SINDHOSPA
I Seminário de Tendências & Riscos
da Saúde no Brasil
Novos Modelos de Remuneração – Grupo Técnico ANS
Procedimentos Gerenciados
Ary Ribeiro MD; PhD
1
Agenda
•
•
•
•
•
•
O contexto e o direcionamento da reforma
“Pacote” x Procedimento Gerenciado
Premissas para a mudança
Como os hospitais devem se preparar
“Mundo real”: Uma análise... Uma proposta
Perspectiva
2
Grupo de Trabalho ANS sobre Remuneração de
Hospitais – 3 “produtos”
• Sistemática de Remuneração dos Hospitais que atuam na Saúde
Suplementar: Diretrizes e Rumos - Junho 2011
Foco hoje
• Sistemática de Remuneração dos Hospitais que atuam na Saúde
Suplementar: Procedimentos Gerenciados - Outubro 2012
• Sistemática de Remuneração dos Hospitais que atuam na Saúde
Suplementar: Conta Aberta Aprimorada / Tabela Compacta - Outubro
2012
http://www.ans.gov.br/index.php/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria
3
Faz-se necessário reformar o modelo de remuneração dos
prestadores hospitalares na saúde suplementar brasileira?
• Sim, pois o atual modelo, de maneira predominante, induz para que o foco
da prestação de serviço seja produção e volume.
• “O setor possui uma lógica de remuneração que privilegia uma relação de
custo/benefício perversa, com custos administrativos elevados e que não
geram valor agregado na produção dos melhores resultados de saúde para
os beneficiários.” (GT ANS – Diretrizes e Rumos – junho 2011)
4
Reforma do modelo de remuneração dos hospitais na saúde suplementar – A visão ANAHP. Observatório ANAHP 2012
4
E qual deve ser o direcionamento da reformar do modelo de remuneração
dos prestadores hospitalares na saúde suplementar brasileira?
• É necessário introduzir mudanças que estimulem o sistema a transformar o
pagamento baseado em volume no pagamento baseado em VALOR.
• Na mudança de modelo de remuneração é de fundamental importância
termos clareza do que significa valor e qualidade para os usuários do
sistema.
5
Reforma do modelo de remuneração dos hospitais na saúde suplementar – A visão ANAHP. Observatório ANAHP 2012
5
Direcionamento da reforma.
Valor: a relação entre a qualidade do cuidado e o preço pago por ele.
1= resultado e segurança assistencial + experiências do paciente
2= custo agregado por todo o episodio do cuidado
6
Value in Health Care. Current State and Future Directions. HFMA; June 2011 Observatório ANAHP 2012
Na mudança de modelo de remuneração é de fundamental importância
haver clareza do que significa qualidade.
O resultado que se busca deve ter esse alinhamento de princípios.
Colocando o paciente no lugar que deve ocupar – o centro, a primeira dimensão da qualidade é
o acesso. Uma vez que haja acesso ao sistema, três outras dimensões são fundamentais:
7
segurança, resultados assistenciais e respeito ao indivíduo.
Value in Health Care. Current State and Future Directions. HFMA; June 2011: Observatorio ANAHP 2012
Um alerta! O modelo de remuneração predominante pode ser um potente
indutor de mudança da prática assistencial.
•
Essa “indução” pode ser para o “bem” ou para o “mal” do paciente / usuário do
sistema, os quais devem ser sempre o foco das ações, para o seu “bem”.
• E devemos aprender com experiências passadas ...
•
Por exemplo, nos Estados Unidos, a introdução do “managed care” teve impacto na
diminuição dos gastos com saúde, porém, com evidente insatisfação dos usuários do
sistema.
•
A principal mensagem dessa experiência é de que o foco foi redução de despesas e
não geração de valor, o que não deve ser negligenciado quando se busca mudar o
modelo de remuneração na saúde suplementar brasileira.
Reforma do modelo de remuneração dos hospitais na saúde suplementar – A visão ANAHP. Observatório ANAHP 2012
8
8
Analisando a raiz do problema: Uma causa relevante das distorções do atual
modelo é a ausência de encadeamento entre gestão assistencial e forma de
remuneração
9
Ref: Prof. Afonso Jose de Matos
9
Direcionamento da reforma...
• Ter a gestão assistencial como o primeiro passo do
processo que define a remuneração pelo serviço
ofertado, e introduzir a equação do “valor” são
fundamentos imprescindíveis para uma reforma bemsucedida do modelo de remuneração na saúde
suplementar brasileira.
