Empresas que possuem certificações sócio-ambientais são mais inovadoras? Uma análise
no setor de cultivo de rosas no Equador
Resumo
Inovação, seja de produto, processo, organizacional ou mercadológica, é a procura constante
das empresas com o objetivo de se tornar mais competitivas, ampliar seu market-share,
reduzir custos e ser mais eficientes, melhorar a qualidade dos produtos, e em certos casos
sobreviver. Da mesma forma os consumidores, cada vez mais, exigem produtos
ambientalmente corretos, conceito que envolve tanto a avaliação de atributos intrínsecos do
produto como aspectos extrínsecos como o impacto ambiental ou social do método de
produção. Nesse contexto, um número crescente de empresas busca certificar seus produtos,
processos ou práticas de gestão através de certificações de gestão ambiental, ou sócioambientais. Porém, a certificação pode representar um estímulo ou uma barreira ao processo
inovador. O presente artigo tem como objetivo identificar se empresas que possuem
certificações sócio-ambientais são mais propensas a inovar do que aquelas que não o fazem. A
estratégia de pesquisa utilizada foi a análise estatística de dados secundários de 80 empresas
produtoras de rosas no Equador, classificadas em dois grupos: empresas com certificações
sócio-ambientias e empresas sem certificações. O número de variedades de rosas ofertadas
por cada empresa foi utilizado como critério para medir o grau de inovação organizacional.
Os resultados mostram que existe uma diferença entre o grupo de empresas com certificações
e sem certificações em relação à quantidade de variedades produzidas, que é estatisticamente
significativa. Assim, empresas que optam por certificar seus produtos, processos ou práticas
de gestão possuem uma propensão a inovar maior que empresas que não adotaram sistemas de
certificações sócio-ambientais.
Palavras chave: certificações sócio-ambientais, inovação, setor produtor de rosas
Introdução
Inovação, seja de produto, processo, organizacional ou mercadológica, é a busca
constante das empresas com o objetivo de se tornar mais competitivas, ampliar seu marketshare, reduzir custos e ser mais eficientes, melhorar a qualidade dos produtos e, em certos
casos, para sobreviver. A busca por inovações faz com que empresas integrem processos de
pesquisa e desenvolvimento (P&D) às suas práticas de gestão, de maneira formal, criando
centros de P&D, ou de maneira informal a partir das interações entre as áreas funcionais da
empresa, gerando um ambiente propício para que a inovação ocorra. Seja esse processo
desenvolvido de maneira formal ou informal, quando as empresas não têm todas as
capacidades necessárias para inovar, recorrem a centros de P&D externos, consultorias,
universidades ou até empresas do mesmo setor, formando parcerias, já que individualmente
teriam dificuldade para inovar.
Os consumidores, por sua vez, cada vez mais exigem produtos ecologicamente
corretos, fabricados por empresas que não utilizem trabalho escravo nem infantil. Como
resultado, o aumento da consciência ambiental e social do consumidor vem forçando as
empresas em vários setores a considerar o efeito do impacto ambiental e social dentro de suas
atividades (JOHANSSON, 2006). Para alguns consumidores, o desempenho ambiental do
produto é considerado um fator importante nas decisões de compra. Assim, empresas buscam
certificar seus produtos, processos ou práticas de gestão através de certificações de gestão
ambiental e sócio-ambiental, entre outras, com o objetivo de mostrar aos consumidores sua
preocupação em seguir padrões técnicos, ambientais e éticos.
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Atualmente, as certificações de produto e processo, relacionadas à gestão ambiental e
social, se tornaram requisitos mínimos indispensáveis para que as empresas possam exportar
produtos agrícolas para determinados países. A certificação pode envolver o atendimento a
critérios específicos relacionados ao sistema de controle e monitoramento de processos
(normas ISO), rastreabilidade, tipo de matéria-prima e insumos utilizados e métodos de
processamento aplicados (produção integrada, produção orgânica), adoção de sistemas
produtivos de baixo impacto no ambiente (Eco-Management and Audit Scheme) e inocuidade
dos produtos (APPCC), etc. Porém, é questionável até que ponto as certificações são
ferramentas catalisadoras de inovação nas empresas, visto que o processo de certificação
envolve a padronização de processos e produtos e a rotinização de atividades.
Esta pesquisa analisa, de forma exploratória, a relação entre as certificações
ambientais e sócio-ambientais e o grau de inovação das empresas que as adotam. Coloca-se a
seguinte questão de pesquisa: empresas que possuem certificações sócio-ambientais são mais
inovadoras do que empresas que não têm nenhum tipo de certificação?
O artigo está estruturado da seguinte forma: i) inicialmente, é apresentado referencial
teórico sobre as justificativas e características das certificações, bem como, a relação entre
certificações e inovação; ii) em um segundo momento é detalhada a metodologia aplicada na
pesquisa, e iii) posteriormente, são apresentados os resultados, discussões, limitações do
estudo e indicações para futuras pesquisas.
