NOVOS PARADIGMAS EPISTEMOLÓGICOS
SANTOS
conhecimento científico
MORIN
teoria da complexidade
CAPRA
nova física
MATURANA
árvore do conhecimento
LÉVY
hipertexto
MACHADO
conhecimento em rede
DEMO
aprendizagem não linear
PROFA. LUCILA PESCE
DAMASIO
neurociência
SANTOS
Características do conhecimento científico pós-moderno:
1. Unidualidade entre as ciências naturais e as sociais.
2. Conhecimento local é também global.
3. Conhecimento como auto-conhecimento.
4. Conhecimento científico e senso comum.
PROFA. LUCILA PESCE
SANTOS
Características do conhecimento científico pós-moderno:
1. Unidualidade entre as ciências naturais e as sociais:
- devido aos avanços da Física e da Biologia
- revalorização dos estudos humanísticos: “o que antes era a causa do
maior atraso das ciências sociais é hoje o resultado do maior avanço das
ciências naturais” (SANTOS, 1997, p. 43)
- auto-regulação também manifesta em sistemas pré-celulares de
moléculas
- novos conceitos para ambas as ciências: historicidade, processo,
liberdade, auto-determinação, consciência, interdependência entre
consciência e matéria
PROFA. LUCILA PESCE
SANTOS
- Durkeim às avessas: fenômenos naturais compreendidos como sociais:
* Prigonine e Haken: comportamento das partículas explicado com
conceitos das ciências sociais (ex: democracia nuclear)
* Capra: relação entre Física e Psicanálise - “padrões da matéria e
padrões da mente concebidos como reflexos uns dos outros” (ibid., p. 41)
- Alguns teóricos do novo paradigma:
* Prigogine - teoria das estruturas dissipativas
* Haken - teoria sinergética
* Bohm - teoria da totalidade indivisa
* Jung - inconsciente coletivo
* Capra - nova física
* Habermas - situação comunicativa
* Popper - teoria das incertezas
PROFA. LUCILA PESCE
SANTOS
Características do conhecimento científico pós-moderno:
2. Conhecimento local é também global:
- crítica à excessiva especialização do conhecimento científico.
- “Ao contrário do que se sucede no paradigma atual, o conhecimento
avança à medida que o seu objeto se amplia, ampliação que, como a da
árvore, procede pela diferenciação e pelo alastramento das raízes em
busca de novas e mais variadas interfaces” (ibid., p. 47).
- pluralidade metodológica e composição transdisciplinar, no trabalho
científico.
PROFA. LUCILA PESCE
SANTOS
3. Conhecimento como auto-conhecimento:
- unidualidade entre sujeito e objeto - “o objeto é a continuação do
sujeito por outros meios” (ibid., p. 52)
- a pesquisa científica é histórica e culturalmente datada
- há estreita relação entre a pesquisa e a vida do pesquisador (trajetória
de vida pessoal e coletiva, crenças, valores...): “No paradigma emergente,
o caráter autobiográfico e auto-referenciável da ciência é plenamente
assumido” (ibid., p. 53)
- incerteza do conhecimento como chave de entendimento do mundo
- ciência mais contemplativa que ativa (controle)
- criação científica como próxima da literária ou artística (intuição,
criatividade, emotividade...)
- conhecimento ressubjetivado: ensina a viver e traduz-se em saber
prático
PROFA. LUCILA PESCE
SANTOS
Características do conhecimento científico pós-moderno:
4. Conhecimento científico e senso comum:
- valorização do senso comum, na ciência pós-moderna. Por quê?
