TÍTULO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ASSOCIADAS AO COMPONENTE CURRICULAR EDUCAÇÃO
FÍSICA POR PARTE DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
AUTOR(ES): FABIANE MARTINS NOACY, GUILHERME ROCHA SAVAREZZI
ORIENTADOR(ES): ROBERTO GIMENEZ
REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS
ASSOCIADAS
AO
COMPONENTE
CURRICULAR EDUCAÇÃO FÍSICA POR PARTE DE ESTUDANTES DA
EDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo discutir as representações sociais que
permeiam o componente curricular Educação Física e, em consequência, os
professores de Educação Física. Além disso, são levantadas implicações dessas
representações para o processo de aprendizagem dos alunos. Para a referida
pesquisa, decidiu-se por uma metodologia de análise das narrativas de alunos de
diferentes séries, podendo-se desta forma, observar como as representações sociais
evoluem com o passar dos anos de escola formal.
INTRODUÇÃO
O processo de desenvolvimento do ser humano ocorre por meio da interação
que se estabelece com o ambiente que o cerca. Em tal contexto, o ser em formação,
está sempre nesta relação de interdependência indivíduo-sociedade, constituindo-se
em sua totalidade (PALMIERI & BRANCO, 2004). Neste processo surgem as
representações sociais, onde indivíduo esquematiza o mundo à sua volta,
procurando compreendê-lo e aproximá-lo de sua realidade (MAZZOTTI, 2008).
Segundo Mazzotti (2008), um estudo sobre a influência das representações
sociais no processo educativo, é pertinente por conta da relação destas com a
“linguagem, a ideologia e o imaginário social e, principalmente, por seu papel na
orientação de condutas e das práticas sociais”.
Considerando o âmbito da Educação Física, há alguns estudos que, apesar
de não enfocarem propriamente a formação de representações, nos revelam dados
acerca delas no espaço escolar.
Por exemplo, Betti (2003) e Darido (2004)
constataram que, apesar do componente curricular Educação Física ser a disciplina
que os alunos mais gostam, ela é considerada por eles como menos importante que
disciplinas como Língua Portuguesa e Matemática. Percebeu-se, também, que no
decorrer dos anos de escola formal, os alunos vão perdendo o interesse pelas aulas
de Educação Física o que culminaria com um alto número de dispensas das aulas
do referido componente curricular no Ensino Médio. Situação esta, que Chicati
(2000), atribui à falta de diversificação nos conteúdos.
OBJETIVOS
Investigar as representações sociais que alunos de diferentes séries do
Ensino Fundamental e Médio têm a respeito dos professores e do componente
curricular Educação Física.
Objetiva-se responder, mais especificamente as seguintes questões: a) Como
as representações sociais mudam ao longo dos anos de escola formal? b) Como
elas afetam a motivação dos alunos nas aulas de Educação Física? c) Qual sua
influência no processo de ensino/aprendizagem?
METODOLOGIA
Tomarão parte deste estudo 60 crianças e adolescentes, com idade entre 6 e
17 anos. O critério de divisão adotado tem como intenção atender a todas as séries
do Ensino Fundamental I e II e do Ensino Médio. Pretende-se fazer uso da análise
das narrativas destes alunos como instrumento para tal pesquisa (MOMBERGER,
2012).
O pressuposto é o de que o ato de narrar, permite ao ser humano dar conta a
si mesmo e a outros da experiência vivida. Ao narrar, temas complexos são
reelaborados dando aos acontecimentos um sentido, uma reflexão de si mesmo.
Esta reflexão autobiográfica faz das narrativas um importante instrumento de
pesquisa, pois dá acesso às construções feitas por eles, do que vivem na escola.
DESENVOLVIMENTO
Para tal, far-se-á uso de uma adaptação da técnica proposta por Passeggi et
al. (2014), onde os alunos em grupos de cinco indivíduos, num procedimento similar
a uma roda de conversa, narrarão suas experiências com a Educação Física na
escola, privilegiando-se os procedimentos de escuta, e do desenvolvimento do
imaginário da criança. Para a análise dos dados, as sessões serão gravadas em
áudio e vídeo, sendo depois transcritas para constituição de tais dados.
RESULTADOS PRELIMINARES
Após análise preliminar das narrativas de um grupo de alunos do 5º ano e de
outro grupo com alunos do 9º ano de uma escola municipal de São Paulo, foi
possível constatar resultados similares aos encontrados nos estudos de Betti (2003)
e Darido (2004), onde nota-se uma perda de importância do componente curricular
Educação Física para os alunos do 9º ano em relação aos do 5º ano. Além disso, a
referida disciplina teve, por muitas vezes, sua representação relacionada ao esporte,
corroborando desta forma, a hipótese levantada por Chicati (2000) a respeito da falta
de diversificação nos conteúdos levando os alunos ao afastamento das aulas deste
importante componente curricular.
FONTES CONSULTADAS
MAZZOTTI, A. J.; Representações Sociais: Aspectos teóricos e aplicação à
Educação. Revista Múltiplas Leituras, São Paulo, v.1, n. 1, p. 18-43, janeiro /
junho, 2008.
BETTI, M.; LIZ, M. T. F.; Educação Física escolar: A perspectiva de alunas do ensino
fundamental. Revista Motriz, Rio Claro, v.9, n.3, p.135-142, set./dez. 2003.
CHICATI, K. C.; Motivação nas aulas de educação física no ensino médio. Revista
da Educação Física /UEM, Maringá, v. 11, n. 1, p. 97-105, 2000.
DARIDO, S. C.; A educação física na escola e o processo de formação dos não
praticantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte,
São Paulo, v.18, n. 1, p.61-80, janeiro / março, 2004.
MOMBERGER, C.; Abordagens metodológicas na a pesquisa biográfica. Revista
Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 17, n. 51, p. 523-536, setembro /
dezembro 2012.
PALMIERI, M. W. A.; BRANCO, A. U.; Cooperação, Competição e Individualismo em
uma Perspectiva Sócio-cultural Construtivista. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto
Alegre, 17(2), p.189-198, 2004.
PASSEGGI, M. C.; FURLANETTO, E. C.; CONTI, L.; CHAVES, I. E. M. B; GOMES,
M. O.; GABRIEL, G. L.; ROCHA, S. M.; Narrativas de crianças sobre as escolas da
infância: cenários e desafios da pesquisa autobiográfica. Revista Educação, Santa
Maria, v. 39, n. 1, p. 85-104, 2014.
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