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Ser quieto – e daí?
Você está seguindo Albert Einstein e Bill Gates...
de Werner Kugelmeier
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O cenário
As Organizações estão vivendo um ambiente expansivo, extrovertido, ligado e
plugado, o que tende a favorecer pessoas extrovertidas e, naturalmente,
complica a vida dos introvertidos.
Em particular, na hora de ocupar funções de gestão, nota-se preferência para
pessoas ousadas em detrimento de pessoas contidas (Estudo realizado pela
Career Builder).
Será que isso faz sentido?
A crescente busca de artes marciais como Yoga, Tai Chi Cuan, com seu foco
em equilíbrio mental físico, emocional e espiritual, é uma prova de como esse
barulho todo afeta a qualidade de vida do profissional e, com isso, a carreira
individual e corporativa.
Organizações de vanguarda reconhecem que o exercício “eu com eu” favorece
os resultados pessoais e, consequentemente, os corporativos.
Segundo um estudo realizado pela professora da UCLA Anderson School of
Management, Corinne Bendersky, observa-se um avanço das pessoas mais
“quietas” para os trabalhos em equipe, projetos de engajamento e até
liderança.
Qual é o plus dos mais quietos?
O quieto tende a questionar para resolver questões e problemas de forma mais
inusitada; o barulho dissipa a persistência, o que faz as pessoas desistirem
mais facilmente; “foco é tudo, dispersão é nada”, diz um Anônimo – o quieto
segue este mandamento.
O quieto tende a pensar antes(!) de expor ideias para resolver problemas de
forma mais assertiva. “As únicas respostas interessantes são aquelas que
destroem as perguntas” (Susan Sontag)
O quieto tende a persistir, aplicando reflexão e calma. Albert Einstein, um
introvertido notório, disse: “Não é que eu seja muito inteligente; é que eu fico
nos problemas por muito tempo”.
O quieto tende a agir de forma tranquila, avaliando as circunstâncias e
pesando os risco. “Cerca de 40% de uma decisão se baseia em fatos, provas e
oportunidades; 60% dependem do grau de compreensão, confiança e empatia
com a pessoa ou a ideia em questão.” (Juliet Erickson e Robert Cialdini).
O quieto tende a trabalhar duro em prol da sua equipe, o que acaba sendo
valorizado pelos membros, ou até pelos liderados: “Não há melhor pregador
que a formiga, que nada diz” (Benjamin Franklin), mas faz(!).
O que as Organizações deveriam fazer?
1 - Em processos de seleção, em particular em dinâmicas de grupo, o
introvertido pode se sentir inibido para expressar livremente suas opiniões e
ideias; abrir espaço para uma entrevista individual pode ser uma opção para
que o introvertido possa mostrar até uma articulação mais clara e assertiva em
comparação com o extrovertido.
2 - Experimentar as dicas de Susan Cain, autora do bestseller “O poder dos
quietos: como os tímidos e introvertidos podem mudar um mundo que não
para de falar”, tais como:
- Reconhecer que os introvertidos tendem a pensar de forma mais complexa e
a ter grande capacidade de concentração;
- Não sufocar os talentos peculiares dos introvertidos antes que tenham tido
tempo para florescer; a reflexão é um ingrediente fundamental para que um
profissional use a criatividade e abrace o risco;
- Valorizar a capacidade de trabalhar de forma independente, uma vantagem
tanto em áreas criativas como racionais.
3 - Em reuniões, permitir ao recatado expressar suas ideias sem interrupções
ou dar um tempo depois da reunião para melhor aproveitar suas ideias.
4 - Com relação à promoção, levar em consideração que o introvertido pode
ser um grande líder pela sua inclinação de ouvir “direito” o outro. Uuma
pesquisa de Jim Collins (o mais influente pensador de management da
atualidade) mostra “a surpresa da introversão”: analisando empresas com
melhor desempenho no mundo, ele descobriu que elas são conduzidas por
líderes discretos e comedidos.
5 - Diferenciar entre ambientes de trabalho mais propícios para os
introvertidos; o introvertido tende a se sair bem, ou até melhor, em funções
analíticas como Gestão Humana, Engenharia, Tecnologia e Comunicação,
Produção.
6 - Uma boa gestão de pessoas é capaz de atuar de forma personalizada com
cada perfil de profissional, sempre visando o desenvolvimento do colaborador
e, consequentemente, o sucesso da Organização.
Enfim, criar um Modelo de Gestão Empresarial onde os gestores sejam
integradores, dando espaço para que o introvertido possa desenvolver o seu
potencial produtivo.
O que o Profissional deveria fazer?
- Atrelar competência ao autoconhecimento de seus pontos fortes e
autoconfiança na hora de transformá-los em ação e resultado; com a
introspecção você pode melhorar a sua produtividade;
- Preservar o silêncio: 30 minutos/dia – desligando celular, etc.
- Fazer networking e marketing pessoal para se fazer percebido como colega e
profissional de valor.
Muito importante: Lembre-se de Introvertidos de sucesso!!!
A Revista Forbes traçou uma lista dos 13 introvertidos mais famosos do
mundo. Para quem acredita que a sua carreira está fadada ao fracasso, esse
ranking pode funcionar como estímulo para alavancar a vida profissional – veja
só:
Al Gore – descrito pela Revista TIME como “um homem de negócios que
partiu para mudar o mundo”
Albert Einstein – físico e autor da Teoria da Relatividade
Frederic Chopin – compositor franco-polonês do século XIX
J. K. Rowling – autora da saga “Harry Potter”
Larry Page – cofundador do Google
Steve Wozniak – cofundador da Apple
Steven Spielberg – diretor e produtor cinematográfico
Outros veículos destacam visionários como Barak Obama e Bill Gates.
Os extrovertidos que se cuidem!
Barulho não prova nada. Uma galinha bota um ovo e cacareja como se
estivesse botado um asteroide...(Mark Twain)
Ser quieto – atrapalha ou ajuda? – Depende!!!
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