Casos clínicos
Durante o mês de novembro de 2009, em Resende, no
Estado do Rio, houve quatro casos de doença febril em militares,
após período de treinamento na Base de Agulhas Negras
(Itatiaia). Os sintomas mais frequentes foram neurológicos e
respiratóros.
Dois casos foram hospitalizados e investigados pela
Fiocruz, no RJ. Os outros dois, com quadro mais leve, já haviam
retornado a seus estados de origem.
Caso 1
DIA 1
• Homem de 23 anos, internado com febre de 38,9°C, cefaléia,
hiperemia conjuntival, mialgia, mal-estar e artralgia.
• PA: 120/80 mmHg, FC: 80 bpm, eupneico, corado, anictérico.
Sem adenopatias.
• HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: Dengue
Caso 1
DIA 5
• Persistência de cefaléia
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO – LCR
Contagem Global
Polinucleares .
Mononucleares .
Glicose . . . .
Cloretos. . . .
Proteínas . . .
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344 Leuc/mm³
2%
98%
57 mg/dL
132 mEq/L
19 mg/dL
VR: 0–5/mm³
VR: 15–50 mg/dL
Caso 1
DIA 9
Paciente apresentou derrame pleural e esplenomegalia.
HEMOGRAMA
PLAQUETAS
Resultado Unidade
89
10³/mm³
PLAQUETOMETRIA
Valores de Ref.
150-400
LEUCOGRAMA
Leucócitos Global: 14,3 x 10³/mm³
Valores de referência
%
Neutrófilos
Linfócitos
83
4
céls/mm3
11,86
0,57
%
50-70
22-40
céls/mm3
1,8-7,0
0,8-4,0
Caso 1
POTÁSSIO. . . . . . . . . . . . . . . . 3,2 mEq/L
Valores de Referência: 3,5 a 5,1 mEq/L
UREIA. . . . . . . . . . . . . . . . .
20 mg/dL
Valores de Referência: 15 a 45 mg/dL
CREATININA. . . . . . . . . . . . . . . 0,7 mg/dL
Valores de Referência:
HOMENS 0,49 a 1,29 mg/dL
ALANINA AMINOTRANSFERASE – ALT/TGP. . . 130 U/L
Valores de Referência:
HOMENS 30 A 65 U/L
GAMA-GLUTAMIL TRANSFERASE - GGT. . . .
Valores de Referência:
200 U/L
HOMENS 15 A 85 U/L
BILIRRUBINA TOTAL. . . . . . . . . . . .0,7 mg/dL
Valores de Referência:
até 1,0 mg/dL
Caso 2
• J.S., masculino, 20 anos, apresentou febre contínua de 38.5 a
39,8°C, cefaléia intensa, vômitos.
• PA: 130/70 mmHg, FC:72 bpm
• Sinais de meningismo sem alteração sensorial (Glasgow 15).
• TC crânio: hidrocefalia supratentorial
Caso 2
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO – LCR
Contagem Global
Polinucleares .
Mononucleares .
Glicose . . . .
Cloretos. . . .
Proteínas . . .
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46 Leuc/mm³
2%
98%
60 mg/dL
102 mEq/L
25 mg/dL
VR: 0–5/mm³
VR: 15–50 mg/dL
MICROBIOLOGIA
MATERIAL: LÍQUOR
EXAME DIRETO: NEGATIVO
RESULTADO DA CULTURA: NEGATIVA PARA BACTÉRIAS
Caso 2
HEMOGRAMA
PLAQUETAS
Resultado Unidade
93
10³/mm³
PLAQUETOMETRIA
Val. Ref.
150-400
LEUCOGRAMA
Leucócitos Global: 15,8 x 10³/mm³
Val. Ref.
%
Neutrófilos
Linfócitos
83
4
céls/mm3
14,22
0,63
%
50-70
22-40
céls/mm3
1,8-7,0
0,8-4,0
.
