Cristologia
Aula 10
Paixão e morte
Aulas previstas:
1. Introdução ( 6 slides)
7. O mistério da Redenção (15 slides)
2. Natal (10 slides)
8. Mediador e cabeça ( 10 slides)
3. Encarnação (10 slides)
9. Mistérios da vida terrena de
4. Unidade pessoal de Jesus
Cristo ( 6 slides)
Cristo ( 8 slides)
10. Paixão e morte (12 slides)
5. Cheio de graça e de
11. Glorificação (12 slides)
verdade ( 10 slides)
12. Frutos da Redenção ( 8 slides)
6. Outras características (10 slides)
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 Na Morte de Jesus, sobrepondo-se às causas
históricas imediatas - o Sinédrio, Pilatos, os
soldados - há uma causa de nível mais elevado
que só pode ser conhecida pela revelação: o plano
e a disposição de Deus que permitiram os actos
nascidos da cegueira dos homens para realizar o
desígnio da nossa salvação.
 Deus quer que o homem se arrependa do pecado e
expresse o seu arrependimento interior com obras
externas de penitência, obras de entrega à vontade
divina.
 As penas derivadas do pecado ordenam-se à reparação do mesmo. Deus
permite-as porque são medicinais e se ordenam a um bem maior: a vida sobrenatural.
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 No plano divino, a dor purifica a alma, tira o
obstáculo da própria vontade que nos afastou
de Deus, serve, com a ajuda da graça, para
reparar a desordem do pecado no homem.
Com a obra salvadora de Cristo, o sofrimento,
sequela do pecado original, passa a ter um
sentido novo.
 A reparação plena dos pecados dos homens
dá-se pela Paixão e Morte de Cristo.
 Deus Pai não é causa directa da Morte de seu Filho. Permitiu-a porque daí viria
um bem maior. Entregou Cristo à Paixão e Morte as dispôs, segundo a sua
eterna vontade, para reparar os pecados do género humano. Valor imenso da
salvação das almas para Deus.
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 Autores da Paixão de Cristo (sua causa eficiente): os que tinham a intenção de
O matar, O condenaram e Lhe fizeram sofrer os tormentos que causaram a sua
morte. Por detrás deles actua Satanás, homicida desde o princípio (cfr. Jo 8, 44).
Mas também os pecadores são autores da Paixão: “a Igreja não hesita em imputar aos cristãos a mais grave responsabilidade no suplício de Jesus” (CCE 598).
 Nostra aetate 4: “Ainda que as autoridades dos
judeus com os seus seguidores reclamassem a
morte de Cristo, o que se perpetrou na sua paixão
não pode ser imputado indistintamente a todos os
judeus que viviam então nem aos judeus de hoje (...).
Não se podem apontar os judeus como reprovados
por Deus e malditos, como se tal coisa se deduzisse
da Sagrada Escritura”.
Paixão e morte
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 Cristo aceitou livremente a sua Paixão e a sua Morte,
por amor a seu Pai e aos homens, que o Pai quer salvar.
Entregou-se, livre e voluntariamente, à Paixão, por nosso
amor. Mas essa entrega não significa, de modo algum,
que se matou a si mesmo, mas apenas que não impediu,
podendo fazê-lo, a acção dos que O condenaram à morte.
 Flp 2, 8: “Humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente
até à morte, e morte de cruz”.
 Trata-se de uma obediência vivida por amor. O verdadeiro amor a Deus mostra-se,
cumprindo livremente a sua vontade.
Paixão e morte
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 Jesus padeceu por parte dos judeus, dos gentios e dos
que o seguiam (Judas, Pedro, abandono...).
 Padeceu na sua alma: todos os pecados dos homens,
tristeza e temor perante a morte certa, queda de Judas,
escândalo dos seus discípulos, humilhações, injustiças,
burlas e insultos.
 Padeceu no seu corpo: flagelação, coroação de
espinhos, crucifixão, agonia na cruz até à morte.