- vê o mundo pautado na criticidade e na responsabilidade individual
- é prático e pragmático (privilegia a ação que não produza rupturas com
o real)
- está aliado à trajetória de vida
- é indisciplinar e imetódico
“Deixado a si mesmo, o senso comum é conservador e pode legitimar
prepotências, mas interpenetrado pelo conhecimento científico pode estar
na origem de uma nova racionalidade” (ibid., p. 56)
PROFA. LUCILA PESCE
SANTOS
“A ciência pós-moderna, ao sensocomunicar-se, não despreza o
conhecimento que produz tecnologia, mas entende que, tal como o
conhecimento se deve traduzir em auto-conhecimento, o
desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se em sabedoria de vida”
(ibid., p. 57)
SANTOS
TECNOLOGIA
PROFA. LUCILA PESCE
Tecnologia: novos vôos para a educação?
PROFA. LUCILA PESCE
MORIN - TEORIA DA COMPLEXIDADE:
OBJETIVIDADE?
BIOANTROPOLOGIA DO CONHECIEMNTO
FACES DO CONHECIMENTO
CONHECIMENTO SOCIOCULTURAL
COMO PENSAMOS?
ESFERAS DO CONHECIMENTO
PROFA. LUCILA PESCE
MORIN
Teoria da Complexidade:
-Crise dos fundamentos do conhecimento científico moderno, pautado
na coerência lógica das teorias, que se fundam nos dados objetivos.
-Objetividade - definida como “último produto de um consenso
sociocultural e histórico da comunidade científica” (1996, p. 16).
-Objetividade entre parênteses - porque sempre ligada à
intersubjetividade. Abarca o sujeito individual, a cultura e a sociedade. O
fenômeno observado o é pelo observador / conceptor.
- Complexidade na objetividade, pois necessita de consenso e de
antagonismo.
PROFA. LUCILA PESCE
MORIN
- Mesmo no seio das teorias científicas há aspectos não científicos
(sentido estrito): interesses, curiosidade, imaginação, subjetividade...
- Crítica ao paradigma da simplificação:
“O paradigma da simplificação não permite pensar a unidade, a unitas
multiplex, só permite ver unidades abstratas ou diversidades também
abstratas, porque não coordenadas” (ibid., p. 31).
- Anel epistemológico:
“O problema não está em que cada um perca a sua competência. Está em
que a desenvolva o suficiente para a articular com outras competências
que, ligadas em cadeia, formariam o anel completo e dinâmico, o anel do
conhecimento do conhecimento” (ibid., p. 33)
PROFA. LUCILA PESCE
MORIN
Condições bioantropológicas do conhecimento:
- O ser vivo é auto-eco-organizador, pois organiza-se por si mesmo, a
partir da troca com o meio.
- Ação como vínculo primeiro do conhecimento cerebral.
- Conhecimento na complexidade: trabalha com redundâncias
(repetições, regularidade, princípios de ordem) e ruídos (aleatoriedades,
incertezas, princípios caóticos).
- Teoria complexa da organização e as faces do conhecimento:
“Aqui é necessário compreender a noção de emergência em função de
uma teoria complexa da organização: um todo emerge a partir de
elementos constitutivos que interagem, e o todo organizador que se
constitui retroage sobre as partes que o constituem. Esta retroação faz
com que estas partes só possam funcionar graças ao todo” (ibid., p. 23).
PROFA. LUCILA PESCE
MORIN
As faces do conhecimento:
ORGANIZACIONAL
(aparelho neurocerebral)
BIOLÓGICA
(cérebro - órgão biológico)
PSÍQUICA
(humanidade do conhecimento:
atividades, idéias, linguagem e consciência)
PROFA. LUCILA PESCE
MORIN
Como pensamos?
Mediante...
Atividades analíticas: disjunções, distinções e inferências (raciocínio
indutivo: do particular para o geral).
Atividades sintéticas: articulações, associações e deduções (raciocínio
dedutivo: do geral para o particular).
- Hipercomplexidade cerebral (unitas multiplex):
* o cérebro lida com complementaridade e antagonismo entre o
hemisfério esquerdo (abstração e análise) e direito (apreensão global e
criatividade).
* organização harmônica (predomínio de um sobre outros. Ex:
imaginação, como predomínio da pulsão sobre a razão).
