SEMANA PEDAGÓGICA DA UEPG
CURSOS SEQUENCIAIS :ALTERNATIVA DE
FORMAÇÃO SUPERIOR
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
O PODER ESTRATÉGICO DO
CONHECIMENTO
“As sociedades que poderão melhorar suas
oportunidades de desenvolvimento social e
econômico no século XXI, serão aquelas que
souberem apostar no capital intelectual e nas
capacidades inovadoras, produto de uma
educação de alto nível e de uma formação
contínua de seus cidadãos.” (Conferência
Mundial sobre a Educação Superior realizada
pela UNESCO, em Paris, em outubro de 1998)
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
O PODER ESTRATÉGICO DO
CONHECIMENTO
Gerar e lidar com novos conhecimentos é um
desafio para todas as sociedades, mas para as
emergentes ou em desenvolvimento constitui-se
questão estratégica, ligada à sua própria
sobrevivência.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
DIREITO À EDUCAÇÃO
A educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. art. 205 CF.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
ESTRUTURA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Fonte: Mec, 2005
Uma Visão da Educação Brasileira
O Brasil continua rico, figura entre as
maiores economias do planeta, mas
nem por isso tornou-se menos
desigual. O que explica este paradoxo é a
extrema concentração de renda e de riquezas
existente, colocando-o na indesejável
condição de um dos países com maior grau
de iniqüidade do mundo.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Uma Visão da Educação Brasileira
É na educação, no entanto, que as desigualdades
econômicas e sociais se reproduzem de forma
ampliada e perversa, produzindo um círculo
vicioso que se manifesta tanto em termos das
restrições às oportunidades de acesso à escola
quanto das condições desfavoráveis de
permanência e sucesso escolar que afetam,
sobretudo, as crianças e jovens provenientes de
famílias de baixa renda, sendo mais evidentes
nas Regiões Norte e Nordeste.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Uma Visão da Educação Brasileira
A Educação, como prioridade nacional tem que levar adiante e
aprofundar as reformas educacionais que passaram a ser
exigidas pela revolução tecnológica e pelas mudanças
sociais, econômicas e políticas que marcaram o último
quarto do século XX. Para cumprir esta agenda, o Brasil
deverá encarar com determinação duas questões cruciais:
o que fazer para construir um sistema de
educação básica, universal, eqüitativa e de boa
qualidade, e para que a educação possa
converter-se efetivamente na principal estratégia
para promover a integração econômica, social e
política dos excluídos e marginalizados.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Nenhum país pode aspirar a ser desenvolvido e
independente sem um forte sistema de educação
superior. Num mundo em que o conhecimento
sobrepuja os recursos materiais como fator de
desenvolvimento humano, a importância da
educação superior e de suas instituições é cada
vez maior. Para que estas possam desempenhar
sua missão educacional, institucional e social, o
apoio público é decisivo.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Para promover a renovação do ensino universitário
brasileiro, é preciso, também, reformular o rígido
sistema atual de controles burocráticos. A efetiva
autonomia das universidades, a ampliação da
margem de liberdade das instituições nãouniversitárias e a permanente avaliação dos
currículos constituem medidas tão necessárias
quanto urgentes, para que a educação superior
possa enfrentar as rápidas transformações por
que passa a sociedade brasileira e constituir um
pólo formulador de caminhos para o
desenvolvimento humano em nosso país.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Ensinar não é transferir conhecimentos,
mas criar as possibilidades para sua
produção ou sua construção
Paulo Freire
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
“The fundamental cure for Poverty is not
money but knowledge”
Sir W. Arthur Lewis
Nobel Laureate, Economics
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
“Não são as espécies mais fortes e nem as mais inteligentes
que sobrevivem, mas sim aquelas que melhor respondem
às mudanças”
… Charles Darwin
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
CURSOS SEQUENCIAIS:
 A idéia da discussão do “sentido” dos cursos seqüenciais
passa então pela discussão do contexto em que eles
emergem, por um lado, como “vislumbre de modernidade”
inserida no atual paradigma da globalização.
