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AVALIAÇÃO DE CRIANÇAS MENORES DE SEIS ANOS DE UMA CRECHE,
SEGUNDO PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS E DIETÉTICOS
ASSESSMENT OF CHILDREN UNDER SIX YEARS OF A DAY CARE BY
ANTHROPOMETRIC AND DIETARY PARAMETERS
MARIA LUISA NEVES MAGALHÃES
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG
Pós-graduada em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família pelo Centro Universitário
de Volta Redonda - UniFOA
E-mail: [email protected]
MARTHA ELISA FERREIRA DE ALMEIDA
Docente do Curso de Nutrição da Universidade Federal de Viçosa - UFV
E-mail: [email protected]
RESUMO
O objetivo foi avaliar o estado nutricional de 40 crianças menores de seis anos de uma creche,
segundo parâmetros antropométricos e dietéticos. O estado nutricional foi analisado através
do critério diagnóstico Z-escore utilizando os indicadores P/I, A/I e IMC/I. A maioria das
crianças apresentou eutrofia segundo o índice P/I e estatura adequada segundo o índice A/I. A
alimentação complementar antes dos 6 meses de idade foi oferecida a 38 crianças, sendo que
15 destas encontravam-se com o IMC nas classificações de sobrepeso ou obesidade segundo o
índice IMC/I, dado este estatisticamente significante. As variáveis escolaridade materna,
renda familiar e gastos com alimentação não foram estatisticamente significante, quando
relacionadas aos índices P/I, A/I e IMC/I. As condições de higiene do local de preparo dos
alimentos e o cardápio elaborado não atendiam as exigências necessárias para um
desenvolvimento infantil sadio. Quanto ao consumo de raízes tuberosas e tubérculos, 70,00%
(n=28) das crianças consumiam raramente, sendo que 3 encontravam-se com sobrepeso. Em
relação ao consumo de frutas e hortaliças 25,00% (n=10) consumiam raramente, e 2
apresentavam sobrepeso/obesidade. Concluiu-se que há necessidade de um nutricionista nessa
instituição para garantir o desenvolvimento adequado dessas crianças e diminuir o surgimento
de doenças crônicas na fase adulta.
Palavras-chave: estado nutricional, pré-escolar, antropometria, nutrição da criança.
ABSTRACT
The objective was to evaluate the nutritional status of 40 children under six years old of a day
care center, according to anthropometric and dietary factors. The Nutritional status was
analyzed by the diagnostic criteria using Z-score and indicators as W/I, A/I and BMI/I. Most
children had normal weight according to the W/I and proper height according A/I. The
complementary feeding before 6 months of age was offered to 38 children, of which 15 of
those were in the BMI classifications of overweight or obese according to BMI index/I, given
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that statistically significant. The variables maternal education, family income and food
expenditures were not statistically significant when related to W/I, A/I e BMI/I. The hygienic
conditions of the local food preparation and menu designed did not meet the requirements
necessary for a healthy childhood development. Regarding the consumption of roots and
tubers, 70.00% (n = 28) of children rarely consumed and three were overweight. In relation to
consumption of fruits and vegetables 25.00% (n = 10) rarely consumed, and two were
overweight or obese. Concludes that there is need for a nutritionist in this institution to ensure
the proper development of these children and reduce the emergence of chronic diseases in
adulthood.
Key words: nutritional status, preschool, anthropometry, child nutrition.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos ocorreram mudanças nos hábitos alimentares familiares, devido à
situação socioeconômica e demográfica do país, que provocaram um crescimento acelerado e
impulsionou a participação da mulher no mercado de trabalho reduzindo o tempo disponível
para cuidar da alimentação familiar. As dificuldades encontradas por essas mães para
compartilhar o emprego e os cuidados com os filhos fizeram com que essas crianças fossem
destinadas as creches e pré-escolas (TUMA et al., 2005).