1.
Referencial teórico
1.1 O porquê das Certificações
A certificação é a confirmação de que um produto, processo ou serviço cumpre com os
padrões de uma determinada norma. Em alguns mercados, a certificação é obrigatória e em
outras é voluntária. As certificações surgem em resposta à crescente demanda dos
consumidores de produtos de mais alta qualidade no que diz respeito a seus componentes ou
matérias-primas, seus processos de transformação e distribuição (INCONTEC, 2008). A
certificação de produtos consiste em um procedimento mediante o qual uma terceira parte –
além do produtor ou do comprador – assegura que um produto atende ou possui requisitos
previamente estabelecidos (De CARLOS, 2007; INCONTEC, 2008).
O objetivo de qualquer sistema de certificação é o de reforçar a autenticidade dos
produtos e evitar as fraudes mediante o estabelecimento de sistemas mais rigorosos de
controle que sejam capazes de gerar confiança no consumidor (CRUZ et al., 2004). A
certificação é um sistema de reforço dos atributos do produto, que requer a existência de um
padrão, um sinal, um procedimento e uma penalização em caso de descumprimento das
normas (COMPÉS, 2002).
As certificações tornam-se para o cliente um aval que confirma que um produto, seus
componentes ou matérias-primas, seus processos-extração, transformação, distribuição e
manuseio têm características que determinam a decisão ou rejeição de compra do mesmo.
Portanto, em função das informações a que os consumidores têm disponibilidade sobre um
produto, podem-se estabelecer três grupos de atributos:
(i) Atributos de busca: podem ser conhecidos antes da compra. Aqui se inclui tudo que
identifique ou diferencie um produto de outro, e que é facilmente reconhecível pelo
consumidor no ato de compra. Por exemplo, o tipo de produto, a marca comercial, o
peso ou o tamanho, o tipo de embalagem, entre outras;
(ii) Atributos de experiência: atributos que podem ser conhecidos uma vez que se tenha
consumido o produto. Estes atributos são os que fazem com que um consumidor volte
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a adquirir um determinado produto uma vez que já o tenha experimentado e tenha
comprovado que satisfez suas necessidades;
(iii) Atributos de confiança: características que não podem ser conhecidas pelo
consumidor, nem antes nem depois de consumido o produto (COMPÉS, 2002). Uma
das melhores formas do consumidor identificar se um produto apresenta determinados
atributos de valor, é mediante a certificação.
A certificação diz respeito a fatores extrínsecos ao produto que representam uma
qualidade credencial (GRUNERT et al., 1997) ou atributos de confiança (COMPÉS, 2002).
São características que não podem ser conhecidas pelo consumidor nem antes nem depois de
adquirido ou consumido o produto - o consumidor precisa confiar na informação transmitida
na embalagem, pela mídia e outras formas de comunicação (DARBY e KARNI, 1973).
À medida que a certificação reforça os atributos de confiança, o logotipo ou etiqueta
adjunta ao produto tenta conseguir que os atributos de confiança se convertam em atributos
de busca para o consumidor (COMPÉS, 2002), ou seja, que possam ser conhecidos antes da
compra. O Quadro 1 apresenta os benefícios da certificação de produtos.
Benefícios da certificação de produtos
• Confiança para os clientes, já que recebem lotes de produtos certificados e avaliados por organizações
imparciais e reconhecidas;
• Maior valor agregado para o cliente;
• Facilita a comercialização dos produtos que estão submetidos ao cumprimento de regulamentações técnicas;
• Facilita as exportações de produtos que cumpram com regulamentos técnicos exigidos por outros países;
• Facilidades para o comércio internacional;
• Oferta de produtos diferenciados, apontando para um nicho de mercado específico, e com a possibilidade de
obter um preço especial pelo produto;
• Melhora da imagem corporativa;
• Maior controle dos processos mediante sistemas de rastreabilidade implementados;
• Produto seguro para o consumidor;
• Processos de certificação harmonizados e simplificados no âmbito nacional e internacional;
• Melhora da eficiência na gestão dos recursos;
• Melhora da qualidade do produto;
• Instrumento de mercado e difusão.
Quadro 1 – Benefícios da Certificação de produtos
Fonte: INCONTEC, 2008
Para Compéz (2002), mediante a certificação a empresa adquire junto ao órgão
certificador a reputação e a confiança que ela não pode oferecer para seus clientes por si
própria. Assim, a certificação é um sistema de reforço dos atributos do produto, que requer a
existência de um padrão, um sinal, um procedimento e uma penalização em caso de não
cumprimento.
1.2 Certificações sócio-ambientais e inovação
Em um primeiro momento, o fato de empresas certificarem seus produtos com selos
de responsabilidade ambiental e social, entre outros, era considerado como uma ação
inovadora por parte da empresa. Essa visão de certificação como uma inovação se devia a que
nem todas as empresas de um setor industrial certificavam seus produtos. Dessa forma, a
certificação obtida pela empresa poderia ser considerada uma característica ganhadora de
pedidos por parte do cliente. Contudo, à medida que mais empresas obtiveram as mesmas
certificações, estas passaram de uma característica ganhadora de pedido para uma
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característica qualificadora de produto (WHEELWRIGHT, 1984), como por exemplo, o
critério de custo ou qualidade.