* cérebro: reptilíneo (agressão), mamífero (afetividade) e neocórtex
humano (inteligência lógica e conceptual).
PROFA. LUCILA PESCE
MORIN
Condições socioculturais do conhecimento:
- Conhecemos o mundo dos fenômenos mediante teorias cultural e
socialmente datadas.
- Há uma inscrição histórica e sociocultural do conhecimento.
-No processo de construção do conhecimento há uma tecitura conjunta
entre o determinismo estrutural e a autonomia cognitiva do sujeito.
PROFA. LUCILA PESCE
MORIN
ESFERAS DO CONHECIMENTO
RACIONAL-EMPÍRICA
SIMBÓLICO-MÍTICO-MÁGICA
PROFA. LUCILA PESCE
MATURANA - A ÁRVORE DO CONHECIMENTO:
CONCEITOS-CHAVE
CRÍTICA AO INSTRUCIONISMO
LINGUAGEM
OBSERVADOR
VISÃO SISTÊMICA DA VIDA
PROFA. LUCILA PESCE
MATURANA
A árvore do conhecimento:
- Crítica ao instrucionismo, na discussão sobre aprendizagem, com
bases biológicas - dinâmica não linear da epistemologia.
- Fenômenos sociais: fundados no acoplamento lingüístico.
- Circularidade biológico-hermenêutica da linguagem: a linguagem
implica consenso e coordenação de ações.
- Conhecimento humano: vivido numa tradição cultural.
PROFA. LUCILA PESCE
MATURANA
-Expansão do conceito de cognição: relativa aos processos vitais
(percepção, emoção e comportamento, para além da dimensão racional).
- Cognição: garante a autogeração e a autoperpetuação das redes vivas.
- Foco na circularidade cognitiva: autopoiese do ser em relação ao meio
no qual está inserido.
- Seres autopoiéticos, porque abertos ao fluxo de matéria e energia, mas
fechados em sua dinâmica estrutural.
PROFA. LUCILA PESCE
MATURANA
- Duplo papel da linguagem:
* gerar regularidades próprias do acoplamento estrutural social (pólo da
reprodução),
* construir a dinâmica recursiva do acoplamento socioestrutural
(reflexividade, criatividade, pólo da reconstrução).
- Amor como elemento fundante do social: conhecemos o mundo com
o outro.
“Biologicamente, sem amor, sem a aceitação do outro, não há fenômeno
social” (1995, p. 264).
PROFA. LUCILA PESCE
MATURANA
VIDA
AÇÃO
MENTE
(matéria / estrutura)
ASPECTOS COMPLEMENTARES
DO FENÔMENO DA VIDA
COGNIÇÃO
CONHECIMETNO
PROFA. LUCILA PESCE
CÉREBRO
(processo)
MATURANA
- Ontologia do observador: inexistência de um mundo objetivo,
independente do observador (observador reconstrutivo).
- Multiverso: há tantas realidades quantos forem os domínios
explicativos - noções de responsabilidade e ética.
“...nossas certezas não são provas de verdade [...] nosso ponto de vista é
resultado de um acoplamento estrutural dentro de um domínio
experiencial tão válido como o de nosso oponente, ainda que o dele nos
pareça menos desejável” (ibid., p. 262).
PROFA. LUCILA PESCE
TEORIA DA AUTOPOIESE - CONCEITOS-CHAVE:
“A palavra autopoiese surgiu à mente de MATURANA (1997), na
tentativa de sintetizar, numa expressão, a dinâmica constitutiva da
organização circular dos seres vivos e sua relação com o operar
cognitivo” (OLIVEIRA, 2000, p. X).
* sistema autopoiético: sofre mudanças estruturais contínuas, ao mesmo
tempo em que conserva seu padrão de organização em teia.
* organização: mantém-se graças às alterações das estruturas do ser.
