XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental
III-105 - CARACTERIZAÇÃO QUANTI-QUALITATIVA DOS RESÍDUOS
RECICLÁVEIS DE HOSPITAIS DE PORTO ALEGRE/RS, ENCAMINHADOS A
COLETA SELETIVA REALIZADA PELO DMLU
Rosa Maris Rosado(1)
Bióloga e Mestre em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atuou no
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde da Equipe de
FOTOGRAFIA
Resíduos Especiais/DDF/DMLU. Atualmente coordena a Assessoria Ambiental/DMLU.
NÃO
Adriane Alves Silva
Engenheira Química e Chefe da Equipe de Resíduos Especiais/DDF/DMLU.
DISPONÍVEL
José Alvenir Pinto
Estagiário da Equipe de Resíduos Especiais/DDF/DMLU. Atualmente Biólogo formado
pela Universidade Luterana do Brasil.
Márcia Maria Nascimento de Almeida
Engenheira Sanitarista e atua na Equipe de Resíduos Especiais/DDF/DMLU, no Programa de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde.
Marta Sirangelo Bauermann
Engenheira Civil e Coordenadora da Seção de Coleta Seletiva /DLC/DMLU.
Endereço(1): Rua Romeu Samarani Ferreira, 195 - Bloco B - apto. 406 - Bairro Jardim Vila Nova - Porto
Alegre - RS - CEP:91740-750 - Brasil - Tel: (51) 277-2685 - e-mail: [email protected]
RESUMO
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de quantificar e qualificar os resíduos recicláveis dos
estabelecimentos hospitalares da cidade de Porto Alegre. Esta caracterização foi realizada durante o período de
29/11 à 10/12/1999, sendo analisados os resíduos de 17 hospitais de Porto Alegre/RS, encaminhados a Coleta
Seletiva do DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana). Não se tem conhecimento de nenhum trabalho,
sobre a temática resíduos de serviços de saúde, contendo esta abordagem de resíduos recicláveis, pois os resíduos
desses estabelecimentos de saúde carregam o peso de serem classificados como infectantes, mesmo que sabendo-se
que somente uma pequena parcela destes apresenta potencial de risco biológico. Os dados demonstram que a
destinação desses resíduos as unidades de triagem é viável, acarretando benefícios ambientais, através da
reciclagem, e sociais, através da geração de emprego e renda. Entretanto, ficou evidenciada a necessidade de uma
segregação mais adequada desses resíduos na origem, evitando assim riscos a saúde dos trabalhadores dos
estabelecimentos de saúde, da limpeza urbana e dos recicladores.
PALAVRAS-CHAVE: Resíduos Sólidos, Serviços de Saúde, Resíduos Recicláveis, Caracterização, Coleta
Seletiva.
INTRODUÇÃO
O tema resíduos dos serviços de saúde tem sido muito debatido, nessa última década, sendo considerado
polêmico por não haver consenso no entendimento dessa problemática peculiar na ampla discussão sobre o
gerenciamento dos resíduos sólidos. As diferentes concepções que permeiam estes debates vão desde as mais
alarmistas, que consideram todo o resíduo gerado em um estabelecimento de saúde como infectante, até as
mais despreocupadas, que defendem ser estes resíduos iguais aos domiciliares não atribuindo importância
específica ao problema. Mesmo que ainda não se tenha uma concepção definitiva sobre o significado desses
resíduos para o ambiente e a saúde humana, as posições antagônicas provocam discussões. Esse panorama
atual, nacionalmente, parece ter evoluído, através do bom senso, na direção de uma concepção intermediária.
A adoção de formas adequadas para a gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde depende,
fundamentalmente, da mudança de postura dos geradores, não somente dos trabalhadores da saúde, mais da
sociedade como um todo, com relação ao ambiente de forma a encará-lo na sua finitude de recursos. Para que
esta mudança se efetive é necessário o acesso ao conhecimento, que por sua vez deve estar sendo
permanentemente reavaliado através de uma análise crítica da realidade.
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As informações sobre o tema resíduos dos serviços de saúde são escassas e, no que se refere a resíduos
recicláveis de hospitais, são, até onde se tenha conhecimento, inexistentes, dificultando desta forma a
obtenção de dados comparativos.
