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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA- UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE- CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
Analu Figueiredo Chavaglia
Carolline Assunção da Silva
ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
BELÉM-PA
2010
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ANALU FIGUEIREDO CHAVAGLIA
CAROLLINE ASSUNÇÃO DA SILVA
ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Qualificação do Trabalho de conclusão
apresentado ao curso de Fisioterapia da
Universidade da Amazônia-UNAMA, como
requisito para obtenção do grau de Bacharel
em Fisioterapia.
Orientador: Prof. Paulo Eduardo Santos Ávila.
BELÉM-PA
2010
2
ANALU FIGUEIREDO CHAVAGLIA
CAROLLINE ASSUNÇÃO DA SILVA
ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Qualificação do Trabalho de conclusão
apresentado ao Curso de Fisioterapia da
Universidade da Amazônia-UNAMA, como
requisito para obtenção do grau de Bacharel
em Fisioterapia.
Orientador: Prof. Paulo Eduardo Santos Ávila.
Banca examinadora:
___________________________________________________
Prof. Paulo Eduardo Santos Ávila (Universidade da Amazônia)
Orientador
_________________________________________________________
Prof. Ms. Márcio Clementino (Universidade da Amazônia)
Examinador interno
___________________________________________________
Ft. João Basílio Filho (Hospital Saúde da Mulher)
Examinador externo
Apresentado em: _____ / _____ / _____
Conceito __________
Belém-Pará
2010
3
A minha família
Aos meus amigos
A minha amiga de projeto
Carolline
Analu Chavaglia
A mim
Aos meus pais e noivo
A minha dupla Analu
Carolline Silva
4
AGRADECIMENTOS - Analu Chavaglia
Agradecer primeiramente a Deus, por me iluminar e abençoar minha trajetória.
Ao meu pai Levi, e minha mãe Marly, pelo apoio e por tudo que sempre fizeram por
mim, pela simplicidade, exemplo, amizade, e carinho, fundamentais na construção do meu
caráter. Além da ajuda incansável da minha mãe para ajudar nos cuidados com meu filho,
você é demais!
Aos meus irmãos, José e Arthur, especialmente ao José, pelo conhecimento e dicas
importantes que contribuíram para a minha formação profissional.
Ao meu amado filho Giovanni, que chegou para alegrar as nossas vidas. Hoje a minha
vitória também é dele.
Ao meu esposo, Fábio, pacientemente sempre me dando conselhos, força, coragem e
incentivo.
Aos meus guias espirituais, pela proteção e inspiração.
A professora, Carla Serrão, que no princípio foi de suma importância para a realização
desse estudo. Você é maravilhosa!
Ao orientador Paulo Ávila, pelo apoio e conhecimento transmitido.
A Gorete, por nos ajudar com a coleta dos dados.
A todos que de alguma forma ajudaram, agradeço por acreditarem no meu potencial,
nas minhas idéias, nos meus devaneios, principalmente quando nem eu mais acreditava.
E por último, e não menos importante, obrigada à minha amiga de projeto:
Carolline,
Sem você nada disso seria possível.
.
5
AGRADECIMENTOS - Carolline Silva
Ao meu bom Deus, por me dar sabedoria, oportunidade de viver, paciência e fôlego de
vida a cada amanhecer.
Aos meus pais, Ray e Bosco, pela força, incentivo a lutar pelos meus ideais, carinho e
muito amor que me deram durante toda a minha vida pessoal e acadêmica.
Ao meu noivo (Silvio Otero), que durante todos esses anos tem sido meu amigo e
juntamente comigo chorou e riu muitas vezes durante todo esse percurso da faculdade e da
minha vida com muito amor e paciência.
Aos meus familiares por me ajudarem e me apoiarem.
Agradeço aos meus amigos de estágio, por todo ensinamento e motivação que me
deram e pela amizade de todos esses anos.
A minha amiga e autora do projeto, Analu Figueiredo Chavaglia, pela amizade,
companheirismo, paciência e motivação durante esses anos de muita vitória e dedicação.
Amiga você foi porto seguro, na hora em que pensei que não daria certo e você acreditou e
incentivou-nos a alcançar o que sonhamos.
Ao meu atual orientador, Paulo Ávila, por nos ajudar com seus ensinamentos,
paciência, e por sempre colocar caminhos que no qual, poderíamos trilhar sem medo.
A nossa querida professora Carla Serrão, que tem seus méritos desde a escolha do
tema, sua atenção, dedicação e motivação. Adoro você professora!
6
AGRADECIMENTOS - Analu e Carolline
Ao nosso bom Deus, por ter nos dado o dom da vida e a capacidade podermos
alcançar a tudo que almejamos em nossas vidas.
A todos nossos professores que contribuíram e enriqueceram nossos conhecimentos
em toda nossa vida acadêmica.
Ao nosso atual orientador, Paulo Ávila, por nos ajudar com seus ensinamentos,
paciência e por sempre nos mostrar que conseguiríamos vencer esta etapa de nossas vidas.
Em especial a nossa primeira orientadora, Carla Serrão, que sempre acreditou nessa
pesquisa e no nosso potencial e não nos permitiu desistir nos momento de dificuldades.
A diretora da Unidade Básica de Saúde da Pedreira, Nazaré Carvalho, pela sua
simplicidade em nos dar a oportunidade de realizar nossa pesquisa.
As funcionárias da Unidade Básica de Saúde da Pedreira, as enfermeiras Lucy e Rosi,
em especial a Gorete, pela sua forma de como nos acolheu, ajudou-nos nas dificuldades, pela
sua paciência em nos aturar esses meses. Você será lembrada sempre!
Aos participantes da pesquisa que, com dedicação e carinho, contribuíram para o
sucesso desse estudo.
7
RESUMO
CHAVAGLIA, A.F; SILVA, C.A. Análise dos Fatores de Risco Cardiovascular na
Hipertensão Arterial Sistêmica. 2010. Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia,
Universidade da Amazônia. Belém- PA, 2010.
Estima-se que as doenças cardiovasculares (DCV) sejam a causa principal de mortalidade no
mundo e no Brasil. Segundo vários estudos, as DCV estão ligadas a genética, estilo de vida
(dieta inadequada, sedentarismo) e qualidade de vida, sendo estes, seus principais fatores de
risco. A hipertensão arterial sistêmica tornou-se uma problemática para a saúde pública
mundial, devido sua alta incidência e associação com DCV. Perante a grande incidência da
doença nos últimos anos, implicou-se no aumento de pesquisas sobre os fatores de risco
cardiovascular. Com isso, objetivou-se realizar a análise dos fatores de risco cardiovascular na
hipertensão arterial sistêmica. Para tanto, a pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde
da Pedreira, no qual, foram avaliados 100 mulheres matriculadas no programa HIPERDIA e
100 mulheres saudáveis com idade compreendida entre 35 a 60 anos, na Unidade Básica de
Saúde da Pedreira. A coleta de dados foi realizada mediante a aplicação do termo de
consentimento livre e esclarecido e por meio de uma ficha de avaliação. Para a análise dos
dados, examinaram-se as estatísticas descritivas das amostras; utilizou-se a estatística quiquadrado que permitiu a avaliação da associação entre as categorias das amostras e os fatores
de risco cardiovascular; e as estatísticas t de Student e Mann-Whitney para comparar as
medidas de fatores de risco entre as mulheres hipertensas e saudáveis. Os resultados
indicaram a existência de associação significativa entre mulheres hipertensas e Índice de
Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura (CC) e Circunferência do Pescoço (CP) e
que as mulheres hipertensas apresentaram medidas de IMC, CC e CP significativamente
maiores do que as mulheres saudáveis.
Palavras-chave: Doenças cardiovasculares, fatores de risco, hipertensão arterial sistêmica
8
ABSTRACT
CHAVAGLIA, Analu Figueiredo SILVA, Carolline Assumption. Analysis of Cardiovascular
Risk Factors in Hypertension. 2010. Completion of the work of School of Physical Therapy,
University of Amazonia. Belém-PA, 2010.
It is estimated that cardiovascular diseases (CVD) are the leading cause of mortality
worldwide and in Brazil. According to several studies, CVD is linked to genetics, lifestyle
(poor diet, sedentary lifestyle) and quality of life, the latter being the main risk factors.
Hypertension has become a problem for global public health, due to its high incidence and
association with CVD. Given the high incidence of the disease in recent years, resulted in the
increase in research on cardiovascular risk factors. With that aimed to perform the analysis of
cardiovascular risk factors in hypertension. Therefore, the research was carried out in the
Basic Health Unit of the Quarry, in which we evaluated 100 women enrolled in the program
HIPERDIA and 100 healthy women aged 35-60 years in the Basic Health Unit of the Quarry.
Data collection was performed by applying the term of consent and through an evaluation
form. For data analysis, were examined descriptive statistics of the samples we used the chisquare statistic that allowed assessment of the association between the categories of samples
and cardiovascular risk factors, statistics and Student t and Mann- Whitney test to compare
measurements of risk factors among the hypertensive women and healthy. The results
indicated the existence of a significant association between hypertensive women and Body
Mass Index (BMI), waist circumference (WC) and neck circumference (PC) and the
hypertensive women had BMI measurements, CC and CP significantly higher than healthy
women.
Keywords: Cardiovascular diseases, risk factors, hypertension
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 01
Figura 02
Figura 03
Figura 04
Figura 05
Figura 06
Figura 07
Figura 08
Figura 09
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Figura 15
Figura 16
Figura 17
Figura 18
Figura 19
Anatomia das Artérias Coronárias
Depósito do Trombo
Verificação do Peso
Posição Ortostática
Orientação da Cabeça
Posicionamento da fita métrica
Posição do esfigmomanômetro
Posição do individuo
Posição ortostática
Distribuição do Índice de Massa Corporal (IMC) de mulheres
hipertensas e mulheres saudáveis
Distribuição do índice de massa corporal (IMC)
Distribuição da Circunferência da Cintura de mulheres hipertensas e
mulheres saudáveis
Distribuição da Circunferência da Cintura
Distribuição da Circunferência do Pescoço de mulheres hipertensas
e mulheres saudáveis
Distribuição da circunferência do pescoço
Distribuição do Nível de Escolaridade de mulheres hipertensas e
mulheres saudáveis
Distribuição do Tabagismo de mulheres hipertensas e mulheres
saudáveis
Distribuição do consumo de álcool entre mulheres hipertensas e
mulheres saudáveis
Distribuição do padrão de atividade física entre mulheres
hipertensas e mulheres saudáveis
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10
LISTA DE TABELAS
Tabela 01
Tabela 02
Tabela 03
Tabela 04
Tabela 05
Tabela 06
Tabela 07
Tabela 08
Tabela 09
Tabela 10
Tabela 11
Tabela 12
Classificação do Índice de Massa Corporal (IMC)
Classificação da Pressão Arterial Sistêmica
Distribuição dos índices de massa corporal (IMC) do grupo de
mulheres hipertensas e mulheres saudáveis
Estatísticas dos índices de massa corporal (IMC) de mulheres
hipertensas e mulheres saudáveis
Distribuição das medidas de circunferência da Cintura do grupo de
mulheres hipertensas e mulheres saudáveis
Estatísticas dos índices da circunferência da cintura do grupo de
mulheres hipertensas e mulheres saudáveis
Distribuição das medidas da circunferência do pescoço do grupo de
mulheres hipertensas e mulheres saudáveis
Estatísticas das medidas da circunferência do pescoço do grupo de
mulheres hipertensas e mulheres saudáveis
Distribuição do nível de escolaridade entre o grupo de mulheres
hipertensas e mulheres saudáveis
Distribuição do Tabagismo entre o grupo de mulheres hipertensas e
mulheres saudáveis
Distribuição do consumo de álcool entre o grupo de mulheres
hipertensas e mulheres saudáveis
Distribuição do padrão de atividade física entre o grupo de mulheres
hipertensas e mulheres saudáveis
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45
46
49
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LISTA DE SIGLAS
DCV- Doença cardiovascular
CP- Circunferência da Cintura
CP- Circunferência do pescoço
cm- Centímetro
DAC- doença arterial coronariana
h²- altura ao quadrado
HAS- Hipertensão Arterial Sistêmica
IAM- Infarto agudo do miocárdio
IMC- Índice de massa corporal
Kg- Quilograma
mmHg- Milímetros de Mercúrio
P.A- Pressão arterial
PAD- Pressão arterial diastólica
PAS- Pressão arterial sistólica
PO- Posição ortostática
UNAMA- Universidade Da Amazônia
12
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO
2-REFERENCIAL TEÓRICO
2.1- ANATOMIA DO CORAÇÃO
2.2- SISTEMA CARDIOVASCULAR
2.2.1- Funções do Sistema Cardiovascular
2.3- DOENÇAS CARDIOVASCULARES
2.3.1- Doença Arterial Coronariana
2.3.2- Aterosclerose
2.3.3 - Infarto Agudo Do Miocárdio
2.4- HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
2.5- FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR
2.5.1- Obesidade
2.5.2- Índice de Massa Corporal (IMC)
2.5.3- Tabagismo
2.5.4- Atividade Física
2.5.5- Sedentarismo
2.5.6- Alcoolismo
2.5.7- Antecedentes Familiares
2.5.8 -Circunferência da Cintura
2.5.9- Circunferência do Pescoço
3- METODOLOGIA
3.1- TIPO DE ESTUDO
3.2- ABORDAGEM DA PESQUISA
3.2.1- Local
3.2.2- Amostra
3.2.3- Período
3.3- CRITÉRIO DE INCLUSÃO
3.4- CRITERIO DE EXCLUSÃO
3.5- COLETA DE DADOS
3.5.1- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
3.5.2- Ficha de Avaliação
3.5.3- Verificação do Peso
3.5.4- Verificação da Estatura
3.5.5- Verificação do Índice de Massa Corporal
3.5.6- Verificação da Circunferência da Cintura
3.5.7- Aferição da Pressão Arterial
3.5.8- Verificação da Circunferência do Pescoço
3.5.9- Antecedentes Pessoais
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4- Riscos e Benefícios
4.1- RISCOS
4.2- BENEFÍCIOS
5- ANÁLISE ESTATÍSTICA
6- RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A
APÊNDICE B
APÊNDICE C
APÊNDICE D
APÊNDICE E
ANEXO A
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39
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40
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63
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71
72
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76
77
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1. INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares (DCV) tornaram-se um grave problema para a saúde
pública no Brasil, no qual em 2000, ocorreram 260.555 mortes, ou seja 30% dO total de
óbitos no ano, devido causas cardiovasculares. A doença cardiovascular é um fenômeno
multifatorial e sistêmico, de genêse e fatores hereditários, ambientais e estilo de vida.