A educação infantil é uma etapa da educação básica que propõe o atendimento de
crianças de zero a seis anos de idade, buscando o desenvolvimento psicossocial, físico e
intelectual. Ela é subdividida em creches de caráter assistencialista (para crianças de zero a
três anos) e pré-escolas de caráter educativo (para crianças de quatro a seis anos) (ARAÚJO;
PEREIRA, 2009). Segundo a Lei nº. 11.274/06, artigo 32, “o ensino fundamental obrigatório,
com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciará aos 6 (seis) anos de idade e
terá por objetivo a formação básica do cidadão” (BRASIL, 2006a).
Segundo Araújo e Pereira (2009, p. 240), as creches foram criadas com o intuito de
“livrar bebês e crianças pequenas da morte, através de fornecimento de abrigo, alimentação e
algum atendimento em higiene e saúde, pois se entendia que suas famílias de trabalhadores
não podiam proporcionar-lhes esses cuidados básicos”. As creches devem oferecer condições
adequadas para o desenvolvimento integral da criança, estimulando-as nas esferas biológica,
psicossocial, cognitiva e espiritual (ARAÚJO et al., 2006).
Barbosa et al. (2006) relatam que as creches devem oferecer as crianças condições
adequadas de crescimento e desenvolvimento, principalmente para aquelas provenientes de
famílias de baixa renda, tornando-se uma estratégia na prevenção e recuperação de déficits
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nutricionais. Nos países em desenvolvimento, as creches são consideradas uma estratégia para
reforçar o conhecimento e o desenvolvimento das crianças pertencentes a famílias dos estratos
sociais menos favorecidos (BUENO et al., 2003).
Segundo Fisberg et al. (2004), no Brasil há um número crescente de crianças
economicamente desfavorecidas frequentando creches gratuitas, sendo que essa tendência
pode aumentar com a inserção da mulher no mercado de trabalho. Entretanto, normas que
regulamentam a implantação e o funcionamento destes estabelecimentos não acompanharam
o aumento da demanda (SILVA et al., 2000). Martino et al. (2010) ressaltam que as crianças
frequentadoras de creches em período integral, devem receber os cardápios com refeições
balanceadas que venham a suprir no mínimo 70% das necessidades nutricionais diárias.
Nesta perspectiva, a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) busca garantir a
alimentação a todos, eliminando a fome através do melhor aproveitamento dos alimentos e da
correção dos hábitos alimentares errôneos, a fim de melhorar o estado nutricional e a
qualidade de vida da população (ASSIS et al., 2002; SANTOS, 2005). A creche deve
promover hábitos alimentares saudáveis a partir da implantação de programas de educação
nutricional que promovam melhorias na qualidade da alimentação (FROTA et al., 2009).
No cuidado com a saúde da população, inclusive das crianças, a alimentação é uma
prática social de aspecto fundamental que pode sofrer influência da idade, do estado de saúde
(desnutrição ou excesso de peso) e da situação social (ROTENBERG; VARGAS, 2004;
TUMA et al., 2005).
Variáveis como a renda familiar, escolaridade materna, saneamento básico e
aleitamento materno estão relacionados ao estado nutricional infantil, por serem fatores
determinantes das condições de saúde das crianças. A renda familiar e a escolaridade materna
têm apresentado forte associação com a seleção e aquisição de alimentos (AQUINO;
PHILIPPI, 2002; CASTRO et al., 2005).
O Programa Nacional de Imunização (PNI) e o Programa de Assistência Integral à
Saúde da Criança (PAISC) foram implantados, respectivamente em 1973 e 1984, pelo
Ministério da Saúde e têm por base os cuidados infantis de forma integrais e qualitativos para
a redução da mortalidade infantil (SILVA et al., 2000; BEZERRA-FILHO et al., 2007). O
Programa Bolsa Família foi criado em janeiro de 2004 com o objetivo de combater a pobreza
e seus impactos no estado nutricional, bem como interagir as famílias com os serviços
públicos de saúde, educação e assistência social para impulsionar o desenvolvimento social e
econômico (BARBOSA et al., 2006; FROTA et al., 2009).