Em avaliação realizada em 1993 nos hospitais de Porto Alegre/RS, Akutsu e Hamada encontraram um
percentual médio de 52,5% de geração de resíduos sépticos, evidenciando a necessidade de um sistema de
segregação mais eficiente. Segundo Castanhede (1997), somente cerca de 10% dos resíduos hospitalares são
infectantes, considerando como infectantes os resíduos que podem vir a transmitir enfermidades parasitárias,
virais ou bacterianas a seres humanos. Estes resíduos são provenientes de locais específicos, tais como áreas
de isolamento, blocos cirúrgicos e laboratórios de análises clínicas. Os resíduos perfuro-cortantes são também
considerados resíduos contaminados, sendo agulhas, ampolas, pipetas, lâminas de barbear e vidros que se
quebram facilmente. Entretanto, grande parte dos resíduos gerados nos estabelecimentos hospitalares, devido
as suas características físicas, químicas e biológicas, se enquadra na categoria de comum, por não apresentar
evidências de risco à saúde das pessoas.
Sabe-se que nas últimas duas décadas, com o advento da SIDA, houve um incremento na geração de resíduos
hospitalares em função do aumento do emprego de materiais e produtos descartáveis nos procedimentos
médicos e ambulatoriais. Sendo que, na perspectiva de Petronovich (1991), o volume de resíduos dos serviços
de saúde tende a aumentar em média 3% ao ano devido a estas precauções adotadas para evitar as infecções
hospitalares. Em Porto Alegre a geração de resíduos de serviço de saúde é cerca de 2% do total de resíduos
aterrados, perfazendo um volume médio diário de 26 toneladas.
A partir da adoção de uma política de gerenciamento integrado de resíduos sólidos, em Porto Alegre, em
1991 foi iniciado um trabalho junto aos hospitais, a fim de assegurar que os resíduos dos serviços de saúde
fossem gerenciados adequadamente, visando a preservação ambiental e proteção a saúde humana. Através de
vistorias e assessorias técnicas a diferentes instituições de saúde, o DMLU visa homogeneizar os
procedimentos adotados pelos diferentes estabelecimentos.
Em consonância com a Resolução nº5 de 05/08/93 do CONAMA, que estabelece a obrigatoriedade da
elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, a Equipe de Resíduos Especiais/Divisão de
Destino Final do DMLU, realiza periodicamente avaliações do gerenciamento interno dos resíduos de saúde
em 28 instituições de saúde. Nessa avaliação são levados em conta os aspectos de segregação,
acondicionamento, transporte e armazenamento dos resíduos gerados. Ao final é emitido um relatório
contendo as informações sobre o gerenciamento interno de resíduos sólidos em cada estabelecimento, o qual é
encaminhado a comissão interna responsável por esse gerenciamento, que de posse deste material tome as
devidas providências com a maior brevidade possível. Muito já foi realizado nesta direção, entretanto ainda
muito que caminhar no sentido de alcançar uma situação ideal em termos de resíduos hospitalares.
Atualmente, a política de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde tenta romper com o antigo
paradigma de que todo resíduo gerado no interior das instituições hospitalares deve ser considerado
contaminado e, reforça o principio dos três “rês” também nestes locais, ou seja, a importância de se reduzir,
reaproveitar e reciclar, contribuindo para uma melhor qualidade ambiental. Nesta direção em todos os
estabelecimentos de saúde é incentivada a segregação na origem e acondicionamento adequado, de acordo
com o tipo de resíduo, sendo o contaminado acondicionado em saco branco leitoso, conforme norma da
ABNT(1985), o comum em saco preto e o reciclável em saco verde ou transparente, com exceção dos vidros
que devem ser disposto em tonéis de modo a facilitar o recolhimento. Uma vez que a identificação do tipo de
resíduo se dá através da cor do saco no qual este é acondicionado, é fundamental que se mantenha um
estoque de segurança compatível com a quantidade de resíduos gerados evitando a falta de sacos no
estabelecimento. Quanto a coleta interna de resíduos, a existência de orientação visual nos locais onde ocorre
a geração deve também ser observada.
Conhecer as características dos resíduos recicláveis, nos permite divulgar as informações que possibilitam as
instituições projetarem planos adequados de gerenciamento interno de resíduos. Estes planos visam cada vez
mais a redução de resíduos contaminados e comuns, através de uma segregação adequada na origem,
minimizando desta forma os impactos ambientais, além de diminuir os gastos dos estabelecimentos
hospitalares com a Coleta Especial.
