INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE/SOEBRAS
ROBERTA CORREIA MONTE
EFICÁCIA DA CLOREXIDINA COMO SOLUÇÃO IRRIGADORA E
SEU USO COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL
MANAUS
2014
ROBERTA CORREIA MONTE
EFICÁCIA DA CLOREXIDINA COMO SOLUÇÃO IRRIGADORA E
SEU USO COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL
Monografia apresentada ao Programa de
Especialização em Endodontia do ICS FUNORTE SOEBRÁS NÚCLEO MANAUS,
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Especialista.
Orientador: Prof. Felipe Negrão da Silva
MANAUS
2014
MONTE, Roberta Correia
Eficácia da clorexidina como solução irrigadora e seu uso como
medicação intracanal/Roberta Correia Monte – Manaus: Instituto de
Ciências da Saúde - FUNORTE SOEBRÁS. Ano de conclusão.
36p. : il. Color.
Orientador: Felipe Negrão da Silva
1. Clorexidina. 2. Medicação Intracanal. 3. Solução Irrigadora. I. Da
Silva, Felipe Negrão. II. Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE
SOEBRÁS. Especialização em Endodontia, 2014. III. Eficácia da
clorexidina como solução irrigadora e seu uso como medicação
intracanal.
Dedico este trabalho a minha mãe, que
sempre manteve o meu incentivo ao estudo e
nunca me deixou desistir, mas sempre
persistir em tudo na vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela chama do Espírito Santo que nunca se apagou
dentro de mim, e que me faz acreditar que nada é impossível se realmente acreditamos.
Agradeço a meus pais, pelo dom da vida e pelas grandes oportunidades que me foram
oferecidas, apesar das dificuldades passadas pela vida.
Também agradeço ao meu namorado, Stenislaw D’avila, e meus irmãos Rommel e
Roosevelt Monte, pelo carinho e apoio dado em toda a jornada. Também a um amigo muito
especial que, em um grande momento de estresse e ansiedade que a monografia proporcionou,
me ajudou com o seu dom da música, muito obrigada, Vinícius Massolar.
Gostaria de agradecer também aos colegas da turma, pela troca de experiência e pelos
bons momentos que passamos juntos, seja em peixaria, no shopping ou mesmo no barco.
Finalmente, agradecer aos professores, grandes mestres do saber, por terem dedicado seus
tempos a nos ensinar a cuidar da saúde de tantas pessoas que necessitam.
―O segredo de qualquer conquista é
a coisa mais simples do mundo: saber o que
fazer com ela.‖
Desconhecido
RESUMO
Atualmente, muitas substâncias têm sido utilizadas durante e após o preparo químicomecânico dos canais radiculares, afim de que se obtenha a melhor sanificação, ou melhor
resultado antimicrobiano. Dentre essas substâncias, a clorexidina apresenta propriedades
satisfatórias, e alta substantividade, proporcionando bons resultados quando utilizada como
solução auxiliar no tratamento ou como medicação intracanal entre sessões. Uma das
principais características da clorexidina é sua ação contra a bactéria Enterococcus faecalis e
também o S. mutans, mostrando-se uma solução bastante viável nos casos de recidiva. E
ainda, alguns autores acreditam que ela não seja a solução irrigadora ideal para o tratamento
endodôntico. Outros ainda enfatizam seu uso somente como irrigante final devido a sua
melhor propriedade, a substantividade, tornando-a assim uma solução auxiliar no tratamento.
Em frente a estes questionamentos, este trabalho de conclusão de curso visa analisar, baseado
em uma revisão de literatura, a eficácia da clorexidina como solução irrigadora auxiliar e seu
uso como medicação intracanal no tratamento endodôntico. Conclusão: devido a sua
propriedade de substantividade, a clorexidina pode ser utilizada como solução irrigadora,
além de ser considerado um bom irrigante final; além disso, a forma em gel parece ser mais
eficaz que a forma líquida. Pode ser usada também como medicação intracanal devido a sua
propriedade antimicrobiana, porém outros estudos serão necessários para se ter uma
conclusão plausível; e quando associada ao hidróxido de cálcio, permanece com suas
propriedades inalteradas.
Palavras-chave: Clorexidina. Solução irrigadora. Medicação intracanal. Tratamento
endodôntico.
ABSTRACT
Currently, many substances have been used during and after chemo-mechanical
preparation of root canals, so that to obtain the best sanitizing or antimicrobial better result.
Among these substances, chlorhexidine has satisfactory properties, and high substantivity,
providing good results when used as an adjunct treatment or as intracanal medication between
sessions solution. One of the main characteristics of chlorhexidine is its action against
Enterococcus faecalis also the S. mutans bacteria, being a very viable solution in cases of
relapse. And yet, some authors believe that it is not the ideal irrigation solution for endodontic
treatment. Still others emphasize its use only as a final irrigant due to its best property,
substantivity, thus making it an auxiliary in the treatment solution. Opposite these questions,
this course conclusion work aims to analyze, based on a literature review, the effectiveness of
chlorhexidine as an auxiliary and its use as an intracanal medication in endodontic treatment
irrigating solution. Conclusions: because of its property of substantivity, chlorhexidine can be
used as irrigating solution, besides being a good end irrigant; Furthermore, the gel form to be
more effective than the liquid form. Can also be used as intracanal medication due to its
antimicrobial property, but other studies will be necessary to have a plausible conclusion;
when combined with calcium hydroxide, remains unchanged with their properties.
Keywords: Chlorexidine. Irrigator solution. Intracanal medicament. Endodontic
tratament.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Estrutura molecular do digluconato de clorexidina.................................................16
Figura 2 – Clorexidina em gel a 2%.........................................................................................17
Figura 3 – Clorexidina líquida a 2%.........................................................................................17
LISTA DE ABREVIATURAS
Et al. – e outros;
ATPase. – Adenosina Trifosfatase;
BHI. – Brain Heart Infusion;
NY – Nova York;
Sclx - Solução de gluconato de clorexidina a 2,0%;
Gclx – gel de gluconato de clrexidina a 2,0%;
SclzEDTA – solução de gluconato de clorexidina 2,0% associado à EDTA a 17%;
GclxEDTA – gel de gluconato de clorexidina a 2,0% associado a EDTA a 17%
EDTA. – Ácido etilenodiaminotetracético;
CHX. – Clorexidina;
MCLV - Microscopia confocal a laser de varredura;
PMCC. – Paramonoclorofenol canforado;
CIM. – Concentrações inibitórias mínimas;
CBM. – Concentrações bactericidas mínimas;
MRC. – Média reforçada clostridiana;
MTAD. – uma mistura de tetraciclina isomérica, ácido e detergente;
SAB. – Sérum de albumina bovina;
RCP. – Reação em cadeia da polimerase;
PD. – Penetração desinfetante;
MEV. – Microscopia eletrônica de varredura;
UFC’s. –Unidades formadoras de colônias;
LISTA DE SÍMBOLOS
% - porcentagem;
h – horas;
mL. – mililitro;
ºC – graus Celsius;
< - menor;
mm² - milímetros quadrados;
NaCl – Cloreto de Sódio;
s – segundos;
min – minutos;
mm – milímetros;
Kgf – quilograma-força;
NaOCl. – Hipoclorito de Sódio;
= - igual;
Ca(OH)². – Hidróxido de Cálcio;
μM – micrometro;
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 12
2 PROPOSIÇÃO ................................................................................................................................. 14
3 REVISÃO DE LITERATURA: ...................................................................................................... 15
3.1 Histórico ...................................................................................................................................... 15
3.2 Uso da clorexidina como solução irrigadora ............................................................................... 17
3.3 Uso da clorexidina como medicação intracanal .......................................................................... 22
4
DISCUSSÃO ................................................................................................................................ 29
5
CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 32
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 33
12
1 INTRODUÇÃO
O sucesso do tratamento endodôntico depende de etapas fundamentais, que se definem
com técnicas de instrumentação, irrigação, e em alguns casos se faz necessário o uso de
medicação intracanal. (Mohammadi, 2009). A instrumentação mecânica por si só não atinge o
objetivo principal, devendo a irrigação (do sistema de canais radiculares) ser auxiliar, fazendo
a sanificação e desinfecção de resíduos orgânicos e inorgânicos.
