprocidade que governam a
interação social normal;

Insistência em se ter o que quer
independente do que isto custe aos
outros.
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Limites prejudicados
11. Autocontrole/autodisciplina
insuficientes:

Dificuldade ou recusa em exercer autocontrole e tolerância a frustração ao
buscar metas pessoais;

Dificuldade de restringir a expressão
excessiva de emoções e impulsos.
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Orientação para o outro

Foco excessivo nos desejos, sentimentos dos
outros, comprometendo às suas próprias
necessidades;

Características da família de origem:
 aceitação
condicional, onde as crianças devem
suprimir aspectos importantes de si próprio para
obterem amor, aceitação social ou status;
 As
vontades dos pais são mais importantes que os
desejos e necessidades das crianças.
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Orientação para o outro
12. Subjugação:

Excessiva submissão ao controle dos
outros para evitar raiva, retaliação ou
abandono:
a) subjugação de necessidades
(desejos, opiniões)
b) subjugação de emoções
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Orientação para o outro
13. Auto-sacrifício:

Satisfação voluntária das necessidades
dos outros, com o objetivo de evitar
causar dor aos outros ou evitar a culpa
de se sentir egoísta.
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Orientação para o outro
14. Busca de aprovação/reconhecimento:

Ênfase excessiva na obtenção de
aprovação, reconhecimento ou atenção
por parte dos outros;

O sentido de auto-estima esta mais
ligado a aprovação dos outros ou de suas
próprias inclinações naturais
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Supervigilância e inibição

Ênfase excessiva no controle dos impulsos,
diminuição da espontaneidade;

Há uma preocupação de que as coisas irão
desabar se houver falha na vigilância

Características da família de origem:
 Severa,
exigente, punitiva, perfeccionista
(escondendo emoções e evitando erros), propensão
ao pessimismo e a preocupações de que as coisas
não vão dar certo.
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Supervigilância e inibição
15. Negativismo/pessimismo:

Um foco intenso nos aspectos negativos
da vida (dor, morte, decepção, traição);

Foco minimizado nos aspectos positivos;

Expectativa de que as coisas irão ocorrer
seriamente mal, mesmo que todas as
evidências demonstrem o contrário.
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Supervigilância e inibição
16. Inibição emocional:

Inibição excessiva da ação, sentimentos ou
comunicação espontânea, com o objetivo de
evitar a desaprovação dos outros;

Inibição da raiva e agressão, organização e
planejamento compulsivos, inibição de
sentimentos positivos, rotinas e rituais,
dificuldade de expressar vulnerabilidade, ênfase
excessiva na racionalidade.
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Supervigilância e inibição
17. Padrões inflexíveis/crítica exagerada:

A crença subjacente é de que é preciso tentar
estar à altura de padrões internalizados muito
elevados de comportamento e desempenho
para evitar críticas;

Se caracteriza por perfeccionismo, regras
rígidas (moral, ética...), e preocupação com
tempo e eficiência
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Supervigilância e inibição
18. Caráter punitivo:

A crença de que as pessoas deveriam ser
severamente punidas por cometerem
erros;

Tendência a ser agressivo, intolerante,
punitivo e impaciente com as outras
pessoas.
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PROCESSOS DE UM ESQUEMA
 Manutenção
 Evitação
do Esquema
do Esquema
 Compensação
do Esquema
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Manutenção do Esquema

Processo pelo qual os EIDs são reforçados;
Nível cognitivo: uso de distorções cognitivas
- maximização e minimização, abstração seletiva.
Nível comportamental: padrões de
comportamento autoderrotistas
- ex: mulher com esquema de subjugação escolhe
repetidamente homens dominadores.
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Evitação do Esquema

Processo voluntário para evitar a ativação do
esquema e os afetos a ele relacionados;
Evitação cognitiva: bloqueio de pensamentos e
imagens/comportamento compulsivo;
“Eu não quero pensar sobre isto”, “Eu esqueci”
Evitação afetiva: bloqueio de sentimentos
desencadeados pelos esquemas;
Ex: paciente borderline cortar os pulsos para amortecer a dor
emocional provocada por um esquema.
Evitação comportamental: evitação de situações que
possam desencadear esquemas.
Ex: isolamento social, agorafobia, incapacidade em tentar uma
carreira produtiva ou assumir responsabilidades.
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Compensação do Esquema
Padrões cognitivos e comportamentais que
vão na direção oposta ao esquema;
 “Formação reativa”;
 A tentativa de supercompensação acabar
por reforçar o esquema.

ex: paciente que experienciou privação emocional na
infância comporta-se de maneira narcisista quando
adulto.
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Tratamento

Etapas:
Avaliação
Mudança
38/47
Avaliação
Identificar esquemas centrais;
 Educar o paciente sobre os esquemas;
 Relacionar história de vida, esquemas e
dificuldades atuais;
 Contato com as emoções relacionadas
aos esquemas;
 Identificar estratégias de enfrentamento
disfuncionais.

39/47
Avaliação

Identificação de esquemas:
 Objetivos
terapêuticos
 História de vida
 Ativação de imagens
 Relação terapêutica
 Questionário de esquemas
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Questionário de Esquemas
Escala de avaliação
1
2
3
4
5
6
=
=
=
=
=
=
Inteiramente falsa
Em grande parte falsa
Levemente mais verdadeira do que falsa
Moderadamente verdadeira
Em grande parte verdadeira
Descreve perfeitamente
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Questionário de Esquemas
1.
___ As pessoas não conseguiram satisfazer minhas necessidades
emocionais.
12. ___ Eu me preocupo com a possibilidade de as pessoas de quem
eu gosto me deixarem ou me abandonarem.
29. ___ Frequentemente, sinto que tenho que me proteger dos outros.
49. ___ Eu me sinto isolada/o e sozinha/o.
68. ___ Um dos meus maiores medos é que meus defeitos sejam
expostos.
74. ___ Sou chata/o e desinteressante em situações sociais.
82. ___ Eu sou um fracasso
111.___ Sou uma pessoa medrosa.
169.___ Quase nada é bom o bastante; sempre posso fazer melhor.
205.___ Frequentemente faço, por impulso, coisas que mais tarde
lamento.
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Mudança

Técnicas:
Cognitivas
Comportamentais
Experienciais
Interpessoais (relação terapêutica)
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Técnicas Cognitivas
Teste da validade do esquema
 Análise de evidências
 Avaliação de vantagens e desvantagens
dos estilos de enfrentamento
 Condução de diálogos entre o lado do
esquema e o lado saudável
 Cartões de enfrentamento
 Diário de esquemas

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Técnicas Comportamentais






Role-play
Treinamento em Habilidades Sociais
Treinamento em Assertividade
Exposição sistemática
Agendamento de atividades
Experimentos comportamentais
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Técnicas Experienciais




Diálogos com imagens
Carta aos pais
Imaginação para quebra de padrões
Imaginação para re-parentagem
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Técnicas Interpessoais

Re-parentagem limitada
 Preenchimento
das necessidades emocionais não
atendidas do paciente, dentro dos limites da relação
terapêutica

Confrontação empática
 compreensão
+ necessidade de mudança
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Terapia focada em esquemas