Vigilância Epidemiológica
Em situação de enchentes
Profa. Sandra Fonseca
Disciplina de Epidemiologia IV
• O que esperar em relação ao
surgimento de doenças após
inundações?
Principais Doenças
• Leptospirose
Contato com águas e lama de enchentes contaminadas pela
urina de rato.
• Doenças de Transmissão Hídrica
 Hepatite A
 Cólera e demais doenças diarréicas (surtos*)
As principais doenças relacionadas à ingestão de água contaminada são:
cólera, febre tifóide, hepatite A e doenças diarréicas agudas de várias
etiologias: bactérias; vírus e parasitas.
Leptospirose
2008:
3500 casos
322 óbitos
Relembrando...
• Zoonose de grande importância - elevada incidência em algumas
áreas e letalidade (pode chegar a 40%)\
• Agente etiológico: Leptospira
– Cerca de sete espécies (interrogans)
– Vários sorovares
(icterohemorragiae, copenhagen, canícola, ballum,
pyrogenes, grippotyphosa,australis y autumnalis.)
• Principal reservatório: roedores sinantrópicos
 Ratazana de esgoto (L. interrogans icterohemorragiae)
• Transmissão: Contato com urina dos roedores (mais frequente em
enchentes, ocupações relacionadas à limpeza).
• Imunidade: Sorovar-específica (soroconversão após 7 a 10 dias)
Critérios de caso:
Caso suspeito
Nos últimos anos, tem sido descrito casos da forma pulmonar grave da leptospirose,
com quadros respiratórios agudos evoluindo para insuficiência respiratória aguda,
com hemorragia pulmonar maciça ou síndrome da angústia respiratória do adulto.
Muitas vezes precede o quadro de icterícia e insuficiência renal. O óbito pode ocorrer
nas primeiras 24h de internação.
Caso confirmado:
Clínico-laboratorial
 Isolamento da bactéria (sangue, urina, líquor ou tecido) ou;
 Reação de macroaglutinação presente (sensibilidade moderada a boa) ou
Teste Elisa-IGM reagente ou
 Microaglutinação com soro-conversão ( ≥ 2 amostras /15 dias,
aumento de títulos 4 vezes; ou ≥ 1:800) - muito sensivel e específica,
recomendado pela OMS
 Imunohistoquímica positiva (óbito)
Clínico-epidemiológico
 Todo caso suspeito com alterações hepáticas e/ou renais e/ou
vasculares + antecedentes epidemiológicos (sem laboratório)
Diagnóstico diferencial
 Síndrome Febril
• Anictérica – Dengue, “viroses”, malária
• Síndrome Febril Ictérica (ou ictero-hemorrágica)
Hepatites, febre amarela, meningococcemia, malária, sepse
 Síndrome Respiratória aguda
Hantavirose, Influenza, outras SARG.
 Síndrome Neurológica Aguda
Encefalites virais, Poliomielite, Meningite
Relembrando:
Febres hemorrágicas por vírus
• Flaviviridae (dengue, febre amarela, febre do Nilo, Rocio,
encefalite St Louis-SLEV,)
• Bunyaviridae (Hantavírus, Oropouche, febre do Rift)
• Togaviridae (Mayaro, Chikungunya , encefalite venezuelana)
• Arenaviridae (Junin, Machupo, Sabiá, Lassa)
• Filoviridae (Marburg e Ebola)
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Hemorragia, extravasamento capilar, plaquetopenia, CIVD
danos hepáticos
Danos renais
SNC – encefalites
Exantema e poliartrite
Hepatites
Fonte: FAPESP-Pesquisa – estudo de soroprevalência capitais do Brasil
Fonte: FAPESP-Pesquisa – estudo de soroprevalência capitais do Brasil
Hepatite A
Declining prevalence of hepatitis A virus antibodies among
children from low socioeconomic groups reinforces the
need for the implementation of hepatitis A vaccination in
Brazil
– Vitral et al., 2007
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Caso 1 - EPI uff