Fitch Rebaixa Rating Nacional do Banco Fator S.A. Para ‘BBB-(bra)’; Perspectiva Negativa
Fitch Ratings - São Paulo/Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2015: A Fitch Ratings rebaixou, hoje, o Rating
Nacional de Longo Prazo do Banco Fator S.A. (Fator) para ‘BBB-(bra)’ (BBB menos (bra)), de ‘BBB(bra)’,
e afirmou o Rating Nacional de Curto Prazo do banco em ‘F3(bra)’. A Perspectiva do Rating Nacional de
Longo Prazo é Negativa.
PRINCIPAIS FUNDAMENTOS DOS RATINGS
O rebaixamento do rating de longo prazo do Fator reflete o fato de o grupo continuar a apresentar resultados
consolidados negativos e suas dificuldades em incrementar a geração de receitas operacionais adequadas e
consistentes. Os ratings do banco refletem, também, sua escala relativamente pequena e o modelo de
negócios que está concentrado nos segmentos relativamente voláteis, tal como mercados de renda variável e
negócios de tesouraria e de banco de investimento. Estas características deixam o banco mais vulnerável do
que seus pares às fracas condições atuais do mercado brasileiro. A Perspetiva Negativa reflete a visão da
Fitch de que os resultados operacionais do Fator devem continuar sob pressão, devido à continuidade do
ambiente operacional muito desafiador. Por outro lado, na visão da agência, a capitalização e a liquidez do
banco são adequadas para seu rating atual.
O resultado operacional e o lucro líquido – em bases consolidadas – do Fator foram negativos em três dos
quatro últimos anos e no primeiro semestre de 2015, apesar de o banco ter implementado ajustes em seu
modelo de negócios e medidas para reduzir custos ao longo do anos, além de ter realizado alterações
frequentes no quadro de executivos, incluindo a recente substituição do presidente. O atual presidente tomou
posse em junho de 2015. Naquele mesmo mês, o resultado operacional consolidado sobre ativos médios
decresceu para negativos 4,0%, de negativo 0,3% em 2014 e negativos 2,2% em 2013.
O banco continua procurando incrementar sua geração de receitas, com foco nos mercados de renda fixa,
estruturação e de fusões e aquisições, além de aumentar sua atuação em crédito de forma conservadora. O
grupo também está implementando novos ajustes para alavancar mais as potenciais sinergias entre várias
áreas e subsidiárias, bem como as oportunidades de venda cruzada.
Em 2014, o resultado do banco, em bases individuais, melhorou em comparação a 2013, devido ao aumento
das receitas e à redução dos custos, porém permaneceu negativo. Houve piora no resultado individual, no
primeiro semestre de 2015, em decorrência do fraco desempenho da intermediação financeira, incluindo
ajustes negativos na carteira de títulos privados de renda fixa e na marcação a mercado na tesouraria, além
da menor rentabilidade em alguns títulos públicos e baixa geração de receitas na área de renda fixa e de
banco de investimento. As despesas de provisão para créditos têm sido relativamente baixas nos últimos
períodos, porém poderiam aumentar, considerando a alta concentração na exposição do Fator ao risco de
crédito e à medida que as condições econômicas continuem se deteriorando.
Entre suas três subsidiárias, a Fator Seguradora S.A. tem sido consistentemente a mais lucrativa desde 2011,
apesar da queda forte no primeiro semestre de 2015. No caso de suas outras subsidiárias, a Fator S.A.
Corretora de Valores e a Fator Administração de Recursos Ltda., apresentaram prejuízos até junho de 2015,
devido ao forte enfraquecimento dos mercados de renda variável (a corretora desde 2010 e a administradora
de recursos desde 2013). Em 2014 e no primeiro semestre de 2015, a lucratividade da corretora foi
impactada também por despesas tributárias não-recorrentes.
Até junho de 2015, a exposição ao risco de crédito do Fator permaneceu relativamente baixa, totalizando
BRL469 milhões ou 1,4 vez o patrimônio líquido (BRL507 milhões em 2014). Era composta por créditos, de
BRL112 milhões, avais e fianças, de BRL111 milhões, e títulos privados de renda-fixa, de BRL246 milhões.
A exposição ao risco de crédito continuou altamente concentrada, uma vez que os vinte maiores tomadores
foram responsáveis por 95% da exposição total. A metade da exposição foi para os clientes nos setores
indústrias e 27% no setor imobiliário, que, por sua vez, tem sido um dos mais afetados pela desaceleração
econômica no país. Os créditos classificados nas categorias “D-H” da escala do Banco Central do Brasil
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(Bacen) aumentaram para ainda razoáveis 4,48% dos créditos totais, enquanto na carteira de títulos houve
deterioração da qualidade de um tomador, cuja exposição foi provisionada.