Há uma grande diversidade na anatomia dos canais radiculares, o que dificulta o
acesso de instrumentos de realizarem a ação mecânica esperada. Quando não há uma irrigação
eficaz, as bactérias e outros resíduos orgânicos que ficam em região de istmo, podem
proliferar-se nessas regiões e causar insucesso no tratamento. (FERRAZ, 2001)
As soluções irrigadoras devem ter requisitos mínimos essenciais para que se adequem
ao correto tratamento endodôntico; dentre as propriedades, destacam-se: tensão superficial,
baixa toxicidade, substantividade e atividade antimicrobiana e solvente (Pretel, 2011).
Atualmente, os materiais que mais se enquadram nessas propriedades são a clorexidina e o
hipoclorito de sódio, além do EDTA (ácido etilenodiaminotetracético), que é capaz de
remover o smear layer, atuando somente sobre tecidos inorgânicos. (QUEIROZ, 2007)
Todavia, a eficácia desses produtos também depende da vulnerabilidade de envolver
as espécies. Bactérias anaeróbicas, especialmente as gram-negativas pigmentadas, têm sido
ligadas para os sinais e sintomas da doença endodôntica, mas as bactérias facultativas como o
Enterococcus faecalis têm sido isoladas a partir da patologia do sistema de canais, sendo
considerada uma das mais resistentes espécies, na cavidade oral, e uma possível causa de
falha do tratamento do canal radicular. (Gomes, 2001)
Segundo Maia Filho (2008), Nacif e Alves (2010), Enterococcus são cocos
fermentativos, não esporulados, facultativamente anaeróbios, Gram-positivos, sendo assim,
raramente encontrados nos casos de infecções primárias, mas em casos de retratamento é a
espécie predominante, chegando a representar de 38% a 70% da microbiota nesses casos. Isto
pode ser explicado pela sua capacidade de suportar prolongados períodos com limitação de
nutrientes, permitindo que persista como um patógeno no interior do canal radicular.
(SOUZA, 2001)
13
Estudos como os de Atila (2013) e Delgado (2010) indicam que a clorexidina tem
emergido como uma medicação intracanal devido seu grande espectro antimicrobiano, sua
habilidade de manter ação antibacteriana por uma duração prolongada quando aderido a
substratos aniônicos, e sua liberação lenta enquanto sua concentração diminui.
Logo, tendo em vista que o preparo biomecânico e as soluções irrigadoras não são
suficientes para combater todos os microrganismos presentes no canal radicular infectado, a
medicação intracanal tem sido utilizada como um recurso auxiliar no tratamento endodôntico
(Maia Filho, 2008), além de favorecer o reparo tecidual periapical em casos de necrose
pulpar, onde se observa elevada virulência. (SIQUEIRA JR. et al., 1997).
14
2 PROPOSIÇÃO
Analisar eficácia da clorexidina como solução irrigadora e seu uso como medicação
intracanal através de uma revisão de literatura.
15
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 HISTÓRICO
A clorexidina foi sintetizada nos anos 40 e introduzida no mercado, em 1954, como
um antisséptico para ferimentos na pele por Davies et al. (BAMBACE, 2003; SEGUNDO ET
AL., 2007; ZANNATTA, 2007; ESTRELA, 2009; MOHAMMIDE, 2009).
Seu uso na odontologia foi descrito como a solução alcóolica de clorexidina, que
surgiu como desinfetante de campo cirúrgico e de canais radiculares por Cawson e Curson,
em meados de 1959. Logo após, em meados de 1970, foi testada clinicamente por Löe e
Schiott, onde foi observada a redução do número de microrganismos aeróbicos e anaeróbicos
na saliva em 80-90%. Segundo tais estudos, com uso prolongado da clorexidina, o número de
microrganismos salivares, aeróbicos e anaeróbicos, diminuiu de 50 a 90% e nenhum
crescimento de bactérias entéricas ou leveduras foi encontrado. (SEGUNDO et al. 2006;
ESTRELA 2009; HORTENSE 2010; ZANATTA 2007.)
Sua estrutura molecular é formada por um agente catiônico - grupo biguanida; 4clorofenil radical (Segundo et al. 2006; Estrela 2009; Mohammide 2009). Ela se caracteriza
por ser um detergente catiônico, disponível nas formas de acetato, hidrocloreto e digluconato,
sendo este último, o sal mais comumente empregado em fórmulas e produtos. Essa natureza
catiônica do composto promove conexão com o grupo aniônico na superfície bacteriana
(grupos fosfatos), presumivelmente por difusão passiva, sendo capaz de alterar sua
integridade. Uma concentração apropriada de clorexidina altera a permeabilidade da
membrana citoplasmática, promove precipitação de proteínas o que altera o balanço osmótico
da célula, interfere no metabolismo, crescimento e divisão celular, inibe a enzima ATPase e o
processo anaeróbio (Estrela 2009; Mohammide 2009), o que poderia inibir o crescimento de
E. faecalis (FILHO 2011).
Figura 1: Estrutura molecular do digluconato de clorexidina
Fonte: http://www.esteriplas.net/images/clorexidina.png
16
Suas principais propriedades são a substantividade, isto é, seu tempo de permanência é
prolongado, e a sua ação antimicrobiana. Isso se deve pela sua natureza dicatiônica. Assim,
uma extremidade catiônica da molécula se prende à película, que apresenta carga negativa, e a
outra extremidade catiônica fica livre para interagir com bactérias que buscam colonizar o
dente. Desta forma, ela exercerá uma ação bactericida inicial imediatamente depois do
bochecho, combinada com uma ação bacteriostática prolongada (ZANATTA, 2007).