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Os hospitais de Porto Alegre, dependendo da segregação adequada dos seus resíduos, contam atualmente com
três coletas diferenciadas: Coleta Especial, Coleta Seletiva e Coleta de Resíduos Orgânicos (Projeto de
Reaproveitamento de Resíduos Orgânicos via Suinocultura). Todos as iniciativas são dirigidas para reduzir
ao máximo a quantidade de resíduos que chegam ao aterro sanitário, trazendo desta forma uma aumento da
vida útil do aterro e, consequentemente, uma melhoria na qualidade ambiental.
MATERIAIS E MÉTODOS
A caracterização foi realizada durante o período de 29/11 à 10/12/1999, sendo analisados os resíduos de 17
hospitais de Porto Alegre, encaminhados a Coleta Seletiva. Ao chegar na Unidade de Triagem do Loteamento
Cavalhada, a carga de resíduos recicláveis, equivalentes a geração de dois dias, era despejada sobre uma lona
onde se procedia o quarteamento da amostra. Os resíduos presentes neste um quarto eram então segregados
quanto a sua composição sendo colocadas em bombonas previamente identificadas: plástico, papel, vidro,
metal, isopor, tetra pak e rejeitos. Foram considerados rejeitos os resíduos que apresentaram características de
resíduos comuns, tais como as sobras de alimentação, papel toalha e papel higiênico utilizado, bem como os
resíduos contaminados tais como curativos, seringas e luvas cirúrgicas. Optou-se por não fazer a distinção
entre os resíduos comuns e contaminados, considerados como rejeitos, devido ao risco inerente ao manuseio
de resíduos contaminados que não sofreram desinfecção prévia. Após segregada toda a amostra, procedia-se a
pesagem dos resíduos no interior das bombonas previamente taradas. A balança empregada foi a da marca
Continente com precisão de 100 g e capacidade para 300 kg.
Os resíduos encaminhados de forma isolada tais como papelão, vidros, bombonas plásticas e latas de óleo
foram pesados 100%, sendo ignorados quando do quarteamento da amostra. A planilha utilizada para
registro foi elaborada de forma a facilitar ao máximo as anotações realizadas no momento da caracterização.
O número de leitos é a unidade empregada como referência no tocante a geração de resíduos hospitalares,
sendo esta empregada para obter a taxa de geração de resíduos recicláveis no presente trabalho.
A tabela abaixo apresenta as características dos estabelecimentos nos quais foram gerados os resíduos
analisados, que podem ter influência na quantidade e qualidade dos resíduos produzidos.
TABELA 1: Características dos hospitais analisados.
HOSPITAIS
N.º DE LEITOS
TIPOLOGIA
A
220
GERAL
B
260
MÉDICO-HOSPITALAR
C
268
GERAL
D
260
GINECOLOGIA-OBSTETRÍCIA
E
120
GERAL
F
1095
GERAL
G
195
PEDIATRIA
H
175
GERAL
I
148
GINECOLOGIA-OBSTETRÍCIA
J
725
MÉDICO-HOSPITALAR
L
243
CARDIOLOGIA
M
112
GERAL
N
130
GERAL
O
950
EMERGÊNCIA
P
843
MÉDICO-HOSPITALAR
Q
100
GERAL
R
133
EMERGÊNCIA
Para obter-se a taxa de geração de cada estabelecimento foi realizado o cálculo de peso de resíduos gerados
com relação ao número de pacientes, sendo expressa em kg/leito/dia. Cada hospital foi considerado um ponto
de geração diferenciado. Nos hospitais onde a Coleta Seletiva se dá diariamente, foi necessário acumular
resíduos de dois dias para obter-se um tempo único de geração para todos os estabelecimentos envolvidos.
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Com relação a resíduos recicláveis, especificamente, não há registro dessa abordagem em trabalhos sobre a
temática de resíduos de serviços de saúde.
RESULTADOS
No período correspondente a caracterização dos resíduos, a taxa de geração, representada pelo peso dos
resíduos gerados por leito, variou de 0,06 a 4,95 kg/leito/dia, enquanto que a geração média diária variou de
25 a 560 kg/dia.