Com isso, algumas certificações sócio-ambientais tornaram-se requisitos mínimos
indispensáveis para que as empresas possam vender seus produtos em mercados específicos.
Este é o caso de produtos agrícolas para exportação, cujas exigências são impostas pelos
países importadores, os quais estabelecem critérios que devem ser cumpridos. Para que as
empresas demonstrem que seus produtos têm tais características, precisam de certificações
que avaliem esses critérios. Isto se deve a que quase todos os produtos agrícolas têm
características relevantes, que não podem ser reconhecidas pelo consumidor mesmo depois de
haver consumido de forma repetitiva o produto (COMPÉZ, 2008).
Quando as empresas desejam ou vêem-se obrigadas a certificar seus produtos ou
procedimentos por exigências de mercado, elas devem mudar características como design do
produto, processos de produção, tipo de matéria-prima utilizada, métodos de extração e
processamento de materiais, estabelecer novas relações com seus atuais fornecedores ou
estabelecer relações com novos fornecedores. Assim, o credenciamento de produtos através
de uma certificação pode ser um fator motivador para que processos de inovação aconteçam
dentro de organizações, tanto em produtos quanto em processos. Alguns tipos de
certificações, como as certificações ambientais, exigem que as empresas criem inovações de
produtos e processos, desenvolvendo produtos ambientalmente corretos, reduzindo custos ou
melhorando continuamente a qualidade, combinando o cuidado ao ambiente com benefícios
orientados ao consumidor (REHFELD et. al, 2007).
Para Ballester (2005) as certificações representam uma inovação para as empresas, ao
cobrir diferentes áreas e aspectos da organização. Assim, as certificações relativas a produtos
e a sistemas de gestão ambiental (SGA) são importantes para aumentar a eficiência
empresarial, gerar inovações de produto ou processo e reduzir o impacto ambiental e social.
Um exemplo disso são as certificações de sistemas de gestão ambiental da série ISO 14000 ou
EMAS (Eco-Management and Audit Scheme). Para Preusss (2005) empresas que contam com
SGA formais têm um desempenho coorporativo positivo, reduzem de forma simultânea custos
e impactos ambientais, fornecem qualidade no produto, reduzem os desperdícios e reforçam a
reputação da empresa.
O estudo desenvolvido por Rehfeld et. al (2007) na Alemanha, com 588 de empresas
de 11 indústrias, mostrou que certificações de sistemas de gestão ambiental como a ISO
14001 ou EMAS têm um efeito positivo significativo sobre inovações de produtos . Assim,
certificações de sistemas de gestão ambiental (SGA) podem fazer com que uma empresa
reveja seus procedimentos existentes, com o objetivo de encontrar possibilidades de melhoria
com respeito a inovações de produto (REHFELD et. al, 2007). Deste modo, empresas
certificadas parecem considerar a proteção do meio ambiente como um elemento integral da
estratégia da empresa e da inovação.
Embora certificações como as da série ISO tragam benefícios para as empresas, ainda
há limitações, pelo fato de certificarem apenas que um produto tem os requisitos mínimos
indispensáveis de qualidade ou gestão ambiental, os quais talvez não sejam suficientes para
obter um alto padrão de qualidade para o cliente (MEZHER e AJAM, 2006). Essas
certificações se tornam o início e não o fim da melhoria na qualidade nos produtos. Segundo
Mezher e Ajam (2006) não há evidência empírica para comprovar que empresas certificadas
tenham produtos que sejam superiores a produtos de empresas sem certificações da série ISO
9000.
Até certo ponto, as certificações são ferramentas catalisadoras de inovação nas
empresas, visto que a obtenção de uma certificação gera inovações até o momento em que a
empresa adquire a mesma. Posteriormente, uma vez que a empresa tenha obtido a
certificação, suas práticas podem acabar tornando-se similares às dos concorrentes que
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seguem as mesmas normas e seus processos podem engessar, virando rotinas. A empresa
preocupa-se mais em manter a certificação do que em continuar com o nível de inovatividade
gerado no início do processo de certificação.
Com base no referencial teórico levantado nas seções anteriores e nas discussões
apresentas, são propostas as seguintes hipóteses, com o intuito de verificar o objetivo de
pesquisa:
H0: Não existe diferença no grau de inovação de empresas que possuem certificações
sócio-ambientais, com relação a empresas que não possuem nenhuma certificação.
H1: Existe diferença no grau de inovação de empresas que possuem certificações sócioambientais, em relação a empresas que não possuem nenhuma certificação.
2.