A clorexidina é encontrada em variadas formas, como em spray, líquida, em gel, até
mesmo em goma de mascar; porém, seu uso na endodontia limita-se à forma líquida e gel, em
variadas concentrações (HORTENSE 2010).
Figura 2: Clorexidina em gel a 2%
Fonte:http://www.biodinamica.com.br/uploads/produtos/clorexoral_gel.jpg
Figura 3: Clorexidina líquida a 2%
Fonte:http://www.dentalmaster.com.br/arquivos/ids/155277_10/clorhexidina-100ml-1.gif
17
3.2 USO DA CLOREXIDINA COMO SOLUÇÃO IRRIGADORA
White et al. (1997) instrumentaram dentes humanos usando clorexidina a 2% ou
0,12% como irrigantes. Depois de instrumentados, os canais radiculares foram preenchidos
com água esterilizada, e amostras dos fluidos dos canais radiculares foram absorvidos com
pontas de papel em 6, 12, 24, 48 e 72 horas após tratamento. As pontas de papel foram
ensaiadas para atividade antimicrobiana para colocação deles em placas com superfícies em
ágar, inoculados com Streptococcus mutans e mensurando zonas de inibição. Atividades
antimicrobianas estiveram presentes em todos os dentes tratados com clorexidina a 2% após
as 72h do período teste e em mais dentes, em relativamente baixas concentrações, de 6 a 24h
após irrigação com clorexidina a 0,12%. Esses resultados indicaram que a clorexidina infunde
atividade antimicrobiana substantiva quando usada como um irrigante endodôntico.
Gomes et al. (2001) avaliaram, in vitro, a eficácia de várias concentrações de
hipoclorito de sódio (NaOCl) (0,5%, 1%, 2.5%, 4% e 5.25%) e duas formas de gluconato de
clorexidina (gel e líquida) em três concentrações (0.2%, 1% e 2%) na eliminação de E.
faecalis. Eles realizaram um teste de diluição em caldo utilizando placas de 24 cavidades de
cultura celular, e o tempo necessário para as soluções irrigadoras, para eliminar as células
bacterianas, foi gravado. Isoladas por 24horas, as colônias puras de E. faecalis cresceram em
10% em sangue de ovelha com adição do Brain Heart Infusion (BHI), em placas de ágar, que
foram suspensos na solução de NaCl a 0.85%. As células suspensas foram ajustadas
espectrofotometricamente para calcular a turbidez na escala de McFarland a 0.5. Um mililitro
de cada substância testada foi colocado no fundo dos poços de 24 células-poço de placas de
cultura (Corning, NY), incluindo o grupo de controle (com solução salina estéril). Seis poços
foram usados para cada período e irrigante de concentração. Dois mL de suspensão bacteriana
foram ultrassonicamente misturadas por 10s com irrigantes e colocadas no contato com eles
por 10, 30 e 45s; 1, 3, 5, 10, 20 e 30min; e 1 e 2 horas. Depois, a cada período de tempo, 1mL
de cada poço foi transferido para tubos contendo 2mL de preparado BHI + neutralizantes na
ordem de prevenir uma ação residual para os irrigantes. Todos os tubos foram incubados a
37°C por 7 dias. Os tubos considerados com crescimento positivo foram os que apresentaram
média turbidez durante o período de incubação. Os dados foram analisados estatisticamente
pelo método Kruskal-Wallis, com o nível de significância sendo P<0.05. Todos os irrigantes
foram efetivos contra E. faecalis, mas em tempos diferentes. A clorexidina na forma líquida,
em todas as concentrações testadas (0.2%, 1% e 2%) e NaOCl (5,25%) foram os irrigantes
18
mais efetivos. Porém, o tempo requerido pela clorexidina líquida a 0.2% e clorexidina gel
para promover culturas negativas foi somente de 30s e 1min, respectivamente.
Ferraz et al. (2001) avaliaram o gluconato de clorexidina gel como irrigante
endodôntico, comparando-o com gluconato de
CHX líquida a 2% e NaOCl a 5,25%.
Primeiro, a capacidade de clorexidina gel para desinfetar canais radiculares contaminados in
vitro com Enterococcus faecalis foi investigada. A digitalização microscópica eletrônica
também foi usada para avaliar a sua capacidade de limpeza em comparação com irrigantes
vulgarmente utilizados, tais como o hipoclorito de sódio e gluconato de clorexidina líquida.
Os resultados indicaram que o gel de clorexidina produziu uma superfície no canal radicular
mais limpa e tinha capacidade antimicrobiana comparável como a obtida com a outras
soluções testadas. Concluiu-se que gluconato de clorexidina na forma de gel tem potencial
para ser usado como irrigante endodôntico.
Bevilacaqua et al. (2006) retrataram a importância do uso da clorexidina associada a
procedimentos mecânicos, no tratamento de infecções dos canais radiculares, através de
revisão de literatura. Concluíram que a clorexidina 2,0 %, tanto gel quanto líquida, é capaz de
criar maior inibição de microrganismos que o hipoclorito em concentrações equivalentes,
sendo mais eficaz e atóxica. A clorexidina possui substantividade elevada e baixa tensão
superficial, que são vantagens em relação ao hipoclorito de sódio. A clorexidina pode ser uma
alternativa no tratamento de infecções endodônticas.
Queiroz (2007) avaliou a influência de diferentes irrigantes endodônticos na
resistência coesiva e flexural da dentina radicular. Cem raízes de incisivos bovinos foram
selecionadas, instrumentadas e divididas aleatoriamente em 10 grupos experimentais (n=10),
de acordo com a substância irrigadora utilizada: Controle – solução fisiológica, N1 –
hipoclorito de sódio a 1,0%; N5 – hipoclorito de sódio a 5,25%; N1 EDTA – hipoclorito de
sódio a 1,0% associado à EDTA a 17%; N5 EDTA – hipoclorito de sódio a 5,25% associado à
EDTA a 17%; Sclx – solução de gluconato de clorexidina a 2,0%; Gclx – gel de gluconato de
clrexidina a 2,0%; Sclz EDTA – solução de gluconato de clorexidina 2,0% associado à EDTA
a 17%; Gclx EDTA – gel de gluconato de clorexidina a 2,0% associado a EDTA a 17% e
EDTA – EDTA a 17%. As raízes foram axialmente seccionadas em duas metades. Uma
metade foi utilizada para ensaio de microtração, da qual foram obtidas seis fatias de 1,0mm de
espessura que receberam constrições na face externa, determinando área de teste de 1mm². A
outra metade foi utilizada no ensaio de flexão de 3-pontos, da qual foi extraída uma barra de
dentina com dimensões de 1x1x12mm. Cada amostra permaneceu duas horas em contato com
a substância irrigante endodôntica com exceção do EDTA, que atuou por cinco minutos. Após
19
o tratamento com os irrigantes, procedeu-se a lavagem com água destilada, e em seguida
executados os ensaios mecânicos. Foram utilizados dispositivos específicos para cada ensaio,
acoplados à máquina de ensaio mecânico, utilizando célula de carga de 20Kgf, com
velocidade de 0,5mm/minuto até a fratura da amostra. Os dados obtidos foram submetidos à
análise de variância e teste de Tukey. Verificou-se redução significativa na resistência máxima
coesiva e flexural apenas para os grupos que empregaram o hipoclorito de sódio independente
da concentração e associação com outra substância, diferindo estatisticamente do grupo
controle. O uso de clorexidina e EDTA isoladamente não alterou as propriedades mecânicas
da dentina radicular.