TABELA 2: Taxa de Geração (kg/leito/dia) e Geração Média
Diária (kg/dia) de resíduos recicláveis, por estabelecimento.
HOSPITAIS
TAXA DE GERAÇÃO
GERAÇÃO MÉDIA
A
0,86
190
B
0,88
230
C
1,79
480
D
0,69
180
E
0,83
100
F
0,51
560
G
0,38
75
H
1,31
230
I
0,98
145
J
0,77
555
L
0,97
235
M
4,95
555
N
0,77
100
O
0,06
55
P
0,12
70
Q
1,31
230
R
0,25
25
Na tabela 3 abaixo estão relacionados os resíduos considerados como rejeitos, por não serem passíveis de
reciclagem e/ou potencialmente contaminados.
TABELA 3: Alguns resíduos encontrados na amostragem considerados
como rejeito.
RESÍDUO COMUM
RESÍDUO CONTAMINADO
PAPEL HIGIÊNICO
LUVA CIRÚRGICA
PAPEL TOALHA
SERINGA
PAPEL CARBONO
TOUCA
RESTOS ALIMENTARES
ALGODÃO
RESÍDUO DE VARRIÇÃO
COLETOR DE PERFURO-CORTANTES
AGULHA HIPODÊRMICA
CURATIVO
EQUIPO
ALGODÃO
LENÇOL DESCARTÁVEL
Nos rejeitos ainda foram encontrados materiais, tais como instrumentos cirúrgicos em bom estado, agulha e
linha de sutura na embalagem, ou seja, sem uso entre outros, denotando o desperdício por parte dos
geradores.
Foram encontrados percentuais altos de rejeito nas amostras de alguns hospitais, entorno de 42%, sendo que
o mínimo de rejeito encontrado foi de 5,1%.
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PERCENTUAL DE RESIDUOS AMOSTRADOS
100
80
60
40
20
0
A
B
C
D
E
F
rejeitos
G
H
papéis
I
J
L
M
N
O
plásticos
FIGURA 1: Percentual de resíduos amostrados durante a caracterização do resíduos recicláveis de
hospitais de Porto Alegre/RS
Entre os materiais quantificados em 100%(Figura 2), ou seja, não submetidos a amostragem, observou-se
percentuais significativos de papelão, chegando a perfazer 70% do total de resíduos recicláveis gerados em
um determinado hospital. Em seis hospitais este percentual foi bastante reduzido, o que atribuiu-se a Coleta
Informal, muitas vezes é realizada em período anterior a Coleta Seletiva.
PERCENTUAL DE RESÍDUOS DO TOTAL
80
70
60
50
40
30
20
10
0
A
B
C
Latas
D
E
F
G
Bomb. plásticas
H
I
Vidro
J
L
M
N
Papelão
Figura 2: Percentual de materiais recicláveis oriundos de hospitais de Porto Alegre/RS,
encaminhados à Coleta Seletiva
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Nas amostras obtidas através de quarteamento por observados percentuais de papel e embalagens cartonadas
que variaram de um mínimo de 5,60% até um máximo de 68%(Figura 3), fato que também pode evidenciar a
presença da Coleta Informal destes materiais em alguns estabelecimentos hospitalares analisados.
PERCENTUAL DE PAPEL (%)
12,24
28,88
21,95
59,87
5,60
29,98
41,83
40,86
21,89
29,12
68,00
43,82
A
B
C
D
E
43,42
24,47
F
G
H
I
J
L
M
N
N
Figura 3: Percentual de papel e embalagens cartonadas nas amostras de resíduos recicláveis dos
hospitais de Porto Alegre/RS, encaminhados à Coleta Seletiva.
Em relação ao percentuais de plástico de diferentes tipos encontrados nas amostras, estiveram entre 16,33 e
87,76 % do total amostrado. Há de se considerar o fato de que um determinado hospital, no qual foi
registrado o maior percentual de plástico, somente embalagens de soro fisiológico são encaminhadas a Coleta
Seletiva, não havendo portanto uma segregação adequada dos demais resíduos gerados no estabelecimento,
conforme gráfico da figura 4.