 Por
outro lado, tal legitimação já se encontraria
“contaminada” paradoxalmente por um contexto que
tradicionalmente leva a uma desconfiança das políticas
oficiais de educação. A tentativa de mudança encontra
obstáculos em seu próprio passado que não lhe confere
legitimidade e confiança, estabelecendo um cenário de
lutas em um campo simbólico definido.

Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
 A transição possível para um debate “atualizado” defronta-
se com a memória de tentativas extemporâneas e
autoritárias.
 Aproveitando-se
da situação, emergem os discursos
corporativos das profissões regulamentadas, disfarçados
pelo discurso da defesa da qualidade dos cursos de
graduação. A atual forma de debate que opõe o discurso do
ensino superior tradicional às alternativas propostas
oficialmente corre o risco de deixar de lado a reflexão mais
profunda sobre as redefinições necessárias em um
contexto do que Gibbons chamou de “novo modo de
produção do conhecimento”.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Os cruzamentos, afinidades e afastamentos
determinados por esta dinâmica refletem a
complexidade das questões entre
educação, técnica e sociedade, em um
mundo onde nos defrontamos com a
difícil tarefa de pensar a possibilidade de
um novo arranjo - percebendo as
idiossincrasias da modernidade - que
recoloque os termos da questão de forma
a superar os argumentos tradicionalmente
evocados nesta discussão.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Neste cenário, a análise do caso dos cursos
seqüenciais torna-se paradigmática para ilustrar,
por um lado a dinâmica e o comportamento dos
diversos atores envolvidos, seus interesses,
espaços de atuação e o impacto sobre cada um
deles a cada mudança de movimento
determinada pela “guinada” na regulamentação
desta matéria e, por outro lado, a construção de
múltiplos discursos que pretendem “falar pela
sociedade” de forma quase exclusiva.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: O que são Cursos Seqüenciais ::..
Os cursos seqüenciais são considerados uma modalidade de
ensino superior onde os alunos, após concluírem o ensino
médio, podem ampliar os seus conhecimentos, ou sua
qualificação profissional, freqüentando o ensino superior,
sem necessariamente ingressar em um curso de
graduação.
O que se busca ao definir-se um curso seqüencial é uma
formação específica em um dado "campo do saber" e não
em uma "área de conhecimento e suas habilitações". Por
exemplo, na área de computação, pode-se ter um Curso
Seqüencial em Redes de Computadores, onde o objetivo é
claro e pode ser atingido em um prazo relativamente curto.
Os cursos seqüenciais são definidos por "campo do
saber", enquanto que os cursos tradicionais são oferecidos
por área do conhecimento e suas habilitações. Não devem,
portanto, ser entendidos como abreviação da graduação e
sim, como uma alternativa de formação superior.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: O que são Cursos Seqüenciais ::..
Os cursos seqüenciais podem ser feitos antes,
durante ou depois de um curso de graduação e
permitem mas não exigem em todos os tipos
(apenas
nos
cursos
seqüenciais
de
complementação de estudos individual exige-se
o diploma de graduação ou estar cursando a
graduação) que seus alunos sejam portadores de
diploma de nível superior. Assim fica claro que
um curso seqüencial é diferente de um curso de
graduação, ou de um programa de pósgraduação ou mesmo de um curso de extensão.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: O que são Cursos Seqüenciais ::..
Um ponto importante a ser considerado é que os cursos
seqüenciais não devem ser entendidos como uma simples
ponte de ligação para os cursos de graduação e nem uma
abreviação curricular de um curso de graduação. Os
objetivos dos cursos seqüenciais são distintos dos
objetivos dos cursos de graduação, embora as grades
curriculares dos cursos seqüenciais possam contemplar
disciplinas semelhantes às oferecidas nos cursos de
graduação.
