51
52
53
54
55
56
FIGURAS 51 A 56 - Remoção do aparelho após o período de contenção.
57
58
61
FIGURA 61 - Brocas de baixa rotação.
59
60
FIGURAS 57 A 60 - Remoção dos excessos de cimento.
63
64
62
FIGURA 62 - Profilaxia.
65
FIGURAS 63 A 65 - Avulsão dos dentes decíduos durante a remoção do aparelho.
um procedimento trabalhoso, que pode
ser realizado com o auxílio de um alicate saca banda, ou com um alicate
para remoção de braquetes de dentes
anteriores (alicate 349, ETM
Corporation)18. Cuidadosamente, deslo-
ca-se o aparelho dos dentes até que se
solte completamente (figs. 51 a 56).
Cabe ressaltar que nos pacientes na
fase da dentadura mista tardia (segundo período transitório), durante a remoção do aparelho pode ocorrer
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 5, n. 4, p. 62-71, jul./ago. 2000
avulsão de dentes decíduos. Nesses casos, indica-se a anestesia local na região, para amenizar a sensibilidade
dolorosa18 (figs. 63 a 65).
Em alguns casos, torna-se necessário o corte do aparelho com brocas
69
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
FIGURAS 66 A 75 - Remoção do aparelho com o auxílio de brocas de alta rotação.
76
FIGURA 76 - Broca de alta rotação
“Transmetal”
de alta rotação, iniciando-se pela face
vestibular, entre os molares decíduos
ou pré-molares e prolongando-se até
a face palatina18. O corte também pode
ser realizado na estrutura metálica
(brocas transmetal), facilitando a re-
moção do mesmo (figs. 66 a 76).
Após a remoção completa do aparelho, nota-se uma grande quantidade
de cimento aderido ao dente. Realizase a remoção do excesso de cimento,
com o próprio alicate removedor de banda, brocas de alta rotação, ou preferencialmente com brocas de baixa rotação (tungstênio), apropriadas para remoção de resina (fig. 61). Para a finalização, indica-se a profilaxia com pedra
pomes, taça de borracha ou escova de
Robinson em baixa rotação (figs. 57 a
62). A placa de contenção deve ser instalada imediatamente após a remoção
do aparelho (fig. 77).
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 5, n. 4, p. 62-71, jul./ago. 2000
Abstract
This study shows the clinical
aspects of the bonded maxillary
expander with a full coverage of the
oclusal surfaces by acrylic. This
appliance works as a rapid maxillary
expander and also as a bite block. It
provides control of the vertical
development of the face and prevents
anterior bite opening in patients with
long lower face height. (high
SNGoGn).
Key-words: Rapid maxillary expan-
sion, palatal expansion, vertical control, bite block.
70
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71
Artigo de Divulgação
Características dos Fios de “Memória de Forma”
e Aplicação Clínica
Wires Characterization of “Shape Memory” and Clinical Applications
Resumo
Bruno Lima
Minervino
O objetivo deste artigo é demonstrar
aspectos relacionados às ligas ortodônticas (fios de níquel-titânio) e suas aplicações clínicas adequadas. A movimentação dentária produzida por essas ligas
é considerada mais biológica pelo fato
de apresentarem o efeito conhecido
como “memória de forma” e superelasticidade, isto é, na ativação e desativação permitem que ocorra uma grande deflexão elástica, produzindo forças leves
e constantes por um longo período de
tempo.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE
LITERATURA
Há alguns anos o nivelamento dos
dentes caracterizava-se pela troca do calibre do fio de aço inoxidável, de 0,012”
até 0,020”. Nessa fase de tratamento, a
incorporação de alças aos fios para corrigir giro-versões, inclinações e angulações dentárias era uma prática comum
nos consultórios dos Ortodontistas. Isso
tornava o tratamento mais longo e trabalhoso, pois a incorporação de molas,
para simular sistemas com maior flexibilidade, exigia maior consumo de tem-
po e, muitas vezes, trazia grande desconforto aos pacientes.
