PRÁTICAS EDUCATIVAS E A INTERDISCIPLINARIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
Flavio Silva Santos1
[email protected]
Aldevane de Almeida Araújo²
[email protected]
RESUMO
Este presente trabalho tem como intuito demonstrar as práticas educacionais exercidas na sala de aula que ainda
continua de forma autônoma e opressora, onde o professor se porta como detentor do conhecimento e não possibilita o
dialogo com os alunos gerando uma relação diferenciada, não existindo troca de conhecimento ou dialogo, uma melhor
relação intrapessoal entre professor-aluno e sem um trabalho interdisciplinar com os mesmos. A partir de levantamentos
bibliográficos, leituras de obras como Pedagogia do Oprimido e Pedagogia da Autonomia do autor Paulo Freire e através
de uma pesquisa realizada no Colégio Municipal Centro Educacional Cruzalmense (CEC), localizado na cidade de Cruz das
Almas no estado da Bahia com o objetivo de obter um levantamento dos alunos, como eles se sentem em sala de aula e qual
sua relação com os professores, e suas respectivas necessidades e o que eles esperam do professor para que traga para sala
novos métodos de ensino, para uma melhor qualidade na aprendizagem. É de conhecimento que a educação pública brasileira
ainda passa por grandes transtornos no ensino o que será ressaltado na divulgação do Indicador de Alfabetismo Funcional
INAF, a relação professor e aluno, por exemplo, vem intensificar a existência deste “ser” dominador em sala de aula gerando
certo conformismo, surgindo assim durante a leitura e a pesquisas, como o docente pode transformar os discentes em seres
mecânicos? Como se desenvolvem as práticas educativas no sujeito? Como contribuir para modificação do ser formador? São
algumas das indagações que irão nortear o texto e servirão de subsídio para seu desenvolvimento.
Palavras-chave: Educação, Docência, Interdisciplinaridade,.
INTRODUÇÃO
Durante o processo de desenvolvimento das práticas pedagógicas a relação professor e
aluno vêm passando por constantes modificações, graças a trabalhos pedagógicos e metodológicos que
vieram surgindo junto com a modificação do sistema educacional e transformação da sociedade. A
antiga alfabetização dos alunos imposta de forma opressora, sem a relação do mesmo e o professor,
veio sofrendo mudanças no decorrer dos séculos, novas métodos de ensinar e aprender se
destacaram se adequando com nova sociedade trazendo a nova relação, com a troca de saberes entre o
professor e o aluno e do aluno ao professor, deixando de lado a ideia do professor como o “ser” detentor
do conhecimento.
Não é segredo que a educação brasileira ainda passa por grandes dificuldades, como nas
diversidades e novos problemas sócias nascidas do desenvolvimento do estado civil no país que são
refletidas nos alunos em sala e não é segredo que ainda existem docentes que se mantem com a imagem
de professor “dominador” e opressores”, mesmo não sendo tão rigoroso como o estado educacional
anterior, mas como sujeito mecanizado que leciona apenas para cumprir carga horária sem compromisso
1
Graduando no 7º semestre de Licenciatura em Física na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia CFP ( Centro de
Formação de Professores e Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID).
[email protected].
² Graduanda na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia do curso de Licenciatura em Filosofia no 8º semestre e
pesquisadora do projeto de pesquisa intitulado “O Ensino de Filosofia em Amargosa e no Vale do Jiquiriçá”
[email protected].
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com profissão que exerce, e sem buscar novos métodos de ensino para levar para sala atrasando o
desenvolvimento dos discentes.
O docente que não se compromete com seu papel de lecionar e fazer um trabalho de qualidade
atrapalha os alunos em seu senso crítico, dificuldade em aprendizagem, tirando a liberdade de se
expor e de interação na sala, apenas repetindo o que é exposto na lousa. Vale ressaltar que ser
professor vai muito além de estar em uma sala de aula, sempre acompanhando a
expansão dos novos saberes educacionais, acompanhando a realidade local contextualizando seus
conteúdos sabendo que estejam sujeitas a modificações se necessário; o docente pode possuir uma relação
amigável com seus discentes.
