Federação Nacional dos Professores
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ME despediu de cerca de 13 000 docentes que para ele
trabalharam no ano lectivo passado
Os números poderão não ser extremamente rigorosos. Um pouco menos ou um pouco mais, contudo,
não altera a realidade: o Ministério da Educação procedeu ao despedimento de cerca de 13000
docentes que para ele trabalharam no ano lectivo passado. Naturalmente, se uma empresa privada
procedesse a um despedimento colectivo desta grandeza, o Governo seria incentivado a intervir em
nome das pesadas consequências sociais que decorreriam de tal medida. Neste caso, porém, o
Governo incentiva e aplaude.
Várias medidas tomadas pelo Ministério da Educação - que mereceram o aplauso de todo o Governo - contribuíram para
este descalabro: o aumento (irracional) da carga lectiva dos professores do ensino secundário e do ensino especial, a
manutenção de turmas com 28 ou mais alunos, o não desdobramento de turmas em disciplinas em que tal se impõe, a
recusa irracional de destacamentos para funções técnico-pedagógicas, de que o caso mais absurdo é o desperdício do
saber acumulado durante muitos anos pelos orientadores vocacionais, obrigados a regressar ao ensino de disciplinas de
que estão há muito afastados.
Acrescente-se a isto a supressão de reduções de horário para o exercício de cargos nas escolas. Se a todas estas
razões somarmos as consequências do aumento da idade para a aposentação, fazendo com que se mantenham no
serviço activo docentes cujas condições para o seu exercício não são já as melhores, teremos a explicação para o
despedimento colectivo que o ME acaba de levar a cabo.
Não terá a ministra razão quando invoca a diminuição do número de alunos? Tem. Contudo, é o próprio ME que festeja e bem - o regresso à escola, através das "Novas Oportunidades", de alunos que a tinham abandonado. E uma política
séria de combate ao insucesso e abandono escolares permitiria aumentar o número de alunos no sistema. Fosse esse o
real objectivo desta equipa ministerial...
António Avelãs
Presidente do SPGL
Membro do SN da FENPROF
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