Podemos, portanto, caracterizar os Cursos Seqüenciais
como:
· abertos a candidatos que tenham concluído o ensino
médio;
· podem ser feitos antes, durante ou depois de um
curso
de
graduação;
· abertos a candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos
pelas
instituições
de
ensino;
· cursos definidos por "campo do saber".
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: O que são Cursos Seqüenciais ::..
Os cursos seqüenciais, definidos pelo MEC, se dividem em:
1 - Cursos Seqüenciais de Complementação de Estudos, com destinação individual ou
coletiva, conduzindo a certificado.
1.1 Os Cursos Seqüenciais de Complementação de Estudos com destinação individual
dependem da existência de vagas em disciplinas oferecidas em cursos de graduação
já reconhecidos pelo MEC. Conforme a legislação, as instituições de ensino superior,
que desejam ofertar estes tipos de curso, divulgarão a relação das disciplinas nas
quais existem disponibilidade de vagas e os candidatos indicarão a seqüência de
disciplinas que desejam cursar. A instituição aprovará ou não a proposta do
candidato em função da coerência desta, que deve configurar um campo de saber. Os
requisitos para ingresso num curso deste tipo, serão fixadas pela instituição.
1.2 Os Cursos Seqüenciais de Complementação de Estudos com destinação coletiva
podem ser criados sem prévia autorização e não estão sujeitos a reconhecimento,
porém devem estar vinculados a um ou mais dos cursos de graduação reconhecidos
que sejam ministrados pela instituição de ensino e que incluam disciplinas afins
àquelas que comporão o curso seqüencial. Estes cursos serão periodicamente
avaliados, por amostragem, e seus resultados levados em consideração na
renovação do reconhecimento dos cursos de graduação a que sejam vinculados.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: O que são Cursos Seqüenciais ::..
Nos dois casos, estão dispensados de obedecer ao ano
letivo regular. Porém, os cursos estão sujeitos às normas
gerais para os cursos de Graduação, tais como verificação
de freqüência e de aproveitamento. A proposta curricular, a
carga horária e o prazo de integralização deverão ser
estabelecidos pela Instituição de Ensino que os ministrem
e os candidatos, no caso de Complementação de Estudos
com destinação individual devem ser portadores de
diploma de curso de graduação superior ou pelo menos,
estarem cursando graduação.
Ambos os cursos conduzem a um certificado, que deverá
ser expedido pela própria Instituição que os ofertou,
atestando que o aluno adquiriu conhecimentos em um
determinado "campo do saber".
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: O que são Cursos Seqüenciais ::..
2 - Cursos Seqüenciais de Formação Específica, somente com
destinação coletiva, conduzindo a diploma.
2.1 Os Cursos Seqüenciais de Formação Específica estão sujeitos a
processos de autorização (excetuam-se dessa exigência, as
Instituições que gozem de prerrogativas de autonomia universitária,
nos termos das normas vigentes) e reconhecimento com
procedimentos próprios. A instituição que desejar oferecê-los
deverá ter curso de graduação reconhecido no MEC, na área do
conhecimento a que se vincula o curso seqüencial e a carga horária
não poderá ser inferior a 1.600 horas, que deverão ser integralizadas
em prazo nunca inferior a 400 dias letivos.
Estes cursos também estão dispensados de obedecer ao ano
letivo regular, porém sujeitos às normas gerais para os cursos de
graduação (verificação de freqüência e aproveitamento).
Os Cursos Seqüenciais de Formação Específica se sujeitam à
autorização e reconhecimento, de acordo com o disposto na para
Portaria MEC nº 4.363 de 29 de dezembro de 2004.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: Titulação
Os cursos seqüenciais, ao contrário dos
cursos superiores tradicionais, não
conferem
titulação
equivalente
ao
bacharel, tecnólogo ou licenciado, graus
estes obtidos em cursos tradicionais de
graduação.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: Legislação
Portaria MEC nº 4.363 de 29 de dezembro de 2004, dispõe sobre a
autorização e o reconhecimento de cursos seqüenciais da
educação superior e dispõe sobre a oferta e acesso a cursos
seqüenciais de ensino superior.
