IMPLANTE DE BIOPRÓTESE VALVAR POR
CATETER PARA O TRATAMENTO DA
ESTENOSE AÓRTICA: EXPERIÊNCIA DE 3
ANOS EM UM ÚNICO CENTRO
Fabio S. Brito Jr.; Marco Perin; Breno Almeida; Adriano Caixeta;
Alexandre Abizaid; Ivanise Gomes; Teresa C Nascimento; Flavio
Tarasoutchi
Hospital Israelita Albert Einstein
São Paulo, Brazil
Racional
• A substituição cirúrgica da valva aórtica é o
tratamento padrão ouro para estenose aórtica
sintomática
• >1/3 dos pacientes são recusados para cirurgia por
idade avançada, comorbidades ou disfunção VE.
• O implante por cateter de bioprótese valvar aórtica
reduz a mortalidade em comparação ao tratamento
clínico em pacientes inoperáveis e mostrou-se
equivalente à cirurgia em pacientes de alto risco
cirúrgico (Estudo PARTNER).
•Objetivo:
Avaliar os resultados de até 3 anos de
seguimento de pacientes portadores de
estenose aórtica sintomática de alto
risco cirúrgico submetidos ao implante
por cateter da bioprótese CoreValve em
um único centro.
Métodos: Seleção dos Pacientes
• Jan/2008 e Jan/2011, 35 pacientes
consecutivos portadores de estenose valvar
aórtica (33 casos) ou de disfunção de bioprótese
aórtica (2 casos) sintomática.
• Selecionaram-se pacientes que, pela idade
avançada ou por comorbidades, apresentavam
contra-indicação ou risco elevado para o
tratamento cirúrgico convencional.
• CoreValve
 Bioprótese auto-expansível de nitinol.
 Via retrógrada.
 3a geração: 18F; pericárdio suíno
Tamanhos: 26 e 29 mm
Métodos: Definições e Desfechos
• Todos os desfechos do estudo seguiram os critérios
estabelecidos pelo Valve Academic Research Consortium
Consensus on Event Definition .
• Desfecho Primário: Mortalidade por qualquer causa aos 30 dias
e no seguimento
• Desfechos Secundários:
a) Taxa de sucesso do dispositivo CoreValve.
b) Taxa de mortalidade cardiovascular aos 30 dias e no seguimento.
c) Evolução da classe funcional de insuficiência cardíaca.
d) Taxas de complicações vasculares e hemorrágicas aos 30 dias e no
seguimento
e) Taxa de acidente vascular cerebral aos 30 dias e no seguimento.
f) Taxa de IR aguda aos 30 dias e no seguimento.
g) Desfechos ecocardiográficos.
h) Taxa de complicações relacionadas à bioprótese, incluindo implante de MP
permanente.
Resultados:
Tabela 1 Dados demográficos e clínicos basais
Características
Idade, anos
Sexo Masculino, n (%)
Euro Score Logístico, %
Classe Funcional (NYHA)
I ou II, n (%)
III ou IV, n (%)
Diabetes, n (%)
Insuficiência Renal*, n (%)
Doença Arterial Coronária, n (%)
Intervenção Percutânea Prévia, n (%)
Cirurgia de RM, n (%)
Valvoplastia Aórtica , n (%)
Troca Valvar Aórtica (Bioprótese), n (%)
Doença Cerebrovascular, n (%)
Doença Vascular Periférica, n (%)
DPOC, n (%)
Fibrilação Atrial/Flutter, n (%)
Marca Passo definitivo, n (%)
* Clerance de creatinina < 60 ml/min
(N = 35)
81,5 (DP 9)
16 (45,7 %)
18,4 (DP 14,3)
7 (20 %)
28 (80 %)
10 (28,5 %)
21 (60 %)
14 (40 %)
8 (22,8 %)
5 (14,3 %)
4 (11,4 %)
2 (5,7 %)
5 (14,3 %)
6 (17,1 %)
8 (22,8 %)
2 (5,8 %)
3 (8,6 %)
Resultados:
Tabela 2 Avaliação ecocardiográfica
Basal
(N 35)
Área Valvar Aórtica, cm²
Gradiente de Pico, mmHg
Gradiente Médio, mmHg
FEVE, %
Regurgitação Aórtica
Nenhuma/Discreta, n (%)
Moderada, n (%)
Acentuada, n (%)
Regurgitação Mitral
Nenhuma/Discreta, n (%)
Moderada, n (%)
Acentuada, n (%)
0,7 (DP 0,2)
84,9 (DP 22)
51,8 (DP 16,3)
58,1 (DP 14,1)
29 (82,8 %)
5 (14,3 %)
1 (2,9 %)
27 (77,1 %)
8 (22,9 %)
0
Resultados:
Tabela 3 Dados do procedimento
Características
Acompanhamento Proctor, n %
Anestesia
Geral, n (%)
Sedação, n (%)
Acesso
Femoral, n (%)
Subclávia, n (%)
Valvoplastia, n %
Prótese intra prótese
Bioprótese
Tamanho 26, n %
Tamanho 29, n %
Pós dilatação, n %
Dispositivo Hemostático
Sucesso, n %
(N = 35)
22 (62,8%)
21 (60 %)
14 (40 %)
34 (97,1 %)
1 (2,9 %)
35 (100 %)
2 (5,8 %)
12 (35,3 %)
22 (64,7 %)
7 (20,6 %)
34 (97,1 %)
29 (82,8 %)
• Tempo médio de internação hospitalar foi de 11 ± 12,5 dias (4 a 69 dias).