* estruturas: por serem cambiantes, na relação com o meio, garantem a
manutenção da organização do ser. Mudam a partir das influências
ambientais e como resultado da dinâmica interna do sistema. Tais
mudanças são atos de cognição.
PROFA. LUCILA PESCE
TEORIA DA AUTOPOIESE - CONCEITOS-CHAVE:
* acoplamento estrutural: congruência entre organismo e meio, gerador
das mudanças estruturais do ser.
* determinismo estrutural: não é a realidade externa que se impõe ao
sujeito. A realidade não é reproduzida, mas construída a partir de
correlações internas ao ser. O que vem de fora pode desencadear a
aprendizagem, mas não determiná-la. O ser é livre para aceitar ou não as
perturbações do meio. O meio pode desencadear alterações no ser, mas
tais alterações são disparadas a partir do determinismo estrutural do ser.
* motivação endógena: do ser para com o conhecimento (conhecimento
como componente biológico vital à evolução do ser).
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
- Epistemologias pós-modernas: sob a ótica de uma realidade complexa,
dinâmica, não linear.
- Caráter dialético da complexidade não linear: tessitura não linear da
dinâmica da realidade e de sua captação, em sentido ambíguo e
ambivalente.
- Caráter reconstrutivo político do conhecimento e da aprendizagem.
- A complexidade é:
* dinâmica
* não linear
* reconstrutiva
* um processo dialético evolutivo
* irreversível
* intensa
* ambígua / ambivalente
- Princípios do hipertexto.
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
A complexidade é dinâmica:
- “Não pode ser complexo o que não for campo de forças contrárias, em
que eventual estabilidade é sempre rearranjo provisório” (2002, p. 13).
- Ordem subjacente ao caos aparente.
ORDEM
Modo persistente de ser
CAOS
Modo inovador de vir a ser
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
A complexidade não é linear:
- A não linearidade também abarca a linearidade.
- TIC e linearidade:
* computador: segue apenas as seqüências lógicas; armazena e processa
informação = perspectiva sintática (linear, fixo).
* memória humana: não linear, pois maneja as ambivalências (ex:
ironias); cria imaginação = perspectiva semântica (não linear, instável).
- Computador: máquina sofisticada complicada, mas não complexa.
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
A complexidade é reconstrutiva:
- permanece a mesma, mudando sempre;
- relacionada à aprendizagem: a aprendizagem é reconstrutiva, pois
existe em devir, refazendo-se sempre.
- relacionada à autonomia: autonomia como negociação (carece de
complemento para atualizar-se) e não como conclusão (estar apto a
incomunicar-se). - link com autonomia relativa de MORIN
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
A complexidade é um processo dialético evolutivo:
- a criatividade (atributo humano) ampliada para a natureza (Prigogine).
- a trajetória evolucionária tem sua lógica complexa: há um nível de
aprendizagem que não é apenas lógico.
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
A complexidade é irreversível:
“Não se pode passar do depois para o antes, nem o depois é igual ao
antes” (ibid., p. 17).
Irreversibilidade sinalizando o caráter evolutivo histórico da natureza.
Meu - irreversível:
•Referente à trajetória de vida;
•Progressiva atribuição de significado à realidade;
•Reconhecimento e valorização das próprias raízes;
•Erguido pelos laços afetivos.
Meu - reversível:
•Revisão;
•Reorganização do já vivido;
•Formação da memória, por processos simbólicos (lingüísticos e
imagéticos).
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
A complexidade é intensa:
- Fenômeno de intensidade e causalidade linear:
* O tufão não é reproduzido a partir do esvoaçar da borboleta, mas
sobretudo produzido, reconstruído, criado.
* O mesmo pode ser dito sobre os tissunamis que ocorrem em ilhas do
pacífico, em virtude de geleiras que se desprendem no Alaska (ondas de
20 cm. ou catástrofe).
- O caráter intenso do fenômeno introduz dimensões produtivas
imprevisíveis e incontroláveis.