Partindo dessa visão das relações em sala entre o professor e o aluno, de troca de saberes,
veremos esse quadro a partir das visão educacional Freiriana, em perspectiva de melhores
formações profissionais e relações educacionais e as relações interdisciplinares no meio escolar , em
algumas reflexões sobre o as práticas autônomas e opressoras que estão presentes em muitas
escolas, não sendo uma realidade difícil de comprovar.
Educação Freiriana
Freire procura refletir à criação de uma pedagogia criativo-educativa de caráter libertador não
domesticador, fora do modelo tradicional de educação numa “práxis” libertadora do homem de toda
situação de opressão encontra no sujeito, tornando o mesmo um sujeito crítico e reflexivo, transformando
a sua realidade e inserindo na sociedade de forma ativo-efetiva.
Tal proposta pode ser usada como
instrumento de manipulação diante da opressão, preocupando-se com o homem na sua realidade
vivenciada, intervendo em sua prática no ambiente de um contexto escolar, gerando o que se denomina
método Freiriano.
O método de educação Freiriano tenta buscar a consciência crítica do sujeito, organizando- o
como forma reflexiva seus pensamentos críticos, resgatando a dignidade de que lhe foi retirada em
seu
processo
de
exclusão
social
sofrida
durante
sua
formação
enquanto
cidadão. Freire
enfatiza que é preciso que se compreenda a educação como um processo de formação humana e
afirma: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua
construção” (1996, p. 12). Sendo desta forma, a possibilidade o individuo poder transmutar o
conhecimento adquirido, moldando a sua realidade e todo seu meio.
As análises sobre as relações entre educador e educando na escola, seja dentro do ambiente
escolar ou fora, demostra que essas relações têm caráter marcante e contribui para o desenvolvimento do
aluno no ensino. Os professores veem encontradas grandes dificuldades nas relações intrapessoais com
os alunos. Pois desde quando nascemos recebemos estímulos, que nos ajudam no nosso desenvolvimento,
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desde conhecimentos passados pelos nossos pais, até nas nossas relações em nossa comunidade e amigos
sendo um conhecimento de maneira informal, se tornando formal quando em contato com a escola onde o
professor é a sua ponte para os conhecimentos que irá auxiliar em seu desenvolvimento na sociedade.
Existem casos individuais de simples marginalizados, que discerne da fisionomia geral da
sociedade. Sendo marginalizados os “sendo de” ou “a margem de”, a solução para eles seria a
integração à sociedade de onde eles saíram, assumindo sim o papel de “Seres dentro de” ao invés de
“Seres fora de”, todavia os assim chamados “marginalizados”, os oprimidos, eles nunca estiveram “fora
de” e sim sempre estiveram “dentro de”, que é a estrutura que os transforam em “seres para outro”, tendo
como solução não estar integrado à estrutura que o oprime, mas sim se transformando em “seres para si”,
não sendo, certamente este o objetivo dos opressores. Freire argumenta:
“O grande problema está em como poderão os oprimidos, que "hospedam" ao opressor em si,
participar da elaboração, como seres duplos, inautênticos, da pedagogia de sua libertação.
Somente na medida em que se descubram "hospedeiros" do opressor poderão contribuir para o
planejamento de sua pedagogia libertadora. Enquanto vivam a dualidade na qual ser é parecer e
parecer é parecer com o opressor, é impossível fazê-lo. A pedagogia do oprimido, que não pode
ser elaborada pelos opressores, é um dos instrumentos para esta descoberta crítica - a dos
oprimidos por si mesmos e a dos opressores pelos oprimidos, como manifestação da
desumanização (...)” (p.17)
Para os professores que tomam postura de “opressor” não é favorável o pensar autêntico, que
reduz suas concepções na tentativa de transformar o homem em seu contrário, que é o ser que não pensa
por si mesma na sua antológica. Os que por sua vez executam a educação “bancária”, dita por Freire,
resolutamente ou não seus “depósitos”, encontra-se as contradições que se recobre de forma exterior
ocultando-as, cedo ou tarde os próprios “depósitos” acabariam trazendo confronto com a realidade em vir
a serem os educandos que até então se encontraria em estado passivo, indo contra a sua própria educação.
