Commedia dell‘Arte
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Em oposição aos preceitos clássicos nasceu a comédia
renascentista denominada Commédia Dell’Arte, no final do
século XVII, que teve sua origem na Itália, caracterizou-se
por utilizar essencialmente a linguagem popular e
representou a glória do Teatro Italiano no Renascimento. A
etimologia da palavra traduz-se em Teatro de Ofício. Nas
peças não se usavam textos, mas roteiros e histórias. Aos
atores caberiam improvisar diante dos roteiros ou histórias.
Com isso abriu-se um caminho para a mais fascinante
época da hegemonia do ator e do improviso. Esta maneira de
representar o improviso fez com que as ações tornassem
muito vivas e verdadeiras. Os gestos e as inflexões da voz
casam-se sempre com o propósito do teatro. Os atores
possuem total liberdade em cena. Dialogam e agem
naturalmente e essa naturalidade era imbuída de alta dose
de verdade.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Arlequín, 1671
Commedia dell‘Arte
Suas apresentações eram feitas pelas ruas e praças públicas. Ao
chegarem à cidade pediam permissão para se apresentar, em suas
carroças ou em pequenos palcos improvisados. As companhias de
commedia dell’Arte eram itinerantes e possuíam uma estrutura de
esquema familiar.
Cada história repetia as mesmas personagens:
Arlequim, Columbina, Pantaleão, Esmeraldina e
outros que atendessem as exigências regionais. Os
atores sempre estavam com máscaras e figurinos
adequados. Tal forma de teatro exigia dos atores
grande preparo físico. Dessa forma exercitavam-se
diariamente e, devido a isso, não encontramos
atores muito velhos. Essa forma de teatro
caracteriza-se pela movimentação intensa e pelo
rompimento com a proposta clássica, elitista e
literária.
Brighella, 1570
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Colombina, 1683
Commedia dell‘Arte
Sua influência se espalhou por toda a Europa,
graças ao caráter extremamente popular das
encenações que levava aos palcos. Herdeira das
farsas representadas pelos bobos da côrte durante a
idade média, a Commedia Dell’arte fazia da
interpretação dos atores seu elemento principal.
Da vivacidade e do talento dos atores dependia
toda a obra, pois não existia texto. Ao contrário do
teatro palaciano (teatro feito na Côrte, nos palácios
onde um poeta escrevia o texto e os atores
declamavam os versos, ali apenas um roteiro
orientava os atores. Um roteiro muito simples,
pendurado nas paredes dos bastidores, ou mesmo
costurado aos punhos dos mais distraídos. O que
mais atraía o público das cidades eram justamente
os lazzi, ou seja, as brincadeiras, as gesticulações,
endoidecidas, e a algazarra.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Mas a Commedia Dell’arte não era somente uma
sucessão de palhaçadas desmedidas. Ela absorveu
da antiga comédia latina certos recursos teatrais: o
encaminhamento de uma intriga com certa unidade
de tema, e determinados tipos de personagens,
como criados indiscretos, cortesãs etc. Das
províncias italianas ela incorporou protótipos de
personagens, seus gestos, vestimenta, modos de
falar.
O contato com o teatro literário da Côrte foi
benéfico também. Eliminando o que de tedioso
havia nesse teatro “declamatório”, a Commedia
Dell’arte procurou aperfeiçoar a encenação de suas
peças, tentando elaborá-las melhor. Uma dualidade
caracterizou a Commedia Dell’arte: apesar de
inventadas na hora, as peças eram parecidas umas
com as outras, embora fosse muito difícil encontrar
duas iguais.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Companhia I Gelosi? (1580).
Commedia dell‘Arte
Em meados do século XVIII, Carlo
Goldoni,
um
escritor
veneziano,
revitalizou as fórmulas usadas até à
exaustão através da introdução do texto
escrito e elementos mais realistas, que
tornaram as suas peças conhecidas por
todo o mundo.
Dottore, 1653
É importante destacar que a estrutura
pessoal, entre atores e técnicos, era
formada por uma condição familiar.