O aumento progressivo da incidência de doenças cardiovasculares (DCV) em países
desenvolvidos no século XX estabeleceu a aceleração de pesquisas, principalmente
relacionada aos agentes etiopatogênicos. Nos países industrializados essas doenças se
tornaram a maior causa de morte, destacando-se a cardiopatia isqêmica ou a doença
coronariana. Quanto mais esses países se desenvolvem, aumenta paralelamente o índice de
mortalidade por essas doenças.
No Brasil, o maior número de óbitos é decorrente das doenças do aparelho circulatório,
com diferentes etiologias e manifestações clínicas, destacando-se as doenças coronarianas, as
cerebrovasculares e a insuficiência cardíaca.
Dentro da multicausalidade das doenças cardiovasculares, o presente estudo abordará
fatores de risco tais como, obesidade (IMC), hipertensão arterial sistêmica, sedentarismo,
tabagismo, alcoolismo, circunferência abdominal, antecedentes familiares e circunferência do
pescoço que implicam diretamente em todos os estágios de desenvolvimento da doença
cardiovascular.
Os fatores de risco cardiovascular podem estar relacionados com o individuo (idade,
sexo, escolaridade, herança genética); estilo de vida (tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e
dieta inadequada) e agentes biológicos (hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes e
hipercolesterolemia), como também as condições sócias econômicas culturais e ambientais.
A obesidade pode ser definida como excesso de peso atribuído ao acúmulo excessivo
de gordura corporal, caracterizando-se como um importante problema de saúde mundial. No
Brasil, a obesidade atinge a população adulta de forma diferenciada entre os sexos e vem
sendo mais observada em indivíduos de baixa renda. Entre os indicadores antropométricos
que refletem o excesso de tecido adiposo corporal, destaca-se a circunferência abdominal que
15
reflete em particular a gordura visceral e o Índice de Massa Corporal (IMC) obtido através da
divisão do peso em quilogramas pela altura em metros elevada ao quadrado.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) caracteriza-se como um dos fatores
independentes para as DCV, em geral é uma doença silenciosa, constituindo-se um importante
determinante de morbidade e mortalidade cardiovascular. A incidência da HAS atinge cerca
de 22% a 44% de toda a população urbana, tendo alta prevalência em indivíduos obesos,
sedentários e adeptos de uma alimentação rica em sal.
O sedentarismo é a situação no qual há um gasto energético inferior a 500 Kcal por
semana, além do gasto calórico basal, enquadra-se como um importante fator de risco
cardiovascular. A atividade física regular atua diretamente no sistema cardiovascular como
um preditor para o controle das fisiopatologias associado ao excesso de peso e HAS. Concluise que a pratica regular de exercício físico diminui os níveis pressóricos em indivíduos
hipertensos e normotensos com sobrepeso
Uma em cada cinco mortes por DCV é decorrente do tabagismo, sendo o mesmo,
considerado um elevado fator de risco cardiovascular, causando mais de um terço de todos os
óbitos por infarto do miocárdio, caracterizando como um fator que predispõe a ocorrência da
aterosclerose.
O alcoolismo é definido como uma doença crônica e de complexa natureza no qual, o
indivíduo consome álcool sem limites em grandes quantidades, tornando-se progressivamente
dependente e tolerante aos efeitos tóxicos. De acordo, com a literatura o consumo moderado
do álcool reduz o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, no entanto, seu consumo
abusivo traz imensuráveis conseqüências negativas para a saúde e altos custos para o sistema
de saúde.
Pesquisadores de Framingham Heart Study, avaliaram a circunferência do pescoço de
mais de 3 mil pessoas, e constataram que quanto maior a medida obtida, maior a associação
com problemas que levam ao entupimento dos vasos, como hipertensão e baixos níveis de
colesterol bom. Levanta-se a possibilidade de que, além da circunferência do abdômen outra
área do corpo pode ser usada como marcador de risco cardiovascular. Os estudos concluíram
que a circunferência do pescoço pode se associar ao desenvolvimento de fatores de risco de
cardiovascular.
Com base em inúmeras implicações das doenças cardiovasculares na qualidade de
vida afetando todas as camadas sociais tanto em países desenvolvidos como em
desenvolvimento, este estudo justifica-se na tentativa de analisar os fatores de risco
cardiovascular na hipertensão arterial sistêmica, já descritos na literatura e buscar correlação e
16
resposta com estudos atuais sobre a hipertensão arterial sistêmica como fator de risco
cardiovascular.
O principal objetivo desta pesquisa é a analisar os fatores de risco cardiovascular na
hipertensão arterial sistêmica. Tem como objetivos específicos; coletar informações quanto a
nome, idade, sexo, profissão, estado civil, antecedentes familiares, pressão arterial sistólica e
diastólica, obesidade (IMC), peso, altura, circunferência abdominal, circunferência do
pescoço, tabagismo, alcoolismo e atividade física; identificar os indivíduos que apresentam
risco cardiovascular e orientar quanto a prevenção desses riscos
17
2- REFERENCIAL TEÓRICO
2.1- ANATOMIA DO CORAÇÃO
O coração tem formato de cone, é relativamente pequeno, medindo em torno de 12
cm de comprimento, equivalente ao tamanho do punho fechado (TORTORA, 2002). O
coração fica apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade torácica, no
mediastino, a massa de tecido estende-se do esterno à coluna vertebral; e entre os
revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3 de massa cardíaca ficam a esquerda da
linha média do corpo. A posição do coração, no mediastino, é mais facilmente apreciada pelo
exame de suas extremidades, superfícies e limites. A extremidade pontuda do coração é o
ápice, dirigida para frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga do coração,
oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás, para cima e para a direita (NETTER; FRANK,
2000)
Sendo considerado como a principal estrutura do mediastino, o coração, é dividido em
direito e esquerdo, separado por um septo longitudinal, contendo dois átrios que recebem
sangue das veias e dois ventrículos impulsionam o sangue para o interior das artérias. Sendo
constituído por três camadas: o epicárdio, miocárdio e o endocárdio (PORTO, RASSI, 2005).
O coração possui seu próprio sistema próprio de artérias e vais de suprimento arterial
e drenagem sanguínea. A drenagem do coração é efetuada por vasos que se lançam
diretamente ao átrio ou por um sistema de vasos que irá desembocar no seio coronário (ou
seio venoso do coração), um pequeno tronco, mas relativamente largo, na parede posterior do
átrio esquerdo, terminando no átrio direito percorrendo o sulco coronário nessa região. Dos
vasos que desembocam diretamente no átrio, destacam-se as veias cardíacas anteriores que
drenam a parede anterior do ventrículo direito, uma das veias cardíacas anteriores pode drenar
a margem direita, recebendo o nome de veia marginal direita. Dos principais vasos tributários
do seio coronário, destaca-se a Veia magna do coração que ascende pelo sulco interventricular
anterior, podendo receber a veia marginal esquerda antes de se tornar o seio coronário,
responsável pela drenagem da parede esquerda do coração. A veia posterior do ventrículo
esquerdo drena para o seio coronário, mas pode apresentar variação e drenar para a veia
média do coração. A veia média do coração ascende pelo sulco interventricular posterior
desembocando no seio coronário. A veia pequena do coração percorre o sulco coronário na
face esternocostal desembocando no seio coronário posteriormente. Outra veia de destaque é a
18
veia oblíqua do átrio esquerdo, resquício da veia cardinal anterior esquerda, desembocando na
parte inicial do seio coronário, anteriormente (Gardner, 1998)
O músculo cardíaco é irrigado pelas artérias coronárias direita e esquerda, as duas
artérias e suas ramificações têm origem na superfície epicárdica, chegando até o interior do
miocárdio (CHAGAS, 2000)
A artéria coronária esquerda tem inicio no seio da valsava esquerdo, onde dividi-se em
duas artérias: a artéria descendente anterior e a artéria circunflexa (FIGURA 1). A
descendente anterior desce pelo sulco interventricular emitindo ramos diagonais e septais, já a
artéria circunflexa contorna o sulco atrioventricular emitindo ramo marginal (BUENO;
UMEDA E MILHOMEN, 2005)
A artéria coronária direita emerge do seio da valsava direita, passa pelo suco
atrioventricular dando origem a ramos principais como o descendente posterior e o ventricular
posterior (FIGURA 1), irrigando o átrio direito, ventrículo direito, nó sinusal e
atrioventricular, porção posterior do septo interventricular e parte da parede posterior do
ventrículo esquerdo (BUENO; UMEDA E MILHOMEN, 2005)
Figura 1: Anatomia das Artérias Coronárias (Science photo library)
19
2.2- SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular é composto por uma série de tubos, que são os vasos
sanguíneos, entre os mesmo, percorre um fluido (sangue) e células, e esse sistema é ligado ao
coração. Uma das principais funções do sistema cardiovascular é transportar matéria para todo
o corpo, e esses componentes transportados são os nutrientes, gases e água, entretanto, outra
função do sistema é remover resíduos liberados pela célula até o fígado para serem
metabolizados (SILVERTHORN, 2003).
2.2.1 Funções do Sistema Cardiovascular
O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande
eficiência. O transporte de gases e de responsabilidade dos pulmões, o transporte de
nutrientes, transporte de resíduos metabólicos, transporte de hormônios, transporte de calor
distribuição do mecanismo da defesa e coagulação sanguínea. (SILVERTHORN, 2003)
2.3- DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Em breve, as doenças cardiovasculares tornaram-se a principal causa de óbito no
mundo (LAURENTI, 2005). Sendo que no Brasil, no ano de 2000, o número de mortes por
DCV, chegou a 258.867. Segundo a OMS, em 2002, ocorreram 16,7 milhões de óbitos, no
qual 7,2 milhões foram por DCV. Especula-se que em 2020 esse número cresça para 35 ou 40
milhões de mortes (AVEZUM et al, 2004).
As DCV representam como maior destaque na atualidade devido, sua alta taxa de
morbimortalidade, sendo bastante preocupante sua alta incidência para os próximos anos.
Estima-se que em 2040, no Brasil, a freqüência dessa doença, chegue a 250% comparado á
China (200%) e a Índia (180%) (THE CHALLENGE OF CARDIOVASCULAR DISEASES
IN DEVELOPING ECONOMIES, 2004).
As Doenças cardiovasculares, coronarianas, dislipidemias, hipertensão, obesidade e
diabetes melito formam um conjunto de morbidades geralmente associadas entre si,
constituindo-se um grave problema de Saúde Pública. Estas doenças compõem um grande
conjunto de patologias onde inclui várias doenças cardíacas e vasculares mais específicas. A
20
doença cardiovascular mais comum é a doença das artérias coronárias, a qual pode ocasionar
ataque cardíaco e outras condições graves (MANO, 2007).
Segundo Ross e Davignon (2004) apud Rosini et al. (2006), as DCV não seriam
consideradas a primeira causa de morte sem a presença de múltiplos fatores de risco,
implicando diretamente tanto no inicio, na progressão e ocorrência de futuros eventos
cardiovasculares.
Segundo vários estudos o desenvolvimento de DCV está ligado a genética, estilo de
vida (dieta inadequada, sedentarismo, stress físico e psicológico), qualidade de vida, sendo
estes considerados fatores de risco para a doença. Porém a inatividade, o sedentarismo quando
associado ao tabagismo, obesidade, hereditariedade aumenta as chances de mortes precoce do
indivíduo. (NEIMANN, 1999; CIOLAR et al, 2000; PINTO et al, 2003).
