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PRIMEIRO PLANO
HOJE EM DIA
/
14 AGO 2015
BELO HORIZONTE
“LAVA JATO”
POLÍCIA PRENDE OUTRO
OPERADOR PARA O PT
VALORES DE PROPINA NA PIXULECO SALTAM PARA R$ 50 MI
“Temos percebido
muitos sinais a indicar
que tudo vem sendo
feito para ajeitar
situações”
MÁRCIO DOTI
[email protected]
UM DOMINGO DECISIVO
GISELE PIMENTA/FRAME/ESTADÃO CONTEÚDO
SÃO PAULO – Em uma entrevista coletiva na sede da
Polícia Federal em Curitiba, integrantes da força-tarefa da operação “Lava Jato” explicaram a 18ª fase da
operação, que prendeu o
ex-vereador do PT Alexandre Romano, identificado
comooperadorqueantecedeu Milton Pascowitch no
esquema de corrupção.
Com a inclusão do ex-vereador nas investigações,
osvaloresde propinanaPixuleco saltam para cerca
de R$ 50 milhões, segundo
integrantesdaforça-tarefa.
Segundo o procurador
RobersonHenriquePozzobon, Pascowitch disse que
João Vaccari Neto o procurou dizendo que tinha dificuldadesparareceberosrecursos do operador anterior. Pascowitch teria entãocomeçadoaoperarjuntamente com Romano.
“O esquema de corrupção é grande, sistemático e
deve ser combatido de forma veemente”, defendeu
o procurador ao citar a ramificação em contratos no
MinistériodoPlanejamento. “O volume de propina
estálongedeatingirovolu-
INVESTIGAÇÃO – Integrantes da Polícia Federal falam sobre a a 18ª fase da operação “Lava
Jato”, que cumpriu um mandado de prisão e outros 10 de busca e apreensão
me morto”, completou.
Os integrantes da “Lava
Jato” disseram que os pagamentos eram feitos a
empresas de fachada ou
por serviços não prestados. Quatro escritórios de
advocacia foram alvo de
busca e apreensão na manhã de ontem, por receberem “valores altos”.
Eles emitiram notas fiscais falsas à Consist Informática, empresa investi-
gada na operação.
NoMinistériodoPlanejamento, foram identificadas transações financeiras
entre 2010 e 2015, incluindo o pagamento a um exsecretáriodaPasta,chamadopelodelegadodaPFMárcio Adriano Anselmo de
Duvanier. O ex-secretário
de Recursos Humanos do
Ministério Duvanier Paiva
Ferreira morreu em janeirode2012.Apropinaerapa-
ga por contratos de crédito
consignado do Ministério
do Planejamento.
Cerca de 70 Policiais Federais cumpriram 11 mandados judiciais, sendo 10
de busca e apreensão e um
mandadodeprisãotemporária contra o ex-vereador
do PT Alexandre Romano.
As ações aconteceram em
Brasília, Porto Alegre, São
Paulo e Curitiba.
AgênciaEstado
Planejamento rompe com
entidades investigadas pela PF
EXTRATO DE EDITAL
CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA - 10ª REGIÃO-MG
AVISO DE ELEIÇÃO
Faço saber que, no dia 29 de outubro de 2015, das 8 (oito) horas às
24 (vinte e quatro) horas, e no dia 30 de outubro de 2015, das 0 (zero)
horas às 20 (vinte) horas (horário de Brasília), no sítio eletrônico
www.votaeconomista.org.br, serão realizadas eleições para renovação
do 2º terço de Conselheiros deste CORECON-MG e de DelegadosEleitores Titular e Suplente junto ao colégio Eleitoral do COFECON,
bem como a Consulta para Presidente e Vice-Presidente. O prazo
para registro de chapas no CORECON-MG será de 30 (trinta) dias,
contados a partir da publicação do edital, encerrando-se às 17 horas do
dia 15 do mês de setembro de 2015. O edital completo foi publicado
no DOE em 14/08/2015. Belo Horizonte, 14 de agosto de 2015. Econ.
Antônio de Pádua Ubirajara e Silva - Presidente.