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A desnutrição e as infecções são comuns entre crianças de faixa etária inferior a dois
anos de idade, o que resulta em carências nutricionais que precisam ser combatidas para evitar
sequelas futuras como o retardo no crescimento, atraso do desenvolvimento psicomotor e da
linguagem, além do desenvolvimento de doenças crônicas (ASSIS et al., 1996; SILVA et al.,
2000; CASTRO et al., 2005; MODESTO et al., 2007; SALVI; CENI, 2009). Outro problema
relevante para a saúde pública é o sobrepeso/obesidade infantil que ocasiona vários agravos à
saúde na infância e na idade adulta (MELLO et al., 2004; SIMON et al., 2009a). Crianças
com sobrepeso estão predispostas a complicações psicossociais, pelo afastamento das
atividades provocado pela discriminação e a baixa aceitação da sociedade, e orgânicas
acarretadas pelos problemas respiratórios, diabetes mellitus, hipertensão arterial e
dislipidemias (SILVA et al., 2003).
Neste contexto, este estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional de crianças
menores de seis anos de uma creche da cidade de Mesquita (MG), segundo os parâmetros
antropométricos e dietéticos.
METODOLOGIA
Os pais ou responsáveis assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
de acordo com a Resolução 196/96 (BRASIL, 1996) autorizando a participação dos filhos na
pesquisa. Após o retorno à creche dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido
preenchidos pelos pais ou responsáveis, avaliou-se o estado nutricional das crianças através
do peso, comprimento ou altura, idade e sexo. A avaliação nutricional foi realizada no dia 19
de outubro de 2009, com 40 crianças de ambos os sexos de zero a seis anos. A população era
de 60 crianças, entretanto somente 66,67% do total participaram desta avaliação devido aos
critérios de exclusão como: ausência de dados fornecidos pelos pais nos questionários,
ausência da criança no dia da coleta de dados antropométricos e ausência da assinatura dos
pais ou responsáveis no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Junto ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi enviado um questionário
aos pais ou responsáveis dos alunos, que posteriormente foram devidos à diretora da creche.
Este questionário tinha perguntas sobre a escolaridade materna, renda familiar, gastos com
alimentação (em reais), recebimento de auxílios como cesta básica e bolsa família, presença
de rede de esgoto e água tratada, peso ao nascer da criança, comportamentos maternos
praticados durante a gestação (tabagismo e alcoolismo), presença e duração do aleitamento
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materno exclusivo e início da alimentação complementar, acesso a Unidades Básicas de
Saúde (UBS) e a frequência de consumo dos alimentos: cereais e massas, leguminosas, frutas,
hortaliças, raízes tuberosas e tubérculos, carnes e ovos, enlatados e embutidos, açúcares e
gorduras e leite e derivados. As frequências do consumo foram classificadas como raramente
e semanal (1 a 3 vezes por semana e de 4 a 7 vezes por semana).
Foram avaliados os aspectos higiênico-sanitários dos utensílios utilizados no preparo
das refeições na creche e da merendeira que estava presente na instituição no dia da coleta de
dados. Também foi questionado verbalmente a merendeira sobre o cardápio que era servido às
crianças segundo o preconizado pela Portaria SVS/MS nº 326 (BRASIL, 1997).
A creche funcionava em regime de oito horas, de segunda a sexta-feira, fornecendo
nesse período três refeições: desjejum, almoço e lanche da tarde.
Os indicadores utilizados de altura/idade e peso/idade foram comparados ao padrão
WHO (2006) utilizando-se como critério diagnóstico o Z-escore nas classificações de
altura/idade: baixa estatura para a idade (<-2) e estatura adequada para a idade (≥-2);
peso/idade: peso muito baixo para a idade (<-3), peso baixo para a idade (≥-3 e <-2),
eutrófico (≥+2) e peso elevado para a idade (≥-2 e <+2). O indicador IMC/I não foi
comparado a outros artigos devido a falta de publicações que adotam o indicador índice de
massa corporal/idade segundo os padrões da WHO (2006). Foi utilizado como critério
diagnóstico o Z-escore nas classificações de índice de massa corporal/idade: baixo IMC para
idade (<-2), eutrófico (≥-2 e <+1), sobrepeso (≥+1 e <+2) e obesidade (≥+2).