Metodologia de Pesquisa
A presente investigação é de caráter exploratório e visa identificar se empresas que
optam por implantar certificações sócio-ambientais são mais inovadoras do que empresas que
não tem certificações, considerando o número de variedades produzidas como indicador de
inovação. A estratégia de pesquisa utilizada foi a análise estatística de dados secundários de
empresas produtoras de rosas do Equador, classificadas em dois grupos: empresas com
certificações sócio-ambientais e empresas sem certificações. Para o levantamento dos dados
foi utilizada a pesquisa documental e bibliográfica. Os dados coletados foram: tipo e número
de certificações por empresa, e número de variedades de rosas cultivadas por empresa.
A análise dos dados baseou-se na estatística descritiva. Em um primeiro momento,
para contextualizar e ter uma melhor clareza da informação coletada, foram usadas medidas
de tendência central (média, mediada, moda, distribuição de freqüências) já que, segundo
Levin e Fox (2004), uma maneira conveniente de descrever um grupo como um todo é achar
um número único que represente o que é medido ou típico daquele conjunto de dados. Esse
valor é chamado de medida de tendência central, porque em geral ele está localizado em torno
do meio ou centro de uma distribuição, onde a maior parte dos dados tende a concentrar-se.
Em um segundo momento foi usado o teste de diferença entre médias (teste-t),
relacionando o número de variedades de rosas cultivadas pelas empresas do grupo “com
certificações sócio-ambientais”, com o resultado das empresas do grupo “sem certificações”,
para identificar se existem diferenças significativas entre os dois grupos, com o objetivo de
testar as hipóteses formuladas.
O terceiro tratamento consistiu em determinar o grau da associação (correlação) entre
o número de certificações (variável independente) e número de variedades de rosas cultivadas
(variável dependente). Para isso, aplicou-se uma análise de regressão, que além de identificar
a intensidade ou força de associação entre duas variáveis, também, especifica a natureza exata
do impacto da variável independe sobre a variável dependente (LEVIN e FOX, 2004).
Utilizou-se o coeficiente r de Pearson para identificar o grau de associação entre as duas
variáveis, e o coeficiente de determinação (r2), que identifica a proporção da variância do
número de variedades de rosas cultivadas (variável dependente) explicada pelo número de
certificações (variável independente).
A coleta dos dados foi realizada em duas etapas. A primeira etapa foi o levantamento
da base de dados das empresas produtoras de rosas do Equador, obtida no cadastro da
Associação de Exportadores de Flores do Equador (EXPOFLORES), no segundo semestre
do2008. As informações de 154 empresas foram cruzadas com o cadastro de empresas
afiliadas à Câmara de Agricultura do Equador, confirmando que as 154 empresas estão ativas
e que este número corresponde a toda a população de empresas produtoras de rosas no país.
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A segunda etapa da coleta de dados consistiu em pesquisar em cada um dos websites
das 154 empresas as informações referentes ao tipo e o número de certificações sócioambientais que elas têm, além da variedade de rosas que cultivam. Essa abordagem justificase considerando que todas as empresas do setor são exportadoras e os portais de internet
representam um meio fundamental para informar clientes externos sobre os tipos de
certificações adotadas (caso possuam) e as variedades de rosas produzidas. O motivo para a
exposição das certificações nos portais de internet das empresas deve-se às normas dos países
clientes, que podem exigir determinadas certificações para que o produto possa ser
comercializado no país.
Uma vez realizada a coleta de dados, verificou-se que das 154 empresas do setor só se
obtiveram os dados necessários - informações sobre os tipos de certificação e número de
variedades e subtipos de rosas produzidas - de 80 empresas (que serviram de base para a
análise), as quais correspondem a 52% da população de empresas.
3.
Resultados e discussão
As medidas de tendência central ilustram que da amostra de 80 empresas produtoras
de rosas existem dois grupos: i) o Grupo A, formado por 52 empresas que têm pelo menos
uma certificação sócio-ambiental de produto, processo ou prática de gestão e; ii) o Grupo B,
formado por 28 empresas que não possuem nenhum tipo de certificação.
No caso do Grupo A (52 empresas), foram encontradas 12 diferentes tipos de
certificações, classificadas em três grupos, dependendo do objetivo de cada certificação: (i)
três de Gestão Ambiental (ISO 14001, Milieu Programma Sierteelt, Outroi); (ii) oito de
Gestão Social-Ambiental (FlorEquador®, GLOBAL-GAPii & EUREP-GAP, VERIFLORA,
Flower Label Program, Fair Flowers and Plants, Fair Trade Certification, Rainforest Alliance
Certification, FLORVERDE); e (iii) uma de Comércio Justo (Fairtrade Label Organizations).
O Quadro 2 apresenta uma síntese de cada uma das certificações identificadas nas empresas
focadas no estudo, com sua definição e objetivos.