Resolução CES n.º. 1, de 27 de janeiro de 1999: dispõe sobre os
cursos seqüenciais de educação superior, nos termos do art. 44
da Lei n.º. 9.394/96.
Parecer CES n.º. 968/98, de 17 de dezembro de 1998: Trata sobre os
Cursos Seqüenciais do Ensino Superior.
Lei n.º. 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e
bases da Educação Nacional
Resolução CEPE 090/2005 Regulamenta os CS por campos de saber
na
UEPG.
UEPG Resolução CA 117/2004 Estabelece critérios para
elaboração de planilha orçamentária dos projetos de CS na UEPG.
UEPG Resolução CA 038/2006 Altera redação do Art. 5º da RES CA
117/2004.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: Quem pode fazer os Cursos Seqüenciais
Para quem já concluiu o Ensino Médio (2º Grau):
Acesso ao Ensino Superior, com programas de curta duração, para aplicação
imediata no mercado de trabalho. As disciplinas cursadas poderão ser
aproveitadas se o aluno vier a cursar um programa de graduação.
Para profissionais já inseridos no mercado de trabalho:
Ótima oportunidade de atualização e incorporação de novos conhecimentos,
para a utilização imediata na atividade profissional.
Para graduados:
Incorporação de novos conhecimentos, ampliando a área de atuação, abrindo
novas perspectivas de exercício profissional no mercado de trabalho. Há
aproveitamento de disciplinas já cursadas.
Para evadidos da Graduação:
Os alunos evadidos de curso superior de graduação da UEPG , na hipótese de
não terem cumprido integralmente os requisitos exigidos para a respectiva
diplomação, poderão requerer certificado de curso superior de complementação
de estudos, apresentando o histórico escolar e sugerindo um título para o
campo de saber.
Para empresas e organizações:
Poderão ser desenvolvidos programas específicos, que venham ao encontro das
necessidades de qualificação do quadro de pessoal em nível superior.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: Aproveitamento das disciplinas dos Cursos Seqüenciais
Em relação aos Cursos de Graduação:
A critério da instituição, as disciplinas podem ser futuramente aproveitadas pelo aluno que
vier a ingressar em curso de Graduação. Porém, é necessário que o aluno tenha passado
por processo seletivo e que as disciplinas aprovadas integrem e sejam equivalentes ao do
currículo
pretendido.
Não existe, portanto, nenhum mecanismo que automaticamente transforme o
certificado ou o diploma de Curso Seqüencial em diploma de Curso de Graduação, nem se
pode falar em "complementação" dos cursos seqüenciais para transformá-los em
graduação.
Em relação aos Cursos de Pós-Graduação:
Os egressos de cursos seqüenciais de formação específica, que conferem
diplomação, no entendimento do Conselho Nacional de Educação poderão
freqüentar os cursos de pós-graduação em nível de especialização Lato Sensu.
Tal formação não é válida para ingresso nos programas de pós-graduação
Stricto Sensu, uma vez que estes programas requerem, para o seu acesso, a
diplomação em cursos de graduação, conforme artigo 44 da LDB.
Em relação a Concursos Públicos:
O acesso a concursos públicos, para diplomados em cursos seqüenciais, independe de regulamentação do MEC e está vinculado aos requisitos estabelecidos no edital
de
cada
concurso.
Sendo o curso seqüencial um curso de nível superior, o edital de cada concurso deve
deixar claro qual a diplomação exigida: se de nível superior, com aceitação do diploma de
curso seqüencial, se de graduação, onde os diplomas de cursos seqüenciais não serão
aceitos.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: Atuação Profissional
De acordo com a legislação em vigor, cabe aos órgãos
de classe e Conselhos Profissionais, a regulamentação das
profissões e a habilitação para o exercício profissional.