Então os homens como seres que sempre estão em busca do “ser em si” em humanizar-se, num
dado momento se dá com a contradição da “educação bancária” buscando a sua libertação. Já um
educador humanista não espera por possibilidades, pois sabe que a educação é o reflexo do poder
estrutural, que é difícil um educador manter um diálogo coerente onde essa estrutura não mantem um
diálogo, Freire argumenta:
“O professor que pensar certo deixa transparecer aos educandos que uma das bonitezas de nossa
maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo
no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem
historicidade. Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro antes que foi novo e se fez
velho e se "dispõe" a ser ultrapassado por outro amanhã”. (p.15)
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A partir do momento em que o “educador bancário” começa a superar e viver a tal contradição da
“educação bancária” deixaria de ser o opressor, aprenderia agora com os educandos da mesma forma que
saberiam com eles, tomando esse posicionamento como sua tarefa, não mais desumanizando em prol da
libertação.
Quando em seu processo os educandos são mediados por objetos cognoscíveis onde na prática
possuída pelo educador que os descreve aos educandos passiveis, acabam gerando um momento onde
ninguém educa ninguém. Desta forma de que tudo se divide em duas partes distinguindo-as em suas
partes, na ação do educador em seus momentos, em que ele no seu laboratório exercendo um ato
cognoscente em frente ao devido “objeto”, enquanto prepara sua aula, e quando frente aos educandos
narrando ou dissertando a respeito ao objeto exercendo seu ato.
E com todo o conhecimento e comportamento adquirido desde se de sua infância até o seu
contato com a escola é levada pelo aluno para sala de aula, e a falta de motivação de aprender, pois os
alunos só se veem ter relações com seus colegas de sala tornando mais alguns dos problemas enfrentados
pelo professor, passando a ser não apenas o detentor do saber, mas aquele que aprende junto com o
aluno, ocorrendo o que foi dito por Freie, a troca de saberes.
O professor tem que vivenciar a realidade em que seus alunos vivem, podendo envolver os
conteúdos com o cotidiano dos mesmos, havendo uma maior compreensão dos assuntos, isso reflete em
relatos de forma narradora ou dissertadora. A ênfase da educação é de forma preponderante desta
forma causando um envolvimento direto e interesse dos alunos para aprender assuntos que eles
poderiam ter uma maior dificuldade de absorção, assim os professores não sendo só transmissores de
informação, não fazendo só perguntas, mas também envolvendo os alunos em sala.
A Interdisciplinaridade em seu meio escolar
A interdisciplinaridade é uma temática compreendida como uma forma de trabalhar em sala de
aula, no qual apresenta um tema com abordagens em diferentes disciplinas. Compreender, entender
as partes de ligação entre as diferentes áreas de conhecimento, agregando-os saltando algo inovador, abrir
sabedorias, resgatar possibilidades e passar o pensar fragmentado. Em uma busca constante de
investigação, na tentativa de superação do saber. Deve ainda a interdisciplinaridade manter a atenção com
relação aos conteúdos dentro da disciplina no
que
ecoa
aos
níveis
de complexidades do
conhecimento, de grande importância para a prática educativa, para que possa materializar os seus
métodos de ensino.
Estes princípios pedagógicos que estruturam as áreas de conhecimento destaca-se como principal,
a interdisciplinaridade. “Para observância da interdisciplinaridade é preciso entender que as disciplinas
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escolares resultam de recortes e seleções arbitrários, historicamente constituídos, expressões de interesse e
relações de poder que ressaltam, ocultam ou negam saberes (Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino
Médio. Brasília: MEC, 2002, pág. 88)”. Na perspectiva escolar, a
interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os
conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema ou compreender um determinado
fenômenos sob diferentes pontos de vista. “A interdisciplinaridade tem uma função instrumental”. Tratase de recorrer a um saber diretamente útil e utilizável para resolver às questões e aos problemas
sociais contemporâneos (Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002, p. 34)”
A interdisciplinaridade por Freire é fundamentada em dois pressupostos, em que o primeiro ele
afirma que a interdisciplinaridade ainda não foi suficientemente compreendida, recebendo às vezes um
tratamento equivocado e sua prática sendo transcorrida, como negação do conhecimento interdisciplinar,
como fim em si mesmo ou simplesmente como junção das disciplinas. E no segundo pressuposto
sendo tratada como uma visão fragmentada da educação e do mundo, e sua busca de uma concepção mais
integradora e totalizadora na construção do conhecimento em que os valores e atitudes, são construídos
em práticas sócias diferenciadas.