Natureza
da
Certificação
Certificação
ISO 14001
Gestão
Ambiental
Milieu
Programma
Sierteelt
(MPS)
Outros
Definição
A série de normas ISO 14000 tem como objetivo a criação de um sistema de
gestão ambiental (SGA) que auxilie as organizações a cumprirem seus
compromissos assumidos com o ambiente natural. Além disso, em função do
processo de certificação ser reconhecido internacionalmente, possibilita às
organizações distinguirem-se daquelas que somente atendem à legislação
ambiental, mas que não possuem nenhuma certificação. As normas da série
ISO 14000 também estabelecem as diretrizes para as auditorias ambientais,
avaliação de desempenho ambiental, rotulagem ambiental e análise do ciclo
de vida dos produtos, possibilitando a transparência da organização e de seus
produtos em relação aos aspectos ambientais e viabilizando harmonizar os
procedimentos e diretrizes aceitos internacionalmente com a política
ambiental por ela adotada.
O Milieu Programma Sierteelt (MPS) é um programa de certificações com o
objetivo de: (i) diminuir o impacto ambiental das empresas participantes; e
(ii) melhorar a imagem do setor da horticultura ornamental. Tais objetivos
têm sido formulados a partir das demandas do mercado e de uma atitude mais
crítica da sociedade com respeito aos processos de cultivos. Desta forma, os
cultivos devem se tornar sustentáveis e socialmente responsáveis. O benefício
do MPS para o consumidor é a capacidade de conhecer a procedência do
produto e ter confiança de que tanto o produto como os processos são
ambientalmente corretos.
Certificação ambiental emitida pela prefeitura da cada estado onde a empresa
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FlorEcuador®
Flower Label
Program
(FLP)
GLOBALGAP &
EUREP-GAP
Gestão
SocialAmbiental
VERIFLORA
(Certified
Sustainable
Grown)
Fair Flowers
and Plants
(FFP)
Fair Trade
Certification
– Flowers
desenvolve suas atividades no Equador.
FlorEcuador® é um tipo de certificação sócio-ambiental desenvolvido pela
Associação Nacional de Produtores e Exportadores de Flores do Equador
(EXPOFLORES). FlorEcuador® integra os seguintes aspectos de
observância: (i) Gestão ambiental e boas práticas agrícolas, (ii) Gestão
humana e responsabilidade social, e (iii) Aspectos legais. Esta certificação
promove a responsabilidade social empresarial; eleva as condições laborais
do trabalhador; busca gerar uma produção limpa com otimização no uso de
recursos e insumos; proíbe o uso de agroquímicos tóxicos e fomenta a
aplicação de técnicas de manejo integrado de plagas (MIP).
O Flower Label Program (FLP) é um programa para a solução de problemas
ecológicos e sociais, relacionados com a produção de flores. Esta certificação
se fundamenta em: (i) direitos humanos internacionais; (ii) convenções da
organização internacional do trabalho (OIT); e (iii) declaração da comunidade
de nações sobre o desenvolvimento sustentável (Agenda 21). Essas três
diretrizes são focadas para a produção social e ambientalmente responsável de
flores cortadas, contribuindo para o bem-estar do meio-ambiente, dos
empregados da empresas produtoras de flores e de suas comunidades.
O GLOBAL-GAP é uma organização privada que estabelece normas
voluntárias para a certificação de produtos agrícolas em todo o mundo. A
norma GLOBALGAP foi principalmente elaborada para reafirmar perante os
consumidores que a produção alimentar nas unidades de produção agrícola é
realizada através da minimização dos impactos negativos de operações
agrícolas no meio-ambiente, redução do uso de insumos químicos e garantia
de uma abordagem responsável dos assuntos de saúde e segurança dos
empregados e saúde animal. GLOBAL-GAP funciona como um manual
prático de Boas Práticas Agrícolas (BPA) em todos os lugares do mundo. A
base é uma parceria igualitária entre produtores agrícolas e varejistas que
desejam estabelecer normas e procedimentos de certificação eficientes.
O programa de certificação VERIFLORA foi estabelecido para proporcionar
padrões de desempenho sustentável para produtores e tratadores de flores
cortadas e plantas ornamentais. Os agricultores, distribuidores, atacadistas e
floristas que operam com esta certificação têm como meta a produção de
produtos de qualidade, de forma ambientalmente responsável, integrando a
saúde e o bem-estar dos trabalhadores, suas famílias e comunidades. A
certificação VERIFLORA estabelece critérios nas seguintes áreas chave: (i)
Desenvolvimento sustentável: controle agrícola sustentável, conservação
eficiente de recursos e energia, proteção do ecossistema e gestão integrada de
resíduos; (ii) Sustentabilidade econômica e social: práticas trabalhistas justas,
e benefícios comunitários; (iii) Integridade do produto: qualidade do
produtos, e segurança do produto.