O Curso Seqüencial apenas confere Certificado ou
Diploma que atesta conhecimento acadêmico em
determinado "campo do saber".
Estes cursos têm um viés profissionalizante e devem
ser oferecidos como uma oportunidade diferenciada para a
formação superior do indivíduo que desejar inserir-se mais
rapidamente no mercado de trabalho.
Assim, as atribuições profissionais dos egressos de
cursos seqüenciais, realizados em áreas cujas profissões
são regulamentadas, serão definidas pelos respectivos
órgãos reguladores do exercício da profissão.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Os cursos seqüenciais não podem ser confundidos
com cursos de graduação, previstos no inciso II
do artigo 44 da LDB, pois a formação que
oferecem não pode ser confundida com aquela
oferecida na graduação, nem como uma
abreviação da graduação (como nas antigas e
mal fadadas graduações curtas).
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Feitas estas considerações sobre visão oficial dos
cursos seqüenciais podemos tentar pensar em
uma concepção ampliada, para além do simples
atendimento de demanda por formação em nível
superior, definindo-se também a importância da
diversificação da oferta de cursos superiores e a
necessidade de modelos complementares aos
modelos de formação existentes em um contexto
que Giddens definiu como sendo de “alta
modernidade”.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Para Giddens (1991), esta situação de “alta
modernidade” está ligada ao
desenvolvimento de uma nova dinâmica
na sociedade, com a definição de novas
formas de sociabilidade e de relação entre
vida e conhecimento em um mundo cada
vez mais marcado por saberes
especializados e abstratos, no qual a
intenção prática do conhecimento adquire
novo sentido.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Neste contexto, o “vislumbre de modernidade”
trazido pelos cursos seqüenciais seria a própria
capacidade de um modelo viável e adaptado às
atuais demandas por conhecimento diferenciado
em vários setores da sociedade, onde um
diploma de graduação tradicional nem sempre é
o mais necessário ou adequado, ocorrendo por
vezes que cursos formatados tradicionalmente
com duração longa não atendam a indivíduos já
inseridos em atividades profissionais e “fora”
dos tempos “normais” do acesso a vestibulares.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
O problema das ordens profissionais
 A maior parte das entidades representantes dos interesses
das áreas profissionais (conselhos, sindicatos e ordens
profissionais), responsáveis pela regulamentação da
habilitação profissional dos egressos dos cursos
superiores, tem promovido um grande movimento de
repúdio aos cursos seqüenciais.
 Um dos argumentos utilizados é de que os egressos dos
cursos seqüenciais não teriam formação condizente com
os bacharéis egressos dos cursos de graduação, e como
seriam formados em menor tempo, estariam em condições
de competição que colocaria em desvantagem aqueles
estudantes (e futuros profissionais) que permanecessem
mais tempo na escola e que teriam adiada sua inserção em
um mercado de trabalho já bastante competitivo.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
 Ao lado desse primeiro argumento, por conta da existência
de legislação federal que regulamenta muitas destas
profissões (o exercício profissional dos egressos de
cursos de graduação), os conselhos têm afirmado que os
cursos seqüencias, uma vez que não conferem nenhum
“título” a seus egressos, não estariam formando nenhum
tipo de profissional que se enquadrasse na legislação,
tornando-se apenas fonte de renda fácil para as IES
particulares usarem de má-fé na cooptação de alunos.