Com o maior conhecimento das propriedades metalográficas, mecânicas e
biológicas das ligas utilizadas em ortodontia e o surgimento de novas ligas metálicas como as de Níquel-Titânio (que
apresentam o efeito de memória de forma, ou seja, a habilidade de retornar a
sua forma original), e TMA (Titânio Molibidênio), com propriedades cada vez
mais compatíveis com as respostas biológicas, abrem-se para o clínico muitas
possibilidades de escolha do material,
conforme a situação clínica requeira
maior ou menor rigidez em um determinado segmento de arco.10,17
Alguns autores1,3,4,5,6,8,9,12,14 advogam
que, em certas fases do tratamento, as ligas ortodônticas devem apresentar como
caracterísctica fundamental uma grande
deflexão elástica, isto é, produzir uma força mais constante durante o período de
movimentação do dente. Esse conceito de
flexibilidade (deflexão) deve ser entendido como a característica desses fios de
memória de forma (niquel-titânio) de
apresentarem um grande alongamento
com pequenos níveis de tensões aplica-
Bruno Lima Minervino *
Ary dos Santos Pinto **
Maurício Tatsuei Sakima **
Antônio Carlos Guastaldi ***
Claudia Nakandakari ****
Eliana Lima Minervino *****
Unitermos:
Fios Ortodônticos de
Nitinol; Caracterização
metálica; Memória de
forma; Superelasticidade.
Professor auxiliar de Ortodontia da FOPLAC/DF, Mestre em Ortodontia na Universidade Paulista “Júlio De
Mesquita Filho” – UNESP- Araraquara, SP.
**
Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil, disciplina de Ortodontia Preventiva na
Universidade Paulista “Júlio De Mesquita Filho” – UNESP- Araraquara, SP.
***
Professor Adjunto Doutor do Departamento de Físico-Química, Instituto de Química – UNESP- CEP-14 800–
900. Araraquara, SP.
****
Mestrando(a) em Ortodontia na Universidade Paulista “Júlio De Mesquita Filho” – UNESP- Araraquara, SP.
*****
Aluna do Curso de Especialização em Ortodontia na Universidade Paulista “Júlio De Mesquita Filho” –
UNESP- Araraquara, SP.
*
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 5, n. 4, p. 72-76, jul./ago. 2000
72
2500
Tensão (MPa)
2000
1500
1000
500
0
0
0,2
0,3
1.0
6.00
12.00
18.00
24.00
Deslocamento (mm)
Aço Inoxidável
Níquel-Titânio
FIGURA 1 - Gráfico esquemático Tensão x Deformação da liga de Níquel-Titânio e Aço
Inxodidável.
das, ou seja, quando se compara o alongamento das ligas de níquel titânio
com as ligas de aço inoxidável, que
apresentam grandes tensões para pequenas deformações (fig. 1).
A primeira liga de níquel-titânio introduzida na ortodontia nos anos recentes é conhecida como Nitinol
(Unitek Corp). Foi pesquisada e desenvolvida pelo metalúrgico Willian
Buehler dentro de um programa espacial, no Laboratório Naval Americano
em Silver Springs, Maryland. Sua composição é de 52% de níquel, 45% de
titânio e 3% de cobalto e provou ser
bastante útil na clínica ortodôntica devido à sua elasticidade excepcional,
quando comparada com os fios de aço
inoxidável.14
ANDREASEN; HILLEMAN (1971)
afirmaram que o fio de Nitinol por apresentar melhores propriedades elásticas
e resistência à corrosão, começava a ser
usado na ortodontia moderna. Essas
propriedades foram comparadas pelos
autores utilizando os fios de Nitinol,
aço inoxidável (18-8) e fios trançados
(twistflex), em ensaios que simulavam
nivelamento dentário na clínica ortodôntica, determinando a relação de carga-deflexão, rigidez, limite de elasticidade e variação de forças.
