Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS
ISSN – 2175-4128
Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso
São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014
REPRESENTAÇÕES DO AFRICANO EM OS LUSÍADAS
Gisela Reis de Gois (mestranda/NPGL/UFS)1
Introdução
Este artigo tem por objetivo analisar pela perspectiva do pós-colonialismo o
cânone da literatura portuguesa, Os Lusíadas, detendo-se no Canto I, que trata da partida
das naus de Portugal em direção à Índia, mais especificamente na parada dos
portugueses em Moçambique. Na análise dessa relação entre literatura e sociedade ali
representadas serão utilizados os conceitos de hibridismo e identidade cultural com o
intuito de investigar a representação do sujeito.
O termo hibridismo, conceituado por Homi Bhabha (2011), refere-se à coexistência
de culturas desiguais de valores e verdades no mesmo contexto: a cultura colonizadora e
a colonizada. Essa coexistência é marcada pela sobreposição de valores. Na literatura, o
hibridismo pode ser analisado no uso da linguagem para a determinação da identidade,
uma vez que o texto é um processo de produção de significado a partir das relações de
semelhança e diferença com outros discursos construídos ideológica e historicamente.
Diante disso, entende-se que discurso do colonizado e do colonizador são marcados pelo
hibridismo, por mais que grupos hegemônicos tentem instaurar, em seus discursos, a
supremacia de formas estereotipadas da alteridade, ou, em outras palavras, de
representações discriminatórias do colonizado que são vistas como verdadeiras.
Para o hibridismo ser possível é necessário entender a representação através do
lócus de enunciação, como também é preciso o terceiro espaço. O discurso é uma
questão de poder, de valores que podem ser questionados através do lócus de
enunciação, em outras palavras, as ideologias e os valores socioculturais do sujeito
produtor do discurso, isso quer dizer que não há uma verdade para ser absorvida. O
terceiro espaço é um lugar de negociação cultural em que se pode ver e interpretar o
significante e o significado sem que exista a hierarquia de uma identidade sobre outra.
Segundo Bhabha, um terceiro espaço é necessário para que as posições antagônicas
sejam questionadas:
No momento em que o preceito tenta se objetivar como um conhecimento
generalizado ou uma prática normalizante e hegemônica, a estratégia ou
1Pesquisa de mestrado:
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o discurso híbrido inaugura um espaço de negociação, onde o poder é
desigual, mas a sua articulação pode ser questionável (1998, p. 91).
O terceiro espaço possibilita que se supere o binarismo e, como consequência, a
compreensão de novas identidades, novas posições de sujeitos. Segundo Stuart Hall
(2006), existem três concepções: o sujeito do Iluminismo, concebido como o ser dotado
de razão, com um núcleo interior que se desenvolvia, mas que era essencialmente o
mesmo, ou seja, um indivíduo com
uma identidade estável; o sujeito sociológico,
possuidor de um núcleo interior que era formado e modificado na relação com os outros
indivíduos na mediação da cultura, em outras palavras a identidade é formada a partir da
interação; e por último, o sujeito pós-moderno, com uma identidade modificada
continuamente, portanto não é essencial, nem permanente. Os conceitos acima
contribuem nessa pesquisa pela não universalização do discurso literário, pois a tentativa
de homogeneização presente em alguns textos põe à margem outras identidades. Dando
voz as múltiplas identidades, é possível substituir o centro por vários, modificar a visão
homogênea do texto literário por uma através do hibridismo.
Por mais que os cânones das literaturas nacionais fossem lidos e analisados como
um discurso homogêneo, foram os estudos culturais e pós-coloniais que proporcionaram
a percepção e a pesquisa dos grupos marginalizados. Baseado no fato de a literatura,
como arte, ser uma construção discursiva da realidade social produzida por um grupo que
apresenta imagens e representações do “outro”. Portanto, esses estudos sociais, como
uma forma de pensar politizada, questionam as grandes narrativas, porque elas
homogeneízam e universalizam, portanto inferiorizam certos grupos.
Metodologia interdisciplinar de análise
A análise da obra Os Lusíadas pela perspectiva pós-colonial fará uso da literatura
comparada. Ela tem como característica basilar a comparação de duas ou mais
literaturas. Apesar desse conceito simplista, os estudos literários comparados têm
envolvido pesquisas variadas com metodologias e objetos de análise diversos. Para
aqueles estudos caracterizados como clássicos apresenta-se a orientação pela busca de
fontes, marcando a vinculação da literatura comparada com a historiografia literária.