 Além da questão do tempo reduzido de formação e do título
acadêmico inexistente, outro argumento utilizado com
freqüência é que esta formação mais curta teria o objetivo
da diminuição geral dos salários dos profissionais daquela
área, uma vez que as empresas poderiam contar com
profissionais mais numerosos a custos menores.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Há que se notar que ao lado de uma preocupação
legítima em relação à garantia da qualidade de
tais cursos, principalmente em áreas como a
saúde ou outras áreas cujo exercício profissional
pode determinar riscos à sociedade, é possível
mapear um discurso extremamente corporativo
de garantia do mercado de trabalho de uma certa
categoria profissional (com a respectiva garantia
de salários), que se mostra como uma questão
tanto de sobrevivência econômica quanto de
legitimação cultural.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
O exemplo das reações críticas de várias
áreas de saúde como a enfermagem, a
fisioterapia, a fonoaudiologia, a educação
física (embora área de classificação
híbrida) em contraste com uma
surpreendente receptividade para discutir
o assunto na área da medicina demonstra
claramente um desencontro de discursos
escamoteados embora misturados com
discursos legítimos.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Situação contrária encontramos da parte dos
conselhos profissionais das áreas de
Administração, Economia, Ciências Contábeis e
também de uma área extremamente complexa
como a das Engenharias: nestas áreas há uma
disposição em construção para debater a
questão dos cursos seqüenciais e as formas
como os conselhos poderão contribuir para uma
possível regulamentação da habilitação desses
egressos, do ponto de vista da responsabilidade
sobre o exercício de competências afetas
àquelas profissões.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
 Exemplo
desse reducionismo na análise
encontra-se no artigo publicado na Folha de São
Paulo, do ex-reitor da UFBA, Luiz Serpa, que
assim expressa suas “preocupações” frente às
mudanças que vêm ocorrendo na relação entre
sociedade e universidade:
 “Nos Estados Unidos, 25% dos estudantes de
graduação formam-se em negócios, contra
apenas 4% em 1970, enquanto as matrículas em
ciências sociais e humanas despencam. No
Brasil, as matrículas seguem as mesmas
tendências, comandas pelo mercado.” (Serpa &
Pretto, 2000)
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Ao lado desta separação entre universidade e
mercado de trabalho, não é incomum ouvir-se
nas universidades públicas lamentos por parte
de alguns docentes porque seus atuais alunos
seriam “alienados” e não participariam – como
eles participavam – de todas as reuniões,
manifestações ou encontros com o mesmo
entusiasmo ou com a mesma mobilização.
Critica-se com freqüência que os atuais alunos
só pensam em como vão poder utilizar o que
aprendem, como se tal fato fosse condenável a
princípio.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Opera-se assim uma outra redução, também
conservadora e por vezes reacionária – ao
idealizar uma “idade do ouro” anterior e
que deseja ser recuperada nos mesmos
moldes – e que entende o momento atual
não em sua diferença substancial, mas
como um momento de decréscimo da
racionalidade e do aumento da alienação.
Confunde-se alienação com mudança de
paradigma.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira

As resistências que os cursos seqüenciais enfrentam
neste domínio encaixam-se na constatação de que:
 “...embora
estejam
em
um
estágio
inicial
de
desenvolvimento, algumas das práticas associadas a este
novo modo de produção do conhecimento têm criado
pressões para mudanças radicais nas instituições
tradicionais da ciência, em especial as universidades e
outros órgãos nacionais de pesquisa. Não surpreende a
resistência que tais instituições ainda oferecem a estas
mudanças que parecem ameaçar as próprias estruturas e
processos que tinham sido criadas para proteger a
integridade da empreitada científica.” (Gibbons, 1994, p.
31)
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Os (des)encontros dos discursos e as
idiossincrasias da modernidade
As questões acima delineadas nos colocam frente
ao debate a respeito de educação, ciência e
tecnologia na sociedade moderna, na qual o
mundo
do
trabalho
apresenta-se
em
transformação e o conhecimento é modificado
continuamente ao ser apropriado pelas práticas
quotidianas.
