Fitch Rebaixa Rating Nacional do Banco Indusval S.A. Para ‘BB+(bra)’; Perspectiva Estável
28 Ago 2015 15h03
Fitch Ratings - Rio de Janeiro/São Paulo, 28 de agosto de 2015: A Fitch Ratings rebaixou, hoje, o Rating Nacional de
Longo Prazo do Banco Indusval S.A. (Indusval & Partners, BI&P) para ‘BB+(bra)’ (BB mais(bra)), de ‘BBB-(bra)’, (BBB
menos(bra)) e o Rating Nacional de Curto Prazo para ‘B(bra)’, de ‘F3(bra)’. A Perspectiva do Rating Nacional de Longo
Prazo é Estável.
PRINCIPAIS FUNDAMENTOS DOS RATINGS
O rebaixamento do rating de longo prazo do BI&P reflete a continuidade do fraco desempenho do banco, que reportou
prejuízos anuais em três dos quatro últimos anos e no primeiro semestre de 2015. Os ratings do banco refletem,
também, sua escala relativamente pequena e o modelo de negócios ainda não inteiramente consolidado, e que, por sua
vez, até então, não resultou em ganhos recorrentes e estáveis, desde a implementação, em 2011. Estas características
deixam o banco mais vulnerável às fracas condições atuais do mercado brasileiro. Por outro lado, na visão da Fitch, a
capitalização e liquidez do BI&P são adequadas e o aumento de capital que acontecerá no segundo semestre de 2015
fortalecerá a base de capital do banco.
Em junho de 2015, o BI&P reportou prejuízo de BRL141 milhões. Os resultados de junho de 2015 foram afetados
significativamente pelos BRL210 milhões em provisões constituídas contra a exposição direta e indireta do banco à
Ceagro Agrícola Ltda. (Ceagro, IDR – Issuer Default Rating – Rating de Probabilidade de Inadimplência do Emissor de
Longo Prazo em Moeda Local, Inadimplência Restrita (RD), uma empresa de agronegócios, que se encontra
atualmente inadimplente. Excluindo esta grande despesa de provisão para créditos e títulos, as receitas do banco foram
menores do que no primeiro semestre de 2014, como resultado da redução da receita líquida de intermediação e de
serviços.
A Fitch acredita que a lucratividade continuará reprimida, a curto prazo, considerando que o fraco ambiente operacional
deverá se prolongar ao longo de 2016. A agência acredita que pressões deverão surgir em função da desalavancagem
do crédito e da geração de receita de serviços mais baixas, assim como de um possível incremento nas despesas de
provisão, em linha com todo o setor bancário.
O BI&P começou a reduzir sua exposição de crédito no primeiro trimestre de 2015, à medida que as condições de
mercado começaram a piorar, e aumentou o foco em negócios geradores de receitas de serviços, tais como banco de
investimento, corretagem e gestão de recursos. Em junho de 2015, a exposição total do crédito caiu para BRL3,0
bilhões, de BRL4,0 bilhões, em dezembro de 2014. O banco espera redução adicional no segundo semestre do ano,
para BRL2,3 bilhões.
Excluindo a exposição à Ceagro, os indicadores de qualidade de ativos apresentaram pequena piora. Os créditos em
atraso há mais de noventa dias (NPLs) representavam 2,1% do total da carteira de crédito em junho de 2015 (1,7% em
dezembro de 2014) e os classificados nas categorias D-H da escala do Banco Central do Brasil (Bacen) representavam
6,9% do total de créditos (6,5% em dezembro de 2014). Incluindo a exposição total à Ceagro, os NPLs ficariam em
altos 10,9% em junho de 2015. O banco não tem exposição a nenhuma das empresas envolvidas na Operação Lava
Jato. A Fitch acredita que a proporção dos créditos problemáticos poderá aumentar moderadamente nos próximos
períodos, devido à desalavancagem e às condições de mercado.
O BI&P dispõe de liquidez e perfil de captação adequados, estimulados pela redução da carteira de crédito, em 2015, e
pela estratégia de diversificar sua base de captação do varejo, por meio de corretoras, desde 2013. Em junho de 2015,
os ativos líquidos do banco, constituídos por aplicações interfinanceiras de liquidez e títulos públicos livres,
correspondiam a adequados 28% do total de depósitos (19% em dezembro de 2014). A estrutura de prazo da base de
captação também é favorável, com cerca de 10% da captação tendo liquidez diária e vencimento médio de 309 dias
(251 em dezembro de 2014). Em junho de 2015, a base de captação era composta por CDBs (29%), Depósitos a Prazo
com Garantias Especiais I (DPGE I, 20%), DPGE II (8%), Letras de Crédito Agrícola (LCA, (30%) e outros, (13%).