Monteiro et al. (2009) realizaram uma revisão de literatura comparando a ação do
gluconato de clorexidina com a do hipoclorito de sódio como substâncias químicas nos
tratamentos de canais. Eles concluíram que o hipoclorito de sódio continua sendo a substância
mais utilizada em endodontia; ambas as soluções apresentam efeito antibacteriano, porém
com mecanismos de ação diferentes; a dissolução tecidual da solução de hipoclorito de sódio
a 5,25% é muito maior do que a 0,5%,sendo que a clorexidina não apresenta esta propriedade
em nenhuma concentração; a concentração de hipoclorito de sódio a 5,25% é muito tóxica e
irritante tecidual, quando comparada à solução de hipoclorito de sódio a 0,5% e as
clorexidinas; as concentrações baixas de hipoclorito de sódio, como 0,5% apesar de
biocompatíveis são instáveis, perdendo rapidamente o teor de cloro ativo, fato que não ocorre
com as clorexidinas; as soluções de hipoclorito de sódio independentemente da concentração
não removem a camada residual de magma; as clorexidinas têm potencial para serem
utilizadas como substâncias químicas auxiliares, devido a sua baixa toxicidade e grande efeito
antibacteriano.
Mohammadi (2009) relatou que microrganismos e seus produtos são considerados por
ser a maior causa de patologia pulpar e perirradicular. Por isso, o maior objetivo em um
tratamento de canal é desinfetar o sistema de canais radiculares, o qual requer que todos os
conteúdos do sistema de canais radiculares sejam eliminados como possíveis fontes de
infecção. Este objetivo pode ser acompanhado usando instrumentação mecânica e irrigação
química, em conjunto com medicação do sistema de canais radiculares entre sessões de
tratamento. Para reduzir ou eliminar bactérias, várias soluções irrigadoras tem sido testadas. O
propósito desde artigo foi revisar a estrutura e mecanismo de ação de CHX, sua atividade
antibacteriana e antifúngica, seu efeito no biofilme, sua substantividade (atividade residual
antibacteriana), sua habilidade de dissolver tecidos, sua interação com hidróxido de cálcio e
hipoclorito de sódio, sua atividade anticolagenolítica, seu efeito em vazamento de bactéria
20
coronal e apical, sua toxicidade e alergenicidade e a modulação de efeito nos componentes de
dentina e canal radicular em sua atividade antimicrobiana.
Bonan et al. (2011) avaliaram as propriedades da clorexidina como irrigante
endodôntico, em comparação ao hipoclorito de sódio quanto à atividade antimicrobiana,
biocompatibilidade,
substantividade,
dissolução
do
tecido
pulpar,
eliminação
de
lipopolissacarídeos, remoção de smear layer e uso combinado de ambas as soluções, através
de um levantamento da literatura específica sobre o tema. A pesquisa foi realizada nas bases
de dados: PUBMED, Portal de Periódicos CAPES, SCIELO, BBO, BIREME e LILACS.
Como palavras-chaves utilizaram-se os termos: chlorhexidine/clorexidina, root canal
irrigant/irrigantes de canal radicular e sodium hypochlorite/ hipoclorito de sódio e como
intervalo de tempo, os artigos publicados de 1981 a 2011. Inicialmente obtiveram-se 200
artigos, os quais foram selecionados, utilizando-se 45 artigos. Tanto o hipoclorito de sódio
quanto a clorexidina apresentam efeitos antimicrobianos. A clorexidina, ao contrário do
hipoclorito de sódio, apresenta biocompatibilidade, não sendo irritante aos tecidos periapicais,
além de possuir substantividade, isto é, tem efeito antimicrobiano residual. O hipoclorito de
sódio é capaz de dissolver tecidos orgânicos, talvez sua principal vantagem sobre a
clorexidina. Ambos não são capazes de inativar os lipopolissacarídeos nem de remover
totalmente a smear layer. O uso combinado dos dois irrigantes gera a formação de um
precipitado, cujos efeitos biológicos não são completamente conhecidos.
Pretel et al. (2011) relataram uma visão geral e descritiva a respeito das propriedades
de duas soluções irrigadoras, a solução de hipoclorito de sódio e de clorexidina com diferentes
concentrações, utilizadas no tratamento de canais radiculares. Uma solução irrigadora
considerada ideal deve apresentar ação antimicrobiana, dissolver resíduos teciduais, promover
molhamento com finalidade de facilitar a instrumentação, e apresentar biocompatibilidade
com os tecidos adjacentes. O hipoclorito de sódio utilizado em diferentes concentrações para
limpeza de canais radiculares tem sido a solução de escolha entre os profissionais por
apresentar ação antimicrobiana e atuar como solvente tecidual. Porém, atualmente, a
clorexidina vem sendo muito utilizada como solução irrigadora devido a propriedades
específicas que viabilizam sua utilização, tais como substantividade, efetividade
antimicrobiana, e baixa toxicidade. Enfatizando os dados da literatura pode-se concluir que,
ainda hoje, o hipoclorito de sódio nas diferentes concentrações é a solução irrigadora de
escolha na Endodontia devido principalmente sua alta capacidade de dissolver material
orgânico. A concentração de hipoclorito mais indicada nas necroses foi de 2,5% a 5,25%, pois
apresentou o melhor efeito antimicrobiano frente a microrganismos resistentes como o
21
Enterococcus faecalis e Candida albicans, e menores concentrações como 0,5% e 1% podem
ser usadas nas biopulpectomias. Entretanto, pode-se concluir também, que a clorexidina 2%
apresentou-se como uma solução irrigadora viável, devido suas características específicas de
substantividade e seu alto efeito antibacteriano. Porém, mais estudos deverão ser realizados
para comprovar seus efeitos na endodontia.
Wang et al. (2012) introduziram bactérias dentro dos túbulos dentinários por
centrifugação. Depois de 1 dia e semanas de incubação, 40 espécimes de dentina infectadas
foram submetidos de 1 a 3 minutos em exposição para soluções desinfetantes, que incluíram
hipoclorito de sódio a 2% (NaOCl), 6% de NaOCl, clorexidina a 2% e QMiX. As proporções
de bactérias vivas e mortas dentro de túbulos dentinários, após exposição para esses
desinfetantes, foram associadas pelo MCLV usando a VIVO/MORTO mancha viabilidade
bacteriana. Os resultados mostraram que significantes números de bactérias mortas foram
encontrados quando deixadas por 3 semanas no antigo biofilme de dentina, do que em apenas
1 dia. Três minutos de exposição resultaram em mais mortes bacterianas do que um minuto de
exposição para ambos biofilmes em todos os grupos de experimentos (P<05). Seis porcento
de NaOCl e QMiX foram as mais efetivas soluções desinfetantes contra o biofilme novo,
enquanto que contra o biofilme com 3 semanas, 6% NaOCl a foi o mais efetivo, seguido pelo
QMiX. Dois porcento de NaOCl foi igualmente efetivo como clorexidina a 2%. Todos os
agentes desinfetantes mataram, significativamente, mais bactérias do que a água estéril usada
como um controle negativo (P<05). Dentro de canais dentinários, bactérias em biofilmes
estabilizados foram menos facilmente mortos pelos medicamentos endodônticos do que
bactérias em jovens biofilmes.