BRASÍLIA– OMinistériodo
Planejamento informou
ontem que vai rescindir o
contrato assinado com o
Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (Sinapp) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC). O
rompimento ocorre em
funçãodasdenúnciasapresentadas nas 17ª e 18ª fases
da operação “Lava Jato”.
De acordo com a PF, a
Consist Software, empresa envolvida na “Lava Jato”, ficou responsável pela gestão de empréstimos
consignados concedidos
a servidores federais, que
foram acordados entre o
70
POLICIAIS FEDERAIS
PARTICIPARAM
DAS AÇÕES DA 18ª
FASE DA OPERAÇÃO
Ministério do Planejamento, a ABBC e o Sinapp. O ministério diz que
também abriu sindicância para investigar possíveis irregularidades.
AgênciaFolhapress
Finalmente, está chegando a hora da verdade. Qual
verdade? Se a presença do povo nas ruas, depois de
amanhã, confirma ou desmente as medições de pesquisa e os panelaços estrondosos apesar das tentativas de minimizar, mas que apontam um grande descontentamento do cidadão brasileiro. Descontentamento com a presidente Dilma, com os políticos, com a
situação do país e uma grande descrença quanto à
mudanças e correções. O povo nas ruas pode ser para
dizer que não quer mais a presidente Dilma. Pode não
ser isso, pode ser para dizer que está cheio de tudo o
que está aí, que espera e exige mudanças, correções.
Que não suporta ouvir essa desculpa de país sem dinheiro para pagar salário digno para aposentado, sem
recursos para cuidar da boa educação, para assistir o
brasileiro na doença e para garantir a segurança pública. Mas que tem dinheiro para conceder reajustes salariais para categorias de servidores públicos, na base da
pressão, que também tem dinheiro para assegurar reajustes de 16% a 46% para o Judiciário porque a falta de
comando é uma das características de um governo
enfraquecido, frágil, desrespeitado. As manifestações
podem dizer, também, que um país de tantas necessidades é o mesmo em que empreiteiras e gente do
governo se juntam para roubar bilhões de reais.
Temos percebido muitos sinais a indicar que tudo
vem sendo feito para ajeitar situações, já se conseguiu
aumentar o prazo no Tribunal de Contas da União para
que a presidente Dilma explique as suas pedaladas
pelas quais a corte pode reprovar as contas presidenciais e assim abrir caminho para um processo de impeachment. Sabemos que esse gigantesco escândalo
da Petrobras não seria descoberto, o dinheiro continuaria jorrando até hoje, se não fosse um empresário
chamado Hermes Magnus, preocupado com a sua reputação, que colocou a boca no mundo até ser aconselhado a procurar o juiz federal Sérgio Moro e contar
tudo o que permitiu chegar ao ex-deputado José Janene, depois falecido, e ao doleiro Youssef e, a partir daí,
a tudo isso que vai sendo desvendado pela operação
“Lava Jato”. Em busca de financiador para as máquinas que pretendia fabricar, o empresário frequentou
festas na casa de Janene até receber a primeira remessa de 15 mil reais. O dinheiro chegou através de caixas
eletrônicas, com vários nomes e cpf’s e em valores
pequenos, o que o levou à suspeita de estar sendo
usado para lavagem de dinheiro. Foi a partir daí que
procurou autoridades, muitas vezes sem sucesso, até
encontrar o juiz Sérgio Moro, quando as coisas andaram. Segundo Hermes Magnus, quando se chegar às
transações do BNDES vai se descobrir escândalos bem
maiores do que esses da Petrobras.
E não devemos nos esquecer de que o presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, continua disposto a dar trabalho ao governo Dilma e conseguiu
tirar o PT do comando da CPI dos fundos de pensão das
estatais, outra fonte de dores de cabeça para o Planalto porque recursos de funcionários foram usados para
aplicar em papéis sem qualquer valor. Com tantas bombas armadas e tanta disposição governamental para
desarmar cada uma, o povo sofrido, sem salário, sem
emprego, sem poder aquisitivo que decida se vai se
sujeitar ou se vai cobrar atitude, mostrando presença.
Márcio Doti é jornalista e escreve neste espaço de
terça a sexta-feira e aos domingos
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