Após o prejuízo no primeiro semestre de 2015, o índice núcleo de capital Fitch (FCC) e os índices de capital regulatório
do BI&P declinaram apenas marginalmente, para 11,6% e 12,4%, respectivamente (11,9% e 13,1%, em dezembro de
2014). Em agosto de 2015, o BI&P anunciou aumento de capital, por meio de subscrição privada, a ser ofertada a todos
os acionistas. Os atuais acionistas controladores do banco garantiram esse aumento de capital, no montante de
BRL80,0 milhões. O índice de capital regulatório subirá para aproximadamente 17%, em função do aporte de capital e
da nova redução das exposições de crédito para BRL2,3 bilhões. Apesar disso, na visão da Fitch, a geração de capital
interna do banco permanecerá limitada a curto e médio prazos, o que, por sua vez, amplia a importância da já garantida
injeção de capital para a preservação dos índices de capital.
SENSIBILIDADES DOS RATINGS
RIO DE JANEIRO
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Ação de Rating Negativa: Os ratings do BI&P poderão ser rebaixados, se o banco continuar a apresentar prejuízos
nos próximos períodos, prejudicando sua capitalização, ou se houver uma deterioração não esperada em sua liquidez e
captação. Os ratings poderão ser impactados negativamente, caso o aumento do capital planejado não se materialize.
Ação de Rating Positiva: Os ratings do BI&P poderão ser impactados positivamente se o banco conseguir
apresentar break-even de forma sustentável, ao mesmo tempo em que mantém a liquidez em patamares adequados e
o índice FCC acima de 13%.
Contato:
Analista principal
Esin Celasun
Diretora
+55 21 4503-2626
Fitch Ratings Brasil Ltda.
Praca XV de Novembro, 20 – 401 B,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Analista secundário
Pedro Gomes
Diretor
+55 11 4504-2604
Presidente do Comitê de Rating
Franklin Santarelli
Diretor-executivo
+1-212-908-0739
Relações com a Mídia: Jaqueline Ramos de Carvalho, Rio de Janeiro, Tel.: +55 21 4503 2623, E-mail:
[email protected].
A presente publicação é um relatório de classificação de risco de crédito, para fins de atendimento ao artigo 16 da
Instrução CVM nº 521/12.
A Fitch utilizou para sua análise, informações financeiras até a data-base de 30 de junho de 2015.
As informações utilizadas nesta análise são provenientes do BI&P.
Histórico dos Ratings
BI&P
Data na qual a classificação em escala nacional foi emitida pela primeira vez: 10 de março de 2005.
Data na qual a classificação em escala nacional foi atualizada pela última vez: 3 de setembro de 2014.
Os ratings atribuídos pela Fitch são revisados, pelo menos, anualmente.
A classificação de risco foi comunicada às entidades avaliadas ou partes a ela relacionadas.
Informações adicionais disponíveis em ‘www.fitchratings.com’ ou ‘www.fitchratings.com.br’.
Os ratings acima foram solicitados pelo, ou em nome do, emissor, e, portanto, a Fitch foi compensada pela avaliação
dos ratings.
Metodologia Aplicada e Pesquisa Relacionada:
--'Metodologia Global de Rating de Bancos' (20 de março de 2015);
--'Metodologia de Ratings Nacionais' (30 de outubro de 2013).
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A Fitch Ratings Brasil Ltda. e a Fitch Ratings Ltd. tiveram todo o cuidado na preparação deste documento. Nossas
informações foram obtidas de fontes que consideramos fidedignas, mas sua exatidão e seu grau de integralidade não
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informações fornecidas à Fitch e ao mercado ao apresentar documentos e outros relatórios. Ao atribuir ratings, a Fitch
deve se apoiar no trabalho de especialistas, inclusive dos auditores independentes, com respeito às demonstrações
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natureza, prospectivos e incorporam assertivas e prognósticos sobre eventos futuros que, por sua natureza, não podem
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afetados por eventos futuros ou por condições não previstas por ocasião da atribuição ou da afirmação de um rating.
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Fitch revisa rating do Banco BI&P