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 “Mérito” é o direito a um prémio ou retribuição por uma obra realizada. Em
relação a Deus, o homem propriamente não tem qualquer direito perante
Deus. Se se pode merecer algo diante de Deus, é porque Ele, prévia e livremente, estabeleceu retribuir algumas acções nossas nascidas do amor. Na
Escritura não aparece a palavra, mas sim o seu conteúdo.
 Todas as acções de Cristo são meritórias
(nascem do seu amor e liberdade) e obtêm
do Padre a nossa salvação. Mas, na sua
Paixão, mereceu de modo particular.
 Cristo mereceu a vida sobrenatural para
todos os homens e, para todos também, a
graça que tira o pecado: ofereceu-se por
nós como nossa Cabeça.
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 Satisfação = reparação de uma falta ou ofensa, mediante a entrega de
alguma compensação. Com Deus, analogia: significa a acção que Deus
requer do homem para cancelar o seu pecado (arrependimento, obras de
penitência).
 CCE 615: “Pela sua obediência até à morte,
Jesus realizou a acção substituta do Servo
sofredor, que oferece a sua vida como
sacrifício de expiação, ao carregar com o
pecado das multidões, que justifica carregan-
do Ele próprio com as suas faltas (cfr. Is 53,
10- 12). Jesus reparou as nossas faltas e
satisfez ao Pai pelos nossos pecados”.
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A Paixão de Cristo satisfaz pelos pecados do mundo. É uma satisfação vigária:
“Ele justo, pelos injustos” (1 P 3, 18).
 O Filho de Deus, Santo e Justo, mas feito
solidário por amor connosco, pecadores,
representando-nos a todos e levando as
penalidades do nosso pecado, como vítima
do pecado, intercede por todos para cancelar a nossa falta. Assim se devem interpretar
alguns textos da Escritura como 2 Cor 5, 21
(“Àquele que não tinha conhecido o pecado,
Deus o fez pecado por nós”) ou Gl 3, 13 (“nos
resgatou da maldição da Lei, feito maldição
por nós”).
Paixão e morte
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 Sacrifício é o oferecimento feito a Deus de algo próprio, sinal da entrega interior a Deus e da renúncia a
si mesmo, para nos reconciliar com Ele.
 O valor do sacrifício exterior está em ser sinal do sacrifício interior ou espiritual (entrega da alma a Deus
por amor), elemento principal do sacrifício.
 A Paixão é um sacrifício, porque nela Cristo se oferece voluntariamente a seu
Pai para reconciliar os homens com Deus. Por parte dos que o crucificaram, a
Paixão não foi nenhum sacrifício, mas iniquidade; mas por parte de Cristo, que
padecia livremente e por amor, foi um acto supremo de entrega, um verdadeiro sacrifício.
Paixão e morte
 Cristo não só mereceu que Deus Pai nos outorgue a graça, sim também que o próprio Cristo é
quem no-la comunica. Como a vida das varas
procede da vide, a salvação de cada um procede
da nossa Cabeça.
 A causa eficiente principal da graça da salvação
só pode ser Deus; mas Deus produz esta graça
em nós mediante a humanidade de Jesus Cristo,
que é o instrumento da divindade para comunicar - e não só para merecer todas as graças aos homens.
 As acções realizadas por Cristo no passado têm um poder divino e alcançam,
com a sua eficiência, toda a história.
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 A contemplação da Paixão de Cristo move-nos a amá-lo, dado que Ele nos deu
provas da verdade e da grandeza do seu amor. Move-nos à contrição, à conversão, a evitar o pecado (apreciamos mais claramente a sua malícia), a seguir Cristo e a imitá-lo e à generosidade para abraçar a vontade de Deus (mesmo que,
por vezes, suponha carregar a cruz).
 A Paixão de Cristo ensina-nos o sentido da dor:
Jesus não eliminou os nossos sofrimentos, nem
nos evita a morte, mas transformou-os.
Agora essas penalidades não são uma simples
pena do pecado, antes servem de purificação
e de mérito, são participação da sua cruz e da
sua obra redentora, são caminho da salvação
e da verdadeira vida.
Ficha técnica
 Bibliografia
 Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação
Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel)
 Slides
 Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com
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