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
A complexidade é ambígua e ambivalente:
- ambigüidade: relativa à estrutura;
- ambivalência: relativa à dinâmica.
- Freire percebe a ambivalência da aprendizagem: reprodução x
reconstrução (libertação).
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
Tecnologia em Educação:
-Tecnologia como entidade de ordem instrumental para a educação:
não substitui “o ambiente pedagógico da aprendizagem reconstrutiva
política, mas pode potencializá-la significativamente” (ibid., p. 180).
-A interatividade não está na máquina, mas no usuário, que pode
comunicar-se de forma mais participativa através dela.
- Não há software educativo: o educativo está no educador e no
educando.
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
Tecnologia em Educação:
-Hipertexto como fenômeno não linear e complexo?
-Foco no humano: a interatividade não é propriedade tecnológica, mas
hermenêutica.
- Interatividade: palavra originária da Física, foi incorporada à
sociologia. Indica bidirecionalidade, co-autoria, intervenção da recepção
na emissão.
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
Aportes decisivos sobre a tecnologia na educação:
- Manejo da presença virtual: em complemento ao presencial, permite
acessos.
- Acesso a ambientes ricos de informação (Internet): ênfase do professor
reconstrutivo sobre o reprodutivo.
- Aprimoramento de ambientes formativos: desmistificar os poderes
mágicos da tecnologia.
- Superação da tendência instrucionista da teleducação; vislumbrar sua
potencialidade para a aprendizagem, na via do aprimoramento da
estratégia de pesquisa e elaboração própria.
PROFA. LUCILA PESCE
DEMO
Aportes decisivos sobre a tecnologia na educação:
- Reconhecimento da virtude motivacional da tecnologia aliada à função
da educação de ‘educar’ a mídia (não deixá-la à mercê dos abusos
mercadológicos).
- Revisão do conceito de inteligência:
* Artefatos tecnológicos ampliam a capacidade de processamento e
armazenamento de dados em velocidade crescente.
* Inteligência como saber pensar, incluindo a autocrítica.
* “As virtudes da digitalização são cruciais para o raciocínio lógico, mas
inteligência complexa não linear vai muito além, desbordando a
referência sintática algorítmica para atingir o horizonte caótico da
semântica” (ibid., p. 181).
PROFA. LUCILA PESCE
EDUCAÇÃO, TELEMÁTICA E NOVOS
ENCONTROS?
PROFA. LUCILA PESCE
LÉVY
CARACTERÍSTICAS
GROUPWARE
HIPERTEXTO
PRINCÍPIOS
CURIOSIDADES
PROFA. LUCILA PESCE
LÉVY
Princípios do hipertexto:
•metamorfose: rede em constante construção, negociação,
transformação;
•heterogeneidade: diversidade das conexões, nós e conexões
heterogêneos, em sua multiplicidade, envolvendo lógica, afeto, sensações
etc. (questionamento do foco lingüístico-lógico-matemático, na
construção do conhecimento);
* organização fractal: multiplicidade e encaixe das escalas, todo nó
pode ser desdobrado em rede ulterior indefinidamente;
PROFA. LUCILA PESCE
LÉVY
Princípios do hipertexto:
•exterioridade: permanente abertura da rede hipertextual (e do
conhecimento em construção), rede sem unidade orgânica, nem motor
interno; sua manutenção depende de interferência externa (relativizar
distinções como: conhecimento escolar e teórico,senso comum e
conhecimento científico);
•topologia: funcionamento por proximidade semântica, vizinhança - a
rede não está no espaço, é o espaço;
•mobilidade dos centros: inexistência de centro único, possui de modo
simultâneo e permanente diversos centros (currículo e ação docente
incorporando a multiplicidade e mobilidade dos centros de interesse).
(também DEMO, 2002, p. 171 e MACHADO, 1995, p.145 – 150).