Avós, pais, filhos (...) estavam sempre
nas mesmas companhias teatrais. Nos
atuais dias, o circo mantém essa mesma
estrutura e filosofia.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Pagliaccio, 1600
Commedia dell‘Arte
Desde o seu início, este tipo de comédia fascinou e atraiu o
público entre as classes sociais mais elevadas. As melhores
companhias - Gelosi, Confidenti, Fedeli – conseguiram levar as
suas peças da rua para o palácio, fascinando audiências mais
nobres.
Devido a este apoio, foi-lhes permitido extrapolar as fronteiras
do seu país de origem e viajar por toda a Europa, especialmente
a partir de 1570.
As companhias itinerantes levaram as suas peças à cena em
todas as grandes cidades da Europa renascentista, deixando a
sua marca em França, Espanha, Inglaterra, entre outros. Mais
tarde, dramaturgos como Ben Jonson, Molière, Maviraux e
Gozzi vão inspirar-se nas personagens estereotipadas.
Pantalone, 1550
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Descrição
Commedia dell‘Arte
Grupos viajantes de atores montavam um palco ao ar livre e proviam o
divertimento através de malabarismo, acrobacias, e mais tipicamente, peças de humor
improvisadas, baseadas num repertório de personagens pré-estabelecidos e um roteiro
descritivo das cenas.
Essas trupes ocasionalmente atuavam na parte de trás de suas carroças de
viagem, embora fosse mais comum a utilização do Carro di Tespi, um teatro móvel de
antigamente.
As apresentações eram improvisadas em cima de um estoque de situações
convencionais: adultério, ciúme, velhice, amor. Essas personagens englobavam o
ancestral do palhaço moderno. O diálogo e a ação poderiam facilmente ser atualizados
e ajustados para satirizar escândalos locais, eventos atuais ou manias regionais,
misturados com piadas e bordões. As personagens eram identificadas pelo figurino,
máscaras, e até objetos cênicos, como o porrete.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Na trama tradicional, os innamorati
estão apaixonados e querem se casar, mas
um ou mais vecchi (plural de vecchio)
estão os impedindo de se casar, então,
eles precisam de um ou mais zanni para
ajudá-los.
Tipicamente termina tudo bem com
o casamento dos enamorados e o perdão
por todas as confusões causadas.
Há inúmeras variações dessa história,
assim como há muitas que se divergem
completamente dessa estrutura, como
uma famosa história em que o Arlecchino
fica misteriosamente “grávido”.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Personagens
As personagens eram interpretadas por
atores
usando
máscaras,
embora
os
innamorati (ou enamorados) não as usassem.
Assim como os da mesma época
(Shakespeare), os italianos vestiam atores
homens en travesti – com roupas de mulheres
e perucas.
Ao contrário dos atores do Teatro
Renascentista Inglês, no caso deles era por
propósitos humorísticos, mais do que por
proibição social.
Em alguns casos, os personagens
representavam algumas regiões ou capitais
italianas. Frequentemente eles ainda são
Antoine Watteau - Comediantes italianos
símbolos de suas cidades.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Características
As representações teatrais, levadas a cabo por atores profissionais, eram feitas nas ruas
e nas praças, e fundaram um novo estilo e uma nova linguagem, caracterizadas pela
utilização do cômico. Ridicularizando militares, prelados, banqueiros, negociantes,
nobres e plebeus, o seu objetivo último era o de entreter um vasto público que lhe era
fiel, provocando o riso através do recurso à música, à dança, a acrobacias e diálogos
pejados de ironia e humor.
As encenações da Commedia dell’arte baseavam-se na criação coletiva. Os atores
apoiavam-se num esquema orientador e improvisavam os diálogos e a ação, deixando-se
levar ao sabor da inspiração do momento, criando o tão desejado efeito humorístico.