Shetty et al. (2013) avaliaram, in vitro, os efeitos bactericidas da irrigação com Laser
Diode, hipoclorito de sódio a 3% e gluconato de clorexidina a 2% nos canais radiculares
infectados com Enterococcus faecalis. Setenta incisivos centrais foram preparados e sessenta
foram contaminados com Enterococcus faecalis. Após 48 horas de incubação, as amostras
foram divididas em 7 grupos – Grupo 1 – controle estéril (canais não contaminados com
Enterococcus faecalis); Group 2 – Controle positivo de canais sem tratamento; Grupo 3 –
canais que foram tratados com NaOCl a 3% durante preparo biomecânico; Grupo 4 – canais
que foram tratados com CHX a 2%; Grupo 5 – canais que foram tratados com 980nm laser
diode; Grupo 6 – foi tratado com combinação de laser e NaOCl a 3%; Grupo 7- foram
tratados com laser e CHX a 2%, as UFC’s de todos os grupos foram checadas. Os resultados
mostraram que os grupos 3 e 6 foram significativamente eficaz, pois não houve crescimento
de E. faecalis (p=<0.001), grupo 7 foi significativamente mais efetivas do que o grupo 2 (p=<
22
0.001). Não houve significância estatística entre o grupo 7 e o grupo 3 e 6 (p=0.474), a
quantidade máxima de crescimento foi observada do grupo 4. Eles concluíram que NaOCl a
3% foi mais irritante comparativamente e a combinação de CHX a 2% e o laser foi tão efetivo
como o NaOCl a 3% e, portanto, pode ser usado como uma alternativa para NaOCl a 3%.
Ferrer-Luque et al. (2014) compararam a atividade antimicrobiana residual de
cetramida a 0.2%, clorexidina a 0.2% e 2% nos canais radiculares infectados com
Enterococcus faecalis. Biofilmes de E. faecalis cresceram em canais unirradiculares por 4
semanas. Após o preparo do canal, os canais radiculares foram irrigados com ácido
etilenodiaminotetracético (EDTA) a 17% para remover a smear layer. Os canais foram
divididos aleatoriamente em três grupos experimentais (n=26), de acordo com a solução
irrigadora final. Grupo I, 5ml de cetramida a 0.2%; Grupo II, 5ml de clorexidina a 0.2%; e
Grupo III, 5ml de clorexidina a 2%. Amostras foram coletadas 50 dias para indicar a presença
de crescimento bacteriano. A proporção de redução de espécies em 50 dias foi avaliada
usando o método analítico de sobrevivência não paramétrico Kaplan-Meier. Diferenças entre
grupos foram testadas usando teste de classificação-cálculo e o nível de significância
estatística foi de P<0.05. O maior índice de sobrevivência avaliado foi encontrado com
clorexidina a 2%, mostrando significantes diferenças estatísticas para os outros dois grupos.
Após 50 dias, o crescimento de espécimes de E. faecalis foi detectado em 69.23% nos Grupos
I e II, e em 34,61% de espécimes do grupo III. Não existem diferenças significantes entre
cetramida a 0.2% e clorexidina a 0.2%. A irrigação final com clorexidina a 2% mostrou
melhor atividade residual do que clorexidina a 02% e cetramida a 0.2% nos canais radiculares
infectados com E. faecalis.
3.3 USO DA CLOREXIDINA COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL
Ferreira et al. (2002) avaliaram a atividade antimicrobiana de substâncias usadas como
agentes
antibacterianos
(soluções
de
hidróxido
de
cálcio
a
10%
-
Ca(OH)²,
paramonoclorofenol canforado – PMCC, digluconato de clorexidina a 2% e detergente do
óleo de mamona a 10%) em bactérias anaeróbicas (Fusobacterium nucleatum ATCC 25586,
Prevotella nigrescens ATCC 33563, Clostridium perfringens ATCC 13124 e Bacteroides
fragilis ATCC 25285), usando uma técnica de diluição de crescimento, o qual foram avaliadas
in vitro. Para a determinação de concentrações inibitórias mínimas e bactericidas mínimas
23
(CIM e CBM), dois caldos de culturas, Média Reforçada Clostridiana (MRC) e suplementado
Brucella, foram utilizados inóculos padronizados e diluições seriadas. Todos os agentes
antibacterianos apresentaram atividade antimicrobiana, o qual variou por bactéria diferente.
Não houve diferença entre a performance de ambas as culturas. O digluconato de clorexidina
foi o mais efetivo, com menor número de CIM’s, seguido pelo detergente do óleo de mamona,
PMCC e hidróxido de cálcio. C. perfringens e B. fragilis foram as bactérias mais resistentes
para todos os agentes.
Gomes et al. (2003) prepararam 180 tubos de dentina de incivivos centrais maxilares
bovinos recém extraídos, que foram infectados in vitro, por 7 dias, com E. faecalis. Os
espécimes foram divididos em 4 grupos, de acordo com o medicamento intrarradicular
empregado, como segue: Grupo 1: gluconato de clorexidina em gel a 2%; Grupo 2: hidróxido
de cálcio em um veículo viscoso (polietilenoglicol 400); Grupo 3: gluconato de clorexidina
em gel a 2% mais hidróxido de cálcio, e Grupo 4: líquido de Brain Heart Infusion (BHI)
(grupo de controle). Os medicamentos foram colocados até a luz do canal e foram deixados lá
por tempos experimentais de 1, 2, 7, 15 e 30 dias. Após cada período, irrigação com solução
estéril salina para remover medicamento foi usada e os canais foram secos com cones de
papéis esterilizados. Rapas de dentina foram removidas dos canais com a caneta de baixa
rotação. As amostras coletadas em cada broca foram imediatamente coletadas em tubos
separados contendo líquido de BHI. Os tubos foram incubados a 37°C e diariamente
observados para crescimento biológico, visualizado pelo meio de turbidez. Os resultados
mostram que a clorexidina em gel sozinha inibiu completamente o crescimento de E. faecalis
após 1, 2, 7 e 15 dias. Hidróxido de cálcio mostrou crescimento microbiano em todas as fases
de experimento. A combinação de hidróxido de cálcio e clorexidina foi efetiva após 1 e 2
dias, demonstrando ação antimicrobiana em 100%, porém, essa ação antimicrobiana reduz
entre 7 a 15 dias. Sobre as condições deste estudo, pode ser concluído que a clorexidina em
gel a 2% foi mais efetiva contra E. faecalis do que o hidróxido de cálcio (P<0.05). Porém, a
atividade antimicrobiana depende em quanto tempo será remanejada dentro do canal.