KHIER (1991) et al. mencionavam
que as ligas de níquel-titânio possuem uma elasticidade elevada, poden-
do ser amplamente defletidas, sem sofrerem deformações permanentes, pois
possuem baixo módulo de elasticidade. Quando existe necessidade de
grandes deflexões, elas são extremamente desejadas. A etapa inicial do
tratamento realizado com essas ligas
proporciona um menor número de visitas do paciente pois a ativação é feita em um maior período de tempo.
Outra característica clínica extremamente favorável é o baixo limiar de
dor na utilização das ligas de níqueltitânio. Relataram ainda, que os fios
de Nitinol comercialmente utilizados
(Ormco/Sybrom; Nitinol, Unitek, e outros) representam a grande evolução
desses tipos de materiais aplicáveis clinicamente na ortodontia. Têm como
característica uma considerável extensão de deflexão sendo que a força produzida dificilmente varia, isso significa que o arco inicial exerceria a mesma força se fosse defletido numa distância aproximadamente pequena ou
grande, o que é uma característica
única e extremamente desejável.8
BURSTONE et al. (1985) estudaram
o fio NiTi chinês (desenvolvido pelo
Dr.Tien Hua Cheng) e chegaram à conclusão de que este tem uma curva de
desativação atípica, pois forças relativamente constantes são produzidas
por um longo período de tempo. Como
característica, este fio apresenta uma
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 5, n. 4, p. 72-76, jul./ago. 2000
temperatura de transição muito menor
que a do fio de Nitinol. Tem sido mostrado que há uma diferença de força
se o arco é mantido em posição ao longo da desativação ou se é removido e
remarcado. O profissional deve estar
atento a essa característica devendo
planejar seu tratamento em função
disto. Se não é desejada uma mudança na magnitude de força, é melhor
manter o arco em sua posição, se o
nível de força baixou muito para um
determinado tipo de movimento dentário, então a simples ação de desamarrar e amarrar pode aumentar a
magnitude da força.
MIURA et al. (1990) preconizavam
a utilização do novo fio Nitinol Japonês, desenvolvido pela companhia elétrica Furukawa Ltda, devido a grande
memória de forma e uma “super-elasticidade”, não encontradas em outros
tipos de fios.
SACHDEVA et al. (1990) descreveram a composição química do Nitinol:
52 % de níquel, 45 % de titânio e 3% de
cobalto. O nitinol é encontrado comercialmente como Nitinol, Orthonol,
Sentinol, Titanal e NiTi chinês.
SACHDEVA (1997) mencionava as
vantagens de uma nova liga denominada Copper Ni-Ti. Como características
inerentes dessa liga pode-se descrever:
a) gera forças mais constantes, b) é
mais resistente a deformações permanentes e c) exibe melhores características elásticas. Relata, também, que esta
é uma nova liga quaternária e em sua
composição encontram-se níquel,
titânio, cobre e cromo. O autor citou que
a adição de cobre, combinado com o
mais sofisticado processo de manufatura e tratamento térmico tornou possível a fabricação de 4 (quatro) diferentes Copper Ni-Ti com temperaturas de
transformação de fases precisas e constantes: 15°C (Arcos Tipo I), 27°C (Arcos
Tipo II), 35°C (Arcos tipo III) e 40°C (Arcos Tipo IV). Como exemplo, podemos
citar as indicações do Arco tipo III: a)
quando se deseja a liberação de forças
médias; b) para pacientes que têm limiar de dor baixo ou normal; c) para
pacientes que têm o periodonto nor73
mal ou levemente comprometido e d)
quando forças relativamente baixas
são desejadas.