Segundo Tortora (2002), os tipos de doenças cardiovasculares incluem doença das
artérias coronárias, ataque cardíaco, angina, síndrome coronariana aguda, aneurisma da aorta,
arritmias, doenças congênitas e insuficiência cárdica.
Devido a grande incidência das DCV no ultimo século, obteve como resultado o
aumento de pesquisas sobre os fatores de riscos (FR) que poderiam desencadear o
desenvolvimento das DCV ( CHOR et al, 1999). Embora a genética e a idade tenham fortes
influencias sobre esta evolução, não se pode descartar que outros FR também possam
influenciar no estilo de vida (O’KEEFE; HARRIS, 1996 apud RIQUE; SOARES;
MEIRELHES, 2002).
2.3.1- Doença Arterial Coronariana
Para Tortora (2002), a doença arterial coronariana é um problema sério, no qual afeta a
cada ano, 7 milhões de pessoas. A doença arterial coronariana é definida como resultado do
acumulo de placas aterosclerótica nas artérias coronárias, implicando na redução do fluxo
sanguínea para o miocárdio.
Segundo Aquino et al (2001), a doença arterial coronariana, corresponde a 80% das
mortalidades entre as DCV, tornando-se uma problema devido sua alta incidência,
principalmente nos centros urbanos e indivíduos com idade mais elevada.
A doença arterial coronariana é definida como resultado do acumulo de placas
aterosclerótica nas artérias coronárias, implicando na redução do fluxo sanguínea para o
miocárdio. (TORTORA E GRABOWSKI, 2002).
21
Para (GUS; FISCHMANN; CLÁUDIO, 2002), alguns principais fatores de risco
para doença arterial coronariana são conhecidos e comprovados, como hipertensão arterial
sistêmica, tabagismo, dislipidemias, obesidade, sedentarismo, diabetes mellitus e antecedentes
familiares. Os antecedentes familiares constituem fator de risco não modificável e
independente e devem ser ainda muito estudados, mas já considerado. Pacientes com parentes
em primeiro grau precocemente com cardiopatia coronariana têm maiores riscos de
desenvolver doença arterial coronariana que ao outras pessoas.
2.3.2.- Aterosclerose
Segundo Laurindo (2000), a aterosclerose é um forte fator para o crescimento da
mortalidade por DCV, representando na maioria dos países entre 30% a 35% de todas as
causas de óbito. Já no Brasil, segundo a DATASUS, em 2000, ocorreram 579.960 óbitos em
individuo com idade igual ou superior a 55 anos, no qual 36,5% destes foram conseqüências
de doenças do aparelho circulatório (STEFANINI, KASINSKI e CARVALHO, 2005).
A formação do processo aterosclerótico é atribuída á genética, antecedentes familiares
e o estilo de vida que o individuo adota, além da forte influência do meio ambiente. Porém,
existem fatores que aceleram o processo da aterosclerose, como o tabagismo, sedentarismo,
alimentação inadequada, obesidade, dislipidemia e hipertensão (AMERICAN HEART
ASSOCIATION, 1997 apud MARTINEZ; VALE, 2000).
A aterosclerose é um processo multifatorial, progressivo e lento, no qual, há alteração
na parede arterial (GOTTLIEB, BONARDI E MORIGUCHI, 2005). A gênese da formação da
placa de ateroma biológica é complexa, onde há um crescimento progressivo de lipoproteína
na camada intra e extracelular, associado a um processo celular proliferativo, levando a
disfunção endotelial e alterando a matriz extracelular e ocasionando o deposito de trombo
(FIGURA 2) (LAURINDO, 2000).
Figura 2: Depósito do Trombo (sciense photo library)
22
A formação da aterosclerose é devido à presença de fatores de riscos que atuam sobre
o endotélio das artérias, ocasionando a ausência de mediadores auto-protetores no foco do
leito capilar. Qualquer processo patológico pode alterar a função do endotélio, em especial os
fatores de risco, como hipertensão arterial, diabete, dislipidemia, levando a alterações
homeostáticas. (ROCHA; LIBBY, 2005)
Segundo Gottlieb; Bonardi e Moriguchi, 2005, qualquer artéria pode ser alvo de placas
ateroscleróticas, porém os alvos principais são a aorta, as artérias coronárias e cerebrais, tendo
como conseqüências o infarto do miocárdio, isquemia cerebral e aneurisma aórtico. Alguns
estudos dividem em duas fases o desenvolvimento da aterosclerose:
-Fase “aterosclerótica”: têm-se a formação da lesão aterosclerótica, que esta se deve a
influência dos fatores de risco clássicos que se desenvolvem com o tempo. Neste período,
devido sua historia lenta e gradual, sua evolução não traz consigo manifestações clínicas que
possam comprometer a vida.
- Fase trombótica: estar sobre forte influencia dos fatores de risco trombogênicos,
onde se tema formação aguda de trombo sobre a placa aterosclerótica, no qual pode ocorrer
eventos agudos coronarianos, infarto do miocárdio (IAM), angina instável ou morte súbita.
Quando há uma desestabilização da placa aterosclerótica, há manifestações como a
angina instável e o infarto agudo do miocárdio, devido a diminuição significativa da luz do
vaso proveniente da presença de um trombo local (GOTTLIEB; BONARDI; MORIGUCHI,
2005).
2.3.3- Infarto Agudo do Miocárdio
A isquemia miocárdica é caracterizada como resultado final da isquemia prolongada e
não aliviada, devido a interrupção total do fluxo sanguíneo ao miocárdio. Essa interrupção se
dá pela complicação de uma placa de ateroma decorrente de um trombo, no qual levou o
estreitamento da luz da artéria coronária ( BRUNO; UMEDA. MILHOMEM, 2005).
A isquemia miocárdica é caracterizada como um desequilíbrio entre a oferta de
oxigênio ao miocárdio e seu demanda por esse tecido. O processo isquêmico que ocorre no
23
coração durante o infarto agudo do miocárdio (IAM) envolve na sua ampla maioria o sistema
de irrigação sanguínea, constituído pelas coronárias. As manifestações isquêmicas podem
ocorrer de maneira aguda ou crônica, caracterizando a angina de peito e as síndromes
coronarianas agudas. O IAM e uma patologia que ocorre quase sempre pela obstrução
trombótica das artérias coronarianas (BRAUNWALD, 2001).
2.4- HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
A pressão arterial é definida como uma força exercida pelo sangue sobre a parede das
artérias, sendo intimamente ligada ao débito cardíaco e com a resistência periférica sistêmica.
A PA é classificada em Pressão arterial sistólica (PAS) e Pressão arterial diastólica (PAD)
(POLITO & FARINATTI, 2003)
A hipertensão arterial é classificada como uma das principais doenças de morbimortalidade, causando as chamadas doenças cardiovasculares, tendo como fator etiológico
aspectos genéticos e ambientais. É caracterizada como uma síndrome multifatorial,
poligênica, devido alterações no mecanismo de controle da pressão arterial, causando
anormalidades das estruturas das aterias e do músculo cardíaco, ocasionando disfunção
endotelial (INÁCIO; MACHADO, 2008).
A hipertensão arterial sistêmica tornou-se uma problemática para a saúde publica
mundial, devido sua alta incidência e associação com as DCV, independente dos fatores de
risco associado, como obesidade, sedentarismo, tabagismo e dislipidemia. (V DIRETRIZ
BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006).
No Brasil a HAS, atinge mais de 20 milhões de pessoas, para essa incidência
significativa, faz-se necessário entender meios que aceleram o desenvolvimento das DCV,
como a hereditariedade, sedentarismo, stress e elevado consumo de sal ( ELIAS et al., 2004
apud MENDES et al., 2006)
Segundo a V Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2006, a HAS, caracteriza-se como um
dos fatores independente para as DCV, gerando custo elevado tanto médico e
socioeconômico, devido suas principais repercussões. A HAS causa 40% das mortes por AVC
e 25% DAC.
Após vários estudos a HAS foi definido com o principal fator de risco tanto para a
morbidade quanto para a mortalidade por DCV. Estudos epidemiológicos comprovaram que
elevados níveis de pressão arterial, aumenta a tendência do individuo evoluir para doença
24
coronariana e insuficiência cardíaca congestiva (CHOBANIAN et al, 2003; WONG et al,
2003 apud GOMES et al, 2005).
De acordo com Martinez (2004), a HAS modifica a função endotelial, diminuindo a
vasodilatação do endotélio e aumentando a interação de placas coronarianas e monócitos com
as células endoteliais.
2.5- FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR
Para Ridker, Genest e Libby (2003) defini como fator de risco a presença precoce do
fator genético assim como de característica individual na vida de uma pessoa, levando a
mesma a desenvolver futuras doenças.
O aumento da incidência de DCV nos últimos anos fez-se aumentar a busca pelos
fatores de risco que levariam ao desenvolvimento dessa epidemia. Por mais que a genética e a
idade tenham forte influência nesta pandemia, outrora se faz necessário entender que outros
FR quando controlados e prevenidos podem influenciar na redução de eventos
cardiovasculares, aumentando a sobrevida de um individuo (CHOR et al., 2000).
Os fatores de risco se dividem em não controlável e os modificáveis (através do estilo
de vida). De acordo com últimos estudos realizados, os fatores de risco mais relevantes são a
obesidade, tabagismo, HAS, diabete mellitus e dislipidemia. (SANTOS et al., 2001)
Para a OMS, os fatores de risco (FR), estão divididos em dois grupos. Sendo que o
primeiro está relacionado com o individuo (idade, sexo, escolaridade, herança genética); estilo
de vida (tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e dieta inadequada) e agentes biológicos
(hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabete e hipercolesterolemia). O segundo grupo está
associado, as condições sócias econômicas culturais e ambientais. (NOBRE, 2006).
2.5.1- Obesidade
Segundo a OMS, entre os anos de 1995 a 2000, foram realizados pesquisas que
obtiveram resultados o crescente aumento de indivíduos obesos, chegando à 300 milhões,
representando 15% da população mundial. (WORLD HEALTH ORGANISATION, 2003
apud MONTENEGRO et al, 2008). O desenvolvimento da obesidade tem aumentado em todo
mundo, tornando-se um problema socioeconômico na sociedade moderna. Os indivíduos que
25
apresentam sobrepeso tendem a desenvolver DCV (COLDITZ et al, 2001 apud CARNEIRO
et al, 2003).
Já no Brasil, esse crescente aumento da obesidade afeta todas as camadas sociais,
inclusive as de baixa renda, pois o alto índice de morbidade e mortalidade cardiovascular tem
como conseqüência o aumento de custo para o sistema de saúde. (COITINHO, 2001).
Um conceituado estudo de Framinghan Heart Study mostrou que a obesidade é um
fator independente para a ocorrência de DCV, principalmente em indivíduos abaixo de 60
anos. (HUBERT et al, 2000 apud CARNEIRO et al, 2003). Assim como Framinghan realizou
uma pesquisa durante 26 anos, com indivíduos com faixa etária entre 25 a 65 anos,
concluíram que a obesidade é um forte fator para o desenvolvimento das DCV, como por
exemplo, doença coronariana, insuficiência cardíaca e acidente vascular encefálico.
(HUBERT et al, 1993).
Segundo Suárez et al. (2002) a obesidade é definida pelo excesso de tecido adiposo, no
qual gera desequilíbrio entre energias ingeridas e energias gastas, em conseqüência dessa
anormalidade elevam-se os gastos com a saúde.
2.5.2- Índice de massa corporal (IMC)
Para o diagnóstico e obesidade de risco cardiovascular tem sido recomendada a
utilização de índices antropométricos, entre eles destaca-se o índice de massa corporal,
possuindo um bom potencial indicador do estado nutricional. O IMC está correlacionado com
o desenvolvimento de DCV e elevado custo de morbimortalidade (STEVENS, 2000 apud
PEIXOTO, 2006).
Para Manson et al.(1999) apud Cercato et al. 2000 , o IMC é classificado com uma
medida simples ecom grande clareza sobre o grau de obesidade de um individuo, calculando o
nível de adiposidade no corpo, podendo ser aplicado em grandes estudos populacionais.
Vários estudos demonstram que quanto maior o índice de IMC, maior o risco do
desenvolvimento de DCV.
2.5.3- Tabagismo
26
O percentual anual de óbito devido o tabagismo no mundo, chega a 4,9 milhões, e se
esse número se alastrar, por volta de 2030 chegará a 10 milhões de mortes anuais. O é
caracterizado como fator de risco para inúmeras patologias, entre elas as DCV. (CORRÊA,
2003).
O tabagismo é considerado um forte fator, evitável, para o desenvolvimento das DCV.
Segundo a OMS, 1- 5 da população mundial é fumante, então estima-se que haja 100 mil
motes – ano ( NASCIMENTO; MENDES, 2002).
O uso do tabaco além de causar prejuízos à saúde há fortes que evidenciam que o
mesmo possa desencadear uma séria de doenças, entre elas as doenças cardiovasculares. O
individuo exposto ao fumo do cigarro é um forte candidato a desenvolver DCV e o ato de
cessar o fumo do tabaco é a medida mais eficaz para melhorar a qualidade de vida e diminuir
a incidência das DCV. (MANCIA et al, 2007 apud SANTOS; LIMA, 2009).