O Fair Flowers and Plants (FFP) é uma certificação que estimula a produção
de flores e plantas produzidas de forma sustentável, respeitando os seres
humanos e o ambiente. Esta certificação abrange produtores, atacadistas,
distribuidores e consumidores. No caso dos produtores, o selo de qualidade
FFP permite-lhes identificar-se como uma organização que coloca prioridade
em questões sociais e ambientais. Assim, seus produtos serão comercializados
através de atacadistas e distribuidores que tenham a mesma certificação. O
objetivo do FFP é dar a conhecer ao consumidor a origem e modo de cultivo
de um produto em todo momento ao longo da cadeia de suprimentos
(trazabilidade).
O Fair Trade Certification – Flowers é uma certificação que garante aos
consumidores que os produtores cumprem rigorosos critérios econômicos,
sociais e ambientais, na produção e comercialização do produto agrícola; e
que os trabalhadores recebem um prêmio para investir no desenvolvimento da
comunidade. Esse tipo de certificação é um aval para que o consumidor sabia
que os trabalhadores recebem salários justos e são protegidos contra
pesticidas, que os produtores adotam práticas sustentáveis e que a
comunidade se beneficia diretamente com as flores que são compradas pelo
consumidor.
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O Rainforest Alliance Certification é um programa para estimular os
agricultores e produtores florestais a adotar métodos sustentáveis;
desenvolvendo práticas que protejam a água, o solo, o habitat da vida silvestre
Rainforest
e os ecossistemas florestais. A certificação se fundamenta no cumprimento de
Alliance
mais de 200 critérios sociais, ambientais e econômicos. A certificação tem
Certification
como objetivo conservar a biodiversidade, o bem-estar dos trabalhadores e
das comunidades locais e assegurar meios de vida sustentáveis mediante a
transformação de práticas de uso do solo, práticas empresariais e
comportamento do consumidor.
Florverde® promove a adoção de boas práticas agrícolas, minimização de
agroquímicos, proteção dos direitos fundamentais dos trabalhadores,
qualidade do produto e responsabilidade gerencial (Florverde, 2007). Os
Florverde®
princípios do programa são: (i) bem-estar dos trabalhadores; (ii) proteção do
médio-ambiente; (iii) cuidado e manuseio do produto; e (iv) responsabilidade
gerencial.
O Fairtrade Label Organization International (FLO) é a organização
internacional responsável da definição e certificação dos Critérios de
Comércio Justo (FairTrade). Esta certificação garante aos consumidores que
os produtos de países em desenvolvimento recebem um tratamento justo. Os
produtos com a certificação FLO permitem que pequenas organizações
Fairtrade
agrícolas e seus membros consigam maior independência e maior poder
Label
Comercio
aquisitivo, proporcionando-lhes estabilidade econômica e uma melhor
Organizations
Justo
qualidade de vida. Dentre os benefícios da certificação encontram-se: (i)
(FLO)
maior e mais fácil acesso a empréstimos sem juros ou com juros baixos; (ii)
assistência técnica na construção de infra-estruturas que melhorem a
produção; (iii) sistemas de comunicação e transporte, e equipamentos de uso
comunitário; (iv) formação técnica e diversificação de técnicas para as
organizações membros e suas famílias.
Quadro 2: Certificações identificadas nas empresas focadas no estudo, com sua definição e objetivos.
Fonte: ISO (2008); PMS (2008); FLOR ECUADOR (2008); FLP (2008); GLOBAL GAP (2008); VERIFLORA
(2008); FFP (2008); FTC (2008); Florverde (2007); RAINFOREST ALLIANCE (2008); FLO (2008); BASC
(2008).
3.1 Empresas certificadas
Segundo as dados obtidos, as 52 empresas possuem um total de 105 certificações, com
uma média por empresa de duas certificações. Desse total, 12,4% (13 certificações) são de
Gestão Ambiental, 83,8% (88 certificações) de Gestão Sócio-ambiental, e 3,8% (4
certificações) de Comércio Justo. O Quadro 3 apresenta todas as certificações, divididas por
grupo, bem como o número de empresas que estão certificadas por cada tipo.
Natureza da
Certificação
Número de
empresas
certificadas
Certificação
8/15
Total de
certificações
por natureza da
certificação
ISO 14001
4
Gestão Ambiental
Milieu Programma Sierteelt (MPS)
7
13
Outros
2
FlorEcuador®
44
Flower Label Program (FLP)
23
GLOBAL-GAP & EUREP-GAP
6
VERIFLORA (Certified Sustainable Grown)
4
Sócio-ambiental
88
Fair Flowers and Plants (FFP)
4
Fair Trade Certification – Flowers (FTF)
4
Rainforest Alliance Certification (RAC)
2
Florverde®
1
Comercio Justo
Fairtrade Label Organizations (FLO)
4
4
Quadro 3: Natureza da certificação e número de empresas certificadas por cada tipo.
A coluna Número de. Empresas Certificadas do Quadro 3, mostra o número de
produtores de rosas que têm cada um dos diferentes tipos de certificações. Já a coluna Total
de Certificações por natureza da certificação indica o número total de certificações segundo a
natureza da certificação: por exemplo, existem 88 certificações de natureza Sócio-ambiental.