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Cabe, ainda, comentar, que outros campos teóricos proporcionaram um avanço
nos estudos comparados com as relações interdisciplinares e outras formas artísticas e
novos conhecimentos foram associados à literatura para um estudo comparado. Assim, a
literatura comparada explora as interações dos textos literários com outros textos,
independentemente de serem literários ou não, como afirma Tânia Carvalhal: “Assim
compreendida, a literatura comparada é uma forma específica de interrogar os textos
literários na sua interação com outros textos, literários ou não, e outras formas de
expressão cultural e artística (2010, p. 74)”.
Este estudo não se norteará na pesquisa comparada clássica, mas no uso de
outras ciências, a social mais especificamente, para analisar as representações do
africano e o português em Os Lusíadas. Entendendo que os conceitos de hibridismo e
identidade dialogam e que a literatura comparada, segundo Tânia Carvalhal, é um meio
(metodologia) de contrastar para trazer um diferencial aos estudos literários, almeja-se,
finalmente, neste artigo, realizar um estudo contrastivo que dê uma nova compreensão ao
texto literário. Deste modo, dando voz às margens que porventura tenham ficado
excluídas nos estudos anteriores, o intuito não é desconsiderar o que já foi pesquisado,
mas contribuir com um novo olhar para o que os estudos já existentes sobre Os Lusíadas.
Análise de Os Lusíadas: chegada dos portugueses a Moçambique
Os Lusíadas foi editado e publicado em 1572. Poema épico sobre a expansão
marítima portuguesa relacionou-se, principalmente, com o ideal Humanista de ressuscitar
a epopeia, pois as viagens dos portugueses serviam de comparação às viagens de
Ulisses, Argonautas e Eneias. Os Lusíadas é composto por dez cantos com 1.102
estrofes que de maneira geral retratam a viagem de Vasco da Gama às Índias.
Por causa dos limites deste trabalho foi escolhido para análise o Canto I, que trata
do concílio dos deuses, das posições opostas de Baco e Vênus quanto à ida as Índias, da
chegada dos Portugueses a Moçambique e depois da partida para Mombaça. Para efeito
de melhor elucidação dos objetivos deste artigo, focarei na relação inicial dos portugueses
e africanos em Moçambique.
Os dois trechos seguintes mostram como esses povos são representados no
poema. A estrofe 62 descreve como eles viam uns aos outros: os africanos possuíam
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“linguagem tão bárbara” e tinham os modos “estrangeiros”, enquanto os portugueses
tinham “a cor, o trajo e a forte armada”. Além disso, o africano fica desnorteado diante da
figura do português: “Também o Mouro astuto está confuso”. Os fragmentos em destaque
demonstram a oposição de valores (língua, vestimenta, comportamento) e a marca de
supremacia eurocêntrica que se enquadra no conceito de hibridismo. É necessário
observar que o foco enunciativo é de como um europeu via o povo africano e como ele
acreditava ser visto. Portanto, entende-se o motivo das características portuguesas serem
positivas perante as dos africanos. O padrão para comparação é o modo de vida e
pensamento ocidental europeu.
Está a gente marítima de Luso
Subida pela enxárcia, de admirada,
Notando o estrangeiro modo e uso
E a linguagem tão bárbara e enteada.
Também o Mouro astuto está confuso,
Olhando a cor, o trajo e a forte armada;
E, perguntando tudo lhe dizia
Se porventura vinham de Turquia.
(CAMÕES, 2000, p. 16)
No trecho seguinte (estrofe 69), o africano é descrito como um ser que possui uma
raiva infundada (Um ódio certo na alma lhe ficou) que se apresenta ao observar a
grandiosidade portuguesa com pensamentos maldosos (vontade má de pensamento),
mas decide disfarçar suas reais intenções (ledo fingimento) até que possa provocar o mal
contra os portugueses (Tratá-los brandamente determina,/ Até que mostrar possa o que
imagina). Ou seja, o africano representado nessas passagens apresenta características
negativas com relação ao jeito de ser (língua, vestuário, comportamento) e quanto à
personalidade. A escolha vocabular demonstra que ele é um indivíduo invejoso, mal e
dissimulado.