Dentre as inúmeras substâncias contidas no cigarro, quatro foram identificadas como
principais causadoras de danos cardiovasculares, entre elas estão, o monóxido de carbono, a
nicotina, bezopireno e radicais livres, sendo estas responsáveis por causar efeitos
arritmogênicos nas fibras cardíacas, efeitos pró-coagulante, hipoxemia tecidual, descarga
adrenérgica, diminuição do HDL, oxidação do LDL e lesão ou distensão endotelial (MJOS,
1998 apud ISSA, 2006).
Vários estudos comprovaram a relação do tabagismo com o desenvolvimento da
aterosclerose, no qual, eleva-se o risco de óbito por doença arterial coronariana ( HEART
DISEASE ANDSTROKE STATISTICS, 2006) artigo 3.1
A conseqüência da lesão no sistema cardiovascular é diretamente proporcional a
quantidade de cigarro consumido ao dia, quanto maior o consumo aumenta-se o risco de
DCV, levando a uma importante disfunção no endotélio, devido a formação de radicais livres
e o aumento da degradação de óxido nítrico. (ZEIHER et al, 1995).
2.5.4- Atividade Física
O exercício físico é definido como uma atividade realizada com repetições e
movimento orientado, através do mesmo, eleva-se o consumo de oxigênio devido as
alterações musculares gerando trabalho prático. (BARROS et al, 1999).
A prática regular do exercício físico promove adaptações autonômicas e
hemodinâmicas, no sistema cardiovascular. (RONDON; BRUN, 2003). Objetivando o
27
aumento do debito cardíaco e redistribuição do fluxo sanguineo e elevação da perfusão
circulatória para músculos em atividade. (ARAÚJO, 2001).
Os benefícios da prática regular de atividade física atuam no perfil antropométrico,
neuromuscular, metabólico e psicológico. Com relação ao aspecto antropométrico e
neuromuscular se tem como resultado a redução da gordura corporal, aumento da força
muscular, massa muscular, densidade óssea e flexibilidade. Na metabólica têm-se o aumento
no volume sistólico, da potência aeróbica, da ventilação pulmonar, melhora o perfil lipídico,
tem a redução da pressão e a freqüência cardíaca em repouso e no movimento submáximo. Já
nos efeitos psicológicos, melhora a auto-estima, a imagem corporal, as funções cognitivas e a
diminuição do stress e da ansiedade (ASSUMPÇÃO; MORAES; FONTOURA, 2002 apud
SILVA; GIORGETTI, COLOSIO, 2009).
2.5.5- Sedentarismo
Para Myers (2003), o sedentarismo é um importante fator para ocorrência de eventos
cardiovasculares, aumento a taxa de mortalidade em indivíduos com falta de condicionamento
físico, representando 56% no sexo feminino e 37% no sexo masculino, na população
brasileira. (FUCHS, 1993)
O sedentarismo é um importante fator de risco na condição de ser um preditor para as
DCV, desencadeando latas taxas de mortalidade em indivíduos com baixo nível de
condicionamento físico, tendo prevalência de 56% em mulheres, na população urbana
brasileira (TEIXEIRA, 2000)
Nos EUA, o número de indivíduos adultos sedentários é mais de 60%, já no Brasil,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas indicam que 80,8% dos adultos são
sedentários (FONSECA, SICHIERI, VEIGA, 2008)
2.5.6- Alcoolismo
O consumo moderado de bebida alcoólica é uma medida que diminue o risco de
mortalidade, principalmente no sistema cardiovascular (FARCHI et AL., 2000 apud COSTA
et al., 2004). Porém, o consumo em excesso de bebida alcoólica repercutiu em conseqüências
28
negativas a saúde e qualidade de vida, levando ao crescimento da morbimortalidade
(NANCHAHAL, 2000 apud COSTA et al., 2004).
Segundo estudos realizados no Brasil, o alcoolismo foi considerado como uma
doença, no qual sua prevalência no país é de 7,6% e 9.2%, entretanto, em pacientes
hospitalizados sua incidência chega a 12,4%, provocando de forma direta ou indireta altos
custos para o sistema de saúde (ALMEIDA et al., 2002).
2.5.7- Antecedentes familiares
Os antecedentes familiares é um fator de risco (FR) independente, enquadrando-se
como fator não modificável, com isso indivíduos com parentes de 1º grau com DCV precoce,
o mesmo, tem a probabilidade de desenvolver essa epidemia cardiovascular. Dados
comprovam que indivíduos com idade inferior a 55 anos, que apresentem consaguinidade de
1º grau cardiopatas, devem ser alertados e orientados quanto ao desenvolvimento de FR
(GUS, 1998).
A influência dos fatores de risco genéticos no desenvolvimento das DCV já foram
estabelecidos. Além de fatores de risco cardiovasculares clássicos, se faz a importância de
destacar o componente hereditário. A história familiar tornou-se como FR cardiovascular com
grande destaque entre as variáveis genéticas para a gênese de DCV, independente do controle
de outros FR já descritos, como a PA, obesidade, diabetes, classe social, tabagismo e
alcoolismo, o fator hereditário mantém-se como independente variável preditora de risco
cardiovascular (STEEDS, 1997 Apud PEREIRA; KRIEGER 2001)
2.5.8- Circunferência da Cintura
O acúmulo de tecido adiposo na região mesentérica ou abdominal é um tipo de
obesidade central, visceral ou androgênica. Entretanto, esse acúmulo de gordura na região
abdominal está associado a um numero maior de mortalidade comparado a obesidade
periférica. (IV DIRETRIZ BRASILEIRA SOBRE DISLIPIDEMIA E PREVENÇÃO DA
ATEROSCLEROSE, 2007). A circunferência da cintura tem sido apontada como um
marcador de gordura localizado, sendo considerada uma matriz de mediadores próinflamatórios que contribuem para o ataque vascular e a constituição da aterogênese devido
29
sua pratica aplicabilidade (VISSCHER, SEIDELL, 2004 apud BARBOSA, SCALA,
FERREIRA, 2009).
O acumulo de gordura central é influenciado por vários fatores, entre eles os
genéticos, sexo e idade. Porém, há outros fatores variáveis que se relacionam ao acumulo de
gordura,
como
o
sedentarismo,
ingestão
de
bebida
alcoólica
e
o
tabagismo.
(CASTANHEIRA, 2003).
2.5.9- Circunferência do Pescoço
Segundo Framinghan Heart Study, foi realizado uma pesquisa com mais de 3 mil
pessoas, e presenciaram que o aumento da circunferência do pescoço, levaria a hipótese de
acumulo de moléculas de gordura na parede das artérias carótidas. Conclui-se que, pela
primeira vez o aumento da circunferência do pescoço é um marcador de risco para o
desenvolvimento das DCV (PREIS, 2009)
O acumulo de tecido adiposo na parte interna das carótidas, é medido pela
circunferência do pescoço, sendo o único score de deposito de gordura acima além da
circunferência da cintura. Sendo a CP significativamente associada com o risco
cardiovascular, comprovado através de estudos transversais (PREIS, 2009)
30
3- METODOLOGIA
3.1- TIPO DE ESTUDO
Todos os indivíduos da presente pesquisa serão estudados segundo os preceitos da
declaração de Helsinque e do Código de Nuremberg, respeitadas as Normas de Pesquisa
Envolvendo os Seres Humanos (Res. CNS 196/96) do Conselho Nacional De Saúde após a
submissão, e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética Da Universidade da Amazônia
(ANEXO A), aprovação do orientador (APÊNCIDE A), autorização da Unidade Básica de
Saúde da Pedreira (APÊNDICE B) e autorização dos participantes por meio da assinatura do
termo de consentimento livre e esclarecido. (APÊNDICE C).
A pesquisa é do tipo Hipotético, dedutivo, transversal e quantitativo
3.2- ABORDAGEM DA PESQUISA
3.2.1- Local
O estudo foi realizado na Unidade Básica de Saúde Da Pedreira, localizada na
Avenida Pedro Miranda S/N situada na cidade de Belém-PA. As pesquisadoras fizeram a
coleta no posto de saúde citado a cima, no qual enquadrava-se indivíduos do sexo feminino
matriculadas no programa HIPERDIA e indivíduos também do sexo feminino presentes da
Unidade de Saúde da Pedreira , no período matutino, de Segunda à quinta-feira, no horário
compreendido entre 07:30 ás 10:30 h.
3.2.2- Amostra
Foi realizada a avaliação em 100 mulheres hipertensas do grupo controle do programa
HIPERDIA e 100 mulheres aleatoriamente que estavam presentes na Unidade Básica de
Saúde da Pedreira.
31
3.2.3- Período
A pesquisa foi realizada no período de Fevereiro de 2010 à Abril de 2010.
3.3- CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
-Idade entre 35 a 60 anos.
-Sexo Feminino
- Aceitem assinar o TCLE.
3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Para esta investigação, foram determinados os seguintes critérios de exclusão:
- Todos os indivíduos que não se enquadram nos critérios de inclusão.
- Indivíduos com déficit de compreensão.
- Indivíduos com alteração neurológica que impossibilite a resposta do questionário.
- Indivíduos que apresentem alterações da Tireóide.
- Indivíduos que apresentem Linfomas na região cervical.
3.5- COLETA DE DADOS
A pesquisa teve como inicio a abordagem de mulheres que estavam presentes na sala
de espera do programa HIPERDIA, sendo que uma avaliadora fez a seleção de mulheres
que se enquadravam nos critérios de inclusão. A mesma também selecionou mulheres que
não eram matriculadas no programa HIPERDIA, porém estavam presentes na Unidade de
Saúde. Após a abordagem e seleção, as mulheres que aceitassem participar da pesquisa, e
assinassem o TCLE e eram submetidas a ficha de avaliação, para preenchimentos de
dados como nome, idade, sexo, profissão, escolaridade, antecedentes familiares e
antecedentes pessoais,logo após a coleta, as pacientes eram encaminhadas para uma sala
32
isolada, onde uma avaliadora coletava dados físicos, como pressão arterial, peso, altura
(IMC), circunferência da cintura, Circunferência do pescoço, os quais são detalhados a
seguir:
3.5.1- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Foi aplicado um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), no qual
constaram todas as informações do estudo e não acarretou nenhum ônus aos participantes.
3.5.2- Ficha da Avaliação
Aplicou-se uma ficha de avaliação (APENDICE D), onde foram coletados dados
como: nome, idade, sexo, ocupação, escolaridade, estado civil, antecedentes familiares, exame
físico (peso, altura, pressão arterial sistêmica, circunferência da cintura, circunferência do
pescoço) tabagismo, alcoolismo, padrão de atividade física.
Uma das avaliadoras permaneceu na sala de espera, abordando os interessados e
selecionando os indivíduos que aceitavam participar da pesquisa através da aplicação do
TCLE, em seguida a aplicação da ficha de avaliação, contendo os itens citados a cima.
Enquanto outra avaliadora estava em uma sala individual, recebendo os indivíduos
selecionados e dando continuidade na ficha de avaliação, levando em consideração dados do
exame físico
Os indivíduos foram entrevistados por uma pesquisadora, respondendo às perguntas
diretas que integram o roteiro proposto para entrevista. Caso o entrevistado não entenda a
questão, esta será repetida pela pesquisadora até que o individuo esteja apto a respondê-la.
Após a avaliação e coleta de dados, foi informado ao individuo imediatamente os
resultados das informações com o fornecimento de uma ficha de avaliação de modo que os
mesmo pudessem futuramente apresentar aos seus médicos. Além, de prestarmos
esclarecimento sobre cada item avaliado, os indivíduos que obtiveram grandes alterações
relacionadas aos riscos cardiovasculares, orientamos sobre a necessidade de uma avaliação
médica.
33
3.5.3- Verificação do Peso
Na obtenção dos dados do estudo, foi utilizada uma balança antropométrica, da marca
Balmak, com unidade de medida em quilograma (Kg) e precisão de 0,1 Kg que será tomada
uma única vez (FIGURA 3). O individuo deverá estar com roupas leves, o mínimo de
acessórios que estes possam interferir nos resultados, caso o indivíduo não esteja trajando
roupas leves, o mesmo será instruído a retirar objetos que possam interferir no resultado.
Durante o protocolo de pesagem: o individuo será instruído a subir na balança, colocando-se
sempre no centro da mesma, em posição ortostática, braços estendidos ao longo do corpo, no
qual, será registrado o peso com precisão e cuidado (FIGURA 3) . O ajuste do ponto zero para
equilibrar entre dois ponteiros guias deve ser perfeito, no caso da balança se apresentar
zerada. A precisão pode ser facilmente determinada pelo emprego de pesos com padrões
conhecidos, recomenda-se que a balança seja calibrada a cada 10 pesagens, realizar sempre
uma medida, que será anotada em Kg.
Figura 3: Verificação do Peso
Fonte: Dados da pesquisa
3.5.4 Verificação da Estatura
Para medir estatura, utilizou-se uma régua antropométrica da própria balança. Onde o
individuo foi instruído a permanecer em posição ortostática (PO): sem os sapatos, braços
estendidos ao longo do corpo, pés unidos, conforme apresentado na (FIGURA 4). A medida é
34
feita com o individuo em apnéia inspiratória, de modo a minimizar possíveis variações sobre
esta variável antropométrica. A cabeça deve está orientada segundo o plano de Frankfurt,
paralelo ao solo (FIGURA 5).