Foram adotadas as técnicas de Jelliffe (1968) para a obtenção do peso e
comprimento/estatura. Para a aferição do peso foi utilizada a balança Kratos Cas digital, com
capacidade de 150 kg e precisão de 50 g. O comprimento das crianças menores de 24 meses
foi medido com um infantômetro colocado sobre uma superfície plana e a altura daquelas
maiores de 24 meses foi medida com um estadiômetro afixado na parede.
Para avaliar as variáveis peso e comprimento ou altura realizou-se a análise de
variância (ANOVA) com dois critérios, sexo e idade no período da coleta de dados da
pesquisa. Para analisar a relação entre as variáveis coletadas a partir do questionário e o
estado nutricional do grupo avaliado, realizou-se análise estatística com Software Statistical
Package for the Social Sciences for Windows, versão 16.0. O teste qui-quadrado foi utilizado
para verificar a associação entre as variáveis qualitativas do estudo, utilizando-se nível de
significância de 5% (p<0,05).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A creche não possuía cardápio planejado, sendo este elaborado pelas merendeiras
mediante a aquisição de gêneros alimentícios em uma venda próxima da instituição. Assim,
não foi possível analisar se o cardápio mensal atendia as recomendações do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do município de Mesquita, MG.
A alimentação oferecida nesta creche apresentava-se repetitiva, sendo os alimentos
geralmente predominantes no desjejum: biscoitos, pães, mingau e arroz doce e café com leite;
almoço: arroz, feijão (50% na forma de grãos), macarrão, carne moída ou frango desfiado e
legumes; lanche da tarde: biscoitos ou pães, frutas (laranja, banana e esporadicamente outros
tipos de frutas).
Em relação aos aspectos higiênico-sanitários do local de preparo dos alimentos foram
observadas condições precárias na infraestrutura, uma vez que o piso era de madeira, havia
pouca luminosidade no local e as paredes apresentavam muita sujeira e com pontos
descascados. Os talheres possuíam cabo de madeira; as assadeiras estavam amassadas, o que
favorecia a má higienização das mesmas, e o forno não demonstrava sinais de lavagem interna
periódica. A merendeira avaliada não utilizava avental e toca de proteção para cabelos, além
de apresentar esmalte e adornos. Foi observada higienização das mãos da merendeira apenas
antes do início do preparo das refeições.
Segundo Frota et al. (2009), a falta de alimento ou uma alimentação inadequada
interfere no desenvolvimento físico, social, afetivo e psicomotor da criança. A merenda
oferecida na creche segundo a Resolução FNDE/CD nº 32, de 2006, deve suprir no mínimo
30% das necessidades diárias dos alunos (BRASIL, 2006b; DANELON et al., 2006),
entretanto não foi possível fazer a análise da adequação do cardápio com base nesta resolução,
devido à inexistência do cardápio elaborado pela nutricionista do PNAE na creche avaliada.
Foi relatado pelos familiares que 7,50% (n=3) das crianças nasceram com baixo peso
(<2500g); 7,50% (n=3) com peso insuficiente (2,500 a 2,999g) e as demais com peso
adequado (≥3000g). Daquelas crianças nascidas com baixo peso, duas encontravam-se com
peso baixo para a idade e duas com baixo IMC/I; das crianças com peso insuficiente, uma
encontrava-se com sobrepeso. Segundo Méio et al. (2003, 2004), crianças nascidas com peso
inadequado apresentam pior desempenho devido às alterações cognitivas e comportamentais
que geram déficits de aprendizado.
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Neste estudo, 22,50% (n=9) das mães fumaram durante o período gestacional, sendo
que três dessas fizeram o uso de bebida alcoólica. Apenas duas fizeram uso de bebida
alcoólica durante o período gestacional sem associação a drogas, destas uma mãe gerou uma
criança com baixo peso e no momento do estudo seu filho apresentava peso baixo para a
idade, o que pode estar associado aos fatores de riscos maternos gestacionais, bem como
alimentação exclusiva que foi iniciada somente com três meses de vida dessa criança.
O tabagismo durante a gestação poderá provocar hipoxemia fetal, vasoconstrição e o
aumento da resistência vascular periférica. A placenta pode apresentar características
sugestivas de hipoperfusão provocando maior incidência de retardo no crescimento
intrauterino, ruptura prematura das membranas ovulares e descolamento prematuro
(YAMAGUCHI et al., 2008). Apesar das consequências da prática do tabagismo, somente
20% das gestantes interrompem este hábito durante a gestação.