A captação do Fator é via atacado, comum a bancos de seu perfil. Em 2015, o banco começou a pagar seus
depósitos a prazo com garantias especiais I (DPGE I), substituindo-os pelos certificados de depósitos
bancários (CDBs), com menor custo, de prazo médio de dois anos sem liquidez. Em junho de 2015, os
DPGEs I, demais depósitos e as letras de crédito agrícolas (LCAs) e letras de crédito imobiliárias (LCIs)
correspondiam a 30%, 55% e 15% da captação total, respectivamente. O Fator considera que não necessita
mais utilizar os DPGEs I, apesar de o regulador ter prorrogado o prazo de captação de novos recursos por
meio deste produto até o final de 2016. Sua liquidez se mantinha em patamares adequados e cobria 35% da
captação total em junho de 2015. Entretanto, o banco pretende reduzi-la para cerca de BRL100 milhões
(15% da captação total de junho de 2015), em função do alto custo de carregar os ativos líquidos.
Apesar de ter se reduzido em função dos constantes prejuízos e da implementação gradual dos ajustes
prudenciais previstos pela Basileia III, o índice de capital regulatório do Fator, totalmente constituído por
capital nível 1, permanece confortável (22,50% em junho de 2015 e 25,90% em dezembro de 2014). Ao
mesmo tempo, o índice núcleo de capital Fitch (FCC), que exclui o capital da Fator Seguradora S.A. e os
créditos tributários não relacionados às diferenças temporais, se declinou para 14,07%, em junho de 2015, de
16,48%, em dezembro de 2014, mas demonstra que o banco ainda possui margem para absorver potenciais
perdas.
SENSIBILIDADES DOS RATINGS
Ação de Rating Negativa: A piora dos resultados operacionais, evidenciada pelo declínio do ROAA
operacional (resultado operacional/média do total de ativos) para abaixo de negativos 5% poderia levar a
uma nova ação de rating negativa. Uma deterioração não esperada na liquidez e na capitalização, que
posicione o FCC abaixo de 9,5%, também poderia impactar os ratings do banco.
Ação de Rating Positiva: A Perspectiva do Rating Nacional de Longo Prazo poderá ser revisada para
Estável, caso o Fator supere o desafio de gerar receitas consistentes ao longo do horizonte do rating,
ampliando de forma mais significativa seu resultado operacional ao longo dos ciclos do mercado local.
Contato:
Analista principal
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Diretora
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Analista secundário
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Diretor
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Presidente do Comitê de Rating
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A presente publicação é um relatório de classificação de risco de crédito, para fins de atendimento ao artigo 16 da
Instrução CVM nº 521/12.
A Fitch utilizou para sua análise, informações financeiras até a data-base de 30 de junho de 2015.
As informações utilizadas nesta análise são provenientes do Fator.
Histórico dos Ratings
Fator
Data na qual a classificação em escala nacional foi emitida pela primeira vez: 10/07/2006.
Data na qual a classificação em escala nacional foi atualizada pela última vez: 15/10/2014.
Os ratings atribuídos pela Fitch são revisados, pelo menos, anualmente.
A classificação de risco foi comunicada às entidades avaliadas ou a partes a ela relacionadas.
Informações adicionais disponíveis em ‘www.fitchratings.com’ ou ‘www.fitchratings.com.br’.
Metodologia Aplicada e Pesquisa Relacionada:
--'Metodologia Global de Rating de Bancos' (20 de março de 2015);
--'Metodologia de Ratings Nacionais' (30 de outubro de 2013).
TODOS OS RATINGS DE CRÉDITO DA FITCH ESTÃO SUJEITOS A ALGUMAS LIMITAÇÕES E
TERMOS DE RESPONSABILIDADE. POR FAVOR, VEJA NO LINK A SEGUIR AS LIMITAÇÕES E OS
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ADICIONALMENTE, AS DEFINIÇÕES E TERMOS DE USO DOS RATINGS ESTÃO DISPONÍVEIS NO
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A Fitch Ratings Brasil Ltda. e a Fitch Ratings Ltd. tiveram todo o cuidado na preparação deste documento.
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integralidade não estão garantidos. A Fitch Ratings Brasil Ltda. e a Fitch Ratings Ltd. não se responsabilizam
por quaisquer perdas ou prejuízos que possam advir de informações equivocadas. Nenhuma das informações
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