A interdisciplinaridade surge como preocupação humanista, GOLDMAN (1979), além de um
olhar para as ciências. Outros teóricos como PIAGET (1981, p.52), veem como uma forma de chegar a
transdisciplinaridade, que seria uma etapa que não ficaria na interação e reciprocidade entre as
ciências, mas chegaria a um estágio em que as disciplinas não teriam mais fronteiras sobre
elas.
Atualmente, a interdisciplinaridade vem continuando em seu caminho pela (re)construção do
conhecimento unitário e totalizante do mundo frente a divisão do saber. E essa noção na escola é feita em
práticas e reflexões na integração de conteúdos e a interação entre o ensino e pesquisa.
A escola é de aprendizagem que tem produção e reconstrução de conhecimento, com as mudanças
e desenvolvimento da sociedade começam a surgir novas necessidades de seguir as transformações da
ciência contemporânea, abraçando de forma simultânea as exigências interdisciplinares que hoje
participam da construção de novos conhecimentos. E é dever da escola acompanhar o ritmo das mudanças
que se operam em todos os segmentos que formam a sociedade, em que o mundo estará cada vez mais
interconectado, interdisciplinar e complexo.
Frigotto (1995) atenta que
na produção científica, existe grandes dificuldades no trabalho
interdisciplinar, e em seu cotidiano trabalho pedagógico, onde se percebe limites que seriam
cruciais para o autor, onde a fragmentação da formação positivista e metafísica do docente, em que a
formação de organização e do trabalho da escola e na vida sociais em geral constituídas por algumas
barreiras, por vezes impraticável, para o trabalho interdisciplinar.
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Freire em Pedagogia do oprimido vê o trabalho interdisciplinar como um processo que se
constrói.
“A interdisciplinaridade é o processo metodológico de construção do conhecimento pelo sujeito
com base em sua relação com o contexto, com a realidade, com sua cultura. Busca-se a
expressão dessa interdisciplinaridade pela caracterização de dois movimentos dialéticos: a
problematização da situação, pela qual se desvela a realidade, e a sistematização dos
conhecimentos de forma integrada e interdisciplinar. Uma vez que o processo educativo social
é interdisciplinar a educação da escola formal deve se dar da mesma forma”. (1987)
Assim todo conhecimento desenvolvido pelo aluno, se torna uma construção do professor como
a ponte para os saberes, trabalhados no contexto do aluno, junto ao conhecimento prévio que o aluno
traz de sua vida cotidiana, no momento da troca de saberes.
DADOS DA PESQUISA
Na pesquisa foi feito um questionário e aplicado no Colégio Municipal Centro Educacional
Cruzalmense, que está localizado na cidade de Cruz das Almas no estado da Bahia. Com o intuito de
exibir o relatos de alunos, como é a relação intrapessoal professor-aluno em sala, onde eles falam sobre as
dificuldades do ensino, e a construção dessa relação em aula de alguns professores, se de alguma forma
intimidam esses discentes na forma em que lecionam.
São alunos do 3ºano ensino médio, e vários fatores contribuem para que isso ocorra e que acaba
se repetindo com uma dada frequência, muitas das vezes o problema já vem na má formação desses
profissionais, ele não conseguem reverter a indisciplina e acabam se exaltando passando a ser o sujeito
depositor de informações e querendo apenas o silêncio como dúvida, assim não tendo o trabalho
interdisciplinar em sala de aula.
Gadotti e Guimarães, Freire (1995) na obra Pedagogia: Diálogo e Conflito, eles argumenta que o
educador para se tornar um revolucionário eficiente na medida em que amplia sua visão política, em
quanto a sua opção de classe. E um educador reacionário, faz de sua trajetória como o detentor do
conhecimento, de quem assimila e transfere tal conhecimento para o aluno, e isso sustenta a caminhada
metodológica, enquanto em meios diferentes para resultados e ações diferenciadas.
Na tabela abaixo se pode visualizar algumas respostas que podem ser surpreendentes para
alguns, pelo fato de possuir uma ideia “democrática” do ensino.