Figura 4: Posição Ortostática
Figura 5: Orientação da cabeça
Fonte: Dados da pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa
3.5.5- Verificação do Índice de Massa Corporal
O protocolo de índice de massa corporal (IMC), é usado para avaliar peso relativo a altura
e é calculado dividindo-se peso corporal em quilos por altura em metros quadrado ( peso/ h²),
através desta fórmula que indica se a pessoa está acima do peso, se está obeso ou abaixo do
peso ideal considerado saudável. A fórmula para calcular o Índice de Massa Corporal é: IMC
= peso / (altura)² que trás como graus de normal ( 18,5 – 24,9); excesso de peso (≥ 25); préobeso ( 25 – 29,9); obeso classe I (30- 34,9) obeso classe II ( 35 – 39,9) e obeso classe III (≥
40), segundo a TABELA 1 abaixo.
35
Tabela 1.
Classificação do Índice de Massa Corporal
Classificação
IMC (Peso/Altura2)
Baixo Peso
< 18,5
Normal
18,5-24,9
Excesso de Peso
≥ 25
Pré-obeso
25-29,9
Aumento
Obesso classe I
30-34,9
Moderado
Obeso classe II
35-39,9
Severo
Obeso classe III
≥ 40
Riscos de Co-morbidades
Baixo (porém maiores riscos de
outros problemas clínicos)
Ausente
Muito Severo
Fonte: V Diretriz de Hipertensão Arterial, 2006
3.5.6- Verificação da Circunferência da Cintura
Protocolo da circunferência abdominal é usado para mensurar gordura localizada em
tecido adiposo localizado na região abdominal. A medida da circunferência da cintura teve
como referência o ponto médio entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior (FIGURA 6),
conforme proposto pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome
Metabólica, onde os indivíduos foram colocados em posição ortostática (PO), com o abdômen
relaxado, no final do movimento expiratório. Uilizou-se uma fita métrica flexível e
inextensível, da marca CARDIOMED, com precisão de 0,1 cm, no plano horizontal. A fita foi
posicionada com firmeza em torno do local do corpo a ser medido, sem esticar
excessivamente, evitando-se assim a compressão do tecido subcutâneo. Este ponto foi
escolhido por ser considerado o sítio que reflete com mais acurácia o tecido adiposo visceral.
A leitura foi feita no centímetro mais próximo, onde a fita cruzava o ponto zero. Foi solicitado
ao indivíduo que afastasse levemente os braços, com os pés juntos e que levantasse a camisa
até a altura do diafragma. Onde adotou-se como parâmetro de medição, ≤ 88 cm para
mulheres, acima desta valor, o individuo é considerado uma portadora de obesidade
abdominal.
36
Figura 6: Posicionamento da fita métrica
Fonte: autor, 2010
3.5.7- Aferição da Pressão Arterial
O protocolo para se aferir a pressão arterial (PA), foi utilizado com esfigmomanômetro
aneróide (0- 300 mmhg) da marca Solidor, considerando-se a braço esquerdo da paciente
(FIGURA 7), explicando o procedimento para o mesmo, após cinco minutos de repouso,
mantendo as pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado,
removendo roupas do braço no qual foi colocado o manguito (FIGURA 8). O estetoscópio
Rappaport Premium da marca Glicomed foi usado para aferir a pressão arterial (PA) sendo
posicionado na artéria braquial no membro superior ipsilateral ao da aferição, que auscultou o
1º som de Korotcoff com a pressão arterial sistólica (PAS) e o 5º som como pressão arterial
diastólica (PAD). Posicionou-se o braço do manguito na altura do coração (nível do ponto
médio do esterno ou 4º espaço intercostal), apoiado, com a palma da mão voltada para cima e
o cotovelo ligeiramente fletido, solicitando para que o individoe não falasse durante a
aferição. Selecionou-se o manguito adequado ao tamanho do braço, colocando o mesmo sem
deixar folgas a cima da fossa cubital cerca de 2 a 3 cm, centralizando a parte compressiva do
manguito na artéria braquial. A análise considerou-se o valor inicial PAS e valor final da
PAD, sendo que apenas uma avaliadora realizou esta tarefa. Os valores segundo a V Diretriz
Brasileira de Hipertensão estão abaixo,(TABELA 2).
37
Figura 7: Posição do esfigmomanômetro
Figura 8: Posição do individuo.
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 2.
Fonte: Dados da Pesquisa
Classificação da Pressão Arterial Sistêmica
CLASSIFICAÇÃO
PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Ótima
< 120
< 80
Normal
< 130
< 85
Limítrofe
130-139
85-89
Hipertensão estágio 1
140-159
90-99
Hipertensão estágio 2
160-179
100-109
Hipertensão estágio 3
> 180
> 110
Hipertensão sistólica isolada
> 140
< 90
Fonte: V Diretriz Brasileira de Hipertensão
3.5.8- Verificação da Circunferência do Pescoço
O protocolo para avaliação da circunferência do pescoço foi realizado da seguinte
maneira. O individuo ficou em PO (FIGURA 9), de frente para a avaliadora, a medida foi
feita com o individuo estando em apnéia inspiratória, de modo a minimizar possíveis
variações sobre esta variável antropométrica. A cabeça posicionou-se paralela ao solo,
38
retirando-se qualquer acessório da região do pescoço que impossibilitasse a medição.
Utilizou-se uma fita métrica inelástica em (cm), no qual a pesquisadora posicionou a fita
métrica na região medial do pescoço, no plano horizontal. A média da circunferência do
pescoço dos indivíduos baseou-se em 34,2 cm para mulheres, segundo o estudo realizado em
Framingham (2009). Valores acima desse patamar indicam um risco crescente para ocorrência
de problemas cardiovasculares.
Figura 9: Posição ortostática
Fonte: Pesquisa de campo
3.5.9- Antecedentes Pessoais
Para a avaliação do tabagismo, foram divididos em 6 itens, tais como: nunca fumou,
ex-fumante de charuto e/ou caximbo, menos de 10 cigarros por dia, 10 a 20 cigarros por dia,
21 a 30 cigarros por dia, acima de 30 cigarros por dia.
Já para o consumo do álcool, foram divididos em 6 itens, como: nunca ou menos de 1
dose ao mês, 1 a 3 doses ao mês, 1 a 3 doses por semana, 4 a 7 doses por semana, 8 a 13 doses
por semana ( 1 ou mais doses ao dia não chegando a duas em média, mais de 14 doses por
semana (2 ou mais doses ao dia).
Por fim, para a avaliação da prática de atividade física, também foi dividida em 6
itens: inatividade física, atividade profissional sedentário-pouco esportiva, atividade
profissional sedentário-leve, atividade profissional esportiva leve, atividade profissional
esportiva moderada, atividade profissional esportiva intensa.
39
4- RISCOS E BENEFÍCIOS
4.1- RISCOS
- A pesquisa não levou os participantes a nenhum risco. Podendo ter levado a algum
constrangimento na verificação do IMC, circunferência da cintura, circunferência do Pescoço
e os resultados dos dados obtidos na ficha de avaliação. Tentou-se minimizar este
constrangimento realizando o exame físico dentro de uma sala individual, deixando o
avaliador e individuo isolados.
4.2- BENEFÍCIOS
- Após a análise estatística, foram levadas as informações dos resultados obtidos com a
pesquisa aos indivíduos participantes, além de orientá-los quanto aos riscos e a prevenção dos
fatores de risco cardiovascular. Foi informado imediatamente após a avaliação e análise dos
dados obtidos, o resultado da pesquisa através de uma ficha contendo os resultados de IMC,
CC, Circunferência do pescoço e Pressão arterial
40
5- ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para determinação do tamanho da amostra foram seguidas as orientações de Levine et
al. (2005). Para cálculo do tamanho da amostra, inicialmente, deve-se determinar se a
população a ser estudada é finita ou infinita em relação à quantidade de indivíduos com as
características de interesse. No caso, os registros da Unidade Básica de Saúde da Pedreira
informam que há 936 mulheres cadastradas no programa HIPERDIA, das quais 330
apresentam as características de interesse, hipertensas, na faixa etária de 35 a 60 anos,
correspondendo a 35,26% do total. Como a proporção de indivíduos que pertence à categoria
que se está interessado em estudar é maior do que 5% da população, diz-se que a população é
finita.
Considerando que o nível de mensuração de uma das variáveis de interesse,
nomeadamente a variável que classifica os indivíduos em hipertensos e saudáveis, é nominal,
e que utilizou-se, entre outras, a estatística qui-quadrado, optou-se pela fórmula para
proporções se a fórmula para tamanho da ótimo amostra (n0), com fator de correção para
populações finitas, sugerida por Levine et al. (2005) e Fávero et al. (2009).
n0 =
Npq ( Z α / 2 ) 2
pq ( Z α / 2 ) 2 + ( N − 1)e 2
onde n0 é o tamanho da amostra; N é o tamanho da população; Z é uma variável normal
padronizada correspondente ao grau de confiança desejado; e é o erro de amostragem, que
corresponde á margem de erro máximo de estimativa, identificando a diferença entre a
proporção amostral e a verdadeira proporção; p é a proporção de indivíduos que pertence a
categoria que estamos interessados em estudar, q é a proporção populacional de indivíduos
que não pertencem à categoria que estamos interessados em estudar (q = 1-p).
Nesta investigação, N = 936; Z a 5% de confiança é Z0,05/2 = 1,96; e escolhido foi
de 10%, p = 0,3526, q = 0,6474 ( = 1-0,3526), de forma que o tamanho da amostra (n0) é de
81 indivíduos, apesar de que o resultado da fórmula foi 80,25, mas o arrendamento foi para
cima de maneira a supersatisfazer o tamanho mínimo da amostra, conforme recomendam os
autores. Ressalta-se que foram analisados 100 indivíduos hipertensos, ou seja, um número
superior ao mínimo necessário, (n0) = 81 indivíduos.
41
No intuito de analisar os indicadores de saúde de mulheres Hipertensas, foram
coletados dados de dois grupos: um grupo de 100 mulheres hipertensas e um grupo de 100
mulheres saudáveis, totalizando 200 indivíduos, no período de Fevereiro a Abril de 2010, na
Unidade Básica de Saúde da Pedreira.
Os dados da pesquisa foram inseridos em planilha eletrônica para armazenamento
digital, sendo os cálculos estatísticos realizados no programa computacional R versão 2.11.0.
O R pode ser definido como um sistema de análise estatística, matemática e gráfica (R
DEVELOPMENT CORE TEAM, 2010), é distribuído gratuitamente, sob os termos da GNU
General Public License, no sítio http://www.r-project.org/, cujo desenvolvimento e
distribuição são conduzidos por muitos estatísticos e colaboradores conhecidos como R
Development Core Team (Time de desenvolvimento de R).
A análise estatística iniciou com a descrição do grau de escolaridade e dos hábitos
relacionados com o estado de saúde dos dois grupos (tabagismos, consumo de álcool e
atividade física) por meio de tabelas de freqüências e gráficos de colunas.
As variáveis de interesse foram então classificadas de acordo com seu nível de
mensuração, por ser uma característica determinante para a definição de seu tratamento
estatístico. As variáveis estudadas, nesta monografia, foram classificadas em dois níveis de
mensuração1: o nominal e o intervalar. O nível de mensuração nominal é aquele que dispõe os
casos em categorias, tais como sexo ou cidade de origem. Já o nível de mensuração intervalar
indica a ordenação e a distância entre as categorias (SIEGEL, 1975; LEVIN e FOX, 2004).
Das variáveis de interesse, somente uma é nominal, a variável que classifica as mulheres
estudadas em duas categorias: as hipertensas e as saudáveis. As demais variáveis possuem
nível de mensuração intervalar; quais sejam: Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência
da Cintura (CC) e Circunferência do Pescoço (CP).
Para se testar a associação entre o IMC, CC e a CP e as duas categorias de mulheres,
utilizou-se a estatística qui-quadrado (χ2) com a correção de Yates. Segundo Levin e Fox
(2004),
χ =∑
2
1
(f
− f e − 0,5)
2
o
fe
Há ainda o nível de mensuração ordinal que é o que proporciona informação sobre a ordenação da categoria
(por exemplo, primeiro, segundo, terceiro...), mas não há, neste estudo, variáveis que se classifiquem nesse nível
de mensuração.
42
onde fo é a freqüência observada em qualquer sela e fe é a freqüência esperada em qualquer
sela. A correção de Yates é recomendada por Levin e Fox (2004) para as situações em que há
menos do que 10 observações por sela. Os graus de liberdade são dados por gl=(r-1)(c-1),
onde r é o número de linhas da tabela cruzada e c, o número de colunas.