Porém disto que o Mouro aqui notou,
E de tudo o que viu com o olho atento,
Um ódio certo na alma lhe ficou,
Ua vontade má de pensamento;
Nas mostras e no gesto o não mostrou,
Mas, com risonho e ledo fingimento,
Tratá-los brandamente determina,
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Até que mostrar possa o que imagina.
(CAMÕES, 2000, p. 18)
Uma analise através do hibridismo é capaz de retirar essas posições opostas
(centro x margem ou civilizados x bárbaros) do foco. Desse modo, não existe supremacia
do europeu perante o africano, nem o posicionamento de substituir a imagem do africano
por uma representação mais “real”. Pois o hibridismo é um modo de parar de ver um lado
bom e ruim. Essas posições presentes em Os Lusíadas são uma construção históricoideológica, produzida no lócus de enunciação de uma época em que o europeu era
considerado o sujeito desbravador do mundo e o africano não atingia o patamar de ser
humano e não tinha seus direitos garantidos.
A descrição negativa do africano reflete um processo de colonização que, mesmo
que seja retratado como uma expansão grandiosa dos países imperialistas com intuito de
levar o cristianismo (como afirma Virgínia Boechat sobre a segunda estrofe do Canto I de
Os Lusíadas) é uma invasão, uma dominação, a imposição de uma cultura como superior
à outra. “Dois feitos aparecem como complementares e simultâneos. Como os dois lados
de uma moeda, dilatar fé e império e devastar terras de África e Ásia aparecem como
constituintes necessárias de um só sentido expansionista (2009, p. 290)”.
Como a relação de colonização se dá e a reação do mouro é melhor
compreendida quando se observam as estrofes anteriores e as já mencionadas acima.
Nelas se vê como o colonizador se aproximava dos outros povos: primeiramente com
presentes e comida, “Dá-lhe ricas peças um presente/ Que só pera este efeito trazia”
(CAMÕES, 2000, p. 16), se necessário fosse com armamentos para combater os
opositores, “As bombas vêm de fogo, e juntamente/ As panelas sulfúreas, tão danosas”
(CAMÕES, 2000, p. 18). No momento em que a intenção é comprovar a grandiosidade
dos atos expansionistas, marca-se também o lado não admirável da história. Segundo
Virgínia Boechat, este é um artifício do próprio autor, que ela chama de “críticas
camonianas”, ao registrar o motivo da viagem e mais à frente demonstrar as reais
intenções “é muito difícil acreditar que dar novo Rei seja sinônimo da amizade
mencionada pelo capitão; os interesses da viagem colonialista, religiosa e mercantil
saltam aos olhos, inclusive a manipulação do discurso apresentado ao outro [...]” (2009, p.
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305). Dessa forma, é possível observar no próprio poema épico que a dissimulação
anteriormente dada como inerente ao africano também aparece ao português.
Os Lusíadas tinha como intenção propagar a história do império português como
descobridor de novos mundos e ao reforçar esse ideal, através do discurso literário,
inferiorizou a imagem do africano. Segundo Margarida Calafate Ribeiro, Portugal tinha
uma posição contraditória na Europa de centro e periferia, simultaneamente, um império
com colônias ao redor do mundo e se comparado com o poder econômico dos outros
países europeus, como Inglaterra e França, por exemplo, era visto como uma periferia,
portanto, um discurso marcado pela imagem de superioridade colaboraria para um reforço
positivo ao império português, “Dada a forma específica de desenvolvimento da sua
expansão e do imperialismo, Portugal definiu-se como o centro de um império colonial e
como uma periferia da Europa” (2004, p. 5). Então, o poema épico tem a intenção de
marcar a identidade portuguesa perante o mundo e a própria nação, como demonstra o
título que significa portugueses, ou seja, havia a preocupação de instaurar uma
singularidade nacional diante das outras literaturas nacionais. Desse modo, Os Lusíadas
é uma construção literária que auxilia na sustentação da identidade da nação portuguesa
utilizando-se das conquistas marítimas que foram um capítulo histórico importante de
Portugal.