Tabela 4 Eventos adversos cumulativos
Morte
Por qualquer causa, n (%)
Cardiovascular, n (%)
Infarto do Miocárdio
Acidente Vascular Cerebral
AIT, n (%)
Menor, n (%)
Maior, n (%)
Insuficiência Renal Aguda*
Estágio 1, n (%)
Estágio 2, n (%)
Estágio 3, n (%)
Complicação Hemorrágica, n (%)
Maior, n (%)
Risco de Morte, n (%)
Complicações vasculares, n (%)
Menor, n (%)
Maior, n (%)
Reintervenção Cardíaca, n (%)*
Disfunção de prótese
Endocardites, n (%)*
Marcapasso Permanente, n (%)**
Reinternação, n (%)*
* Paciente sob risco = 31
30 dias
(N 35)
Seguimento
(N 35)
400 ± 298 (0 a 1105) dias
4 (11,4 %)
4 (11,4 %)
0
2 (5,7 %)
0
0
2 (5,7 %)
11 (31,4 %)
6 (17,1 %)
1 (2,8 %)
2 (5,7 %)
0
0
2 (5,7 %)
5 (16,1 %)
0
0
11 (31,4 %)
5 (14,3 %)
6 (17,1 %)
11 (31,4 %)
6 (17,1 %)
5 (14,3 %)
0
0
0
9 (32,1 %)
0
n/a
n/a
n/a
11 (31,4 %)
5 (14,3 %)
6 (17,1 %)
n/a
n/a
n/a
0
0
0
10 (35,7 %)
1 (2,8 %)
** Paciente sob risco = 28
Resultados:
Tabela 5 Evolução da classe funcional de insuficiência cardíaca
CF I, n (%)
CF II, n (%)
CF III, n (%)
CF IV, n (%)
CF: Classe funcional
Basal vs 30 dias (p<0,001)
Basal vs Seguimento (p<0,001)
Basal
30 dias
(N 35)
(N 31)
Seguimento
452 ± 276 (45-1105) dias
(N 31)
0
7 (20 %)
19 (54,3 %)
9 (25,7 %)
17 (54,8 %)
10 (32,3 %)
4 ( 12,9 %)
0
19 (61,3 %)
10 (32,3 %)
2 (6,4 %)
0
Tabela 6 Evolução ecocardiográfica
Área Valvar Aórtica, cm²
Gradiente de Pico, mmHg
Gradiente Médio, mmHg
FEVE, %
Regurgitação Aórtica
Nenhuma/Discreta, n (%)
Moderada, n (%)
Acentuada, n (%)
Regurgitação Mitral
Nenhuma/Discreta, n (%)
Moderada, n (%)
Acentuada, n (%)
n/d: não disponível
Basal
Pós Procedimento
(N 35)
(N 31)
Seguimento
319 ± 242 (16-981) dias
(N 28)
0,7 (DP 0,2)
84,9 (DP 22)
51,8 (DP 16,3)
58,1 (DP 14,1)
n/d
22,5 (DP 9,5)
12,3 (DP 5,2)
58,9 (DP 13,5)
n/d
20,5 (DP 10,5)
12,2 (DP 6,2)
63,3 (DP 14,9)
29 (82,8 %)
5 (14,3 %)
1 (2,9 %)
27 (87,1 %)
4 (12,9 %)
0
24 (85,7 %)
4 (14,3 %)
0
27 (77,1 %)
8 (22,9 %)
0
22 (70,9 %)
9 (29,1 %)
0
25 (89,3 %)
3 (10,7 %)
0
Gradiente de Pico (Basal vs pós)
(p<0,001)
Gradiente Médio (Basal vs pós)
(p<0,001)
Gradiente de Pico (Basal vs seguimento)
(p<0,001)
Gradiente Médio (Basal vs seguimento)
(p<0,001)
Gradiente de Pico (Pós vs seguimento)
p=0,228
FEVE basal vs FEVE pós vs FEVE seguimento
Gradiente Médio (Pós vs seguimento)
p=0,057
p=1,000
Resultados:
Risco acumulado de Kaplan-Meier (óbito por qualquer causa):
Resultados:
Risco acumulado de Kaplan-Meier (óbito cardiovascular):
Resultados
• Análise de Regressão Logística:
a)Não foram identificados preditores independentes de
mortalidade por qualquer causa.
b) A ocorrência de complicação hemorrágica com risco
de morte no procedimento foi o único preditor
independente de mortalidade cardiovascular
(p=0,038)
c) Não foram identificados preditores independentes da
necessidade de implantar MP permanente.
Conclusões
• O implante por cateter da bioprótese CoreValve mostrou-se
seguro e eficaz, com melhora sintomática e hemodinâmica
no seguimento de até 3 anos de pacientes com estenose
valvar aórtica sintomática de alto risco cirúrgico.
• Nessa série, aproximadamente 1/3 dos pacientes
necessitaram implante de MP permanente.
• As causas de morte predominantes no seguimento foram
não cardiovasculares, decorrentes das sérias comorbidades
dos pacientes.
• A ocorrência de complicações hemorrágicas com risco de
morte no procedimento foi preditor independente de
mortalidade cardiovascular.
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Implante de Bioprótese Valvar por Cateter para o