Candeias (1979) observou que a incidência de recém-nascidos de baixo peso foi
significantemente maior entre mães fumantes, uma vez que o peso médio desses recémnascidos era cerca de 170 g inferior ao peso médio dos filhos daquelas não-fumantes.
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação provoca maior risco de
malformações, aborto espontâneo, retardo no crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer,
prematuridade, asfixia e mortalidade após o nascimento, déficit mentais (MORAES;
REICHENHEIM, 2007), alterações musculoesqueléticas,
geniturinárias e cardíacas
(YAMAGUCHI et al., 2008). Moraes e Reichenheim (2007) observaram que 40,60% das
gestantes fizeram uso de bebidas alcoólicas em algum período da gestação e que 10,10%
fizeram uso do início até o final da gestação. Fabbri et al. (2007) observaram que 22,10% das
gestantes avaliadas ingeriram bebidas alcoólicas em doses elevadas (≥28 g), segundo a
recomendação do National Institute on Alcoholism and Alcohol Abuse. Yamaguchi et al.
(2008) destacam que a abstinência etanólica durante a gestação é considerada a melhor
conduta, visto que o álcool transpõe facilmente a barreira placentária, podendo ocasionar
efeitos teratogênicos.
Escolaridade materna e estado nutricional dos filhos
Não houve associação estatisticamente significante para análises de P/I, A/I e IMC/I
versus escolaridade materna (Tabela 1).
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A escolaridade materna até a 4ª série foi relatada por 40,00% (n=16) das mães, sendo
que dois filhos dessas mães apresentaram-se com peso baixo para a idade segundo o índice
P/I. Ribas et al. (1999) observaram 16 crianças com peso baixo para a idade, onde seus
responsáveis possuíam escolaridade igual ou inferior ao primeiro grau completo. Segundo o
índice IMC/I, 6 crianças apresentaram sobrepeso/obesidade. Castro et al. (2005) observaram
esse nível de escolaridade materna em 44,70% (n=34) das entrevistadas e destacaram que a
escolaridade pode contribuir para o melhor estado nutricional dos filhos, pois ela é um meio
informal de transferências de conhecimentos e articula-se com outros fatores do meio social,
como o trabalho e condições de ambiente físico.
No grupo das mães com escolaridade superior a 4ª série havia duas crianças com peso
baixo para a idade segundo o índice P/I e nove crianças apresentaram sobrepeso/obesidade
segundo o índice IMC/I e duas crianças com baixa estatura para a idade segundo o índice A/I.
Ribas et al. (1999) detectaram em seu estudo 11 crianças com obesidade onde seus
responsáveis possuíam escolaridade igual ou inferior ao primeiro grau completo.
Alimentação complementar e estado nutricional dos filhos
Houve associação estatisticamente significante quanto a análise do IMC/I versus
alimentação complementar (Tabela 1). Em relação à alimentação complementar e o estado
nutricional das crianças (sobrepeso/obesidade), foi observado que 37,50% (n=15) das crianças
estavam com IMC elevado para idade, sendo que destas, seis receberam alimentação
complementar a partir dos três meses de idade e sete a partir dos quatro meses. Simon et al.
(2009b) relatam que quanto maior for o tempo de aleitamento materno exclusivo maior será a
proteção da criança contra o sobrepeso/obesidade. O aleitamento materno exclusivo (AME) é
uma das mais importantes práticas promotoras da saúde infantil, e possui reflexos positivos
durante toda a vida da criança, sendo que ela mostra-se associada a escolaridade, uma vez que
as mães com maior escolaridade apresentam maiores frequências de AME (DAMIÃO, 2008).
Foi observado que uma criança apresentava peso elevado a partir da classificação pelo
índice P/I. Silva et al. (2003) e Simon et al. (2009a) observaram que 33,90% (n=78) e 34,40%
(n=195) das crianças apresentavam sobrepeso/obesidade, respectivamente. A detecção do
excesso de peso infantil é importante, pois permite uma intervenção precoce e evita a
instalação de complicações futuras (SILVA et al., 2003).