10
Reforma do modelo de remuneração dos hospitais na saúde suplementar – A visão ANAHP. Observatório ANAHP 2012
10
GT ANS – A forma de remuneração do evento assistencial é definida pela sua
variabilidade. Um avanço conceitual!
11
http://www.ans.gov.br/index.php/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria
Conceito de Procedimento Gerenciado
• Definição: é o conjunto de ações assistenciais
e administrativas necessárias e suficientes
para a realização integral de procedimentos
cirúrgicos, contemplando recursos humanos,
instalações físicas, equipamentos,
instrumentos e materiais de insumo, inerentes
ao processo assistencial.
12
http://www.ans.gov.br/index.php/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria
“Pacote” x Procedimento Gerenciado
•
Há uma diferença fundamental entre o conceito de “pacote” (modelo antigo) e o
de “procedimento gerenciado” (modelo novo).
•
O “pacote” segue, predominantemente, método de precificação dos serviços
através de análise retrospectiva dos valores financeiros médios das contas, sem
necessariamente ter qualquer relação com uma base técnica.
•
O “procedimento gerenciado”, tem sua base de precificação a partir de
protocolos/gabaritos técnicos e diretrizes clínicas, construídos em conjunto com o
corpo clínico do hospital.
13
Reforma do modelo de remuneração dos hospitais na saúde suplementar – A visão ANAHP. Observatório ANAHP 2012
O procedimento gerenciado proposto na reforma do modelo de remuneração tem
diferenças em relação aos “pacotes”
14
http://www.ans.gov.br/index.php/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria
14
Entende-se que os PGs constituem um modelo que tem como premissa a gestão da
assistência, estimulando:
•Previsibilidade de Custos;
• Racionalização de Recursos;
• Envolvimento dos fornecedores de insumos;
• Participação e contribuição das equipes médicas;
• Busca de qualidade e resultados nos serviços prestados;
• Segurança assistencial do paciente;
• Reconhecimento dos resultados e da qualidade dos prestadores de serviços;
• Agilidade das autorizações, faturamento e cobrança pelo prestador;
• Diminuir as divergências e os conflitos de auditoria – foco na análise da pertinência, risco do paciente
e da necessidade de “saída” do PG ou não;
• Discussão prévia sobre a inclusão de novas tecnologias, medicamentos e materiais;
• Manutenção do equilíbrio econômico financeiro com revisões sistemáticas prévias e periódicas dos
PGs, incluindo critérios de reajustes.
15
http://www.ans.gov.br/index.php/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria
Procedimentos Gerenciados: 27 foram selecionados por atenderem aos critérios de previsibilidade dos
processos assistenciais e por terem grande relevância em termos de frequência e custos.
- SEPTOPLASTIA (QUALQUER TÉCNICA SEM VÍDEO)
- TURBINECTOMIA OU TURBINOPLASTIA;
- HISTERECTOMIA TOTAL (QUALQUER VIA);
- PARTO (VIA VAGINAL);
- CESARIANA (FETO ÚNICO OU MÚLTIPLO);
- GASTROPLASTIA PARA OBESIDADE MÓRBIDA
ABERTA;
- VARIZES - TRATAMENTO CIRÚRGICO DE DOIS
MEMBROS;
- RECONSTRUÇÃO, RETENCIONAMENTO OU REFORÇO
DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR OU
POSTERIOR;
- ADENO-AMIGDALECTOMIA;
- HISTERECTOMIA TOTAL COM ANEXECTOMIA UNI OU
BILATERAL (QUALQUER VIA);
- VARICOCELE UNILATERAL - CORREÇÃO CIRÚRGICA;
- HERNIORRAFIA INCISIONAL;
- COLECISTECTOMIA COM SEM COLANGIOGRAFIA
POR VIDEOLAPAROSCOPIA;
- COLECISTECTOMIA SEM COLANGIOGRAFIA;
- ADENOIDECTOMIA;
- COLECISTECTOMIA COM COLANGIOGRAFIA;
- GASTROPLASTIA PARA OBESIDADE MÓRBIDA POR
VIDEOLAPAROSCOPIA;
- REFLUXO GASTROESOFÁGICO - TRATAMENTO
CIRÚRGICO (HÉRNIA DE HIATO) POR
VIDEOLAPAROSCOPIA;
- TIREOIDECTOMIA TOTAL;
- TURBINECTOMIA OU TURBINOPLASTIA –
UNILATERAL;
- FACECTOMIA COM LENTE INTRA-OCULAR COM
FACOEMULSIFICAÇÃO;
- ANGIOPLASTIA CORONARIANA COM STENT;
- REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO;
- TROCA VALVAR;
- RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA DA PRÓSTATA;
- URETEROLITOTRIPSIA TRANSURETEROSCÓPICA;
- VIDEOARTROSCOPIA DE JOELHO PARA MENISCO;
- HERNIORRAFIA INGUINAL – UNILATERAL.
