Veículo: Folha de Pernambuco
Editoria: Economia
Coluna:
Pág.:
Data: Domingo, 10 de junho de 2012.
Inteligência que rende financiamento de casa
João Paulo (nome fictício) era estagiário quando decidiu comprar um apartamento
próximo à Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata. A bolsa de R$ 390, que já
era cuidadosamente administrada, foi somada à renda da namorada, também
estagiária, de R$ 550. Juntos, eles deram entrada no imóvel e por seis meses eram
estagiários que deixavam os colegas surpresos. A história real é ótimo exemplo de
como a inteligência financeira pode fazer o dinheiro render. Ensina que não é tão
importante quanto se ganha, mas como se gasta.
Ele é enfático, afirma que não se pode gastar “2x” quando se ganha “x”. João narra
o quanto ganha hoje, depois de contratado (algo em torno de R$ 1,7 mil) e avisa
que as contas do apartamento estão em ordem. Financiado pelo programa Minha
Casa, Minha Vida (MCMV), a casa própria que custava pouco mais de R$ 63 mil,
hoje está perto de R$ 90 mil, e tem até 300 meses para ser quitada, mas o casal
prevê terminar o investimento bem antes.
Ganhando melhor, eles anteciparam parcelas e, recentemente, ele organizou as
contas para dar entrada em uma moto. “Meu próximo plano é comprar um sítio”,
diz. Ao conversar com João, a sensação é de alguém com poder de multiplicação,
mas o fato é que ele aprendeu com a mãe que contas devem ser bem tratadas na
ponta do lápis.
O professor de Economia da Faculdade Boa Viagem (FBV), Roberto
Ferreira, reforça a diferença entre estar endividado e estar inadimplente. O
primeiro tem os débitos sob controle; o segundo já gastou tanto que não consegue
pagar. “O MCMV tem parâmetros diferenciados que possibilitam a compra de
imóveis para pessoas de baixa renda, mas foi o controle da dívida dele que permitiu
que o financiamento fosse aceito”, explica.
Ferreira reforça que o processo de endividamento precisa ser analisado. “Dívida boa
é aquela que gera um ativo para a renda, como o caso do personagem, e está
dentro do orçamento. Imóveis, cursos, um carro para trabalhar são exemplos de
dívida boa. Por outro lado, há a dívida ruim, o gasto dos supérfluos”, ensina.
Veículo: Portal do Diario de Pernambuco
(www.diariodepernambuco.com.br)
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