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A classificação de eutrofia foi observada em 87,50% das crianças segundo o índice
P/I; 92,50% para o índice A/I e 55,00% para o índice IMC/I. Martino et al. (2010) observaram
que a eutrofia estava presente em 58,30% das crianças avaliadas segundo o índice P/I e em
43,70% segundo o índice A/I.
De acordo com Barros et al. (2009) e Oliveira et al. (2009), crianças que amamentam
exclusivamente até os 6 meses de idade têm melhor estado imunológico e nutricional. Nesse
período o leite materno supre as necessidades nutricionais da criança (MODESTO et al.,
2007), pois possui boa disponibilidade de nutrientes tais com o ferro e zinco (GOMES;
NAKANO, 2007).
Neste estudo somente 2,50% (n=1) das crianças receberam alimentação complementar
no primeiro mês de vida, entretanto Gomes e Nakano (2007) observaram este dado em
48,60% (n= 202) das crianças avaliadas. Segundo Damião (2008) esse fenômeno pode estar
associado à baixa escolaridade materna, uma vez que as mães precisam receber maior suporte
da comunidade e da família para garantir o sucesso da amamentação.
Quanto a alimentação complementar oferecida as crianças antes dos seis meses de
idade, foi observado três crianças com peso baixo para a idade e três crianças com baixa
estatura para a idade. A introdução precoce de alimentos aumenta as probabilidades de
quadros como desidratação (OLIVEIRA et al., 2009), desnutrição (MONTE; GIUGLIANI,
2004), além de interferir na absorção de nutrientes e expor a criança a contaminação e a
reações alérgicas (SALDIVA et al., 2007). Segundo Monte e Giugliani (2004), é a partir dos
seis meses de idade que as crianças atingem um estágio de desenvolvimento geral e
neurológico (mastigação, deglutição, digestão e excreção) e estão prontas para receber outros
alimentos que não o leite materno.
Renda familiar e estado nutricional dos filhos
Neste estudo 50,00% das famílias (n=20) apresentaram renda inferior a um salário
mínimo. Segundo Castro et al. (2005), a renda é um fator de grande influência na manutenção
da saúde, habitação, saneamento e vestuário.
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Tabela 1. Avaliação do estado nutricional através dos indicadores P/I, A/I, IMC/I das crianças de 0 a 6 anos de uma creche comparado com a escolaridade
materna, alimentação complementar, renda familiar e gastos com alimentação. Mesquita, MG, 2009.
Variáveis
P/I
Peso
baixo
Escolaridade materna
Alimentação
complementar
Renda familiar
Gasto com alimentação**
Eutrófico
Peso
elevado
Valor
de P
A/I
Baixa
Estatura
estatura
adequada
1
15
2
22
IMC/I
Valor
de P
Sobrepeso e
Baixo
Eutrófico
1
9
6
2
13
9
obesidade
≤ 4ª série
2
14
0
> 4ª série
2
21
1
Total
4
35
1
3
37
3
22
15
≤ 6 meses
3
34
1
3
35
1
22
15
> 6 meses
1
1
0
0
2
2
0
0
Total
4
35
1
3
37
3
22
15
< 1 SM
2
17
1
1
19
2
11
7
1 e 2,9 SM
2
16
0
2
16
1
9
8
> 3 SM
0
2
0
0
2
0
2
0
Total
4
35
1
3
37
3
22
15
≤ 300 reais
2
11
1
2
12
2
5
7
> 300 reais
1
18
0
1
18
1
11
7
Total
3
29
1
3
30
3
16
14
0,659
0,153
0,865
0,314
0,806
0,679
0,712
0,373
Valor de P
0,969
0,000*
0,692
0,393
Fonte: dados da pesquisa.
Legenda: SM = Salário Mínimo. Valor do salário mínimo era de R$ 465,00.
* significativa a 5%.