16
http://www.ans.gov.br/index.php/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria
A mudança de modelo de remuneração de hospitais requer
considerações e atenção a certas premissas
• É evidente que as mudanças em curso indicam um maior
compartilhamento de risco entre operadoras de planos de saúde e
prestadores hospitalares, com maior grau de risco para o prestador.
• É também evidente que, considerando o Brasil como um todo, existe uma
assimetria significativa de poder de negociação entre prestadores e
operadoras, com maior poder para as operadoras.
• Nesse cenário, algumas premissas são fundamentais para que mudanças
não causem um desequilíbrio com risco de inviabilidade do sistema.
17
Reforma do modelo de remuneração dos hospitais na saúde suplementar – A visão ANAHP. Observatório ANAHP 2012
Algumas premissas são fundamentais para que mudanças não
causem um desequilíbrio com risco de inviabilidade do
sistema
•
Contratualização de todos os acordos, observando na sua integralidade os itens
contratuais previstos nas normativas da ANS;
•
Definição de critérios para aplicação de reajuste dos serviços contratados (Obs:
IN 49 - ANS);
•
Manutenção do equilibrio com metodologia adequada para migração de
margens de materiais e medicamentos para diárias e taxas
•
Implantação dos novos modelos com metodologia de “projeto-piloto”, que nos
permita medir e avaliar os impactos e promover eventuais ajustes e correções
de rumo.
Reforma do modelo de remuneração dos hospitais na saúde suplementar – A visão ANAHP. Observatório
ANAHP 2012
18
18
Como os Hospitais que atuam na saúde suplementar brasileira devem
se preparar
19
Reforma do modelo de remuneração dos hospitais na saúde suplementar – A visão ANAHP. Observatório ANAHP 2012
Como os Hospitais que atuam na saúde suplementar
brasileira devem se preparar – engajamento do corpo clínico
• Experiências bem-sucedidas de engajamento da equipe assistencial no uso
mais racional de recursos - ponto de convergência: foco na qualidade
assistencial com ganhos de efetividade clínica.
• É mais difícil conseguir alinhamento com o corpo clínico, se o objetivo for
apenas controle para redução de despesas.
• Desafio adicional: a reforma do modelo de remuneração dos prestadores
médicos.
• Sem esta ação concomitante, é razoável especular que haja risco para os
ganhos esperados com a reforma do modelo hospitalar.
Reforma do modelo de remuneração dos hospitais na saúde suplementar – A visão ANAHP. Observatório ANAHP 2012
20
Olhando o “mundo real”...
Procedimentos vasculares.
Uma análise e uma proposta...
21
Análise de tempo médio de permanência – em horas por
diagnóstico
22
R$
Analisados os materiais de alto custo do diagnóstico de
aneurisma de aorta abdominal:
23
Uma visão das premissas necessárias para elaboração dos
procedimentos gerenciados
Transparência
Análise do
Cenário Real
Previsibilidade
PGs
Risco
Compartilhado
Feedback
Sustentabilidade
Financeira
Envolvimento do
Corpo Clínico
24
Proposta para corpo clinico - roteiro para elaboração de
procedimentos gerenciados em substituição aos “pacotes”
• Definição de procedimento especifico;
• Padronização da prática cirurgica (tempos e materiais) sob forma de
protocolo;
• Redução do número de fornecedores dos materiais especiais;
• Definição de indicadores assistenciais e economicos ;
• Formação do grupo de cirurgiões que passará a adotar esse novo padrão;
• Formatação do novo produto, sob forma de Procedimento Gerenciado
(com inclusão de honorários profissionais);
• Negociação com operadoras de planos de saúde;
• Implementação e acompanhamento com indicadores previamente
definidos e acordados com corpo clínico.
25
Para finalizar, colocando em perspectiva...
26
Aumento do engajamento do Corpo Clínico gera utilização
mais racional de recursos e redução de custo adicionais
27
Cenários: Mudanças de modelos de remuneração a alinhamento com corpo clínico
28
29
www.advisory.com
29
30
SINDHOSPA
I Seminário de Tendências & Riscos
da Saúde no Brasil
Novos Modelos de Remuneração – Grupo Técnico ANS
Procedimentos Gerenciados
Ary Ribeiro MD; PhD
31
Download

Procedimentos Gerenciados