Hoje, além dos fios de liga ferrosa,
existem à diposição dos ortodontistas
outros fios, provenientes de diferentes
ligas metálicas. Porém, parece clara a
dificuldade de encontrar um material
que preencha, para o ortodontista, todos os requisitos ideais, tais como: elevada resistência, rigidez adequada, alta
flexibilidade, alta formabilidade, estabilidade no meio bucal, e que apresente custo compatível com a realidade
brasileira. Como esse fio ainda não existe, é de fundamental importância para
o profissional conhecer as propriedades
mecânicas, físicas e químicas desses
materiais para melhor entender como
eles trabalham.7,8,13,18
MEMÓRIA DE FORMA
O efeito conhecido como ”mémoria
de forma” que caracteriza as ligas de
níquel-titânio e relaciona-se com sua
estrutura metalúrgica (fase martensítica-austenítica). Essas ligas podem existir em mais de uma forma e estrutura
cristalina. A forma martensítica existe
a baixas temperaturas; a forma
austenítica, a altas temperaturas. A
transformação martensítica ocorre pelo
mecanismo de cizalhamento sem mudança na composição, e os movimentos atômicos que ocorrem durante esta
transformação são inferiores a uma distância interatômica.15
A memória de forma refere-se à ha-
bilidade do material de “lembrar” sua
forma original, após permanecer elasticamente deformada na sua forma
martensítica. Numa aplicação prática,
uma certa forma é determinada enquanto a liga é mantida numa temperatura elevada, acima da temperatura
de transição martensítica-austenítica.
Quando a liga é esfriada abaixo da temperatura de transição, ela pode ser elasticamente deformada, mas, quando é
aquecida novamente, sua forma original é restabelecida.4,6,14
SACHDEVA (1997)16 descreve que
a “temperatura de transformação variável”, determina a “variação do
módulo de flexão”. Na fase martensítica, a tensão induzida é a responsável pelas características superelásticas
das ligas de níquel titânio. Entretanto, transformações martensíticas dependem da temperatura, ou seja, a
estabilidade da fase martensítica e/ou
austenítica, numa dada temperatura
é baseada na temperatura de transformação da liga. A temperatura final
austenítica é muito importante (Af), e
essa troca de temperatura vai depender da temperatura da boca.
MARTINS et al. (1998)10 definem a
memória de forma como a capacidade
de certos materiais de voltarem à forma original com o aquecimento do material acima da temperatura de martensita para austenita. Segundo os autores, a diferença de fios austeníticos, que
possuem memória de forma, e fios
martensíticos, ativados termicamente
depende da temperatura de transformação de fase. Dessa forma, todo fio é
martensítico; o que muda é a quantidade de temperatura necessária para
que seja ativada a sua “memória de
forma”. Esse tipo de liga foi nomeada
Copper- NiTi e está disponível em quatro temperaturas diferentes; A) 15°C
(tipo I, indicada para pacientes com
alto limiar de dor, com periodonto normal e quando são necessários momentos de alta magnitude), B) 27°C (Tipo
II, indicada para pacientes com alto ou
médio limiar de dor, com periodonto
normal e quando são necessários movimentos rápidos com força constante,
C) 35°C (Tipo III, indicado para pacientes com baixo ou normal limiar de dor,
pacientes com periodonto normal ou levemente alterado) e, C) 40°C (tipo III,
pacientes com baixo ou normal limiar
de dor, periodonto alterado, quando são
necessários movimento lentos, pobres
cooperação e quando se deseja consultas espaçadas).
APLICAÇÕES CLÍNICAS
As possibilidades do uso das ligas
de níquel-titânio são muitas, visto
que uma grande parte dos autores10,12,13
relataram que essas ligas oferecem
uma rigidez baixa e uma alta elasticidade, propriedades desejadas principalmente em fases preliminares do alinhamento e nivelamento dentário.
A figura 2 mostra a utilização de
um arco Copper Niti 0,017”x 0,025”
tipo III em pacientes com baixo limiar
FIGURA 2A) Foto oclusal inicial de um caso clínico ilustrando a correção da vestibulo-versão do canino superior (13), bem como a
correção do nivelamento dos incisivos superiores com fio 0,017” x 0,025” de liga de NiTi –Copper superelástico. 2B) Foto após 1 mês
de tratamento, nenhum ajuste no arco foi feito nesse período.
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um procedimento trabalhoso, que pode ser realizado