**7 participantes não informaram os gastos com a alimentação.
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Em relação à renda familiar e déficits de estatura por idade foi observado que 7,50%
(n=3) das crianças apresentavam baixa estatura para a idade, sendo que uma criança possuía
familiares com renda inferior a um salário mínimo. Havia duas crianças com baixo IMC para
a idade e sete crianças com sobrepeso/obesidade, todas com renda inferior a um salário
mínimo. Olinto et al. (1993) observaram que a renda familiar estava inversamente associada
as prevalências de desnutrição tanto para altura/idade quanto para peso/altura, e para as
famílias com renda inferior a meio salário mínimo per capta, os riscos foram
aproximadamente duas vezes maiores quando comparada àquelas de maior renda. As práticas
de alimentação são categóricas na saúde durante a infância e estão fortemente relacionadas ao
poder aquisitivo das famílias, do qual dependem a disponibilidade, quantidade e a qualidade
dos alimentos consumidos (AQUINO; PHILIPPI, 2002; SANTOS, 2005; SALVI; CENI,
2009).
Em relação à classificação P/I foi observado que duas crianças com renda inferior a
um salário mínimo possuíam peso baixo para a idade e uma possuía peso elevado. Não foi
encontrada nenhuma criança com baixo IMC para a idade e nenhuma com
sobrepeso/obesidade em famílias com renda superior a três salários mínimos.
Gastos com alimentação e estado nutricional dos filhos
Das crianças avaliadas, 40,00% (n=16) recebia auxílio de renda através do Programa
Bolsa Família, sendo que oito gastavam com alimentação valor menor ou igual a 300 reais.
Com relação ao índice P/I foi observado que duas crianças possuíam peso baixo para a idade e
uma (1) peso elevado e suas famílias tinham gasto menor igual a 300 reais com alimentação.
Em relação ao índice A/I foi observado duas crianças com baixa estatura para a idade, onde
suas famílias gastavam com alimentação valor menor igual a 300 reais. Com relação ao índice
IMC/I foi observado que duas crianças possuíam baixo IMC para idade e sete crianças
apresentavam-se com sobrepeso/obesidade, o gasto dessas famílias era menor e igual a 300
reais. Daquelas crianças com sobrepeso/obesidade, sete tinham famílias que gastavam mais de
300 reais com alimentação.
Frequência de consumo alimentar
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Em relação ao consumo alimentar dos filhos (Tabela 2) foi observado uma frequência
semanal (4 a 7 vezes na semana) superior a 50,00% para os grupos dos cereais e massas,
leguminosas, leite e derivados e carnes. Observou-se uma frequência inferior a 50,00% nesta
mesma categoria semanal para o consumo de frutas, hortaliças e doces e gorduras. Tais
resultados foram semelhante ao observado por Castro et al. (2005) que destacam que a baixa
frequência no consumo de frutas e hortaliças pode resultar na deficiência de ferro, vitamina C
e do beta-caroteno (que é um composto pró-vitamina A). O consumo de carnes relatado pelas
mães como raramente foi inferior ao encontrado por Castro et al. (2005) que observaram que
25,70% das crianças consumiam carnes raramente. Neste estudo três crianças não consumiam
carne e todas apresentavam sobrepeso.
Tabela 2. Distribuição (absoluta e relativa) da frequência de consumo alimentar dos alunos de uma
creche de Mesquita, MG, 2009.
Grupos alimentares
Raramente
1 a 3 vezes/semana
4 a 7 vezes/semana
N
%
N
%
N
%
Cereais e massas
7
17,50
8
20,00
25
62,50
Leguminosas
2
5,00
-
-
38
95,00
Frutas
10
25,00
13
32,50
17
42,50
Hortaliças
10
25,00
14
35,00
16
40,00
Raízes tuberosas e tubérculos
28
70,00
2
5,00
10
25,00
Carnes*
2
5,41
8
21,62
27
72,97
Leite e derivados
-
-
4
10,00
36
90,00
Doces e gorduras
14
35,00
7
17,50
19
47,50
Fonte: dados da pesquisa.
Legenda: * Foi relatado pelas mães que três crianças nunca comiam carne.
