Tema de Reflexão
“Para que é que o ser humano quer a IA?”
“Tendo a IA como objectivo a criação de máquinas inteligentes que se poderão relacionar com os
seres humanos a um nível de igual para igual, quais serão as consequências para o Homem nesse
futuro hipotético? Verificar-se-á um aumento da qualidade de vida ou as possíveis perdas serão
superiores aos eventuais benefícios? Quais serão as facetas do mundo actual que sofrerão as
alterações mais significativas devido ao desenvolvimento da IA?”
[José Eduardo Lopes,ex- aluno de FIA]
“As mudanças no mundo e o ritmo cada vez mais acelerado das nossas vidas tornam-nos
sucessivamente mais distantes, menos compreensivos para o(s) que nos rodeia(m). Somos cada
vez mais mecanizados e menos humanos. Então, como encarar numa perspectiva futura, a
importância da inteligência artificial?: como um acelerar do ritmo mecanizado nas pessoas?;
como uma falta de humanismo ainda maior, num desprivilegio total dos nossos sentimentos?; ou
como uma tentativa de transformar uma máquina num “ser” que age, não só em benefício
próprio como também tendo em conta o que o rodeia? Mas se assim for não estará a perder a
eficiência? Temos que nos transformar em robots ou os robots devem ser tornados humanos?”
[Cristina Antunes, ex-aluna de FIA]
Estas duas contribuições de antigos alunos de FIA (Fundamentos de Inteligência Artificial,
LEEC, IST) reflectem a dúvida que permanece no espírito de muitos daqueles que se
preocupam com o tema da Inteligência Artificial nos seus mais variados aspectos. De facto,
na premissa de que é possível desenvolver seres artificiais inteligentes, o futuro da IA, quer
do ponto de vista das consequências para a sociedade humana quer na perspectiva do
modo como o desenvolvimento da IA se irá processar, é ainda uma grande incógnita,
exposto por isso a todo o tipo de polémica. Na verdade, o avaliar das consequências para o
ser humano da implementação de um qualquer avanço tecnológico ou conceptual é algo
que ocorreu e ocorre em diversas áreas e para diferentes problemas. Portanto, nada mais
natural que colocar a mesma questão relativamente à IA e aos seus propósitos. Todavia,
quando se pensa em IA surge uma questão nova relacionada com o facto de, quer se queira
quer não, existir um original (o ser humano) e uma cópia (o ser artificial). Assim, será que a
IA irá progredir até desenvolver o ser inteligente artificial ou, para além da progressão da IA,
haverá uma regressão do ser humano ao ponto de se poder confundir a cópia com o original?
Ou seja, o que os vossos colegas questionam, segundo pontos de vista diferentes, resumese provavelmente à questão: para que é que o ser humano quer a IA?
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Para que é que o ser humano quer a Inteligência Artificial?