Não se pode dizer que existem 88 empresas com certificações desse tipo,visto que o número
de empresas que têm pelo menos uma certificação é de 52. Uma mesma empresa pode ter
mais de uma certificação da mesma natureza e em nenhum dos casos elas são excludentes.
Analisando os tipos de certificações de forma individual, pode-se observar na Figura 1
que três tipos predominam nas empresas: FlorEcuador® em 42% das empresas, Flower Label
Program (FLP) em 22% das empresas e Milieu Programma Sierteelt (MPS) em 6% das
empresas. A certificação FlorEcuador® é a mais utilizada pelas empresas, provavelmente por
que é um programa desenvolvido pela Associação de Exportadores de Flores
(EXPOFLORES), entidade na qual quase a totalidade das empresas produtoras de rosas do
país são membros.
Percentual de Empresas certificadas por tipo
FTF
4%
RAC
2%
FLO
Florverde® 4%
1%
FFP
4%
ISO 14001
4%
MPS
6%
VERIFLORA
4%
Outros
2%
GLOBAL-GAP
5%
FlorEcuador®
42%
FLP
22%
Figura 1: Percentual de empresas certificadas por tipo
3.2 Variedades produzidas
9/15
No que se refere às variedades de rosas cultivadas, existem 11 variedades diferentes de
rosas classificadas por cor: vermelho, amarelo, bicolor, salmão, lavanda, violeta, laranja, rosa,
verde, branco-creme, verde e outras. Cada uma das cores tem subtipos, ou seja, diferentes
tonalidades dentro da mesma cor. Por exemplo, dentro da variedade de rosa vermelha, por
exemplo, existem 19 diferentes subtipos, gerando uma média de 7,4 subtipos cultivados por
empresa. As diferentes variedades de rosas estão representadas por subtipos; o número total
de subtipos representa a totalidade dos diferentes produtos ofertados pelas empresas. Nessa
pesquisa, o número de subtipos é considerado como o fator indicador do grau de
inovatividade de cada organização.
Do total de variedades e subtipos de rosas produzidas, é importante identificar quantos
desses produtos são cultivados por empresa – nos grupos com certificação sócio-ambiental e
sem certificação. Para isso, a Figura 2 apresenta o histograma de freqüências, onde o eixo “X”
representa as variedades de rosas produzidas por empresa, e o eixo “Y” indica a quantidade
média de subtipos cultivados. Os dados da Figura 2 mostram que das 11 variedades de rosas,
em 8 variedades a média de subtipos produzidos é maior nas empresas com certificações; e
que só nas variedades lavanda (3,7), violeta (3,4) e outras (10,1) a média é maior nas
empresas sem certificações.
18,6
20.0
18.0
15,7
16.0
14.0
11,3
12.0
10.0
8.0
6.0
4.0
7,5 7,1
9,1
8,3
5,8
7,3
6,3
4,5
2,9
3,7
3,4
2,4
2,2 2,3
10,1
5,8
4,1
2,2 1,8
2.0
0.0
Com Certifica çã o
Sem certifica çã o
Figura 2 – Média de subtipos produzidos por grupo de empresas
Apesar dos resultados mostrarem que existe uma diferença absoluta em relação à
quantidade de subtipos de rosas produzidas pelo grupo de empresas com certificações sócioambientais, essa diferença somente poderá ser considerada significativa através de testes
estatísticos. Assim, foram testadas as hipóteses de pesquisa apresentadas anteriormente, para
identificar se existem diferenças significativas entre os dois grupos de empresas.
Para testar as hipóteses foram realizados testes de diferença entre médias (teste-t),
cujos resultados são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 – Teste-t de Empresas Certificadas e Não-Certificadas.
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Estatísticos do Grupo
Variáveis
Tipo de Empresa
Média
Subtipos
Sem certificação
Com certificação
51,75
66.38
Teste-t de médias
Desvio Padrão No. de Empresas
21,43
33,05
28
52
t
Sig.
-2.393
0,019
Nível de significância α = 0,05
Como se observa na Tabela 1 existe uma diferença entre a quantidade média dos
subtipos de rosas cultivadas em empresas sem certificações (51,75) e com certificações
(66,38). Os resultados teste-t de diferença entre médias dos subtipos de rosas produzidas (t=2,393), entre empresas com certificações e sem certificações, são estatisticamente
significativos a um nível de significância de α = 0,05. Portanto, considerando a variedade de
rosas produzidas como um indicador de inovação, existe diferença no grau de inovação de
empresas com certificações sócio-ambientais, com relação a empresas que não possuem
nenhuma certificação. Com base nesse resultado, rejeita-se a hipótese nula (H0) e aceita-se a
hipótese da pesquisa (H1), ambas formuladas no inicio da discussão.
Para determinar o grau de associação (correlação) entre o número de certificações
(variável independente) e o número total subtipos de rosas cultivadas (variável dependente),
foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson (r). O resultado foi um r = -0,0222, que
explica uma associação fraca entre as duas variáveis. O valor coeficiente angular -0,56 explica
que o número total de variedades cultivadas (variável dependente) pode diminuir 0,56
unidades por unidade de certificação incrementada (variável independente).