PERCENTUAL DE PLÁSTICO (%)
34,55
87,76
58,56
25,00
33,66
60,51
28,21
42,37
52,47
16,33
A
B
C
57,28
41,56
D
39,05
53,88
E
F
G
H
I
J
L
M
N
O
Figura 4: Percentual de plásticos nas amostras de resíduos recicláveis dos hospitais
de Porto Alegre/RS, encaminhados à Coleta Seletiva.
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Os percentuais de rejeitos são os que indicam efetivamente a qualidade de segregação dos resíduos recicláveis
encaminhados para a Coleta Seletiva (Figura 5). Estes demonstram a existência de estabelecimentos onde se
faz necessária uma intervenção mais efetiva, principalmente nos que foram obtidos percentuais superiores a
40%, envolvendo todos os geradores em processos de treinamento e a sensibilização para a importância de
um gerenciamento adequado de resíduos. Devida a inexistência de um parâmetro referencial, quanto ao
percentual admissível de rejeitos encaminhados a coleta seletiva pelos hospitais, o ideal a ser atingido por
estes estabelecimentos passa a ser o percentual mínimo atingido que foi de 5,10%.
PERCENTUAL DE REJEITOS (%)
5,10 8,34
42,83
9,33
9,89
10,40
11,13
12,24
41,97
13,19
28,11
A
B
C
D
15,33
19,80
E
F
G
H
I
J
L
M
N
Figura 5: Percentual de rejeitos nas amostras de resíduos recicláveis dos hospitais
de Porto Alegre/RS, encaminhados à Coleta Seletiva
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Os resultados permitem observar que a segregação na origem e o encaminhamento à reciclagem, reduzem o
volume de resíduos destinados ao aterro sanitário através da Coleta Especial do DMLU, acarretando em
benefícios ambientais e sociais, bem como, em economia para o estabelecimento uma vez que a Coleta
Seletiva é gratuita.
O gerador de resíduos de serviços de saúde é o responsável pelo seu acondicionamento, armazenamento,
coleta e destino final. Cabe portanto ao próprio gerador realizar a caracterização e classificação dos resíduos
oriundos do seu estabelecimento, a fim de realizar uma análise técnica, cujos resultados possam subsidiar
ações que visem reduzir a geração, através do emprego de tecnologias limpas.
Os percentuais de rejeitos foram indicativos da qualidade de segregação dos resíduos recicláveis
encaminhados para a Coleta Seletiva do DMLU. A urgência de uma intervenção mais efetiva dos
estabelecimentos hospitalares, envolvendo todos os geradores em processos de treinamento e a sensibilização
para a importância de um gerenciamento adequado de resíduos, ficou evidenciada. Devida a inexistência de
um parâmetro referencial, quanto ao percentual admissível de rejeitos encaminhados a coleta seletiva pelos
hospitais, o ideal a ser atingido por estes estabelecimentos passa a ser o percentual mínimo atingido que cerca
de 5%.
A necessidade de um maior conhecimento do gerador e uma consciência dos problemas que podem emergir,
devido ao descarte inadequado de materiais ficou evidenciada. A ocorrência de resíduos potencialmente
contaminados (risco químico e biológico) trazendo risco à saúde dos trabalhadores da coleta e das unidades
de reciclagem, demostrou a urgência de envolver todos os geradores em processos de treinamento e a
sensibilização para a importância de um gerenciamento adequado e responsável de resíduos.
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É fundamental que se garanta a existência, e implantação na prática, de um Plano de Gerenciamento Interno
de Resíduos Sólidos, cujas rotinas estabelecidas devem necessariamente ser instrumento de reflexão/ação de
todos os envolvidos nos processos que geram resíduos contaminados, a fim de que ocorra uma maior
consciência e responsabilidade quanto ao manejo de resíduos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
2.
3.
4.
AKUTSU, J. e HAMADA, J. Resíduos de Serviço de Saúde: Avaliação de aspectos quali-quantitativos.
17p. Trabalho apresentado no I Seminário Internacional de Resíduos Hospitalares, Cascavel,1993.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sacos Plásticos para acondicionamento de
resíduos NBR9190 e NBR9191. 1985. Rio de Janeiro.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº5 do CONAMA, 5 de agosto de 1993. Brasília.
PETRANOVICH, J. Minimization of Environmental effects from Medical Waste Packing of
Healthcare Devides and Products. pp.1-13, 1991.
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iii-105 - caracterização quanti-qualitativa dos resíduos