JULIANA MICHELE STORCH BALKO MORGAN
Moulin Rouge: uma representação carinhosa da prostituição
RESUMO:O presente trabalho tem como objeto de pesquisa o filme Moulin Rouge: amor em
vermelho, do diretor Baz Luhrmann que, ao lado de Craig Pearce, escreveu o roteiro. O filme
conta, de uma forma diferenciada e se valendo do gênero musical, uma história de paixão,
obsessão e desejo entre um escritor e uma prostituta. Entretanto, mais do que contar uma
história de amor, o filme põe em discussão o tema da prostituição. Observa-se, a partir da análise
da linguagem verbal e imagética e com base num arcabouço teórico constituído nos entremeios da
Análise do Discurso, da Teoria Semiótica peirceana, de alguns aspectos teóricos sobre a
Imagem e alguns conceitos da História Cultural, que há duas vozes que permeiam o discurso do filme
em análise: uma, que faz parte de uma voz coletiva, que é o discurso generalizante e que corporifica uma visão
social com relação à prostituição constituída por um enunciador genérico e pejorativo; outra, que introduz uma
outra perspectiva sobre o mundo da prostituição e que pode ser relacionada a um enunciador crítico, taciturno e
reflexivo. Ao apresentar uma outra perspectiva sobre a prostituição, o filme se constitui em
contra-discurso à imagem comum que atravessa a sociedade de que o mundo da
prostituição e as pessoas que dele fazem parte são desumanos e, por isso, constituem parte
da escória social. As noções de intertextualidade e conhecimento de mundo são conceitos
que, paralelos aos demais, contribuem para uma análise mais detalhada e aprofundada do
objeto de estudo, visando a uma definição mais consistente das vozes que permeiam o
discurso.
Palavras-chave: representação, prostituição, contra-discurso.
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Juliana Michele Storch Balko Morgan