Portenier et al. (2006) investigaram a atividade antimicrobiana de MTDA e
clorexidina contra duas cepas de Enterococcus faecalis e o efeito inibitório da dentina e o
sérum de albumina bovina na atividade antibacteriana. Bactérias que sobreviveram à
exposição de medicamentos na presença ou ausência de inibidores foram monitoradas em um
modelo in vitro. Altas concentrações (100%) MTDA e 0.2% de rapidamente clorexidina
eliminaram ambas as cepas. Combinando clorexidina com cetramida promoveu reduzir o
tempo requerido para eliminação. A presença de dentina ou SAB causou um atraso na
24
eliminação de ambos os medicamentos. As duas cepas de E. faecalis testadas mostraram
poucas diferenças em suas susceptibilidades para os desinfetantes.
Michelotto (2008) buscou realizar uma revisão de literatura sobre o emprego da
clorexidina no tratamento endodôntico. Foram estudadas as propriedades antimicrobianas, de
substantividade, biocompatibilidade, capacidade de limpeza e de dissolução tecidual da
clorexidina. Em virtude de sua eficácia antimicrobiana, essa droga pode ser empregada como
substância irrigadora durante o preparo químico-mecânico, assim como na fase
medicamentosa, em casos de polpa morta. Por não possuir capacidade de dissolução tecidual,
sua indicação torna-se limitada. Quando comparada às demais concentrações, a clorexidina na
concentração de 2% tem apresentado maior efetividade bactericida, com baixa toxicidade.
Pareceu claro que sua efetividade é muito maior como irrigante do que como substância
auxiliar na forma de gel. Entretanto recentes estudos sobre a sua genotoxicidade conduzem a
um alerta sobre sua indicação segura na terapia endodôntica.
Estrela et al. (2009) avaliaram em estudos longitudinais a eficácia da clorexidina em
infecções endodônticas detectadas por cultura ou Reação em Cadeia da Polimerase (RCP), por
meio de revisão sistemática. As estratégias de busca incluíram buscas eletrônicas (Medline,
Embase, Central) e manuais, utilizando-se várias palavras-chave: chlorhexidine e
(endodontic* ou endodontic* infection* ou root canal infection*). A busca apresentou 196
artigos, sendo que dos 48 estudos in vivo, sete satisfizeram os critérios de inclusão. A
combinação de resultados com vistas à estruturação de uma meta-análise não foi possível em
função da heterogeneidade dos estudos. O emprego da clorexidina como irrigante durante o
preparo de canais radiculares infectados mostrou reduzir a microbiota endodôntica
remanescente. Considerando os estudos que satisfizeram os critérios de inclusão sobre a
eficácia da clorexidina em infecções endodônticas e a discussão pertinente, pode-se concluir
que: a combinação de resultados com vistas à estruturação de uma meta-análise não foi
possível em função da heterogeneidade dos estudos. O emprego da clorexidina como irrigante
durante o preparo de canais radiculares infectados mostrou reduzir a microbiota endodôntica.
Nacif e Alves (2010) propuseram a revisar a literatura científica a respeito do
Enterococcus faecalis, apontando e discutindo suas características estruturais, fatores de
virulência e sua resistência a antimicrobianos, buscando justificativas para sua alta
prevalência nos casos de fracasso do tratamento endodôntico e sua ampla utilização em
pesquisa na Endodontia. Pode-se constatar que as principais características que explicam a
prevalência desta espécie em casos de fracasso endodôntico são a sua capacidade de formar
biofilme e sua elevada resistência ao hidróxido de cálcio. Diante de sua importância, E.
25
faecalis tem sido utilizado como padrão em estudos na Endodontia. Embora o tratamento
endodôntico não seja seletivo, até o presente momento, um maior entendimento da microbiota
que infecta os canais, principalmente aquela relacionada ao fracasso da terapia endodôntica,
permitirá, com toda a certeza, a elaboração de estratégias futuras que permitam controlar e/ou
eliminar seletivamente a infecção endodôntica. Neste contexto, a espécie Enterococcus
faecalis destaca-se por sua elevada prevalência nos casos de fracasso de tratamento
endodôntico. Com base nesta revisão de literatura ficou evidenciado que a alta prevalência se
deve aos seguintes fatores: resistência a agentes antimicrobianos como hidróxido de cálcio e à
grande variedade de antibióticos; capacidade de sobrevivência e rápida recuperação quando
submetido a condições de estresse ambiental, privação nutricional e a seus fatores de
virulência.
Delgado (2010), em sua pesquisa, usou dentes humanos unirradiculares contaminados
com E. faecalis, que foram tratados com Ca(OH)² em associação à clorexidina em gel a 2%,
ou salina (0.9% NaCl) como um controle negativo. Amostras obtidas numa escala de 0 a
100mm e 100 para 200mm a partir desses canais radiculares preparados, foram analisadas as
cargas bacterianas para contagem do número de unidades formadoras de colônias (UFCs) e
viabilidade bacteriana usando microscopia com fluorescência. Os resultados mostraram uma
significante diminuição no número de UFC e a porcentagem de E. faecalis viáveis foram
observadas depois do tratamento com Ca(OH)² ou clorexidina quando comparados com o
grupo de controle. Adicionalmente, clorexidina em gel teve uma eficácia significativamente
maior quando mensurada pelo número de UFCs e a porcentagem de células viáveis do que
Ca(OH)². Nenhuma diferença foi observada entre as propriedades antimicrobianas de
clorexidina gel com ou sem adição de Ca(OH)². Pode-se concluir que ambos Ca(OH)² e
clorexidina tem efeitos antimicrobianos contra E. faecalis. Clorexidina tem uma atividade
antimicrobiana relevante quando comparada com Ca(OH)², e que este, quando combinado
com clorexidina, mostrou atividade antimicrobiana similar a clorexidina sozinha.
Martins e Machado (2011) realizaram uma revisão bibliográfica, compilando trabalhos
da última década em que apresentavam grupos de clorexidina isolada sem associação com
outras substâncias, e tiveram como proposta avaliar a eficiência antimicrobiana quando do seu
uso como irrigante durante o preparo do canal radicular e como medicação intracanal. As
investigações foram realizadas tanto in vivo como in vitro. Puderam concluir que a
clorexidina a 2% empregada como irrigante e medicação intracanal se apresentou mais
eficiente quanto à atividade antimicrobiana; além disso, os estudos realizados da clorexidina
26
como irrigante e como medicação intracanal tanto in vivo como in vitro se apresentaram com
desempenhos semelhantes.