PROFA. LUCILA PESCE
Machado
Demo
LÉVY
Hipertexto - curiosidades históricas:
* Vanevar Bush, artigo As we may think, 1945.
* Theodore Nelson, idéia de escrita e leitura não linear em um sistema de
informática, anos 60.
Computador e livro:
* impressão: possibilitou uma relação com o texto diferente da existente
no manuscrito - “possibilidade de exame rápido do conteúdo, acesso não
linear e seletivo do texto, de segmentação do saber em módulos, de
conexões múltiplas a uma infinidade de outros livros graças às notas de
rodapé” (1997, p. 34).
* livro e computador tornaram-se mais populares quando atingiram
tamanho e preço menores.
PROFA. LUCILA PESCE
LÉVY
Hipertexto - algumas características:
- pesquisa por palavras-chave;
- links: princípio da não linearidade, pela rápida passagem de um nó a
outro (metáforas - navegação, internautas);
- dinâmico, em constante movimento;
- um metatexto de geometria variável;
- sistema móvel das relações de sentido.
PROFA. LUCILA PESCE
LÉVY
GROUPWARE:
- Usuário coletivo: contribuição do hipertexto ao trabalho em equipe raciocínio, argumentação, discussão, criação, organização,
planejamento...
- Sujeito cognitivo - redes de conversação:
“Todos os membros da organização participam da criação e da
manutenção deste processo de comunicação. Portanto , não são meras
informações que transitam na rede de conversação, mas sim atos de
linguagem, que comprometem aqueles que os efetuam frente a si
mesmos e aos outros” (ibid., p. 65).
- Representação gráfica da rede de argumentos como instrumento para o
diagnóstico da estrutura lógica da argumentação em andamento.
PROFA. LUCILA PESCE
LÉVY
GROUPWARE - Nova geometria da comunicação:
* rede de argumentação passível de ser manipulada a qualquer instante;
* escrita coletiva, dessincronizada, sempre disponível, ordenada e
objetivada sobre a tela;
* hipertexto como materialização do saber comum;
* o texto é o mesmo para todos, mas o hipertexto (rede de relações)
varia;
* groupware: reunir não somente os textos, como também o hipertexto
(rede de associações e anotações).
PROFA. LUCILA PESCE
GROUPWARE E CONTEXTO COMPARTILHADO
PROFA. LUCILA PESCE
Escher, Drawing Hands
CAPRA
VISÃO SISTÊMICA
CULTURA
TECNOLOGIA
TECNOLOGIA E NATUREZA HUMANA
TECNOLOGIA E CULTURA
PROFA. LUCILA PESCE
CAPRA
-Nova Física: engloba uma compreensão sistêmica da vida.
- Compreensão sistêmica da vida biológica e da vida social.
- Compreensão sistêmica da realidade social: forma, matéria, processo
e significado.
- Análise sistêmica e padrão de organização: sistemas vivos como
redes autogeradoras.
-Padrão de organização em rede: básicos de todo sistema vivo (das
células aos ecossistemas). Cada componente contribui para a formação
dos demais.
- Rede social: padrão não linear de organização (surgimento espontâneo
– emergence).
PROFA. LUCILA PESCE
CAPRA
CULTURA
Significado histórico:
- antiguidade: cultivo (de cereais).
- século XVI: cultivo da mente humana.
- século XVIII: modo de vida particular de um povo.
Dimensão não linear da cultura:
“A cultura nasce de uma dinâmica complexa e altamente não linear. É
criada por uma rede social dotada de múltiplos elos de retroalimentação,
através dos quais os valores, crenças e regras de conduta são
continuamente comunicados, modificados e preservados. A cultura nasce
de uma rede de comunicações entre indivíduos; e, à medida que nasce,
impõe limites às ações desses mesmos indivíduos” (2002, p. 98).
PROFA. LUCILA PESCE
CAPRA
TECNOLOGIA
Significado histórico:
- do grego techne (arte): discurso sobre as artes.