Calcularam-se as estatísticas descritivas dos indicadores com nível de mensuração
intervalar dos dois grupos estudados, mediana, média, desvio-padrão, e com a geração de
gráficos das suas distribuições amostrais de modo a possibilitar o seu exame visual. A seguir,
para verificar a existência de diferenças entre os indicadores dos dois grupos de mulheres
estudados, efetuou-se um dos seguintes testes de médias: a o Teste t ou Teste de Wilcoxon
(Mann-Whitney) para médias de duas amostras não relacionadas.
O teste t é utilizado para verificar se a diferença observada entre as médias de
indicadores (IMC, CC e CP) obtidas nas amostras é considerada grande o suficiente para ser
significativa. A estatística de teste (t) é, conforme explicam Levin e Fox (2004), calculada por
meio da seguinte equação:
t=
x1 − x 2
s x21 s x22
+
n1 n2
onde x1 e x 2 são as médias dos dois grupos estudados, s2x1 e s2x2 são as variâncias amostrais,
e n1 e n2 representam o número de observações em cada grupo.
Contudo, para que o teste t seja confiável, como advertem Levin e Fox (2004), é
necessário que as amostras sejam independentes, sejam normalmente distribuídas e que suas
variâncias sejam iguais.
Para testar a normalidade das distribuições dos indicadores de cada grupo,
utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk (W). O Shapiro-Wilk é um dos testes mais poderosos de
normalidade, especialmente para pequenas amostras. Segundo Fávero et al. (2009), W é
calculado por meio da seguinte equação:
2
 n

 ∑ α i x( i ) 

W =  ni =1
∑ ( x1 − x ) 2
i =1
(Nº)
43
onde x(i) são os valores da amostra ordenados e αi são constantes obtidas a partir das médias,
variâncias e covariâncias das estatísticas ordinais de uma amostra de dimensão n de uma
população normal.
Para testar a homogeneidade de variâncias das amostras, utilizou-se o teste de
Levene (L) que testa a hipótese nula de que as variâncias das amostras são iguais. Fávero et
al. (2009) explicam que estatística L é dada por
∑ n (Z
(
N − k)
L=
×
(k − 1)
∑∑ (Z
i
−Z)
ij
− Zi )
k
i =1
k ni
i
i =1 j =1
2
2
em que ni é a dimensão de cada uma das k amostras e N, a dimensão da amostra total. A
variável Z é definida como Zij = |Xij – Xi| (i = 1, ..., k e j = 1, ..., ni), em que Xij é a
observação j da amostra i e Xi é a média da amostra i.
O teste de Mann-Whitney, também denominado Mann-Whitney-Wilcoxon, é a
alternativa não-paramétrica utilizada em substituição ao teste t para comparar dois grupos
quando os mesmos não são normalmente distribuídos ou não apresentam variâncias iguais, ou
ainda quando a mensuração atingida é inferior à intervalar (SIEGEL, 1975). Segundo Siegel
(1975) e Fávero et al. (2009), para amostras maiores do que 20 observações, o teste envolve
procedimento a seguir:
i.
Determinar os valores de n1, que representa o número de observações do
menor grupo, e n2, que representa o número de observações do maior
grupo.
ii.
Dispor os dados dos dois grupos em ordem crescente, atribuindo o posto 1
ao escore com que for menor algebricamente e assim sucessivamente até
N= n1 + n2. No caso de observações empatadas, atribuir à média dos
postos correspondentes.
iii.
Calcular R1 = soma dos postos do grupo 1 e R2 = soma dos postos do
grupo 2.
iv.
Calcular o U de Mann-Whitney a partir de U1 e U2:
U1 = n1n2 +
ou
n1 ( n1 + 1)
− R1
2
44
U 2 = n1n2 +
n2 ( n2 + 1)
− R2
2
onde
v.
Escolher o menor valor entre U1 e U2: para ser utilizado no cálculo de z,
isto é, U = min(U1 , U 2 ) .
vi.
Calcular o valor de z, uma vez que n2 >20, por meio da seguinte equação:
n1n2
2
z=

 n1n2   N 3 − N
 N ( N − 1)   12 − ∑ T 



U−
onde
∑T
é o fator de correção quando há postos empatados, em que T é
calculado como segue:
T=
vii.
t3 − t
12
Se a probabilidade para z for menor do que o nível de significância
escolhido, rejeita-se a hipótese nula de que não há diferenças entra as
distribuições das amostras:
Os valores reportados nos resultados dos testes estatísticos são os seus respectivos
valores-p. Os valores-p podem ser definidos como “o nível de significância, que representa o
menor nível a partir do qual H0 pode ser rejeitada para um determinado conjunto de dados”
(LEVINE et. al., 2005, p.317). Se o valor-p for maior ou igual ao nível de significância (α), a
hipótese nula não é rejeitada. Se o valor-p for menor do que α, a hipótese nula é rejeitada
(LEVINE et. al., 2005, p.317; LEVIN e FOX, 2004, p. 234). O α adotado nesta pesquisa foi
de 5%.
45
6-RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram examinados dois grupos de indivíduos do sexo feminino, no período de
Fevereiro a Abril de 2010, na Unidade Básica de Saúde da Pedreira, sendo dividido entre 100
indivíduos com hipertensão e 100 indivíduos saudáveis, totalizando 200.
Inicialmente, verificou-se a existência de associação entre a classificação de mulheres
hipertensas e saudáveis e os seus Índices de Massa Corporal (IMC). A tabela 3 de distribuição
divide as observações em quatro intervalos que contêm 25% das observações de IMC total.
Constata-se que, no primeiro intervalo, com menores índices (IMC acima de 18,3 até 24,4), a
freqüência de mulheres hipertensas é menor do que as saudáveis. Por outro lado, no quarto
intervalo, com maiores índices (IMC acima de 32,2 até 49,8), a freqüência de mulheres
hipertensas é maior do que as saudáveis. Aliás, o maior IMC observado foi de uma mulher
hipertensa (49,8) e o menor, de uma mulher saudável (18,30).
Tabela 3 – Distribuição dos Índices de Massa Corporal (IMC) do grupo de
mulheres hipertensas e mulheres saudáveis.
Intervalo
18,3 |―24,4
24,4 |―27,5
27,5 |―32,2
32,2 |―49,8
Total
Hipertensas
5
Saudáveis
45
(25)
(25)
18
32
(25)
(25)
32
18
(25)
(25)
45
5
(25)
(25)
100
100
Total
50
50
50
50
N =200
Nota: Os valores entre parênteses são as freqüências esperadas sob a hipótese de não existência de
associação entre as variáveis.
Fonte: Dados da Pesquisa.
A figura 10 exibe que, na medida em que os intervalos de IMC vão subido, maior é a
freqüência observada de mulheres hipertensas e menor é a freqüência de mulheres saudáveis,
sugerindo a existência de associação entre hipertensão e IMC.
Testou-se formalmente a existência de associação entre hipertensão e IMC por
meio do teste qui-quadrado com correção de Yates. O valor calculado foi χ2 = 71,8400 é
46
altamente significante (valor p <1%), indicando que há uma associação significativa entre
nível de IMC e a hipertensão.
Figura 10 – Distribuição do IMC de mulheres hipertensas e saudáveis
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 4- Estatísticas dos Índices de Massa Corporal (IMC) dos grupos de
mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis.
Estatísticas
Média
Hipertensas
Saudáveis
31,92
25,17
5,65
3,68
Mediana
31,18
24,90
Mínimo
20,37
18,30
49,80
0,9684*
(0,0168)
34,88
0,9766
(0,0724)
Desvio-Padrão
Máximo
Shapiro-Wilk (W)
Levene (L)
Mann-Whitney
13,9550*
(0,0002)
8457,5*
(0,0000)
Fonte: Dados da pesquisa.
Nota: (*) Indica valores significantes.
Na segunda etapa de investigação, focou-se as estatísticas de IMC estimadas dos
dois grupos. As estatísticas dos IMC dos grupos de mulheres hipertensas e das mulheres
47
saudáveis são apresentadas na tabela 4. O grupo de mulheres hipertensas apresentou média
(31,92) e mediana (31,18) de IMC, maiores do que das mulheres saudáveis (25,17 e 24,90,
respectivamente), sugerindo novamente que, na amostra, mulheres hipertensas tendem a ter
IMC mais elevados do que as mulheres saudáveis.
A figura 11 exibe com maior clareza distribuições de IMC dos grupos examinados. O
exame do gráfico permite observar que o limite superior da caixa de distribuição das mulheres
saudáveis, que corresponde a 75% das observações desse grupo, está abaixo do limite inferior
da caixa das mulheres com hipertensão, que representa 25%, de seus IMC. Isso significa que
menos do que 25% das mulheres hipertensas obtiveram IMC nos intervalos tão baixos quanto
75% das mulheres saudáveis. Observa-se ainda que as hipertensas apresentaram os maiores
35
20
25
30
IMC
40
45
50
IMC, sugerindo a existência de diferenças entre IMC dos grupos.
Hipertensas
Saudáveis
Grupos
Figura 11: Distribuição de IMC
Fonte: Dados da Pesquisa
A fim de verificar formalmente se as distribuições de IMC apresentam diferenças,
realizou-se o teste de Mann-Whitney para médias de duas amostras independentes, uma vez
que o teste de Shapiro-Wilk (W) indica que a amostra de mulheres hipertensas não é
normalmente distribuída e que teste de Levene (L) indica as suas variâncias não são
semelhantes. A estatística de teste de Mann-Whitney (=8457,5) é estatisticamente significante
a 5%. Portanto, pode-se afirmar que há diferenças entre os grupos no tocante ao IMC e,
conseqüentemente, mulheres com hipertensão têm IMC maiores do que mulheres saudáveis.
48
Os resultados alcançados, no tocante ao IMC, são similares aos obtidos por Souza et
al. (2003), no qual, analisaram um grupo de indivíduos hipertensos e indivíduos normotensos,
onde teve como resultado a prevalência de maiores índices de massa corporal no grupo de
hipertensos, o que se confirma os resultados de nosso estudos, uma vez que as mulheres
hipertensas apresentaram um maior número de IMC.
Uma pesquisa realizada por Carneiro et al. (2003) mostrou que indivíduos entre 30 e
65 anos com IMC elevado possui maior chance de serem hipertensos em relação as pessoas
sem sobrepeso.
Já para Cercato et al. (2000) encontraram uma significativa relação entre o aumento
do IMC associado a HAS em uma população do sexo feminino com faixa etária 25 a 60 anos.
Outro estudo teve uma associação positiva e linear (p<0,001) entre o IMC e a HAS,
sendo esses resultados evidenciados tanto em estudos prospectivos quanto nos transversais,
confirmando o excesso de tecido adiposo associado ao desenvolvimento de HAS
(BARBOSA, SCALA, FERREIRA, 2009). Tal fato interessante pode ser confirmado
conforme nossos resultados da pesquisa, segundo a figura 10.
Por outro lado, para alguns estudos epidemiológicos, o IMC é um fator independente
para a HAS (RABKIN et al, 2007). Isso entra em contradição com os resultados da nossa
pesquisa.
A existência de associação entre a classificação de mulheres hipertensas e saudáveis e
seus Índices de Circunferência da cintura (CC) é demonstrada através da tabela 5 de
distribuição, onde divide as observações em quatro intervalos que contêm 25% das
observações de CC totais. Constata-se que, no primeiro intervalo, com menores índices (CC
acima de 52cm até 85,8cm), a freqüência de mulheres hipertensas é menor do que as
saudáveis. Por outro lado, no quarto intervalo, com maiores índices (CC acima de 103 cm até
128 cm), a freqüência de mulheres hipertensas é maior do que as saudáveis. Aliás, a maior CC
observado foi de uma mulher hipertensa (128 cm) e a menor, de uma mulher saudável
(87,27cm).
49
Tabela 5 – Distribuição das medidas de Circunferência da Cintura (CC) dos
grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis.
Classificação
52|―85,8
Hipertensas
9
Saudáveis
41
(25)
(25)
85,8|―95
95|―103
103|―128
Total
18
35
(26)
(26)
30
17
(24)
(24)
43
7
(25)
(25)
100
100
Total
50
53
47
50
N = 200
Nota: Os valores entre parênteses são as freqüências esperadas sob a hipótese de não existência de
associação entre as variáveis.
Fonte: Dados da Pesquisa
A figura 12 exibe que, na medida em que os intervalos de CC vão subido, maior é
a freqüência observada de mulheres hipertensas e menor é a freqüência de mulheres
saudáveis, sugerido a existência de associação entre hipertensão e CC.
Figura 12: Distribuição da Circunferência da Cintura de mulheres Hipertensas e saudáveis.
Fonte: dados da pesquisa
Testou-se formalmente a existência associação entre hipertensão e CC por meio
do teste qui-quadrado com correção de Yates. O valor calculado foi χ2 = 55,4486 é altamente
significante (valor p <1%), indicando que há uma associação significativa entre nível de CC e
a hipertensão.
50
Na segunda etapa de investigação, focou-se nas estatísticas de CC estimadas pelos
dois grupos. As estatísticas da CC do grupo de mulheres hipertensas e de mulheres saudáveis
são apresentadas na tabela 6. O grupo de mulheres hipertensas apresentou média (101,20 cm)
e mediana (101,70cm) de CC maiores do que das mulheres saudáveis (87,27cm e 89,00cm,
respectivamente), sugerindo novamente que, nas amostras, mulheres hipertensas tendem a ter
CC mais elevados do que as mulheres saudáveis.