Atila-Pektas (2013), compararam a atividade antimicrobiana de Active Point, (Roeko,
Langenau, Alemnha), hidróxido de calico Plus Point (Roeko, Langenau, Germany), Ca(OH)²,
CHX em gel a 1% e bioactive glass (S53P4) contra Enterococcus faecalis e Streptococcus
mutans. Em seu estudo, utilizou 120 dentes humanos unirradiculares extraídos. Depois de
remover as coroas, os canais foram preparados pelo sistema rotatório Protaper. Após a
esterilização por autoclave, os canais radiculares foram incubados a 37°C com Enterococcus
faecalis ATCC 29212 e Streptococcus mutans RSHM 676 por uma semana. Os espécimes, o
qual foram divididos em 5 grupos de tratamento de acordo com cada microrganismo para o
medicamento intracanal usado, foram testados em 10 fases experimentais. Em cada prazo de
experimentação, 10 raízes foram incluídas como tratamento, uma raiz como controle positivo
e uma raiz como controle estéril. Cones de papéis esterilizados foram utilizados para recolher
amostras dos canais radiculares após a incubação do dente no meio de tioglicolato a 37°C por
uma semana. Amostras recolhidas dos dentes por cones de papéis esterilizados foram
inoculados em ágar sangue de ovelha, e seguindo uma incubação de um dia para o outro, as
colônias crescidas no ágar sangue de ovelha foram contadas e interpretadas como UFC’s. Os
resultados foram testados estatisticamente usando Kruskal-Wallis e Conover's sem múltiplos
testes paramétricos de comparação. Os resultados mostraram que a clorexidina gel (P<0.001 e
P<0.001), Ponta ativa (P=0.003 e P=0.002) e Ca(OH)² (P=0.0'0 e P=0.05) foram
significativamente mais efetivos contra E. faecalis do que de Ca(OH)² Plus Point e bioactive
glass, respectivamente. Por outro lado, comparando Ca(OH)², CHX gel (P<0.001), e Point
Active (P<0.001), bioactive glass(P=0.014) produziram significativamente menores colônias
de S. mutans. Quando comparados com o controle positivo, o tratamento com Ca(OH)² Plus
Point (P=0.085 P=0.066) não produziram significativamente contagem baixas de colônias de
E. faecalis e S. mutans, respectivamente. Comparados com os medicamentos, tendo um efeito
antimicrobiano devido ao pH alcalino, os medicamentos contendo clorexidina foram mais
efetivos contra ambos E. faecalis e S. mutans.
Souza (2013) analisou in vitro a ação antimicrobiana e a substantividade de diferentes
formulações de clorexidina comumente utilizadas durante o tratamento endodôntico. Para
este estudo foram utilizados 88 dentes bovinos e 45 dentes humanos extraídos para o
experimento de ação antimicrobiana e substantividade respectivamente. Os 88 dentes bovinos
foram inoculados com Enterococcus faecalis, permanecendo em cultura por 30 dias para a
formação do biofilme. Os dentes foram divididos em dez grupos de acordo com a presença de
27
penetração desinfetante (PD), medicação intracanal utilizada e o local de colocação desta
medicação. G1: CHX em gel – CHX em gel a 2% (terço cervical), G2: (CHX líquida) – CHX
a líquida a 2% (terço cervial), G3 – tricresol formalina (entrada do canal). Nesses grupos
(n=10) a PD não foi realizada. G4 (PD + CHX gel) – 2% CHX gel (todos os terços), G5:
(PD + CHX líquida a 2%) – 2% CHX líquida (todos os terços), G6 (PD+TC) – tricresol
formalina (entrada do canal), G7 (PD + Ca(OH)²) – pasta de Ca(OH)² (todos os terços).
Nesses grupos (n=10) a PD foi realizada com NaOCl a 2%. Grupos G8 (PD NaOCl) – PD
com NaOCl a 2%, G9 (PD H2O) – PD com água destilada, e G10 – (sem tratamento)
foram considerados controles (n=6).Teste microbiológico (contagem de UFCs) e microscopia
eletrônica de varredura (MEV) foram realizados para avaliar e ilustrar respectivamente a
eficácia dos tratamentos propostos. Os 45 dentes humanos foram divididos em três grupos de
acordo com a substância química auxiliar utilizada no preparo do canal radicular: G1 – CHX
líquida a 2%; G2 – CHX em gel a 2%; e G3 – água destilada (controle). Os canais radiculares
foram preparados apicalmente até o instrumento #45. Sulcos longitudinais foram
confeccionados na superfície das raízes, proporcionando duas metades de cada raiz e
resultando em 30 amostras por grupo. As amostras de cada grupo foram aleatoriamente
divididas em três subgrupos e a substantividade foi avaliada após 24 horas, 30 dias e 90 dias
de incubação. A quantidade de clorexidina (em μM) foi mensurada através de cromatografia
de fase-reversa de alta performance. A análise estatística foi realizada através de ANOVA,
seguido pelo post-hoc de Tukey (α = 0.05) em ambos os experimentos. Diante da limitação
dos estudos desta tese, foi possível concluir que as formulações de clorexidina, líquida e gel,
foram efetivas medicações intracanais no que diz respeito ao combate ao Enterococcus
faecalis, quando associadas à prévia penetração desinfetante com hipoclorito de sódio 2%.
Além disso, foi possível concluir que as formulações de clorexidina, líquida e gel,
permaneceram retidas no interior do canal radicular por até 90 dias após a realização do
preparo químico-mecânico com estas substâncias.
Ronald et al. (2013) avaliaram a atividade antimicrobiana de hidróxido de cálcio,
clorexidina gel a 2% e pasta triantibiótica (metronidazol, minociclina e ciprofloxacino),
usando um modelo de dentina infectado intraoral. Foram utilizados quarenta espécimes de
dentina bovina, que foram infectados intraoralmente usando um aparelho removível
ortodôntico a fim de induzir a colonização de dentina. Depois, as amostras foram tratadas com
as medicações por 7 dias. Solução salina foi usada como o controle. Duas avaliações foram
realizadas: imediatamente após a eliminação de medicação e após a incubação no BHI médio
por 24 horas. A técnica vivo/morto (Invitrogen, Eugene, OR) e o microscópio confocal foram
28
usados para obter a porcentagem de células vivas. Testes estatísticos não paramétricos foram
realizados para mostras as diferenças na porcentagem de células vivas entre os grupos (P<05).
Os resultados mostraram que o hidróxido de cálcio e a clorexidina em gel a 2% não
mostraram diferenças estatísticas na avaliação imediata. Porém, após a aplicação de BHI
médio por 24 horas, clorexidina em gel a 2% mostrou uma porcentagem estatisticamente
menor de células vivas em comparação com hidróxido de cálcio. A pasta triantibiótica
mostrou uma porcentagem significativamente menor de células vivas em comparação com os
grupos de clorexidina em gel a 2% e hidróxido de cálcio nas avaliações imediata e secundária
(após 24 horas). Foi concluído que a pasta triantibiótica foi mais efetiva na eliminação de
bactéria nos biofilmes infectados com o modelo de dentina intraoral em comparação com
clorexidina em gel a 2% e hidróxido de cálcio.