Já o coeficiente de determinação (r2), r2 = 0,0005 explica que somente 0,05% das
variações da quantidade de variedades de rosas cultivadas são explicadas pelas variações do
número de certificações. Dado esse valor do coeficiente, não se pode explicar uma relação
causa-efeito do tipo: quanto maior o número de certificações por empresa, maior o número de
variedades de rosas produzidas.
Como os resultados mostram, existe uma diferença estatisticamente significativa entre
o grupo de empresas com certificações sócio-ambientais e sem certificações, em relação ao
número de variedades de rosas cultivadas. Assim, no setor analisado, empresas que optam por
implantar certificações sócio-ambientais em seus produtos, processos ou práticas de gestão
são mais inovadoras que as empresas que não têm certificações, considerando-se o número de
produtos diferentes (tipos de rosas) como indicador de inovação.
No entanto, o processo de inovação pode estar focado nas características próprias do
produto. Segundo EXPOFLORES (2008) o P&D é baseado em critérios como: (i)
desenvolvimento de variedades altamente produtivas; (ii) novas variedades cuja vida no vaso
seja de até 16 dias, (iii) rosas que absorvam a água com facilidade, (iv) variedades com
fragrância, e (v) variedades resistentes a danos físicos durante a coleta e transporte. Assim, a
inovação tem mais peso na melhora das características das variedades já existentes, do que no
desenvolvimento de novos tipos de rosas (rosas de outras cores)
Analisando apenas o grupo das 52 empresas com certificações, não existe um grau de
associação (correlação) forte, negativo ou positivo, entre o número de certificações por
empresa e a quantidade de tipos de rosas cultivadas. Esse resultado contraria a noção de que o
número de certificações influenciaria positivamente o número de tipos de rosas que as
empresas produzem - já que o número de certificações por empresa poderia facilitar a
exportação das flores a um número maior de países, o que demandaria uma linha mais
completa de produtos. No entanto, o número de certificações por empresa poderia facilitar a
exportação das flores e o número de países abrangidos por uma empresa, já que em certos
casos os países importadores têm diferentes exigências para a introdução e comercialização de
produtos agrícolas.
11/15
4.
Conclusões
O objetivo do artigo foi identificar se empresas que optam por implantar certificações
sócio-ambientais são mais inovadoras que empresas que não tem certificações, relacionando a
quantidade de variedades de rosas produzidas por empresas do Equador como indicador de
inovação. Os resultados mostraram que existe diferença estatisticamente significativa entre
empresas produtoras de rosas certificadas e empresas sem qualquer certificação. O fato das
empresas optarem por certificações sócio-ambientais em certos casos pode estar ligado a
cumprir exigências impostas pelos países para o qual o produto é comercializado. Os
resultados apresentados neste trabalho, embora não possam ser generalizados para o setor
produtor de rosas de Equador, servem de estímulo para a realização de novos estudos, visando
a compreender como as empresas do setor estão inovando, qual é o foco de inovação do setor
(gerencial, mercadológica, produto ou processos) e através do que e de quem esse processo de
inovação começa, seja pela própria empresa, pelos seus fornecedores com a aquisição de
tecnologia e conhecimento, ou em parceria entre fornecedores, empresa e instituições de P&D
públicas ou privadas.
O estudo apresenta duas importantes limitações. Em primeiro lugar, as análises
estatísticas realizadas basearam-se em dados secundários, e mesmo sendo informações obtidas
de fontes relativamente confiáveis e atualizadas - os portais de internet das empresas
produtoras de rosas estudadas – esses dados não foram confirmados in loco. Em pesquisas
futuras que abordem esse tema será importante a coleta de dados primários obtidos através de
entrevistas e surveys realizadas diretamente com os gestores das empresas. Em segundo lugar,
essa pesquisa considerou como indicador de inovatividade das empresas somente o número de
variedades de rosas cultivadas. Esse indicador não reflete esforços internos de inovação em
gestão ou processos. Nesse grupo certamente incluem-se inúmeras inovações, incrementais ou
radicais, de processo (produtivo e de gestão) e produto, que impactam no custo e qualidade
dos produtos e serviços, mas não no número de produtos ofertados.
Como destacado anteriormente, a inovação é uma necessidade para as empresas que
desejam manter-se competitivas no mercado. Consumidores cada vez mais conscientes
exigem produtos inovadores e social e ambientalmente corretos. Embora os resultados do
estudo demonstrem que empresas que possuem certificações sócio-ambientais são mais
inovadoras, isto não significa que estas empresas possam abrir mão de desenvolver rotinas e
capacidades para inovar.
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14/15
i
A classificação Outro foi designada para a certificação ambiental emitida pela prefeitura da cada estado onde a
empresa desenvolve suas atividades.
ii
GAP: Good Agriculture Practices
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