Tabela 6- Estatísticas dos Índices de Circunferência da cintura (CC) dos grupos de
mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis.
Estatísticas
Média
Desvio-Padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Shapiro-Wilk (W)
Levene (L)
Hipertensas
101,20
10,81
101,70
77,00
128,00
0,9918
Saudáveis
87,27
11,63
89,00
52,00
110,00
0,9790
(0,8078)
(0,1120)
0,4960
(0,4821)
Teste t
9,9661*
(0,0000)
Fonte: Dados da pesquisa.
Nota: (*) Indica valores significantes.
A figura 13 exibe as distribuições de CC dos grupos examinados. As hipertensas
tendem a apresentar CC maiores do que as mulheres saudáveis. A fim de verificar
formalmente se as distribuições de CC apresentam diferenças, realizou-se o teste de t para
médias de duas amostras independentes, uma vez que o teste de Shapiro-Wilk (W) indica que
as amostras dos grupos de mulheres são normalmente distribuídas e que teste de Levene (L)
indica as suas variâncias são semelhantes. A estatística t (=9,9661) é altamente significante a
(valor p <1%). Portanto, pode-se afirmar que há diferenças entre as médias dos grupos no
tocante a CC e, conseqüentemente, mulheres com hipertensão têm CC maiores do que
mulheres saudáveis.
60
80
CC
100
120
51
Hipertensas
Saudáveis
Grupos
Figura 13: Distribuição de Circunferência da Cintura
Fonte: Pesquisa de Campo
Para Barbosa et al, 2009, verificou
que a circunferência da cintura manteve-se
associado a 2,4 vezes maior em indivíduos que apresentaram níveis elevados de pressão
arterial quando comparados a valores de circunferência normais e individuo saudáveis. Sendo
estes valores comprovados segundo a figura 12 em nossos estudos.
O excesso de tecido adiposo é um dos principais fatores de risco para o
desenvolvimento da hipertensão arterial, sendo confirmado em estudos transversais aplicados
em diversas populações. Sendo este observado em nosso estudo através da tabela 5, no qual,
demonstra que conforme a CC aumenta, o número de mulheres hipertensas cresce (PEREIRA,
SICHIERI, MARTINS, 2000).
Para Peixoto et al (2006), ao realizarem uma pesquisa sobre a circunferência da
cintura, eles obtiveram como conclusão, que a mesma é um fator que classifica a presença ou
ausência de hipertensão, sendo esta capacidade com tendência maior no sexo feminino.
Segundo estudos realizados por Lima et al. (2003), a CC analisada em mulheres
mostrou-se com prevalência de 75%, o que ocasiona um elevado risco para o
desenvolvimento de DCV, tal fato interessante pode ser confirmado nesse estudo, que
indivíduos do sexo feminino apresentam maiores valores de CC.
Souza et al (2003), em uma pesquisa sobre risco cardiovascular, levando em
consideração o IMC e CC, mostraram que 50% da amostra, apresentavam elevado risco
cardiovascular, tal resultado, afirma que a obesidade, principalmente a abdominal, aumenta as
chances de complicações de DCV.
52
Por outro lado um estudo realizado por Barbosa et al. (2009), afirmam que a CC não
tem associação com o desenvolvimento da HAS, apenas o IMC tem correlação (RP=
1,05;ρ=0,001. O que entra em contradição com os resultados da nossa pesquisa.
Finalmente, verificou-se a existência de associação entre a classificação de mulheres
hipertensas e saudáveis e a Circunferência do pescoço (CP). A tabela 7 mostra a distribuição e
divide as observações em quatro intervalos que contêm 25% das observações de CP totais.
Constata-se que, no primeiro intervalo, com menores índices (CP acima de 31 cm até 35 cm),
a freqüência de mulheres hipertensas (3) é menor do que as saudáveis (58). Por outro lado, no
quarto intervalo, com maiores índices (CP acima de 38,3 cm até 54 cm), a freqüência de
mulheres hipertensas (41) é maior do que as saudáveis (2). Aliás, a maior CP observado foi de
uma mulher hipertensa (54 cm) e a menor, de uma mulher saudável (35,03 cm).
Tabela 7 – Distribuição das medidas de Circunferência do pescoço (CP) dos grupos
de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis.
Classificação
31|―35
35|―36.4
36.4|―38.3
38.3|―54
Total
Hipertensas
Saudáveis
Total
3
58
61
(30,5)
(30,5)
22
19
(20,5)
(20,5)
34
20
(27)
(27)
41
3
(22)
(22)
100
100
41
54
44
N = 200
Nota: Os valores entre parênteses são as freqüências esperadas sob a hipótese de não existência de
associação entre as variáveis.
Fonte: Dados da Pesquisa.
O figura 14 exibe que, na medida em que os intervalos de CP vão subido, maior é
a freqüência observada de mulheres hipertensas e menor é a freqüência de mulheres
saudáveis, sugerido a existência de associação entre hipertensão e CP.
53
Figura 14: Distribuição da Circunferência do pescoço de mulheres Hipertensas e saudáveis.
Fonte: dados da pesquisa
Focou-se, então, as estatísticas de CP estimadas dos dois grupos. As estatísticas
dos CP dos grupos de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis são apresentadas na
tabela 8. O grupo de mulheres hipertensas apresentou média (38,82 cm) e mediana (38,10 cm)
de CP maiores do que das mulheres saudáveis (35,03 cm e 35,00 cm, respectivamente),
sugerindo que, na amostra, mulheres hipertensas tendem a ter CP mais elevados do que as
mulheres saudáveis.
Tabela 8- Estatísticas das medidas de Circunferência do pescoço (CP) dos grupos
de mulheres hipertensas e das mulheres saudáveis.
Estatísticas
Média
Desvio-Padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Shapiro-Wilk (W)
Levene (L)
Hipertensas
38,82
3,26
38,10
34,00
54,00
0,8559*
Saudáveis
35,03
1,97
35,00
31,00
40,00
0,9810
(0,0000)
(0,1583)
6,2003*
(0,0136)
Wilcoxon
8807,0*
(0,0000)
Fonte: Dados da pesquisa.
O figura 15 exibe as distribuições de CP dos grupos examinados. As hipertensas tendem
a apresentar CP maiores do que as mulheres saudáveis. Observa-se ainda que as hipertensas
apresentaram as maiores CP, sugerindo a existência de diferenças entre CP dos grupos. A fim
de verificar formalmente se as distribuições de CP apresentam diferenças, realizou-se o teste
de Mann-Whitney para médias de duas amostras independentes, uma vez que o teste de
54
Shapiro-Wilk (W) indica que a amostra de mulheres hipertensas não é normalmente
distribuída e que teste de Levene (L) indica as suas variâncias não são semelhantes. A
estatística de teste de Mann-Whitney (=8807,0) é estatisticamente significante (valor p<1%).
Portanto, pode-se afirmar que há diferenças entre as médias dos grupos no tocante à CP e,
35
40
CP
45
50
conseqüentemente, mulheres com hipertensão têm CP maiores do que mulheres saudáveis.
Hipertensas
Saudáveis
Grupos
Figura 15: Distribuição de Circunferência do Pescoço
Fonte: Dados da pesquisa
Estudos transversal, contendo 2.732 indivíduos do sexo feminino, com idade média de
57 anos, realizados por Preis et al. (2009), afirmam que a circunferência do pescoço teve
resultados significativamente associado com o desenvolvimento de todos os fatores de risco
cardiovasculares, entre eles a HAS (OR= 1.4, ρ<0,001).
Sendo comprovado através de nosso estudo, afirmando que o aumento da
Circunferência do pescoço é maior em mulheres hipertensas, sendo demonstrado na Tabela 7.
Segundo a Tabela 9 abaixo, demonstra distribuição da escolaridade, dividindo-se em 5
sub-itens, no qual se observa, que a escolaridade no nível fundamental incompleto, a
freqüência de mulheres hipertensas é maior, totalizando 36 indivíduos neste grupo, assim
como no nível médio completo, a freqüência de mulheres saudáveis é maior que hipertensas.
Por outro lado, ao analisar a freqüência a nível superior completo, o número de indivíduos
saudáveis foi superior ao grupo de hipertensas.
55
Tabela 9 – Distribuição de escolaridade entre os grupos de mulheres hipertensas e das
mulheres saudáveis.
Ensino
Fund. inc.
Fund. com.
Médio inc.
Médio com.
Sup. inc.
Sup. Com.
Total
Hipertensas
36
24
7
30
0
3
100
Saudáveis
23
13
7
34
7
16
100
Total
59
37
14
64
7
19
N=200
Fonte: Dados da Pesquisa.
O figura 16 mostra a distribuição de mulheres hipertensas e saudáveis em relação no
nível de escolaridade. Onde houve alta freqüência do sexo feminino hipertensas e saudáveis
presentes a nível fundamental incompleto e ensino médio completo. Por outro lado, a
freqüência de indivíduos saudáveis no nível superior completo, foi mais relevante em relação
a mulheres hipertensas.
Figura 16: Distribuição do nível de escolaridade de mulheres Hipertensas e saudáveis
Fonte: Dados da pesquisa
Segundo pesquisa realizada por Barbosa; Scala; Ferreira (2009), sobre o nível de
escolaridade houve a prevalência de hipertensos ao nível baixo de escolaridade, ou seja,
pertencentes ao ensino fundamental incompleto. Este índice tem sido associado com um forte
fator ao desenvolvimento de HAS, com razões de prevalência entre 1,4 a 7,3 nas comparações
em relação com o nível superior.
56
Já para Freitas et al (2001), mostrou a associação do grupo de hipertensos com menor
nível de escolaridade (49,5%). Sendo estes resultados, confirmados através de nosso estudo,
segundo a figura 16, onde houve a predominância do grupo mulheres hipertensas com baixa
escolaridade.
Segundo Jardim et al (2007), realizou um estudo transversal, com indivíduos
hipertensos com idade entre 30 a 65 anos, o resultados obtidos foram a associação inversa da
escolaridade com a HAS, ou seja, 37,5% relataram terem concluído o ensino superior e 28%
estarem a nível fundamental incompleto. Este resultado é contraditório em relação ao estudo
atual, pois segundo a tabela 9, 36 mulheres hipertensas 23 saudáveis estavam presentes a nível
fundamental incompleto e apenas 3 do grupo de hipertensas enquadravam-se no grupo de
nível superior, o que conclui-se que, conforme, o nível de escolaridade eleva-se, diminui a
freqüência do grupo de mulheres hipertensas e saudáveis.
A tabela 10 abaixo, demonstra distribuição do Tabagismo, dividindo-se em 5 sub-itens,
no qual se observa, que mulheres saudáveis (73) e hipertensas (61) relataram que nunca
fumaram. A freqüência de mulheres hipertensa ex-fumante ficou em torno de (29), superando
o total de ex-fumante saudáveis. E conforme, o aumento do consumo do tabaco, verificou-se
a diminuição da freqüência tanto de mulheres hipertensas, quanto as saudáveis.
Tabela 10 – Distribuição do tabagismo entre os grupos de mulheres hipertensas e
das mulheres saudáveis.
Consumo
Nunca
Ex-fumante
menos de 10
de 10 a 20
de 21 a 30
Total
Hipertensas
61
29
8
1
1
100
Saudáveis
73
25
1
1
0
100
Total
134
54
9
2
1
N=200
Fonte: Dados da Pesquisa.
A figura 17 abaixo exibe a distribuição de mulheres hipertensas e saudáveis em relação
ao tabagismo. Tendo predominância do grupo de hipertensas e saudáveis ao nível de que
nunca fumaram. Também houve prevalência dos dois grupos caracterizados como exfumante. Por fim, a medida que houvesse a elevação do consumo do tabaco, observou-se a
redução da freqüência de ambos grupos.
57
Figura 17: Distribuição do tabagismo de mulheres Hipertensas e saudáveis
Fonte: Dados da pesquisa
A análise de um estudo na universidade realizado por Chaieb e Castellarin (2008),
com 258 indivíduos, obtiveram como resultado, a prevalência de 40% de ex-fumante no sexo
feminino, sendo estas hipertensas. Este fato é ratificado em nossos estudos, segundo a figura
17, onde houve a prevalência de hipertensas caracterizadas como ex-fumantes.
Uma pesquisa transversal efetuada por Primo e Stein (2004), na cidade do Rio Grande
do Sul, com indivíduos de 25 a 65 anos, do sexo feminino, evidenciou-se como resultado que
76% das mulheres eram hipertensas e nunca fizeram o consumo do tabaco, e 26% das
hipertensas eram ex-fumante.
Porém, um estudo realizado por Rosário et al (2009), em relação ao tabagismo,
observou-se a relação entre a prevalência dos hipertensos no grupo de ex-fumantes (38,2%)
em relação ao que são fumantes com mais de 10 cigarros ao dia. Os resultados alcançados
dessa pesquisa são similares aos encontrados por este estudo, em relação ao tocante sobre
tabagismo.