Quanto ao consumo de raízes tuberosas e tubérculos, 70,00% (n=28) das crianças
consumiam raramente, sendo que uma (n=1) dessas crianças encontrava-se com peso baixo
para a idade e baixo IMC para a idade, e três (n=3) encontravam-se com sobrepeso, sugerindo
que tal fato possa estar associado à ingestão excessiva de alimentos do grupo dos doces e
gorduras. Além disso, outro fator que pode ter influenciado o resultado seria o fato dos
responsáveis não saberem o conceito de raízes tuberosas e tubérculos. Na raiz tuberosa os
nutrientes se acumulam dentro da raiz, embaixo da terra e o caule fica acima da superfície
(beterraba, cenoura e batata doce), enquanto as raízes dos tubérculos apenas fixam o vegetal
ao solo, absorvem e conduzem água e nutrientes, sem acumulá-los (batata inglesa).
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Em relação ao consumo de frutas e hortaliças 25,00% (n=10) consumiam raramente,
sendo que uma (n=1) dessas crianças encontrava-se com peso baixo para idade, uma (n=1)
com baixo IMC para idade, uma (n=1) com baixa estatura para a idade e duas (n=2) com
sobrepeso/obesidade.
Considerando a presença de saneamento básico, 87,50% (n=35) das famílias possuíam
rede de esgoto, sendo observado por Oliveira et al. (2009) que 88,00% (n=22) das residências
possuíam rede de esgoto. No presente estudo apenas 45,00% (n=18) das residências possuíam
água tratada, diferindo de Oliveira et al. (2009) que observou 88,00% das famílias com o
mesmo benefício. Martino et al. (2010) observaram que 100,00% das famílias avaliadas
possuíam água tratada e rede de esgoto. A presença de saneamento básico de boa qualidade
favorece uma maior segurança alimentar (PEREIRA et al., 2009), uma vez que áreas
insalubres favorecem o desenvolvimento de infecções por parasitoses, provocados pela
presença de microrganismos na água que contaminam os alimentos diretamente ou
indiretamente (OLIVEIRA et al., 2009). Segundo Rocha et al. (2008), o declínio da
desnutrição pode ser explicado pela melhoria das condições socioeconômicas, saneamento
básico, escolaridade materna e pelo maior acesso a serviços de saúde nas Unidades Básicas de
Saúde (UBS).
Quanto ao acesso as Unidades Básicas de Saúde (UBS), apenas 5,00% (n=2) das
crianças avaliadas não se beneficiaram da assistência médica. Ribas et al. (1999) consideram
como sendo assistência médica periódica todo o acompanhamento assistencial contínuo
programado, segundo o calendário mínimo de consultas do Programa de Assistência Integral
à Saúde da Criança (PAISC).
Diante dos resultados apresentados faz-se necessária uma maior atenção à saúde das
crianças avaliadas, pois alterações no crescimento e desenvolvimento infantil poderão
repercutir em outros estágios de vida, principalmente na fase adulta.
CONCLUSÃO
As condições de higiene do local de preparo dos alimentos e da creche, bem como o
cardápio ofertado às crianças não atendiam as exigências necessárias para ao desenvolvimento
sadio.
Observou-se que algumas crianças não consumiam raízes tuberosas e tubérculos,
frutas e hortaliças, entretanto algumas se encontravam com sobrepeso/obesidade. A grande
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maioria das crianças apresentou eutrofia segundo o índice P/I e com estatura adequada
segundo o índice A/I. Foi observado que quase todas as crianças receberam alimentação
complementar antes dos seis meses de idade, sendo que muitas delas encontravam-se com o
IMC nas classificações de sobrepeso/obesidade segundo o índice IMC/I.
Neste estudo as variáveis escolaridade materna, renda familiar e gastos com
alimentação não foram estatisticamente significativas quando relacionadas aos índices P/I, A/I
e IMC/I, sendo que apenas a variável alimentação complementar foi estatisticamente
significante quando relacionada ao índice IMC/I.
Dessa maneira, ressalta-se a necessidade de um nutricionista nessa instituição a fim de
garantir o aporte nutricional necessário ao desenvolvimento dessas crianças, visando também
a diminuição de desvios nutricionais e o surgimento de doenças crônicas na fase adulta; bem
como inserir programas de orientação nutricional a essas mães para garantir suporte adequado
a essas crianças.
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