- século XVII: discussão sistemática sobre as artes aplicadas (ofícios).
- século XX: inclui ferramentas e máquinas, como também métodos e
técnicas não materiais. Portanto, aplicação sistemática de qualquer uma
dessas técnicas.
Mais antiga que a ciência: remonta ao homo habilis.
PROFA. LUCILA PESCE
CAPRA
TECNOLOGIA E NATUREZA HUMANA
LINGUAGEM
CONSCIÊNCIA
REFLEXIVA
CONSTRUÇÃO DE
UTENSÍLIOS
PROFA. LUCILA PESCE
CAPRA
VALORES CULTURAIS E TECNOLOGIA – ERAS DA
CIVILIZAÇÃO
IDADE DA PEDRA
IDADE DO BRONZE
IDADE DO FERRO
ERA INDUSTRIAL
ERA DA INFORMAÇÃO / INFORMÁTICA
PROFA. LUCILA PESCE
MACHADO
Conhecimento como rede de significados.
Processos cognitivos.
Da cadeia à rede.
Rede e hipertexto.
Metáfora e ação docente.
Metáfora como processo.
PROFA. LUCILA PESCE
MACHADO
Conhecimento como rede de significados:
-Lúria: campo semântico como redes de associações através das quais o
significado de uma palavra é construído (1987).
- Ullmann: o campo associativo de uma palavra é formado por uma
intrincada rede de associações (1964).
- Ciências cognitivas: conexionismo – o cérebro funciona a partir de
esquemas de articulações não lineares.
PROFA. LUCILA PESCE
MACHADO
Dinâmica dos processos cognitivos:
- compreender é aprender o significado;
- aprendizado do significado de um objeto ou de um acontecimento na
percepção de suas relações com outros objetos ou acontecimentos;
- significados como feixes de relações;
- as relações articulam-se em teias, redes, construídas social e
individualmente e em permanente estado de atualização;
- conhecer como enredar.
PROFA. LUCILA PESCE
MACHADO
Da cadeia à rede:
- Cadeia: encadeamento lógico, ordenação, linearidade na construção do
conhecimento (pré-requisitos, seriações, planejamentos e avaliações);
- Rede: não linearidade, não hierarquização (ruptura com práticas
escolares ligadas à idéia de conhecimento em cadeia).
-Ex: de organização curricular não linear - Projeto Lixão.
PROFA. LUCILA PESCE
MACHADO
Redes – o hipertexto como paradigma:
- Texto: do latim textus (tecido) – textura, tecer, teia, entrançamento de
palavras.
-Lévy e a constituição dos universos de significados (1997):
•Círculo – oralidade;
•Reta – escrita;
•Rede – multimídia hipertextual (conjunção de diversos signos
semióticos – escrita, imagem, som, animação – em múltiplas conexões).
- Princípios do hipertexto.
PROFA. LUCILA PESCE
MACHADO
Redes – a metáfora e as ações docentes:
- Educação escolar como construção de uma rede de significados.
- Fixação de pontos de partida e de ordenações para a construção de
conhecimento?
- Linearidade, rigidez, pré-requisitos, percursos proibidos entre nós da
rede cognitiva?
- Planejamento didático e conhecimento como rede de significados.
PROFA. LUCILA PESCE
MACHADO
Redes – a metáfora e as ações docentes:
-Temas: pretextos; seu valor deve ser estimado a partir das
possibilidades de articulação.
- Conhecimento como rede de significados x disciplinaridade:
percepção de relações interdisciplinares.
- Conhecimento como rede de significados x avaliação: avaliador – não
um técnico em medidas, mas um intérprete de indícios, a partir dos quais
manifesta juízos de valor.
PROFA. LUCILA PESCE
MACHADO
Redes – a metáfora como processo:
- Metáfora: de natureza semântica, capacidade de associar
significativamente objetos ou temas situados em contextos
aparentemente desconexos.