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ALUNO
A
B
C
D
E
Possui algum
professor, que
lhe impõe os
assuntos
ensinados em
sala? Como?
Sim. Alguns não
aceitam a nossa
opinião.
Sim, pois se não
fazer o trabalho
perde ponto.
Com certeza, ele
fica ameaçado
os alunos.
Sim. Querendo
que o assunto
seja entendido
do jeito que ele
quer.
Tem uma que
quer aprendam
do jeito que ela
quer explicar e
acabamos não
entendendo.
Você já se
sentiu oprimido
em sala de aula?
O professor lhe
dar espaço para
que haja diálogo
em sala?
Sim.
Não
Já, várias vezes.
Não
Algumas vezes
Alguns
professores
deixam outros
não, por pura
ignorância.
Sim, na redação.
Algumas vezes,
porque eles
gostam de
disfarçar como
os alunos.
Sim. Para saber
se está
entendendo o
assunto.
Sim, pois eles
querem um
diálogo na sala
para saber nosso
rendimento.
Bom humor e
usando métodos
interessantes,
para dar os
assuntos, como
o uso da
tecnologia.
Um professor
que explique
bem e conheça
as dificuldades
dos alunos em
cada matéria.
De uma maneira
divertida e de
fácil
compreensão.
Com calma,
explicando o
assunto de uma
forma mais fácil
de entender.
Que sege uma
aula divertida e
bem agradável a
todos.
Como você
sugere que o
professor
conduza a aula?
Pode-se observar que a relação professor e aluno estão bem comprometidos em alguns
aspectos nesta unidade escolar, não é difícil perceber que a forma de lecionar desses docentes que
os alunos retratam não é adequada, sendo de forma autoritária, sem nenhuma menção da relação
intrapessoal professor-aluno, que é o que constrói os saberes de forma que tenha o diálogo em sala
onde se inicia a construção do trabalho interdisciplinar entro o professor, desenvolvendo os
conteúdos de outras disciplinas, e a formação do aluno como cidadão. Se for levar em consideração
a idade desses alunos que é entre 16 a 18 anos e que estão concluindo o ensino médio, nos
deparamos como caso complicado. Pois eles estão saindo com essas conclusões dos docentes e uma
questão surge: Se alguns deles resolver ser professor, o que podemos esperar? Não foi difícil
observar a vontade que muitos deles têm em devolver tudo o que os professores lhe proporcionam.
Quando perguntado aos estudantes suas sugestões, fica claro que eles sentem a necessidade
de que professor tenha uma melhor relação em sala com os mesmo, e que o professor se utilize de
outros meios de se trabalhar com os conteúdos junto com as mudanças de seus contexto junto ao
desenvolvimento da sociedade com outros meios tecnológicos, deixando de lado a forma rígida de
trabalho do professor como ser autoritário.
A faculdade atualmente, carrega um fardo que é de “reciclar” e “reeducar” os estudantes,
constatamos um problema que vem desde a base escolar, onde alunos não são alfabetizados de fato,
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saber ler e escrever não é o que se pode ressaltar, mais entender o que está lendo e escrevendo em
atividades cotidianas, impossibilitando seu desenvolvimento pessoal e profissional. Ou seja, o
analfabeto funcional não consegue extrair o sentido das palavras, colocar ideias no papel por meio
da escrita, nem fazer operações matemáticas mais elaboradas. Nesse pequeno questionário que teve
de ser reescrito para vim a ser exposto, diversos erros gramaticais foram encontrados.
No Brasil, há aproximadamente 14 milhões de Analfabetos absolutos e um pouco mais de
35 milhões de Analfabetos funcionais, conforme as estatísticas oficiais. Segundo dados do IBOPE
(2005) , o Analfabetismo funcional atingiu cerca de 68% da população. O censo de 2010 mostrou
que um entre quatro pessoas são analfabetas funcionais (porcentagem é de 20,3%). O problema
maior está na Região Nordeste, onde a taxa chega a 30,8%.
Já Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF) divulgou em 2012 que a taxa de jovens e
adultos entre 16 e 52 anos chega a atingir 52% da população, isso significa que essas pessoas têm
restrições para compreender e interpretar textos usuais sabe decodificar minimamente as letras,
frases, textos curtos e os números, não desenvolve habilidade de interpretação de textos e de fazer
operações matemáticas.