Eventualmente, as soluções para determinadas situações foram sendo interiorizadas e
memorizadas, pelo que os atores se limitavam a acrescentar pormenores que o acaso
suscitava, ornamentados com jogos acrobáticos.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
O elevado número de dialetos que se falavam na Itália pós-renascentista, determinaram a
importância que a mímica assumia neste tipo de comédia. O seu uso exagerado servia, não só o efeito
do riso, mas a comunicação em si. Comumente uma companhia nada fazia para traduzir o dialeto em
que a peça era representada à medida que fosse atuando nas inúmeras regiões por que passava.
Mesmo no caso das companhias locais, raras eram as vezes em que os diálogos eram entendidos na
sua totalidade. Daí que atenção se centrasse na mímica e nas acrobacias, a única forma de se
ultrapassar a barreira da ausência de unidade linguística.
As companhias, formadas por até dez ou doze atores, apresentavam personagens tipificados.
Cada ator desenvolvia e especializava-se numa personagem fixa, cujas características físicas e
habilidades cómicas eram exploradas até ao limite. Variavam apenas as situações em que as
personagens se encontravam.
O comportamento destas personagens enquadrava-se num padrão: o amoroso, o velho ingénuo, o
soldado, o fanfarrão, o pedante, o criado astuto. Scaramouche, Briguela, Isabela, Columbina,
Polichinelo, Arlequim, o Capitão Matamoros e Pantaleone são personagens que esta arte celebrizou e
eternizou. Importante na caracterização de cada personagem era o vestuário, e em especial as
máscaras. As máscaras utilizadas deixavam a parte inferior do rosto descoberto, permitindo uma
dicção perfeita e uma respiração fácil, ao mesmo tempo que proporcionavam o reconhecimento
imediato da personagem pelo público.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
As peças giravam em torno de encontros e desencontros amorosos, com um inesperado final
feliz. As personagens representadas inseriam-se em três categorias: a dos enamorados, a dos
velhos e a dos criados (zannis). Estes últimos constituíam os tipos mais variados e populares.
Havia o zanni esperto, que movimentava as ações e a intriga, e o zanni rude e simplório, que
animava a ação com as suas brincadeiras atrapalhadas.
O mais popular é, sem dúvida, Arlequim, o
empregado trapalhão, ágil e malandro, capaz de
colocar o patrão ou a si em situações confusas,
que desencadeavam a comicidade. No quadro de
personagens, merecem ainda destaque Briguela,
um empregado correto e fiel, mas cínico e
astuto, e rival de Arlequim, Pantaleone ou
Pantaleão, um velho fidalgo, avarento e
eternamente enganado. Papel relevante era
ainda o do Capitano (capitão), um covarde que
contava as suas proezas de amor e em batalhas,
mas que acabava sempre por ser desmentido.
Com ele procurava-se satirizar os soldados
espanhóis.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
As representações tinham lugar em
palcos temporários, na maior parte das
vezes nas ruas e praças das cidades e,
ocasionalmente, na corte. A precariedade
dos meios de transporte e vias e as
consequentes dificuldades de locomoção,
determinavam
a
simplicidade
e
minimalismo dos adereços e cenários.
Muitas vezes, estes últimos resumiamse a uma enorme tela pintada com a
perspectiva de uma rua, de uma casa ou de
um palácio. O ator surge assim como o
elemento mais importante neste tipo de
peças. Sem grandes recursos materiais,
eles tornaram-se grandes intérpretes,
levando a teatralidade ao seu expoente
mais elevado.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
A Commedia dell’arte não tinha nenhum edifício especial onde levasse suas
peças. Era essencialmente ambulante, transportando atores, cenários, e guardaroupa em enormes carroções. Geralmente representava nas cidades mais
importantes, ou onde houvesse as grandes feiras anuais.
A Commedia Dell’arte trouxe muitas contribuições ao teatro, que se consolidou
posteriormente, apesar de não ter deixado nenhum texto documentado. E não
foi somente ao teatro que serviu o trabalho talentoso dos atores ambulantes. A
arte em geral, a Pintura, e mais tarde o Cinema, também se beneficiaram de sua
experiência.
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Commedia dell‘Arte
Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro;
Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral; e
Licenciado em Artes
Download

Ensino Médio - 1º Ano - Matutino