29
4 DISCUSSÃO
O emprego da clorexidina como solução irrigadora e como medicação intracanal é
assunto que é levado em consideração entre diversos autores. É indiscutível que a principal
característica da clorexidina seja a sua substantividade, como afirma Zanatta (2007),
Mohammadi (2009) e Hortense (2010), que relata sobre a importância de se ter o
conhecimento das propriedades e o uso da clorexidina.
Quando relacionado à solução irrigadora, Shetty (2013) afirma que o gluconato de
clorexidina tem um maior potencial de desinfecção dos canais em relação ao NaOCl quando
usado como irrigante endodôntico. Além disso, a forma em gel é mais eficaz que a clorexidina
líquida. É o que diz Ferraz (2001), que concluiu que clorexidina em gel pode superar a
incapacidade de clorexidina para dissolver tecidos orgânicos por sua ação mecânica. E
Bevilacqua (2006), Estrela (2009) e Martins (2011), afirmaram que a clorexidina a 2%
empregada como irrigante e medicação intracanal se apresentou mais eficiente quanto à
atividade antimicrobiana devido à substantividade.
Monteiro (2009) considerou a clorexidina uma solução irrigadora auxiliar, já que o
hipoclorito em várias concentrações não foi eficaz na remoção do magma dentinários. É o que
confirmam os autores Portenier (2006) e Michelotto (2008) e Ferrer-Luque (2014), que
acreditam que a clorexidina pode ser utilizada como irrigante final. Por outro lado, para
Monteiro (2009) e Mohammadi (2009), o hipoclorito de sódio revelou ser mais importante;
ambas soluções apresentam efeito antibacteriano, apresentando, porém, mecanismos de ação
diferentes; o hipoclorito é a substância que dissolve tecidos orgânicos. Assim também é
relatado nos estudos de Pretel (2011), Wang (2012), Borin (2007), e White (1997) que
acreditam que o hipoclorito de sódio, que é a solução irrigadora mais utilizada, apresenta um
efeito melhor que a clorexidina devido à propriedade solvente de tecidos.
O Enterococcus faecalis mostrou-se um agente infeccioso de extrema importância
para a Endodontia, já que ele é o mais encontrado em casos de insucesso do tratamento
endodôntico. Nacif e Alves (2010) evidenciaram que a alta prevalência se deve aos seguintes
fatores: resistência a agentes antimicrobianos como hidróxido de cálcio e à grande variedade
de antibióticos; capacidade de sobrevivência e rápida recuperação quando submetido a
condições de estresse ambiental, privação nutricional e a seus fatores de virulência.
Delgado et al. (2010), testaram a clorexidina associada ao Ca(OH)² para medicação
intracanal e concluíram que ambos Ca(OH)² e CHX tem efeitos antimicrobianos contra E.
30
faecalis. A CHX tem uma atividade antimicrobiana relevante quando comparada com
Ca(OH)²; já quando associada a este, mostrou atividade antimicrobiana à CHX sozinha. Para
Atila (2013), os medicamentos contendo somente a clorexidina foram mais efetivos contra
ambos E. faecalis e S. mutans. Para Mohammadi (2009), a adição de Ca(OH)² melhora a
atividade antimicrobiana da CHX.
Gomes (2001) testou em seu estudo, soluções irrigadoras (gluconato de clorexidina e
hipoclorito de sódio em diversas concentrações) que foram efetivos contra E. faecalis, porém
em tempos diferentes. A clorexidina na forma líquida, em todas as concentrações testadas
(0.2%, 1% e 2%) e NaOCl (5,25%) foram os irrigantes mais efetivos. Porém, o tempo
requerido pela clorexidina líquida a 0.2% e clorexidina gel a 2% para promover culturas
negativas foi somente de 30s e 1min, respectivamente. Para Ferraz et al. (2001) a menor
concentração de clorexidina(0,2%), apresentou atividade antimicrobiana in vitro equivalente
ao hipoclorito a 5,25%, independente do tempo em que permaneceu dentro do canal. Filho
(2011) pode concluir que as soluções irrigadoras podem reduzir a atividade de E. faecalis.
Siqueira Jr. (1997) também testou vários medicamentos como medicação intracanal e
seus resultados revelaram que a pasta de hidróxido de cálcio/PMCC foi eficaz contra todas as
cepas bacterianas testadas. Clorexidina também foi inibidor de todas as cepas. Foi tão eficaz
quanto a pasta de hidróxido de cálcio/PMCC contra a maioria das cepas. O Metronidazol
também causou inibição de crescimento de todos os anaeróbios obrigatórios testados, sendo
mais eficaz do que hidróxido de cálcio/PMCC contra duas cepas.
Outros medicamentos estão sendo testados, como a pasta triantibiótica. Ronald (2013)
concluiu que a mistura triantibiótica apresentou a maior reincubação com ou sem adição de
BHI em 24 horas. No entanto, após a aplicação de BHI durante 24 horas, clorexidina em gel a
2% mostrou uma percentagem estatisticamente menor de células vivas em comparação com o
hidróxido de cálcio.
Para Fachin (2006) e Ferreira (2002), todos os agentes apresentaram atividade
antimicrobiana, porém o digluconato de clorexidina foi o mais eficaz, com os menores CIMs,
(concentrações mínimas inibitórias) seguido de detergente de óleo de rícino, PMCC e
hidróxido de cálcio.
Contraditório aos estudos de Maia Filho (2008) e Gomes (2003), que em seu estudo in
vitro concluiu que a clorexidina em gel sozinha inibiu completamente o crescimento de E.
faecalis. Para Souza (2013) as formulações de clorexidina, líquida e gel, são efetivas
medicações intracanais no que diz respeito ao combate ao Enterococcus faecalis, quando
31
utilizadas durante preparo químico-mecânico com hipoclorito de sódio 2%. Além disso,
concluíram também, que as formulações de clorexidina, líquida e gel, permanecem retidas no
interior do canal radicular por até 90 dias após a realização do preparo químico-mecânico com
estas substâncias.
Com relação às alterações que a clorexidina possa causar à dentina, Queiroz (2007) e
Mohammadi (2009) constataram que o uso de clorexidina isoladamente não altera as
propriedades mecânicas da dentina radicular.
32
5 CONCLUSÃO
Com o presente estudo, pode-se concluir que:

Em relação às substâncias irrigadoras, devido à propriedade de substantividade da
clorexidina, esta pode ser utilizada como solução irrigadora, além de ser
considerado um bom irrigante final;

A forma em gel da clorexidina parece ser mais eficaz que a forma líquida;

Em relação a sua utilização como medicação intracanal, pode ser usada como
medicação intracanal devido às suas propriedades antimicrobianas e a
substantividade, porém outros estudos serão necessários para se ter uma conclusão
plausível.

Quando utilizada como medicação intracanal, a clorexidina, quando associada ao
Ca(OH)², permanece com suas propriedades inalteradas;
33
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eficácia da clorexidina como solução irrigadora e seu uso