Ao impor padrões eurocêntricos, avaliar a cultura do “outro” como submissa
perante do colonizado em uma hierarquia de valor, na qual as produções do colonizado
são tidas como bárbaras, primitivas ou exóticas se comparadas aos “padrões” ocidentais
é tão violento quanto a agressão de fato. A classificação binária presente em Os Lusíadas
(civilizado x bárbaro) justifica o lugar de ausência ou margem desse outro no discurso. O
português é retratado com um ser racional, centrado, com intenções de expandir a fé,
portanto, pode-se relacionar com a definição de sujeito do Iluminismo de Stuart Hall
(2006), em que o indivíduo mantém uma identidade estável. Enquanto que o africano, na
posição oposta, com uma “linguagem tão bárbara” e um sentimento vil infundado dentro
de si, não poderia ser considerado um sujeito, pois não era racional, possuidor de uma
identidade, apenas poderia ser considerado um ser, segundo os “padrões” ocidentais,
quando catequizado e colonizado, desta forma aproximando-se da imagem do sujeito
português.
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Por conseguinte, o uso do hibridismo na análise de Os Lusíadas é capaz de
dissolver a posição binária entre centro e margem e entender que não se trata de uma
luta entre o bem e o mal, mas de relações mais complexas em que um discurso ideológico
de superioridade tenta se tornar uma verdade.
Conclusão
Então a conclusão a que se chega é que Os Lusíadas, independente de ser um
cânone da literatura portuguesa e de toda importância cultural e literária, legitima o
discurso do colonizador, propiciando a imagem de desbravador dos portugueses, ao
mesmo tempo em que exclui o africano como sujeito, pondo-o numa perspectiva
condicionada. O português tem no poema épico uma representação de sujeito racional,
possuidor de uma identidade essencial, enquanto o africano é representado como um ser
com modos estranhos e má personalidade. Essas posições presentes em Os Lusíadas
são uma construção histórico-ideológica de uma época em que o europeu era
considerado o sujeito do mundo (Primeiro Mundo) e o africano não era visto como ser
humano e não possuía direitos.
Compreender essa construção discursiva opressora que exclui a alteridade do
direito à identidade contribui, enfim, para que se redimensione a recepção ao texto
literário, uma vez que, como produto de seu tempo, a obra literária também veiculará
visões de mundo marcadas pelas injunções que instauraram diferentes instâncias de
opressão e de poder. Ainda que Os Lusíadas tenha, de fato, o mérito de retratar o
universo expansionista português e a mentalidade que orientou a presença de Portugal na
história do mundo, não há motivo para deixar de igualmente perceber que esse retrato
também deve passar pelo crivo de estudos culturais que buscam “descentrar” esse
discurso, dando voz e vez a outros discursos, de igual relevância.
Os
Estudos
Culturais
e
Pós-coloniais
utilizados
conscientemente
têm
proporcionado a discussão da pluralidade cultural e o reconhecimento das múltiplas
identidades, sem desconsiderar outras pesquisas. O mesmo foi o intuito deste artigo:
acrescentar um diferencial às pesquisas já existentes sobre Os Lusíadas, através da
recepção e dos pressupostos da autora contrastando um texto literário com outros não
literários na análise de um aspecto da obra. O lugar de interpretação em que este estudo
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se encontra é o terceiro espaço defendido por Bhabha, no qual as posições e os
discursos podem ser questionados pela recepção literária a partir de pressupostos dos
Estudos Culturais e Pós-coloniais.
REFERÊNCIAS
BHABHA, Homi. O entrelugar das culturas. In. BHABHA, Homi. O bazar global e o clube dos
cavalheiros ingleses. Organização de Eduardo Coutinho. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Tradução de Myriam Ávila et alli. Belo Horizonte: UFMG,
1998.
BOECHAT, Virgínia. «A quantas gentes vês porás o freio»: o outro n’Os Lusíadas. Forma Breve,
Portugal, 0, jul. 2009. Disponível em:
http://revistas.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/254/224. Acesso em: 06 de Maio de 2014.
CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. Portugal: Instituto Camões, 2000.
CARVALHAL, Tânia Franco. Literatura Comparada. 5. ed. São Paulo: Ática, 2010.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. de Tomaz Tadeu da Silva e
Guacira Lopes Louro. 6ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
RIBEIRO, Margarida Calafate. Uma história de regressos: império, guerra colonial e póscolonialismo.Porto: Afrontamento, 2004.
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