Já para Borges, Cruz e Moura (2008), a associação do tabagismo com a HAS, foi de
forma indireta, no qual teve como resultado a prevalência do número de hipertensos exfumante em relação aos que nunca fumaram. Esses resultados são contraditórios em nossa
pesquisa, pois a prevalência foi de mulheres de hipertensas e saudáveis no grupo de não
fumantes.
Segundo a tabela 11 abaixo, demonstra a distribuição do consumo de álcool, dividindose em 5 sub-itens, no qual se observa a freqüência de mulheres hipertensas e saudáveis como
não consumidoras de bebida alcoólica, totalizando 66 hipertensas e 62 saudáveis, assim como,
houve a predominância dos dois grupos sendo consumidoras de 1 a 3 doses ao mês,
58
totalizando 29 hipertensas e 23 saudáveis. Por outro lado, observa-se que conforme há o
aumento do consumo do álcool, menor é a freqüência tanto de mulheres hipertensas e
saudáveis neste item.
Tabela 11 – Distribuição de consumo de álcool entre os grupos de mulheres
hipertensas e das mulheres saudáveis.
Consumo
Nunca
De 1 a 3 mês
De 1 a 3 sem.
De 4 a 7 sem.
De 8 a 13 sem.
Total
Hipertensas
66
29
1
3
1
100
Saudáveis
62
23
11
1
3
100
Total
128
52
12
4
4
N=200
Fonte: Dados da Pesquisa.
O figura 18 mostra a distribuição de mulheres hipertensas e saudáveis em relação ao
consumo do álcool. No qual, houve alta freqüência do sexo feminino hipertensas e saudáveis
relatando nunca terem ingerido bebida alcoólica, e conforme, houve o aumento do consumo
de bebida alcoólica, presencio-se a diminuição da freqüência dos grupos.
O que se tem por conclusão, a não relação do consumo de álcool com o
desenvolvimento de HAS.
Figura 18: Distribuição do consumo de álcool entre mulheres Hipertensas e saudáveis
Fonte: Dados da pesquisa
59
Pesquisa realizada por Rosário et al (2009), através de estudo transversal, em Nobres,
município de Mato Grosso, tendo valor estimado da amostra em 1.003 indivíduos, avaliou o
consumo de álcool, no qual a prevalência de hipertensos do sexo feminino no grupo dos que
não fazem o uso de bebida alcoólica chegou a (35,8% ρ <0,001). Este achado é comprovado
em nosso estudo, sendo demonstrado na figura 18, no qual, observa-se um número alto do
grupo de mulheres hipertensas não consumidoras de bebida alcoólica.
Pesquisa realizada Inácio e Machado (2005), através de estudo transversal, teve com
resultado que dos 31 indivíduos do sexo feminino analisados, 96,77% admitiram não serem
etilista, tais resultados alcançados são similares ao tocante alcoolismo em nosso estudo, no
qual 62 mulheres saudáveis relataram nunca terem ingerido bebida alcoólica, segundo a tabela
11.
Em Catanduva, Freitas et al (2001), obtiveram como resultado alto índice do consumo
álcool nos hipertensos de 44,8%. Este achado é controvérsio sob o ponto de vista analisado
em nosso estudo, haja vista que, o consumo de 1 a 3 doses ao mês, teve a freqüência
moderada de grupo de hipertensas.
Segundo a tabela 12 abaixo, demonstra a distribuição da atividade física, dividindo-se
em 5 sub-itens, no qual se observa a freqüência de mulheres hipertensas e saudáveis como
não praticantes de atividade física, totalizando 71 hipertensas e 68 saudáveis, assim como,
também houve a predominância dos dois grupos sendo praticantes de exercício, totalizando 20
hipertensas e 10 saudáveis. Por outro lado, observa-se que conforme há o aumento do padrão
de atividade física, menor é a freqüência tanto de mulheres hipertensas e saudáveis neste item.
Tabela 12 – Distribuição do padrão de atividade física entre os grupos de mulheres
hipertensas e das mulheres saudáveis.
Atividade física
Inatividade
APSPE
APSL
APEL
APEM
Total
Hipertensas
71
20
8
1
0
100
Saudáveis
68
10
19
2
1
100
Total
139
30
27
3
1
N=200
Fonte: Dados da Pesquisa.
A figura 19 mostra a distribuição de padrões de atividade física entre mulheres
hipertensas e saudáveis. No qual, houve alta freqüência do sexo feminino hipertensas e
saudáveis relatando a inatividade física. E conforme, houve o aumento da intensidade da
60
prática de atividade física, verificou-se a diminuição da freqüência dos dois grupos de
mulheres.
Figura 19: Distribuição do padrão de atividade física entre mulheres Hipertensas e saudáveis
Fonte: Dados da pesquisa
Observou-se que a inatividade física, caracterizando o sedentarismo, foi o fator
prevalente encontrado nos dois grupos, com leve predominância nas mulheres hipertensas.
Um estudo realizado por Souza (2003), constatou que indivíduos que negavam prática regular
de atividade física, com freqüência maior ou igual a 2 vezes semanais com duração mínima de
30 minutos, foram considerados sedentários. De acordo com Gomes et al (2006), outros
autores também encontraram altos índices de sedentarismo, variando de 47% a 63% da
população.
Para Maia et al (2007) estudos epidemiológicos mostraram que indivíduos sedentários
têm 60 % a 70% de risco a desenvolver hipertensão arterial sistêmica em relação aos
indivíduos praticantes de atividade física, esta informação pode ser confirmada em nosso
estudo, onde as mulheres hipertensas relataram não serem praticantes de atividade física.
Um estudo realizado por Gomes et al (2006), sobre a prática de atividade física,
aplicado com 364 indivíduos do sexo feminino, apenas 103 relataram que realizavam a prática
de atividade física, correspondendo a 20,31% em relação a amostra total. Tal fato confirma-se
no estudo atual, segundo tabela 12, observando que apenas 20 mulheres hipertensas praticam
atividade.
61
Em outro estudo, Nahas (2000) avaliou funcionário de uma universidade no Brasil, no
qual obteve com resultado que 61,4% das mulheres com diagnóstico de hipertensão
apresentavam altos valores de inatividade física e apenas 35% relatam a prática da atividade
física.
62
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente estudo, concluímos que os dados obtidos apresentam alta prevalência dos
fatores de risco cardiovascular em mulheres hipertensas. Os resultados da pesquisa estão em
linha com as pesquisas relatadas na literatura especializada.
Ressalta-se aqui a associação significativa entre a hipertensão arterial sistêmica com o
índice de massa corporal, circunferência da cintura e circunferência do pescoço.
Baseado nos resultados deste trabalho, o grupo de mulheres hipertensas, obtiveram
maiores IMC, circunferência da cintura, circunferência do pescoço, segundo esses dados,
mulheres hipertensas tendem a desenvolver maiores riscos cardiovasculares em relação a
mulheres saudáveis.
Diante disso, faz-se necessário a continuidade deste estudo, levando-se em
consideração a ampliação da amostra, referente ao número de indivíduos, sobre a necessidade
de se avaliar a presença da hipertensão arterial e também de outros fatores de risco associado
a doença cardiovascular.
63
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70
APÊNDICE A
71
APÊNDICE B
72
APÊNDICE C
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Análise dos fatores de risco cardiovascular na hipertensão arterial sistêmica.
Este termo de consentimento tem a finalidade de pedir sua autorização para participar
de uma pesquisa que será realizada na Unidade Básica de Saúde Da Pedreira S/n, localizada
na Avenida Pedro Miranda esquina com a Travessa Maurití na cidade de Belém-Pa.
Este estudo tem o objetivo de analisar a circunferência do pescoço e sua correlação
com fatores de risco cardiovascular. Para isso será necessário fazer uma serie de perguntas
sobre você que incluem: Nome, idade, sexo, ocupação, se realiza atividade física, historia de
doença cardiovascular em sua família, utilização de bebida alcoólica, hábito de fumar. Serão
medidas a pressão arterial, peso, altura, a medida da sua cintura e quadril e a circunferência do
pescoço.
Caso você queira participar deste estudo você precisa autorizar sua participação
assinando este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este estudo não trará nenhum
risco a sua saúde, assim como qualquer ônus.
Não estão previstas despesas, por isso não haverá reembolso.
Os resultados deste estudo podem, no futuro, nos ajudar a entender quais são os fatores
que aumentam as chances das pessoas terem o Risco Cardiovascular e assim ajudar a prevenir
que esta doença aconteça.
Sua participação é voluntaria. Você não tem qualquer obrigação de participar desta
pesquisa e, se você não quiser mais participar dela, poderá retirar-se do estudo a qualquer
momento, e não há obrigatoriedade de responder as perguntas do questionário. Todas as
informações serão mantidas em confidencialidade e se houver interesse a pessoa que
participar da pesquisa poderá tomar conhecimento dos resultados ao final da pesquisa.
Os dados obtidos deste estudo serão armazenados em um banco de dados onde será
mantido total sigilo, o seu nome não aparecerá em nenhuma publicação e os dados serão
utilizados apenas pelos pesquisadores desta pesquisa, podendo ser utilizados em publicações
para fins científicos.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da
Amazônia (UNAMA), cuja função é de avaliar e aprovar os estudos envolvendo seres
humanos.
73
Por favor, sinta-se á vontade para discutir qualquer aspecto referente a esta pesquisa
com as pesquisadoras, Acadêmicas Analu Chavaglia 8113-7904, Carolline Silva 8175-9966 e
a Fisioterapeuta Paulo Ávila (responsável pela pesquisa) 8127-9498.
Li e compreendi este termo de consentimento e todas as minhas duvidas foram
sanadas. Recebi explicações sobre o objetivo da pesquisa, os procedimentos do estudo a que
serei submetido e os possíveis riscos e desconfortos e os benefícios que posso apresentar.
Estou ciente que receberei os resultados desta pesquisa. Portanto, aceito participar
voluntariamente desta pesquisa, sabendo que as informações aqui colhidas serão guardadas e
usadas no futuro para pesquisa em doenças cardiovasculares, deste que aprovadas pelo CEP
institucional.
Assinatura do avaliado:________________________________________________
Telefone: ____________________
Data: ___/ ___/ ___
Hora: ___/ ___/ ___
Nome da investigadora: Analu Chavaglia
Endereço: Av. Roberto Camelier, 390, apto. 1604
Bairro: Jurunas; Belém-PA
Cel: 8113-7904
Nome da investigadora: Carolline Silva
Endereço: R. Diogo Móia, 1764
Bairro: Umarizal; Belém-PA
Cel: 8175-9966
Nome da orientadora e Pesquisadora Responsável: Paulo Ávila
Endereço: Av. Alcindo Cacela,
Bairro: Umarizal; Belém-PA
Tel: 4009- 3166
74
APÊNDICE D
APÊNDICE I
FICHA DE AVALIAÇÃO DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR
NOME: _____________________________________________ IDADE:_____
SEXO: ( ) Masculino
( ) Feminino
TELEFONE: _________________________
END: __________________________________________________________
PROFISSÃO:____________________________
ESCOLARIDADE:
ESTADO CIVIL:
( ) Ensino Fundamental completo
( ) Solteiro(a)
( ) Ensino Fundamental incompleto
( ) Casado(a)
( ) Ensino Médio completo
( ) Desquitado- Divorciado(a)
( ) Ensino Médio incompleto
( ) Viúvo(a)
( ) ensino superior completo
( ) Ensino superior incompleto
ANTECEDENTE MÉDICO FAMILIAR
NÃO
SIM
1- Antecedente de hipertensão
( )
( )
2- Casos de doenças cardiovasculares
( )
( )
3- Casos de obesidade
( )
( )
4- Casos de tabagismo
( )
( )
5- Casos de alcoolismo
( )
( )
75
EXAME FÍSICO
PAS: _______ mmhg
Peso: _____ Kg
PAD:________mmhg
Altura:______ cm IMC:__________
Cintura: _____ cm
Circunferência do pescoço: _________ cm
ANTECEDENTES PESSOAIS
1- TABAGISMO: ( ) Nunca fumou
( ) Ex- fumante- charuto- caximbo
( ) Menos de 10 cigarros por dia
( ) 10 a 20 cigarros por dia
( ) 21 a 30 cigarros por dia
( ) acima de 30 cigarros por dia
2- ALCOOLISMO: ( ) Nunca ou menos de 1 dose ao mês
( ) 1 a 3 doses ao mês
( ) 1 a 3 doses por semana
( ) 4 a 7 doses por semana
( ) 8 a 13 doses por semana( 1 ou mais doses- dia, não chegando a 2
em média)
( ) mais de 14 doses por semana( 2 ou mais doses- dia)
3- ATIVIDADE FÍSICA: ( ) inatividade fisíca
( ) atividade profissional sedentária- pouco esportiva
( ) atividade profissional sedentária- leve
( ) atividade profissional esportiva leve
( ) atividade profissional- esportiva moderada
( ) atividade profissional esportiva intensa
76
APÊNDICE E
77
ANEXO A
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análise dos fatores de risco cardiovascular em mulheres