Tecnologias da Informação e
Comunicação e Acção Política
Geopolítica do Desenvolvimento e
suas Transformações
É imperativo, antes de mais, explicar no que consiste a geopolítica enquanto
disciplina.
A geopolítica ocupa-se observações estatísticas de factores geográficos,
estudando as suas movimentações e como podem ser utilizados para uma política
de natureza estratégica.
As tecnologias da informação e da comunicação (TIC) servem-se da geopolítica
para medirem a evolução tecnológica, bem como a própria distribuição da
tecnologia pelo mundo.
Analisando o Relatório de Desenvolvimento Humano, podemos verificar que, em
1998, 26.3% da população mundial que é utilizadora na Internet é norteamericana; número que aumentou para mais de o dobro (54.3%) no ano 2000.
Os números cresceram ainda mais nos países membros da OCDE (ver anexo 1: A
OCDE), que começaram nos 6.9% em 1998 e, em 2000, já chegavam aos 28.2%.
Nas restantes regiões, o aumento também se deu, embora sendo mais moderado e
mantendo os números bastante baixos: a Europa de Leste e nos países que
integraram a República Soviética
(conhecidos como Commonwealth of
Independent States – CIS), em 1998, representavam 0.8% da população utilizava a
internet, tendo aumentado para 3.9; os Estados Árabes registavam números de
0.2%, em 98, e de 0.6, dois anos depois; nos países abaixo do Deserto do Saara, em
África, a percentagem de utilizadores cibernáuticos começou por ser de 0.1 %,
aumentando para 0.4 % em 2000; em último lugar da lista, ficou o sul asiático, que
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em 1998 registava apenas 0.04% dos utilizadores da Internet e, dois anos depois,
tinha 0.4%, igualando a região anteriormente mencionada.
Se avançarmos para o ano de 2004, podemos aferir que ocorreu um aumento
imensamente significativo no número de utilizadores da Internet nas diferentes
regiões mundiais.
Os Estados Unidos da América continuaram a dominar a cena mundial dos
utilizadores da Internet, atingindo número dos 100.000.000 de utilizadores,
representando de 40% a 80% da população mundial que utilizava esta tecnologia
revolucionária.
Também a Europa apresentava números de ordem similar (tendo Portugal entre
2.000.000 e 5.000.000 de utilizadores).
É em África que ocorre uma mudança menos significativa, sendo que a maioria dos
seus países constituintes registavam apenas entre 10.000 e 500.000 utilizadores,
representando entre 0% e 20% da população mundial que fazia uso da Internet.
O que significa que, mesmo tendo aumentado o número de utilizadores das novas
tecnologias por todo o mundo, continua a existir uma grande diferença de
percentagem do número de utilizadores habitantes dos países considerados mais
desenvolvidos em relação aos habitantes dos países menos desenvolvidos.
Ainda no mesmo relatório, podemos observar as enormes diferenças entre os
países, desta vez quanto à sua estrutura económica ligada às tecnologias da
informação e comunicação, no ano de 1995.
Os Estados Unidos da América, assim como grande parte da Oceânia e a Europa
central e do norte, são inovadores tecnológicos com um alto nível de patenteação.
O sul da Europa (Portugal e Espanha), o norte de África, o México, o Brasil, o sul
asiático e parte da Oceânia, são classificados como exportadores de
manufacturação.
Alguns países africanos, do sul da Ásia e da América do Sul são exportadores de
petróleo. Enquanto o restante continente africano, grande parte da América do Sul
e alguns países asiáticos são exportadores de mercadoria (que não o petróleo).
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A.C. Magalhães, A.S. Nunes, C.E. Alves
Por fim, a Europa de Leste e o norte do continente asiático são considerados
países em transição.
No que diz respeito à geografia do sucesso e inovação tecnológica, no ano 2000, os
norte-americanos são considerados líderes, assim como o norte da Europa.
Já o sul deste mesmo continente e o seu leste são potenciais líderes, em conjunto
com uma parte da América do Sul e o México.
Grande parte da América do Sul, o sul asiático e escassos países africanos são
adoptantes dinâmicos; enquanto a maior parte de África é marginalizada.
Quanto aos restantes países, o dito relatório não conseguiu obter informações.
O que importa reter é que, apesar das novas tecnologias representarem um
enorme contributo para o desenvolvimento sustentável, existe uma lacuna cada
vez maior entre ricos e pobres.
E, mesmo desempenhando um fulcral papel na cidadania participativa, o deficit
democrático continua a aumentar até nos locais onde há um maior
desenvolvimento tecnológico.
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Anexo 1
A OCDE
A OCDE, isto é, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico,
tem como objectivo a promoção de políticas que melhorem o bem-estar social e
económico mundial. Para atingir este objectivo comum, os governos dos seus
países-membros trabalham em conjunto.
Esta organização mede a produtividade e investimentos a nível global, analisando
estes factores de modo a prever como se desenvolverão no futuro.
Fundada em 1960, por 14 países, conta hoje com 34 países-membros, a saber:
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Portugal;
Austrália;
Áustria;
Bélgica;
Canadá;
Chile;
Republica Checa;
Dinamarca;
Estónia;
Finlândia;
França;
Alemanha;
Grécia;
Hungria;
Islândia;
Irlanda;
Israel;
Itália;
Japão;
Coreia;
Luxemburgo;
México;
Países Baixos;
Nova Zelândia;
Noruega;
Polónia;
Republica Eslováquia;
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A.C. Magalhães, A.S. Nunes, C.E. Alves
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Eslovénia;
Espanha;
Suécia;
Suiça;
Turquia;
Reino Unido;
Estados Unidos da América.
Este é apenas um curto resumo acerca daquilo em que consiste a OCDE, para efeitos de
compreensão do que foi apresentado anteriormente neste documento. Para mais
informações pertinentes acerca da organização pode e deve consultar-se o site da
internet que se encontra na bibliografia, abaixo apresentada.
Bibliografia
 Ferraz de Abreu, Pedro (2011) TIC E ACÇÃO POLÍTICA – Geopolitica da
sociedade de informação e a Revolução das TIC Parte I ISCSP UTL
 Www.oecd.org
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A.C. Magalhães, A.S. Nunes, C.E. Alves
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