- Jogos como recursos pedagógicos: construções alegóricas com
interesses cognitivos – envolvimento, participação, valorização do
trabalho em equipe, desenvolvimento da capacidade de projetar
estratégias de ação, emulação construtiva condutora da auto-superação,
compreensão plena das regras, análise crítica das interconexões.
PROFA. LUCILA PESCE
MACHADO
Redes – a metáfora como processo:
Ação docente: “...prover uma compreensão global da dinâmica das interrelações nodais, enquanto se ‘navega’ na rede de significados que
constitui o conhecimento” (1995, p. 162).
- Conhecimento como rede - metáfora como “instrumento cognitivo
deflagrador de processos associativos” (ibid., p. 163): eleger as
metáforas adequadas para a construção dos novos significados, a partir
da rede de significados preexistente do alunos.
PROFA. LUCILA PESCE
DAMÁSIO
Neurologista (Iowa)
Uma das principais obras: O erro de Descartes.
Estuda o papel das emoções na atividade cognitiva dos indivíduos.
Emoção e sentimento: indispensáveis à racionalidade, favorecem
tomada de decisões, também devem ter um satatus de atributo
cognitivo.
Ter conhecimento das próprias emoções gera a possibilidade de se
interferir em situações, de modo mais adequado.
Corpo e mente como mesma realidade orgânica.
PROFA. LUCILA PESCE
A VIA DA COMPLEXIDADE E OS PROJETOS
EDUCATIVOS DE CUNHO PROGRESSISTA
-O aluno não é passivo no processo de
construção de conhecimento.
-A relação ensino-aprendizagem é complexa e só
se efetiva como fruto da compatibilidade entre
objetivos, emoções, conteúdos e projetos
compartilhados pelos atores sociais envolvidos.
-Aluno como sistema autônomo: abertura e
fechamento, princípios da identidade, da
intercomunicação e da incerteza.
PROFA. LUCILA PESCE
A VIA DA COMPLEXIDADE E OS PROJETOS
EDUCATIVOS DE CUNHO PROGRESSISTA
-O processo de ensino-aprendizagem apóia-se
no processo de comunicação, pela linguagem.
-Cidadania plena dos aprendizes: ênfase na
interação entre formandos e formadores, bem
como entre pares (formandos).
-Aspecto formativo da avaliação.
-Flexibilidade do planejamento: o tempo da
aprendizagem é esfera do sujeito.
-A reciprocidade deve ser ativada nos processo
de ensino-aprendizagem
(a
voz
do
outro).
PROFA. LUCILA PESCE
A VIA DA COMPLEXIDADE E OS PROJETOS
EDUCATIVOS DE CUNHO PROGRESSISTA
-Oferecimento de ampla gama de atividades
didáticas, variadas e provocativas, porque o
sujeito da aprendizagem requer um meio cada
vez mais alargado.
-Se o processo de ensino-aprendizagem é
complexo, a saída está no trabalho
interdisciplinar e coletivo, capazes de ancorar
uma visão menos mutiladora e encaminhamentos
mais promissores.
PROFA. LUCILA PESCE
NOVO PARADIGMA EPISTEMOLÓGICO
Questões para discussão:
1. Quais as principais convergências entre Damásio, Maturana,
Morin e Lévy?
2. Que visão de Ciência pode ser percebidas no trecho do filme Patch
Adams e que se coaduna com estes novos cenários dos estudos da
cognição?
3. Que contribuições o novo paradigma epistemológico pode trazer à
reflexão sobre sua atuação como profissional de EaD?
4. Que contribuições o novo paradigma epistemológico pode trazer à
reflexão sobre o desenvolvimento de cursos em EaD?
PROFA. LUCILA PESCE
Referências bibliográficas:
CAPRA, F. Vida, mente e sociedade. In: As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável.
Trad. M. B. Cipolla. São Paulo: Cultrix, 2002, p. 19-106.
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PROFA. LUCILA PESCE
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