Quando comparados com os dados de 2011, os percentuais de analfabetismo funcional
entre as regiões do Brasil, nota-se que o Nordeste e o Sudeste tiveram melhorias mais significativas:
de 45% para 29% e de 32% para 14%, respectivamente. Já em relação à faixa etária, o destaque é
para aqueles entre 35 e 49 (de 46% para 30%), mesmo assim ainda permanecendo como a faixa
etária na qual há mais analfabetos funcionais.
Quando avaliada a etnia, os números são mais expressivos na população que se
denominam como preto-negra, assim, 29% dos mesmos são considerados analfabetos funcionais,
porém esse valor é de 23% entre os pardos e de 14% entre os brancos.
Esses dados servem para analisarmos que não é uma realidade isolada de uma dada região,
mas sim do país, possuímos uma educação que ainda é deforma programada ainda nos níveis
básicos, o que implica na má qualificação profissional e oportunidades de estudos.
CONCLUSÃO
Vários fatores implicam para uma educação mecanizada, desde desfalques e precariedade
na formação do professor até a ação do próprio “ser” em lecionar e estudar, em que o mesmo não
age como um verdadeiro educador, que não enxerga o aluno como só como um “depósito” de
informação, assim não se pode identificar de forma direta o que leva em uma sala de aula o ensino
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trabalhado seja de forma bancária, e que o professor não trabalha, de forma interdisciplinar com os
conteúdos, além da dificuldade que se dá com alunos que sofrem com a disfunção do analfabetismo
funcional como umas das diversidades encontradas pelo professor , pois são prejuízos adquiridos
durante séculos. O que se deve pensar é que podemos ser capazes de efetivar melhorias, através de
ações simples.
O estudante de licenciatura tem como “obrigação” valorizar a profissão docente, é de
conhecimento que não é um ramo valorizado em relação a salários e condições de trabalho. Mais se
cada professor procurar ensinar de forma mais dinâmica e comprometedora com a profissão que
escolheu, pode sim fazer diferente. O que se deve é esperar pelo outro, é um processo evolutivo que
se vence a cada dia.
Junto a existência ainda de um ensino autoritário em sala, ainda existe do analfabetismo
funcional entre os estudantes da escola básica, e que no decorrer dos tempos ouve uma mudança nas
características dos alunos, em que ouve um aumento no numero de jovens que entraram nos
números de analfabetos funcionais, mudando assim o ponto de vista do que poderia estar causando
essa disfunção na educação.
Devemos também olhar mais para os professores, que necessita de melhorias nos cursos de
formação dos docentes, e uma remuneração mais adequada, com maior capacitação continuada.
Mesmo com tamanho trabalho, seria um investimento para qualidade da educação e é a única forma
para que possa reverter esse quadro educacional brasileiro.
Ser o sujeito autônomo e opressor já se analisou que não é o melhor resultado, precisa-se
dá incentivo. Professor e aluno não se podem olhar com diferenças, é um constante aprendizado
onde um aprende com o outro. Finalizo aqui essas inquietações com o desejo que possam ajudar aos
futuros docentes a rever suas metodologias de ensino e que sempre devemos nos colocar no lugar
do outro “sujeito”.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, 1996. Pág. 12 - 35.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Ed. 17º, Rio de Janeiro 1987; p.17.
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FRIGOTTO, G. A interdisciplinaridade como necessidade e como problema nas ciências sociais.
In: JANTSCH, A, & BIANCHETTI, L. (Orgs.) Interdisciplinaridade para além da filosofia do
sujeito. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
PIAGET, J. Problémes Géneraux de la Recherche Interdisciplinaire et Mécanismes Communs. In:
PIAGET, J., Épistémologie des Sciences de l'Homme. Paris: Gallimard, 1981.
Instituto Paulo Montenegro e Ação Educativa: mostram evolução do analfabetismo funcional.
Disponível em: < http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.02.01.00.00&ver=por> Acesso
em: 15 de jun/2013.
Gadotti, M., Freire, P., & Guimarães, S. (1995). Pedagogia: diálogo e conflito. 4. ed. São Paulo:
Cortez
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