A ciência, tradicionalmente vista como fonte de
autoridade inquestionável em seus discursos e
objetivos “puros”, passa a contemplar também a
dimensão da responsabilidade por demandas
sociais
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
As rápidas mudanças no conhecimento
têm
determinado
exigências
de
qualificação mais ecléticas e sofisticadas,
valorização de saberes menos duramente
tecnicistas e mais permeados por saberes
das ciências humanas, valorização da
interdisciplinaridade.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
O conceito de transdisciplinaridade deixa de ser
abstrato para se materializar na necessidade de
contribuição de diferentes saberes das diferentes
áreas para o enfrentamento dos novos problemas
que surgem no mundo atual, refletindo a
mudança nas características do conhecimento
tradicional, tornado mais difuso e opaco pela
contínua subdivisão de conhecimentos com grau
de sofisticação cada vez maior, e pela formação
de subdisciplinas e novos campos de estudo.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
As conseqüências do processo de mudança
estariam refletidas de forma imediata no mundo
do trabalho, em sua reconfiguração em termos de
qualificação, inserção, recrutamento, definição de
novas formas de atividade laboral e consciência
responsável sobre os sentidos contidos em um
mundo racionalizado e especializado. O não
desligamento entre trabalho e conhecimento,
bem como a capacidade de reflexão crítica a
respeito da atividade humana não pode ser
adequadamente entendida de um ponto de vista
unívoco de determinação de alienação, mas sob a
ótica da reflexividade ao se considerar o
processo de produção do conhecimento
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Analisando as tendências de transformação no
mundo do trabalho, De Masi (1999) questiona
sobre o futuro das tradicionais relações que hoje
regem as formas de atividade produtiva humana,
que cada vez mais demonstram a inadequação
do modelo clássico das jornadas contínuas,
análogas aos primórdios da revolução industrial,
e que, ao mesmo tempo, criam artifícios para
combater o aumento do desemprego estrutural,
mas que porém continuam inseridas em um
paradigma esgotado da formação acadêmica
monolítica.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
A necessidade de superação dos tradicionais
pontos de vista dos discursos sobre formação
superior, naquilo que eles têm de mais
reacionário, também é demonstrada pelas novas
manifestações dinâmicas que emergem da
sociedade, como por exemplo no aumento
significativo das chamadas “universidades
corporativas”, que nada mais são do que
iniciativas das próprias empresas para oferecer
formação e melhoria de qualificação de seus
quadros, “fora” dos sistemas oficiais de
credenciamento e avaliação de cursos
superiores.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
..:: Cursos oferecidos ::..
EXPERIÊNCIA DA UEPG...
Estilismo e Produção em Moda
Gestão Logística
Gestão Imobiliária
Gestão e Organização da Informação Eletrônica
Yôga - Formação Profissional
Informática Empresarial com mídias interativas
Gestão Empresarial: Micro, Pequena e Média Empresa
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
DEPOIMENTOS DE ALUNOS E EX-ALUNOS
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
DEPOIMENTO DE PROFESSORES
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
BIBLIOGRAFIA
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DE MASI, Domenico. O futuro do trabalho. Brasília: UnB; Rio de Janeiro: José Olympio, 1999.
GIBBONS, Michael et all. The new production of knowledge – the dynamics of science and research in
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GIDDENS, Anthony. As conseqüências da modernidade. São Paulo: UNESP, 1991.
_________________ A transformação da intimidade. São Paulo, UNESP, 1993.
_________________ Para além da esquerda e da direita. São Paulo: UNESP, 1996.
_________________A vida em uma sociedade pós-tradicional. In: BECK, Ulrich, GIDDENS, Anthony,
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (BRASIL). A política nacional para o ensino superior brasileiro. Brasília:
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (BRASIL). Resultados e tendências da educação superior no Brasil. Brasília:
MEC/INEP, junho/2000b.
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
Email: [email protected]
Fone: 3220-3437 / 9972-5054
Profa. Ms. Marilisa do Rocio Oliveira
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Escola Hoje Desafios e Perspectivas Rodolfo Joaquim Pinto da Luz